“Essas oportunidades são maravilhosas, acessíveis, eficientes e gratuitas. É transformador.” O depoimento é de Sandra Maria Rodrigues, 51 anos, moradora de Planaltina. Depois de décadas atuando como diarista, ela viu sua profissão ganhar novos rumos após participar da primeira etapa do projeto Protagonista da Casa, promovido pela Secretaria de Justiça e Cidadania do Distrito Federal (Sejus-DF). O curso gratuito de organização do lar ensinou técnicas de limpeza, organização, otimização de espaços e valorização profissional. “Comecei a cobrar por hora, ganhei mais reconhecimento e aumentei minha renda. Hoje até ganho à parte para organizar armários no meu condomínio”, conta, animada, após se inscrever no segundo módulo do curso, voltado agora para a educação financeira.
O relato de Sandra ecoa entre as mais de 8 mil mulheres que participaram do primeiro módulo do projeto, que ofereceu o curso de organização do lar entre os meses de fevereiro e julho, em todas as regiões administrativas do DF. A capacitação, com duração de duas horas, foi ministrada por Barbara Porto, especialista em organização e gerenciamento doméstico, e chegou a reunir uma média de cinco turmas por semana — algumas cidades, como Planaltina, Gama, Sobradinho, Santa Maria e Estrutural, receberam mais de uma edição devido à grande procura.
Impacto real e valorização profissional
“O que mais me marcou foi ver o quanto essas mulheres passaram a valorizar o trabalho doméstico que realizam. Elas saem do curso com um novo olhar, mais ético e profissional sobre o próprio serviço, conseguem fazer cobranças justas e prestar um atendimento de maior qualidade. Isso transforma a autoestima e abre portas para ganhos melhores ou até para se tornarem personal organizers”, destaca a instrutora Barbara Porto.
Idealizadora do projeto, a secretária de Justiça e Cidadania do DF, Marcela Passamani, reforça que a proposta vai além da capacitação técnica. “O Protagonista da Casa é sobre oportunidades, dignidade e autonomia. Estamos falando de milhares de mulheres que agora enxergam valor no que fazem, que se sentem capazes de empreender, de buscar uma renda melhor e de transformar suas histórias. Esse é o papel da política pública: mudar realidades com ações concretas e acessíveis”, afirma.
Reconhecimento e empoderamento