11/09/2025 às 10h04 - Atualizado em 11/09/2025 às 10h04
Wolbitos: Perguntas e respostas sobre o método que vai combater a dengue no DF
Medida é considerada segura para seres humanos, animais e meio ambiente; mosquitos serão soltos ainda neste mês
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Agência Brasília* | Edição: Carolina Caraballo
Ainda neste mês, o Distrito Federal iniciará a soltura dos wolbitos: mosquitos Aedes aegypti inoculados com a bactéria Wolbachia. Essa é mais uma ferramenta no combate a doenças como dengue, zika, chikungunya e febre amarela urbana.
Mosquitos inoculados com a bactéria Wolbachia são mais uma ferramenta aliada ao combate à dengue | Fotos: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde-DF
Com o objetivo de reduzir a transmissão dessas enfermidades, o novo método é seguro e não representa riscos. No entanto, a população pode ter dúvidas sobre os mosquitos amigos que começarão a circular pela capital.
Confira abaixo as principais informações sobre o método de prevenção.
→ O que é o método Wolbachia?
Consiste na soltura de mosquitos Aedes aegypti inoculados com a bactéria Wolbachia — os chamados wolbitos. A bactéria impede que o inseto desenvolva os vírus da dengue, zika e chikungunya, interrompendo a transmissão dessas doenças.
Os wolbitos se reproduzem com os mosquitos selvagens, transmitindo a bactéria para as próximas gerações. Quando um macho infectado cruza com uma fêmea sem Wolbachia, não há nascimento de filhotes, o que contribui para substituir a população transmissora.
Com o tempo, não será mais necessário realizar novas solturas, porque a população de mosquitos amigos se tornará predominante.
Método não traz nenhum risco ao ser humano ou animais
→Quais doenças o método Wolbachia ajuda a reduzir?
O método reduz a transmissão de doenças causadas por vírus, como dengue, zika e chikungunya, além de outras menos comuns, como mayaro e febre amarela urbana.
Sim. Não há riscos para pessoas ou animais, como pets. O método auxilia na proteção contra doenças transmitidas por mosquitos e faz isso sem causar impactos aos ecossistemas naturais ou à saúde humana. Ele é recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e já foi adotado em 14 países.
→Posso ser contaminado com a bactéria se um wolbito me picar?
Não. A Wolbachia fica dentro das células do mosquito e não é transmitida a outros seres vivos por meio da picada ou da alimentação.
→Onde os mosquitos serão liberados?
Os wolbitos serão soltos em Planaltina, Brazlândia, Sobradinho II, São Sebastião, Fercal, Estrutural, Varjão, Arapoanga, Paranoá e Itapoã, além dos municípios de Luziânia e Valparaíso, em Goiás.
Bactéria presente dentro da célula do mosquito não é repassada para outros seres vivos por meio da mordida ou da alimentação
→Devo matar ou não o mosquito?
A soltura dos wolbitos é apenas mais uma ferramenta de combate às arboviroses. Os demais métodos de prevenção devem continuar sendo adotados, como eliminar água parada e usar repelentes.
Não há diferença visual entre os mosquitos com ou sem Wolbachia: ambos têm o mesmo tamanho, padrão de listras e comportamento. Por isso, pode-se continuar usando aerossóis, raquetes elétricas e outros meios individuais de controle.
→Pode causar algum prejuízo ao ecossistema?
Não. A Wolbachia é uma bactéria de ocorrência natural e considerada segura para seres humanos, animais e para o meio ambiente.