Mais de 70 produtores, técnicos, estudantes, pesquisadores e autoridades participaram neste sábado (24) do I Encontro da Cafeicultura do Distrito Federal e RIDE, realizado durante a AgroBrasília 2025, no auditório Buriti, no Parque Tecnológico Ivaldo Cenci, PAD-DF. O evento, promovido pela Emater-DF em parceria com a Associação de Empreendedores de Café do Lago Oeste (Elo Rural) e com apoio da AgroBrasília, celebrou o crescimento da cafeicultura na região, apresentou novas perspectivas para o setor e homenageou produtores pioneiros.
Em 2024, a cafeicultura movimentou quase R$ 23 milhões no DF, com 138 produtores cultivando cerca de 470 hectares e uma produção anual superior a 900 toneladas.
Na abertura do evento, o presidente da Emater-DF, Cleison Duval, ressaltou que o café trilha o mesmo caminho de sucesso de outras culturas já consolidadas na região. “O Distrito Federal tem se destacado com produtos de qualidade e alto valor agregado. Queremos que o café siga esse mesmo caminho, focando na produção de cafés especiais e valorizando quem produz”, afirmou. “O café pode se tornar mais uma marca forte do DF, levando qualidade e orgulho para quem planta e para quem consome.”
O secretário-executivo da Secretaria de Agricultura (Seagri), Pedro Paulo, falou sobre a criação da Câmara Setorial dos Produtores de Café do DF, iniciativa que visa organizar o setor, articular políticas públicas e ampliar mercados.
“Aqueles que se arriscaram estão hoje colhendo bons frutos: produzindo e exportando café de excelente qualidade. O café é uma cultura estratégica: fácil de plantar, viável em pequenas áreas e com grande potencial para transformar a vida das famílias. Com apoio da senadora Damares, conseguimos recursos para mapear a realidade da cafeicultura no DF e RIDE, capacitar técnicos e produtores e implantar unidades com os melhores materiais genéticos. Nosso objetivo é levar tecnologia de ponta ao produtor e caminhar juntos — pesquisa, técnicos e agricultores — para o sucesso da cafeicultura no Brasil Central”, destacou Antônio Fernando Guerra, da Embrapa Café.
A presidente da Elo Rural, Lívia Tèobalddo, falou sobre o avanço da associação. “A Elo nasceu de um atrevimento que está dando certo. Começamos com dez associados e hoje somos 39. Estamos expandindo do Lago Oeste para todo o DF, RIDE e até outros estados como Minas Gerais e Tocantins. Muitos que moram aqui e produzem fora querem ajudar o DF a se destacar na cafeicultura mundial”, afirmou.
Durante o I Encontro de Cafeicultura do Distrito Federal, produtores que são referência no desenvolvimento da cafeicultura local foram homenageados: Márcio Jório (in memoriam), pioneiro no cultivo orgânico e artesanal com o Café Serrazul, no Lago Oeste; Carlos Coutinho, do Café Minelis, cuja trajetória familiar levou o sabor do Cerrado para diversos países; Cristiane Zancanaro Simões, que, à frente da Famiglia Zancanaro, consolidou a tradição e a excelência no Cerrado Goiano; Leomar e Núcia Cenci, do Café Grão Nativo, exemplo de inovação e qualidade no DF; e Pedro Jardim, do Jardins Café, referência na produção de café orgânico e no fortalecimento da cadeia produtiva local.