O que pode representar para muitos um simples documento tornou-se símbolo de tranquilidade e alívio para a família de Cornélio Rubem da Mata, de 105 anos, que teve a identidade emitida após 26 anos sem ela. Do interior de Xique-Xique, município baiano, o centenário chegou à capital federal nos anos 1990 com a carteira emitida no Piauí. Desde então, alegou burocracia e falta de tempo para não renovar a documentação.
O cenário mudou neste ano, após a nora de Cornélio, Fernanda Amorim, 49, descobrir o serviço domiciliar de emissão de identidade. “Essa é a primeira identidade que ele emite aqui no Distrito Federal, cidade onde trabalhou na construção e fez toda a vida dele”, afirmou.
Depois de 26 anos sem Carteira de Identidade, o aposentado Cornélio Rubem da Mata, de 105 anos, pôde emitir o documento sem sair de casa | Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília
A dona de casa foi atrás do serviço após o parente ficar acamado, devido a uma forte pneumonia. “A gente ficou com muito medo dele morrer e ainda por cima de termos dificuldades na realização de processos legais e administrativos pelo fato de não ter a identidade”, explicou Fernanda, que mora em Sobradinho.
A preocupação da família, porém, foi rapidamente resolvida em uma das unidades do Na Hora. “Eu relatei sobre a dificuldade de deslocamento do meu sogro para uma das atendentes, e, três dias depois, o pessoal da Polícia Civil já estava lá em casa para emitir o documento”, contou.
A dona de casa Fernanda Amorim, nora de Cornélio, elogiou o serviço domiciliar de emissão de identidade: “Três dias depois, o pessoal da Polícia Civil já estava lá em casa para emitir o documento”
Conforto e praticidade foram exatamente os aspectos ressaltados por Elimar Martins, 41, filho de seu Cornélio, com relação ao serviço: “[É confortável e prático] tanto para a família quanto para o nosso pai, que não precisou sair de casa, nem pegar filas para ser atendido; agora, quando ele precisar utilizar a identidade, estaremos tranquilos”.
O idoso agora possui um novo formato da identidade, que unifica os dados por meio do Cadastro de Pessoa Física (CPF). Eles passam a ser o único número de identificação do cidadão em todo o país. Além disso, o documento segue padrões internacionais, com QR Code para autenticação e elementos de segurança que reduzem o risco de fraudes.
Filho de seu Cornélio, Elimar Martins está aliviado: “Agora, quando ele precisar utilizar a identidade, estaremos tranquilos”
Mais eficiência, menos espera
Em 2024, o Instituto de Identificação emitiu 345.393 carteiras de identidade. Dessas, 5.484 foram emitidas pela Seção de Operações Papiloscópicas Externas (Sope) da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) – o documento do seu Cornélio foi um deles.
O Sope oferece um serviço exclusivo para as pessoas hospitalizadas ou com graves problemas de locomoção, garantindo mais acessibilidade e eficiência por meio de um sistema online para agendamento, que evita filas e reduz o tempo de espera.
“É muito gratificante saber que podemos ajudar tantas pessoas”, comentou o chefe do Sope II, Robson Braz
