Desde 2016, o 7 de abril é marcado como Dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência na Escola — data escolhida em alusão ao massacre de Realengo, no Rio de Janeiro. Visto como prioritário pela Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF), o enfrentamento a esse problema é o objeto de diversas ações e programas desenvolvidos pela pasta.
Neste mês, quatro escolas da rede pública receberão o espetáculo Hora da Saída, que trata do bullying, e poderão participar de bate-papo sobre o tema com profissionais | Foto: Geovana Albuquerque/Agência Brasília
Entre as iniciativas, está a promoção de cursos de formação para os professores. “No ano passado, em parceria com a Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos, com o Batalhão de Policiamento Escolar e com a Secretaria de Segurança Pública, fizemos oficinas e chegamos a capacitar 5 mil profissionais para trabalhar a questão do bullying”, lembra Ana Beatriz Goldstein, chefe da Assessoria Especial de Cultura de Paz da SEEDF.
“Depois da pandemia, a gente começou a perceber que os casos de violência nas escolas eclodiram. Os jovens estavam confinados e ficaram muito expostos às redes, que são um inimigo invisível. Por isso, houve essa intensificação do trabalho de cultura pela paz”
Ana Beatriz Goldstein, chefe da Assessoria Especial de Cultura de Paz da SEEDF
Em relação aos estudantes, as ações variam de escola para escola. Uma iniciativa de sucesso, que inclusive foi destacada em uma transmissão ao vivo nesta segunda-feira (7), é o programa desenvolvido no Centro de Ensino Médio 01 do Guará, que valoriza o protagonismo dos próprios jovens, estimulando a escuta ativa. “Muitas vezes, o aluno prefere falar com um colega do que com um profissional”, pontua Ana Beatriz. Esse e outros projetos foram compilados em um livro lançado pela Secretaria com práticas exitosas contra o bullying.
Mas há uma ação voltada aos alunos que integra diferentes unidades. É o programa NaMoral, desenvolvido em parceria com o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e que acaba de ser aprovado, por unanimidade, na Câmara Legislativa para virar a Política Distrital de Educação para a Integridade. Na prática, o projeto deixa de ser aplicado apenas nas escolas que se voluntariaram a recebê-lo e passa a ser levado a todos os colégios, públicos e particulares.