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08/07/2017 às 09:42, atualizado em 10/07/2017 às 10:40
Parque integra planos nacionais e internacionais que incluem a reprodução de bichos mais saudáveis e fortes geneticamente, como os bugios-ruivos
Engana-se quem pensa que a Fundação Jardim Zoológico de Brasília é um local de exposição de animais. A grande missão do espaço é a preservação de espécies, aliada à educação ambiental. Com esse foco, o zoo integra o programa internacional de reprodução e conservação de sete grupos.
A iniciativa é denominada study book, pois concentra informações relacionadas aos animais, como os zoológicos que os abrigam, a quantidade de machos e de fêmeas, além da idade e do parentesco dos indivíduos.
Isso auxilia no estudo da diversidade biológica e, consequentemente, na saúde dos animais reproduzidos. “Não podemos deixar que uma representatividade genética fique muito intensa porque caímos em um processo de consanguinidade”, explica o diretor-presidente do Zoológico, Gerson de Oliveira Norberto. “Isso torna os indivíduos mais frágeis, suscetíveis a doenças e má-formação, por exemplo.”
Cada espécie tem seu próprio responsável dentro do planejamento. Dois funcionários do Zoológico de Brasília, por exemplo, cuidam do que é relacionado a ariranhas. “Eles reúnem as informações de todas as ariranhas que vivem em zoológicos e definem as diretrizes que o programa terá para manter a população saudável”, detalha o assessor de Conservação e Pesquisa da fundação, Igor Morais.
[Olho texto=”“Não podemos deixar que uma representatividade genética fique muito intensa porque caímos em um processo de consanguinidade”” assinatura=”Gerson de Oliveira Norberto, diretor-presidente da Fundação Jardim Zoológico de Brasília” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
Outro exemplo é o tamanduá-bandeira, cuja responsável técnica é a vice-diretora de um zoológico na Alemanha. Morais conta que, com base nos dados coletados, um determinado animal do zoo de Brasília pode ser escolhido para reproduzir com outro da mesma espécie de alguma parte do mundo.
Além da ariranha e do tamanduá-bandeira, Brasília ainda participa dos estudos relacionados aos bugios, ao lobo-guará, ao mico-leão-da-cara-dourada, ao mico-leão-dourado e ao zogue-zogue.
O principal objetivo do programa internacional é a preservação das espécies na natureza. “Ele auxilia na reprodução e mantém a diversidade genética e, consequentemente, uma população saudável”, resume o assessor.
A maior parte dos animais representados no Zoológico de Brasília estão ameaçados de extinção. Em todos os casos, pelo menos um dos motivos está relacionado à degradação do meio ambiente.
Michael, Bel e Lipe são bugios-de-mão-ruiva. Eles foram resgatados após a inundação da Usina Hidrelétrica de Belo Monte e chegaram a Brasília pequenos e desnutridos. O trio, composto por dois machos e uma fêmea, deve ter cerca de 1 ano atualmente e possibilitará ações para recuperar a espécie.
Segundo Igor Morais, existem apenas duas populações selvagens do animal no mundo. Alguns estão em áreas isoladas, o que faz com que haja consanguinidade, facilitando o nascimento de indivíduos doentes.
Nesse caso, será feita parceria com outros zoológicos que tenham a espécie para reproduzir filhotes saudáveis e melhorar o fluxo genético no Brasil. O trabalho ainda envolve identificar o que ameaça os animais, resolver o problema e checar se há áreas com abrigo e alimento para eles.
Isso porque para que qualquer animal seja livre, é preciso que haja espaço na natureza para ele. No caso dos primatas, o tempo que antecede a soltura é outro detalhe importante. O primata vive em grupo e precisa ser sociável. O trabalho de adaptação de um bicho à vida livre pode durar quase uma década. “Ele é muito cognitivo, cria vínculo com o ser humano”, justifica o diretor-presidente do Zoológico.
Espécie endêmica à Mata Atlântica, o mico-leão-da-cara-dourada é, das quatro espécies de mico-leão, a que tem a maior população em zoológicos. Devido à destruição do habitat, principalmente por causa do consumo do cacau, o bicho integra a lista de animais ameaçados de extinção.
Prova do trabalho importante feito em zoológicos comprometidos com a conservação dos animais, o mico-leão-dourado é exemplo também do mal que o desmatamento pode causar. O macaco está há décadas na lista de espécies ameaçadas de extinção e é símbolo da luta pela conservação da diversidade biológica.
De acordo com o assessor de Conservação e Pesquisa Igor Morais, no fim da década de 1970 restava na Mata Atlântica uma população pequena de cerca de 200 indivíduos do primata. O número aumentou e chega a quase 1,5 mil, sendo que mais da metade é descendente de animais que vivem em zoos.
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) coordena mais de 50 planos de ação nacional para conservação das espécies ameaçadas de extinção ou do patrimônio espeleológico. O Zoológico de Brasília passou a integrar, em junho, nove deles.
Trata-se de políticas públicas para orientar medidas prioritárias de combate às ameaças a espécies e a ambientes naturais. “Os planos preveem ações conjuntas e definem o que cada participante vai fazer”, detalha Gerson de Oliveira Norberto.
O zoo de Brasília integra os planos de conservação de mamíferos da Mata Atlântica Central, herpetofauna da Mata Atlântica do Sudeste, aves da Amazônia, canídeos selvagens, ariranha e lontra, ararinha-azul, arara-azul-de-lear, tatu-bola e grandes felinos.
Para integrar os planos, não é preciso que a instituição tenha um animal da espécie, pode ser um indivíduo parecido, segundo Igor Morais. A ararinha-azul, que só existe em zoológicos atualmente, não é presente em Brasília. No entanto, o local trabalha com espécie semelhante. O mesmo ocorre com a arara-azul-de-lear.
Além dos planos nacionais e internacionais, a Fundação Jardim Zoológico de Brasília tem outros programas de reprodução. A tigresa Laila, que morreu de falência renal, aos 21 anos, no dia 24 de junho, por exemplo, teve representatividade genética importante para o Brasil. Há filhotes do felino espalhados pelo País.
“São comuns os casos em que a variabilidade genética é maior dentro dos zoológicos do que fora deles”, avalia Norberto. “Ter um plano de manejo que organiza quem pode reproduzir com quem para que haja variabilidade é muito importante para quando eles forem soltos na natureza.”
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Edição: Paula Oliveira