Uma das principais medidas do Governo do Distrito Federal (GDF) para controlar e prevenir os casos de incêndios florestais é a queima controlada, também chamada de aceiros. Essas ações são realizadas todos os anos para retirar o mato seco e impedir que o fogo se alastre, especialmente no período de seca. A primeira queima controlada de 2024 ocorreu em abril, em uma área de 70 hectares, próxima à Lagoa Bonita.
Desta vez, a medida ocorreu no perímetro da Estação Ecológica de Águas Emendadas (Esecae), às margens das rodovias DF-345 e DF-128. A ação contou com 26 brigadistas florestais e mais seis servidores do Instituto Brasília Ambiental, além de servidores do Departamento de Estradas de Rodagem (DER-DF) e do Corpo de Bombeiros Militar do DF (CBMDF).
A ação preventiva contra incêndios florestais cobriu 29 km entre terça e quarta-feiras | Fotos: Matheus H. Souza/Agência Brasília
Foram 20 quilômetros cobertos pelas equipes nesta quarta-feira (10), além de nove quilômetros feitos na terça-feira (9). Em 2023 foi mapeada apenas uma ocorrência de incêndio florestal na Esecae, quando foi queimada uma área de 1,52 hectares, o que equivale a 0,02% da unidade de conservação.
Com mais de 10,5 mil hectares, a estação ecológica é uma das principais unidades de conservação do Distrito Federal, com grande importância sobretudo para os recursos hídricos, desenvolvimento de pesquisas científicas e atividades de educação ambiental.
“Qualquer fogo que entra, a gente tem um prejuízo ambiental muito grande”, afirma a superintendente de Unidade de Conservação, Biodiversidade e Água do Brasília Ambiental, Marcela Versiani. A gestora acrescenta, ainda, que o principal objetivo da ação é acabar com a vegetação exótica que fica às margens da rodovia, para que esta não se torne um combustível para o fogo no futuro.
Fogo contra fogo
Albino Luciano Simões Antônio: “A gente coloca fogo em uma área justamente para evitar incêndios em outra que a gente quer preservar”
O diretor substituto de Manejo Integrado do Fogo do Brasília Ambiental, Albino Luciano Simões Antônio, explica que, para realizar os aceiros, o solo é molhado ao redor de toda a área, na chamada linha fria. O fogo é ateado em oposição à direção do vento para garantir que se espalhe devagar e, enquanto isso, os brigadistas fazem o controle do fogo com sopradores de ar. Caso seja necessário, o caminhão do Corpo de Bombeiros está pronto para intervir. A medida também serve como treinamento entre as equipes para situações extremas.
