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15/08/2017 às 09:04, atualizado em 15/08/2017 às 14:06
Crespos será exibido em duas categorias de um dos mais renomados festivais cinematográficos do País, que ocorrerá em São Paulo de 23 de agosto a 3 de setembro
Crespos será exibido no Cine Brasília, quinta-feira (17), às 18h10, antes do longa-metragem O filme da minha vida, e não mais às 19 horas.
Produzido por alunos de escolas públicas do Distrito Federal, Crespos representará Brasília no 28º Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo, de 23 de agosto a 3 de setembro.
O filme é resultado da oficina Formação do Olhar, promovida pelo Festival Internacional de Filmes Curtíssimos de Brasília (Lobo Fest), em 2015. A obra será exibida em duas categorias do festival: infanto-juvenil e oficinas audiovisuais.
A narrativa conta a história de Lisa, uma garota do ensino médio que mudou completamente seu estilo de vida para ser aceita pelas amigas. Certo dia, ela vê Gabriela ser vítima de bullying por não ter o padrão de beleza imposto pela sociedade e então decide ajudar a colega.
Sob uma ótica de quem sofreu preconceito por ser negra e ter cabelos crespos, Graziele Caetano, de 20 anos, autora do texto, traz uma reflexão sobre respeito, solidariedade e aceitação.
“Tem muita gente que passa por situações como essa e algumas pessoas chegam a ficar em depressão por causa de comentários maldosos a respeito do cabelo ou da cor de pele”, diz.
[Olho texto='”A oficina foi muito rápida. Os alunos tiveram uma ideia de como produzir um filme e, mesmo com todas as dificuldades de iniciantes, conseguiram fazer um material de qualidade”‘ assinatura=”Andrea Glória, produtora de cinema e professora da oficina na qual os alunos criaram o filme Crespos” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
Escolhida para um papel em Crespos na seleção de atores do projeto, Tamy Sousa, de 18 anos, acredita na importância social do filme. “A maior preocupação é transmitir a informação de que ainda existe preconceito e que isso precisa ser mudado”, pontua a jovem.
Produtora de cinema há 30 anos e professora de produção da oficina da Lobo Fest, Andrea Glória comemora a seleção do curta no festival de São Paulo.
“A oficina foi muito rápida. Os alunos tiveram uma ideia de como produzir um filme e, mesmo com todas as dificuldades de iniciantes, conseguiram fazer um material de qualidade”, avalia a orgulhosa produtora.
Além da divulgação no 28º Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo, haverá exibição especial do filme Crespos no Cine Brasília, quinta-feira (17), às 18h10, antes do longa-metragem O filme da minha vida. O ingresso custa R$ 12 (inteira).
A proposta do Festival Internacional de Filmes Curtíssimos de Brasília (Lobo Fest), em 2015, era dar oportunidade para que alunos de escolas públicas do Distrito Federal tivessem contato com o processo de fazer cinema: do roteiro ao filme.
Os estudantes aprenderam a escrever uma história e escolher cenário, além de manusear equipamentos, como câmera de filmagem e softwares de edição de vídeo.
Graziele Caetano conta que a experiência “foi a melhor coisa que aconteceu” em sua vida. “Antes da oficina, eu não sabia nem o que era audiovisual”, relata.
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Para o estudante Paulo Igor Freitas, de 21 anos, o curso acrescentou muito. “Quando vemos um filme, não prestamos atenção nos detalhes. Com a oficina, passei a assistir de forma diferente”, comenta o corroterista do curta Crespos.
O filme escolhido para o festival de São Paulo foi um dos três produzidos pela oficina. As outras produções foram Peter e Peixes.
O Festival Internacional de Curtas-metragens de São Paulo é um dos maiores e mais tradicionais eventos dedicados ao formato no País e no mundo.
Realizado desde 1990 na capital paulista, tornou-se um marco na agenda cultural da cidade por sua programação ampla e diversificada. A exibições são gratuitas e ocorrem em diversas salas de cinema e centros culturais da cidade.
A cada ano, o festival seleciona cerca de 400 produções de vários países com o objetivo de representar a diversidade da produção no mundo, além de ampliar o diálogo do audiovisual internacional com a América Latina.
Edição: Paula Oliveira