O Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF) apresentou, nesta quinta-feira (30), o Boletim de Conjuntura Econômica do DF, que traz uma síntese dos principais indicadores do primeiro semestre de 2025. O estudo aponta para um cenário otimista, marcado pela retomada do crescimento nos setores de comércio e serviços.
De acordo com o boletim, o volume de vendas do comércio varejista aumentou 1,5%, enquanto o setor de serviços registrou expansão de 6,3% entre o segundo e o primeiro trimestre do ano. No comércio exterior, as exportações e importações do Distrito Federal cresceram 10,6% e 2,4%, respectivamente, no mesmo período.
A inflação acumulada no segundo trimestre foi de 0,98%, influenciada principalmente pelos reajustes nas tarifas de água, esgoto, energia elétrica e nos planos de saúde. A taxa básica de juros (Selic) encerrou o trimestre em 15% ao ano, refletindo a preocupação com as incertezas externas e com a inflação nacional ainda acima do centro da meta.
Apesar do aumento da inadimplência das famílias, houve recuo na taxa de desemprego e elevação da participação no mercado de trabalho, indicando melhora nas condições de emprego no Distrito Federal.
No cenário internacional, os índices de preços das commodities apresentaram queda, a moeda nacional teve leve valorização frente ao dólar americano e as projeções de crescimento global foram revistas para 3,0%, em um contexto de políticas econômicas influenciadas por fatores geopolíticos e pelas dinâmicas do comércio internacional.
"Mesmo com o cenário inflacionário e a elevação dos juros, os setores econômicos estão apresentando resultados positivos, alinhados com o cenário nacional, com destaque para os setores de serviços e de exportações"
Adrielli Dias, coordenadora de Análise Econômica do IPEDF
No Brasil, o Produto Interno Bruto (PIB) acumulou crescimento de 3,2% nos últimos quatro trimestres, impulsionado pelos setores de agropecuária, indústria e serviços. O mercado de trabalho também apresentou avanços: a taxa de participação na força de trabalho atingiu 62,4%, e o desemprego caiu para 5,8%, uma redução de 1,2 ponto percentual em relação ao trimestre anterior. No setor formal, houve criação líquida de postos de trabalho, reforçando o cenário de recuperação.
De forma geral, o primeiro semestre de 2025 evidencia a retomada do crescimento de setores-chave da economia distrital, especialmente pela reversão das quedas anteriormente observadas no comércio e nos serviços. A boa safra de grãos também contribuiu para o otimismo do cenário econômico, com forte presença na pauta de exportações do trimestre.