Os Agentes de Vigilância Ambiental em Saúde (Avas) desempenham um papel essencial no combate ao mosquito transmissor da dengue, realizando visitas domiciliares para prevenir doenças, mapear territórios e executar atividades de vigilância. Nesta quarta-feira (9), cerca de 14 agentes estiveram na Cidade Estrutural e intensificaram a conscientização especialmente no bairro Santa Luzia.
Além do monitoramento constante, as equipes atuaram nesta semana com a borrifação residual intradomiciliar (BRI), técnica que deixa um resíduo repelente nas paredes das residências por até 90 dias. Os agentes também utilizaram uma bomba costal, que faz o efeito do fumacê de forma mais mecânica nas localidades escolhidas.
O trabalho rotineiro de monitoramento foi reforçado esta semana com borrifação residual intradomiciliar e bomba costal | Fotos: Matheus H. Souza/Agência Brasília
“Estamos em uma força-tarefa para bloquear e diminuir a circulação viral aqui em Santa Luzia. Nós já fizemos o trabalho de visita, em que tentamos eliminar o maior quantitativo de focos e tratamento dos que não podem ser eliminados. A contratação de mais 550 servidores para o setor está nos ajudando muito em relação a esse trabalho para evitar um período crítico de casos de dengue como tivemos no ano passado”, observou a chefe do Núcleo de Vigilância Ambiental do Guará, Roberta Ferreira.
Educação coletiva
Na região de Santa Luzia houve a confirmação de três casos de chikungunya, doença febril caracterizada por dores fortes, especialmente nas articulações, causada pelo vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. A babá Noelia Ribeiro Silva, de 32 anos, é vizinha de uma das famílias em que um bebê de 2 anos sofreu com a enfermidade. Seguindo as orientações passadas pelas equipes de Vigilância Ambiental, ela ressaltou a importância de cada um fazer sua parte.
Noelia Ribeiro Silva ressalta que o combate à dengue é um “dever de todos”
“Às vezes, um ou dois vizinhos tomam cuidado, mas o restante não. Fica muito lixo acumulado e, se você falar, a pessoa não gosta. Vindo uma equipe do GDF há um incentivo mais incisivo para que as pessoas cuidem melhor, porque tem gente que deixa muito lixo acumulado, molhado ou jogado. E a gente quer cuidar por causa das crianças, que, ano passado, sofreram muito com a dengue. É um dever de todos, porque adoece os outros também e não só o dono da casa”, frisou a moradora.
A dona de casa Antônia Pereira da Paixão, 58, também é uma das que seguem as orientações passadas pelas equipes do Governo do Distrito Federal (GDF). Após ter tido duas semanas difíceis ao pegar chikungunya, ela nunca mais deixou uma garrafa virada para cima e sempre que as equipes testam a água das caixas que usa, está limpa. “Todo mundo tem que fazer isso, porque quando a pessoa fica doente, fica mal, é capaz até de morrer. Eu mesma quase morri, foi muita dor nos ossos, no corpo, na cabeça e atrás dos olhos. Mas a gente cuidar de um canto e o vizinho não cuidar do outro, fica difícil”, alertou.
