A bebê que Bruna Tavares carrega nos braços não é sua filha, mas ganha toda a atenção e afeto que a mulher de 26 anos pode dar. É na casa de Bruna que Sara, de 10 meses, mora. É Bruna que troca suas fraldas e faz sua comida. Cabe a Bruna prover todo o amor que Sara tem recebido nos últimos meses, e é também seu dever se despedir da menininha em breve, quando ela voltar para sua família de origem.
Bruna é uma das participantes do Família Acolhedora, serviço de abrigo temporário que atende crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade. O programa é uma das apostas do Governo do Distrito Federal (GDF) para garantir uma acolhida mais personalizada e rica em amor para os pequenos que precisaram ser afastados de seus lares originais.
“Eu e meu marido enxergamos no programa uma oportunidade de fazer a diferença na sociedade”, comenta Bruna. “No momento em que a criança passa por uma ruptura, que é tirada da família por algum motivo, é muito importante que ela vá para um lar, para uma família que tem uma rotina, que tem pessoas que vão olhar para ela como um indivíduo.”
Atualmente, a Secretaria de Desenvolvimento Social do Distrito Federal (Sedes) tem dois termos de colaboração assinados com o Grupo Aconchego, responsável pela gestão do Família Acolhedora. O primeiro, válido até outubro de 2024, prevê o atendimento de até 20 crianças com idade até 6 anos. Já o segundo, em vigor até 2028, oferece 45 vagas para a faixa que vai até 18 anos.

O programa é uma das apostas do GDF para garantir uma acolhida mais personalizada e rica em amor para os pequenos que precisaram ser afastados de seus lares originais | Fotos: Renato Alves/Agência Brasília
O governador Ibaneis Rocha participou de uma cerimônia, nesta quinta-feira (19), para promover o programa. “O Família Acolhedora presta um serviço inigualável à sociedade”, afirmou. “A ideia é levar mais conforto a essas crianças, para que, no momento em que retornem aos seus lares, ou que precisarem ser encaminhadas para adoção, elas já tenham esse convívio familiar, esse amor no princípio das suas vidas”.
O encontro reuniu representantes do Judiciário e do Executivo, como o juiz titular da 1ª Vara da Infância e da Juventude do DF, Evandro Neiva de Amorim, e a senadora Damares Alves. De acordo com a parlamentar, dos 5.669 municípios brasileiros, apenas 500 oferecem o Família Acolhedora.
“Como ministra, implorei aos prefeitos para que instituíssem o programa em suas cidades. Agora, o sucesso do projeto no DF pode ser um piloto para todo o país”, ressaltou Damares. “Vamos trazer o Legislativo nacional para mostrar que isso dá certo e pode ser replicado no Brasil inteiro, inclusive com previsão orçamentária.”
Sobre o programa
Lançado em 2019 no DF, o serviço Família Acolhedora incentiva o abrigo temporário de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, com direitos violados ou ameaçados. A ideia é permitir que os pequenos encontrem proteção, afeto e cuidado em um local sólido, muitas vezes afastado do lar de origem por medida judicial.
Daniela do Nascimento participa do programa e já recebeu quatro crianças em seu lar
