Dia 15 de setembro é marcado pelo Dia Mundial de Conscientização sobre Linfomas, tipo de câncer no sangue que se desenvolve no sistema linfático. A data visa alertar e conscientizar a população sobre a doença e a relevância de identificá-la precocemente. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), estima-se que mais de 500 mil casos novos de linfoma ocorram por ano no Brasil. O tratamento pode ser realizado por meio de radioterapia, quimioterapia e transplante de medula óssea.
O tratamento do linfoma pode ser realizado por meio de radioterapia, quimioterapia e transplante de medula óssea | Foto: Geovana Albuquerque/ Agência Brasília
Entre os meses de janeiro e agosto de 2024, foram realizados 163 transplantes no Distrito Federal (DF); no mesmo período em 2023, foram 135 procedimentos, um aumento de 17%, que representa esperança para os pacientes. A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) também oferece o transplante autólogo, que utiliza células-tronco do próprio paciente.
De acordo com a Referência Técnica Distrital (RTD) em hematologia, Nina de Oliveira, esse procedimento é uma importante ferramenta para o tratamento do câncer. “É um reforço para se atingir os melhores resultados contra linfomas, tumores sólidos e mieloma múltiplo”, explica. Após retirada de células-tronco, o paciente é submetido a altas doses de quimioterapia. “Assim, quando chegar o momento do transplante [infusão], ele já passou por um processo de controle da doença e aumentam as chances de cura”.
De acordo com a Referência Técnica Distrital em Hematologia, Nina de Oliveira, o transplante autólogo é uma importante ferramenta para o tratamento de pacientes com câncer | Foto: Divulgação/ Agência Saúde-DF
A doença se divide em dois tipos: linfoma de Hodgkin e linfoma não Hodgkin. O primeiro é mais comum em adolescentes, jovens de 15 a 25 anos, e em adultos após os 60 anos. O Inca estima que, em 2023, foram diagnosticados mais de 3 mil casos desse tipo. “O linfoma de Hodgkin é um dos tipos de câncer com maior índice de cura, embora a causa do seu surgimento, na maioria dos casos, não seja conhecida”, explica a RTD.
O personal trainer Carlos Henrique Campos, 31, começou a sentir suores noturnos, cansaço extremo e dificuldade para dormir. Em 2023, aos 30 anos, foi diagnosticado com linfoma de Hodgkin. “Tive muito medo quando descobri. Minha vida profissional parou, pois fiquei incapacitado de exercer minha profissão e foquei 100% no tratamento”, relata. Ele foi acompanhado pela equipe de hematologia da SES-DF. “O linfoma é uma doença que acomete pessoas jovens, e nunca pensamos que pode acontecer com a gente, né? Eu recorri ao Sistema Único de Saúde [SUS] e fiquei surpreso com a qualidade do tratamento e dos profissionais”, avalia.