Confraternizações, organização de férias, reuniões de planejamento, encerramento de semestre letivo. Fim do ano é sinônimo de programação intensa. O período parece não ser suficiente para tanta demanda.
Para algumas pessoas, as consequências podem ir além do cansaço físico e podem até causar prejuízos psíquicos e emocionais. O clima de felicidade coletiva que paira no ar pode, inesperadamente, ser acompanhado por uma sensação de ansiedade e frustração.
No fim do ano, sempre há um aumento no número de acolhimentos a pacientes com demandas em saúde mental | Foto: Matheus Oliveira/Agência Saúde-DF
A psicóloga da Secretaria de Saúde (SES-DF) Alanna Forrest atua em rodas de terapia comunitária no Centro de Referência em Práticas Integrativas em Saúde (Cerpis) Sul, que atende as regiões do Gama e de Santa Maria. Segundo Forrest, nesse período sempre há aumento no número de acolhimentos a pacientes com demandas em saúde mental.
“No grupo da última roda de terapia do ano, muitos trouxeram queixas relacionadas à família: alguns perderam entes queridos, outros, nessa época, têm uma vivência de violência, devido ao uso de álcool ou outras drogas. Esse também é um período em que costumamos avaliar o ano que passou e refletir sobre desejos que a gente não conseguiu realizar. Isso acaba trazendo um pouco de frustração”, afirma a psicóloga.
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A especialista aponta que a unidade de saúde tem recebido muitos pacientes com queixas de alteração do sono, de aumento dos níveis de ansiedade e de crises de depressão, além de pessoas que estão de luto. “Nessa época, voltam à memória as perdas que a pessoa teve durante o ano, de pessoas queridas com quem ela não pode celebrar agora,” comenta.