Celebrado nesta sexta-feira (5), o Dia Nacional da Fibrose Cística chama a atenção para uma doença genética rara que pode comprometer significativamente a saúde de crianças, adolescentes e adultos, se não for diagnosticada e tratada corretamente.
A doença torna o muco produzido pelo organismo mais espesso e pegajoso que o normal. Isso dificulta a respiração, favorece infecções pulmonares recorrentes e prejudica a absorção de nutrientes.
Segundo o Ministério da Saúde, estima-se que um em cada 10 mil nascidos vivos no Brasil tenha a doença. O diagnóstico precoce, feito a partir do teste do pezinho, é essencial para iniciar o tratamento ainda nos primeiros meses de vida.
Os sinais mais comuns incluem tosse persistente, pneumonia recorrente, diarreia frequente, dificuldade para ganhar peso e suor mais salgado que o normal.
A doença não pode ser prevenida, mas a triagem neonatal permite diagnóstico e início rápido do tratamento. O aconselhamento genético familiar orienta casais sobre o risco de recorrência em irmãos.
Hospital de Base: referência no DF
O HBDF, administrado pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF), é o centro de referência para adultos com fibrose cística no DF. Atualmente, 63 pessoas recebem acompanhamento na unidade.
Os atendimentos são limitados, pois os pacientes não podem se encontrar devido à colonização por germes específicos da doença, que, combinada à baixa imunidade, acelera o dano pulmonar. São realizados oito atendimentos por semana, 32 por mês e um total de 384 por ano.
A maioria dos pacientes vem do Centro Infantil de Fibrose Cística, no Hospital da Criança de Brasília (HCB), enquanto os adultos diagnosticados tardiamente são encaminhados pelos médicos especialistas da rede pública.
A chefe do Serviço de Pneumologia do Base, Nancilene Melo, reforça a importância da triagem neonatal para um tratamento eficaz. “Quanto mais cedo conseguimos identificar a fibrose cística, maiores são as chances de oferecer qualidade de vida. O início precoce do cuidado ajuda a reduzir infecções respiratórias, melhorar a nutrição e prolongar a sobrevida do paciente”, explica.
Superação
Desde criança, Gilson Martins sofria com sintomas respiratórios que eram tratados como asma. Entre internações frequentes e episódios de pneumonia, ele vivia um isolamento constante para evitar problemas mais graves.
Foi em uma das inúmeras internações no Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), aos 19 anos, que descobriram o diagnóstico: fibrose cística, uma doença que afeta principalmente os pulmões e o sistema digestivo.