Legislação determina que todo material descartável produzido nas unidades de ensino seja separado e trocado por materiais didáticos com empresas de reciclagem

" /> Legislação determina que todo material descartável produzido nas unidades de ensino seja separado e trocado por materiais didáticos com empresas de reciclagem

">

17/02/2012 às 03:00

Coleta seletiva de lixo agora é lei nas escolas

Legislação determina que todo material descartável produzido nas unidades de ensino seja separado e trocado por materiais didáticos com empresas de reciclagem

Por

Suzano Almeida, da Agência Brasília

Desde a última quarta-feira (15), é lei no Distrito Federal a coleta seletiva de lixo em todas as escolas das redes pública e privada. A Lei nº 4.756, de autoria do Poder Legislativo, sancionada pelo governador Agnelo Queiroz, no dia 14 deste mês, prevê que todo material descartável produzido dentro das dependências das unidades seja separado e, a partir de convênios com empresas de reciclagem, trocado por materiais didáticos.

“Estamos criando uma nova cultura com outros valores e mudanças sociais. Este é um processo lento, mas que aos poucos vamos conseguindo realizar”, afirma a subsecretária de Educação Básica da Secretaria de Educação do Distrito Federal Sandra Vita.

De acordo com a Lei, serão instaladas lixeiras com cores diversificadas para identificar o material que deve ser colocado em cada uma delas. A finalidade é facilitar a identificação dos locais corretos para cada tipo de lixo.

Como forma de instruir os alunos, serão afixados próximo às lixeiras materiais educativos, que possibilitem a identificação do local correto para o depósito de cada tipo de lixo.

Frutos na comunidade – No DF, algumas escolas já realizam esse trabalho, como é o caso da Escola Classe nº 5 do Cruzeiro Novo. O projeto Lixo que Não é Lixo funciona desde 2008 e conta com a participação dos alunos, pais e da comunidade que reside próximo à escola.

“No início, os pais não participavam. Agora, a própria comunidade participa trazendo lixo para que nós possamos enviar à empresa”, explica a diretora da E.C. nº 5 Luciana de Assis Grazziotti. Os resultados nesses quatro anos é a perceptível mudança de comportamento da comunidade que participa dos eventos da escola.

“Algumas vezes chegamos ao final de festas realizadas aqui na escola, olhamos um para o outro e dissemos: ‘cadê o lixo? Nem parece que houve uma festa aqui”, comemora a diretora, que está há cinco anos à frente da unidade de ensino e lembra que, antes, a equipe de limpeza perdia horas após o término das festas, para limpar todo o pátio.

Coisa séria – O que começou como uma brincadeira, para os alunos da Escola Classe, hoje é assunto sério. Ana Paula Melo de Oliveira, 9 anos, está no 5º ano e já sabe da responsabilidade que tem na preservação do meio ambiente. “É muito importante quando fazemos isso, pois estamos ajudando o planeta”, diz a estudante, que já realiza a coleta seletiva em sua residência. “Em casa, eu e meus pais, colocamos cada material em uma sacola”.

A empresa de reciclagem que mantém contato com a escola recolhe o lixo a cada 300 kg. A diretora explica que após os alunos colocarem os materiais dentro dos cestos, o resíduo passa por um novo processo de seleção, que separa os componentes com o objetivo de valorizá-los. A quantidade leva cerca de três meses para ser acumulada e chega a totalizar por ano, em média, o recolhimento de 3 toneladas.

Além do habitual recolhimento de materiais recicláveis, a unidade também promove uma gincana anual para arrecadar dinheiro. As regra são claras: cada turma tenta recolher o maior número de lixo possível, acumulando em média cerca de 2 toneladas. Os recursos obtidos, embora de pequeno valor, são revertidos para a Associação de Pais e Mestres (APM) da E.C. nº 5 e aplicados em melhorias na própria unidade, como pintura do pátio e das salas de aula.

A diretora estima que aproximadamente 40% dos alunos que participam do projeto já realizam a coleta seletiva em suas casas. A medida foi incentivada pela administração regional, que procura contribuir com o recolhimento do lixo de forma adequada.

Todos ganham – A subsecretária de Educação Básica Sandra Vita explica que o GDF pretende ampliar esse trabalho de separação de resíduos para outros órgãos. Com isso, destacou, ganha a sociedade e ganham os catadores, que já recebem o material separado, sem a necessidade de exposição a situação insalubres.

00021223