Entre telas, games, realidade virtual e uma boa dose de curiosidade, estudantes da rede pública estão descobrindo que a inteligência artificial (IA) vai muito além dos robôs ou das respostas rápidas em aplicativos. O projeto IA nas Escolas, idealizado pelo Instituto Integra Mais Um, com apoio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Distrito Federal (Secti-DF), abriu as portas de um espaço totalmente dedicado à experimentação tecnológica. Até 19 de novembro, o galpão anexo ao Planetário de Brasília funciona como ambiente interativo para o público e, durante a semana, recebe grupos escolares com transporte e lanche gratuitos.
Segundo o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do DF, Rafael Vitorino, o projeto reafirma o compromisso de levar a inovação a todos os cantos do Distrito Federal. “A inclusão digital começa pelo acesso. Ao proporcionar esse tipo de vivência aos alunos da rede pública, estamos formando uma geração preparada para usar a tecnologia com responsabilidade e criatividade”, declarou.
Cerca de 1,6 mil alunos da rede pública já aproveitaram a iniciativa desde 20 de outubro. O espaço abriga o Museu da História da IA, uma exposição de NFTs criadas com ferramentas de inteligência artificial, além de área gamer, jogo interativo, estações de realidade virtual e palestras conduzidas pelo especialista e curador do projeto, Clark Paiva.
“A ideia é dar oportunidade para que estudantes que muitas vezes não têm contato com essas ferramentas possam aprender de forma prática e lúdica. E o retorno tem sido incrível, os alunos saem encantados com o que descobrem aqui”, destacou Paiva.
Ele ressaltou, ainda, o ganho social dos estudantes ao participar do projeto: “Tem sido uma experiência muito bacana receber esses alunos para aprender sobre tecnologia e inteligência artificial. Eu gosto de dizer que esses jovens são os protagonistas desse futuro. Eles não devem temer as máquinas, mas aprender a dominá-las, porque a capacidade de pensar e sentir é deles”.
Uso consciente
Durante uma das visitas ao espaço, alunos do CEF 519 de Samambaia compartilharam impressões sobre o aprendizado. Para Stela Alves Rodrigues, de 15 anos, a IA pode ser uma aliada na criação e na educação. “Aprendi que dá para criar vídeos e músicas só escrevendo o que a gente quer. Acho que no futuro a gente vai usar muito isso. É bom a gente já ter esse contato porque quando crescer vai ser ainda mais comum”, contou.
Já Camilly Sousa, de 14 anos, destacou o aspecto humano por trás da tecnologia. “A inteligência artificial foi criada por pessoas. Se nós a criamos, ela não pode ser mais inteligente do que a gente. É uma ferramenta e quem comanda somos nós”, disse.
A colega Natália Firmino Lopes, também de 14 anos, reforçou a importância da acessibilidade do projeto: “Muita gente pensa que a IA tira o nosso conhecimento, mas ela é feita por humanos, então somos nós que dominamos ela. O melhor é que o evento é gratuito e acessível para todo mundo”, afirmou.