No último domingo (9), sobreviver era a única coisa em que Douglas Rodrigues, de 29 anos, conseguia pensar. Ele começou a se sentir mal em casa e procurou atendimento no Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), com fortes dores no peito, dormência nos braços e no céu da boca, além de suor intenso. Durante a triagem, sofreu uma parada cardiorrespiratória e perdeu a consciência. Após a terceira parada, foi transferido para o Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), onde passou por um cateterismo.
O atendimento rápido e a atuação das equipes do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (IgesDF) foram decisivos para que o caso de Douglas tivesse um final feliz. Situações como a dele mostram a importância do reconhecimento precoce dos sintomas e da busca imediata por ajuda médica.
“Conhecendo o histórico de doenças na família, podemos prever quem tem mais risco”
Ximena Ferrugem Rosa, cardiologista do HBDF
Nesta quarta-feira (12), é celebrado o Dia Nacional de Prevenção das Arritmias Cardíacas e Morte Súbita, data que reforça a importância do cuidado com o coração. A cardiologista Ximena Ferrugem Rosa, do HBDF, lembra que o acompanhamento preventivo é essencial, sobretudo para pessoas com histórico familiar de doenças cardíacas, hipertensão ou diabetes.
“Conhecendo o histórico de doenças na família, podemos prever quem tem mais risco”, aponta a médica. “Hoje vivemos um momento da medicina em que conseguimos realizar testes genéticos para calcular esse risco e fazer intervenções pontuais nos indivíduos mais vulneráveis.”
Ximena também reforça a adoção de hábitos saudáveis, como não consumir em excesso sal e açúcar e manter uma rotina regular de atividades físicas. “É fundamental evitar o uso de drogas e de esteroides anabolizantes, como a testosterona, tão comuns atualmente”, alerta. “Os cardiologistas têm observado um aumento nos casos de infarto relacionados ao uso inadequado desses hormônios”.
Ocorrências
O infarto agudo do miocárdio continua sendo uma das principais causas de morte no país. De acordo com o Ministério da Saúde, entre 300 mil e 400 mil casos são registrados todos os anos no Brasil, e, a cada cinco a sete ocorrências, uma resulta em óbito.
De acordo com dados da Secretaria de Saúde (SES-DF), até junho deste ano, os hospitais da rede pública registraram 1.458 internações relacionadas a infarto agudo do miocárdio, sendo que 55 evoluíram para óbito. Em 2023, foram 2.428 internações e 101 mortes; já em 2024, o número chegou a 2.306 internações e 107 óbitos.