Quatro dias inesquecíveis: Brasília celebrou 65 anos com arte, festa e um milhão de pessoas nas ruas
Durante quatro dias de celebrações pelos 65 anos de Brasília, cerca de um milhão de pessoas ocuparam a Esplanada dos Ministérios em clima de festa, organização e diversidade de atividades. Mais do que o centro político do país, a aniversariante de abril se transformou em um grande palco, com uma programação voltada à valorização da arte local e à ocupação dos espaços públicos. Ao longo do feriadão, mais de 3,5 milhões de viagens foram realizadas no transporte público coletivo, com o benefício do programa Vai de Graça, que permitiu que a população aproveitasse ao máximo as festividades. Segundo o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, as comemorações foram pensadas com muito carinho para os brasilienses e visitantes. “Tivemos a rede hoteleira com capacidade máxima, a cidade ficou cheia. Tudo ocorreu com muita segurança, pouquíssimas ocorrências e nenhuma de gravidade. A população estava feliz, aproveitando a festa com tranquilidade”, conta. A Esplanada dos Ministérios virou palco de encontros inesquecíveis, com shows que emocionaram e atividades para todas as idades | Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília “As comemorações dos 65 anos de Brasília foram uma verdadeira celebração da nossa identidade. Tivemos arte, fé, esporte, gastronomia, música e cultura em cada canto da cidade. A Esplanada dos Ministérios virou palco de encontros inesquecíveis, com shows que emocionaram e atividades para todas as idades. Foi uma festa pensada para reunir as famílias e proporcionar momentos de alegria e pertencimento”, destaca a vice-governadora, Celina Leão. Para garantir a segurança das pessoas, as ações programadas por meio do Protocolo de Operações Integradas (POI), coordenado pela Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF), foi elaborado por meio de reuniões técnicas, iniciadas ainda ano passado, com representantes das forças de segurança, órgãos do Governo do Distrito Federal e instituições parceiras. Segundo o secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar, a atuação realizada de forma integrada foi fundamental para o resultado da operação. O público dos shows pôde curtir com muita segurança | Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília Entre sábado (19) e segunda-feira (21), foram registradas 171 ocorrências, sendo 81% de furtos -- a maioria de celulares. Do total, também houve resistência e embriaguez ao volante. Durante os shows, foram realizadas revistas pessoais nos acessos à Esplanada dos Ministérios, especialmente no entorno dos shows, e apreendidos mais de 300 itens não permitidos, entre eles, facas, canivetes, armas de choque, sprays de pimenta e objetos cortantes. Houve ainda apreensão de 35 porções de drogas e materiais diversos, incluindo um simulacro de arma de fogo. A Polícia Militar (PMDF) e o Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF) realizaram ações preventivas durante o aniversário de Brasília. Foram 685 abordagens veiculares e 637 testes de etilômetro, sendo 56 condutores autuados por alcoolemia. Doze motoristas estavam inabilitados e 47 veículos foram removidos ao depósito. Cultura e lazer Com entrada gratuita, o Jardim Zoológico recebeu um número recorde de visitantes no feriadão | Foto: Tony Oliveira/Agência Brasília Para quem preferiu aproveitar o feriado longe da música alta, Brasília também ofereceu arte e lazer. Segundo a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF (Secec-DF), o Museu Nacional recebeu mais de 8,9 mil visitantes durante os quatro dias de folga. No Teatro Nacional, todas as sessões lotaram — a Sala Martins Pena tem 476 lugares e funcionou com ocupação máxima. Já o Cine Brasília atraiu mais de mil pessoas no mesmo período. O Jardim Botânico de Brasília e o Zoológico também registraram grande movimento, com cerca de 49 mil visitas. Desde o início da gratuidade nesses espaços aos domingos e feriados, em 27 de março, até esta segunda-feira (21), os dois espaços públicos somaram mais de 88 mil visitantes. Desse total, aproximadamente 55% foram registrados apenas nos últimos cinco dias. "A programação que preparamos para os 65 anos de Brasília foi pensada para valorizar a arte local e ocupar os nossos espaços culturais com força total. Então, ver esses resultados é a maior prova de que o brasiliense quer e valoriza a cultura”, destaca o secretário de Cultura e Economia Criativa do DF, Claudio Abrantes. Para ele, o aniversário de Brasília foi uma celebração à altura da capital: plural, vibrante e com o protagonismo dos artistas locais. Gastronomia O tradicional festival gastronômico Restaurant Week dedicou edição especial aos 65 anos de capital federal | Foto: Divulgação/Secretaria de Turismo Os amantes da boa culinária estão se deliciando com uma edição inédita e especial do festival gastronômico Brasília Restaurant Week, que vai até domingo (27). A iniciativa conta com o apoio do Banco de Brasília (BRB) e da Secretaria de Turismo do Distrito Federal (Setur-DF). Em homenagem aos 65 anos de Brasília, os restaurantes participantes oferecem menus completos, com entrada, prato principal e sobremesa, em uma única categoria: almoço por R$ 65 e jantar por R$ 89. Clientes BRB têm acesso a benefícios exclusivos em alguns estabelecimentos. Segundo a organização do evento, mais de 30 mil pessoas visitaram os mais de 70 restaurantes participantes na primeira semana do festival. A estimativa aponta que, nos primeiros oito dias de festival, mais de R$ 4 milhões entraram na economia local por meio do consumo dos menus e bebidas. Para o secretário de turismo, Cristiano Araújo, o aniversário de Brasília foi uma verdadeira celebração para as famílias. “A população compareceu em peso, e tenho certeza de que essa comemoração ficará marcada para sempre. A cidade esteve movimentada durante todo o feriado, o que aqueceu a economia em todos os segmentos, shoppings, bares, restaurantes, hotéis e pontos turísticos. Em todos os cantos, vimos a presença da população celebrando a nossa cidade. Estamos muito felizes com a repercussão positiva do evento, com toda a segurança e organização. Que venham os 66 anos”, ressalta. City Tour O City Tour Cívico promove um passeio pela cultura e pela arquitetura de Brasília | Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília No sábado de feriado, o Governo do Distrito Federal (GDF), em parceria com a Brasília Receptivo, lançou o projeto turístico City Tour Cívico. A iniciativa tem como objetivo proporcionar a moradores e turistas uma imersão na história e na arquitetura da capital federal. O passeio é gratuito e, inicialmente, foram disponibilizados 60 ingressos por saída, com três saídas por dia, no total de 180 participantes por dia e 540 ao longo dos três dias. No entanto, com a alta demanda, o número de saídas aumentou, com partidas a cada 30 minutos e, na maioria dos casos, com lotação máxima. Com isso, o projeto alcançou aproximadamente 720 pessoas. O número só não foi maior devido ao fechamento da Esplanada dos Ministérios. Limpeza [LEIA_TAMBEM] O Serviço de Limpeza Urbana (SLU) também marcou presença e realizou uma operação especial de limpeza no feriado prolongado. Durante as celebrações, houve reforço nas atividades de varrição e catação com o trabalho de 520 garis, que atuaram em pontos estratégicos da cidade para garantir a manutenção da limpeza urbana. A data com maior recolhimento de resíduos foi 21 de abril. Apenas no dia do aniversário de Brasília, uma equipe de 114 garis utilizou 1.800 sacos de lixo para retirar mais de cinco toneladas de resíduos. Na somatória da limpeza feita no feriado prolongado, foram utilizados 4.740 sacos de lixo, com o recolhimento de mais de 14 toneladas de resíduos sólidos. Para auxiliar no descarte correto de resíduos recicláveis como papel, garrafas de plástico e latinhas de metal, o SLU também instalou 15 papa-recicláveis nas imediações da Esplanada dos Ministérios, local que recebeu shows comemorativos.
Ler mais...
Brasília em Realidade Virtual: uma viagem imersiva pela arquitetura da capital
Reconhecida mundialmente por sua arquitetura modernista e planejamento urbano inovador, Brasília é tema de uma experiência multissensorial desenvolvida por pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB). A iniciativa utiliza a tecnologia de realidade virtual para apresentar, de forma interativa e imersiva, os principais patrimônios arquitetônicos da capital, como o Congresso Nacional, o Palácio da Alvorada e a Catedral Metropolitana. A proposta surge em um momento simbólico, em que Brasília celebra seus 65 anos de criação, reforçando a importância de valorizar e preservar o legado cultural e arquitetônico da cidade idealizada por Lúcio Costa e Oscar Niemeyer. Educação em realidade aumentada: Projeto financiado pela FAPDF é testado com estudantes da UnB, unindo inovação e valorização cultural | Crédito: Divulgação/FAPDF Voltado a estudantes, turistas, moradores e entusiastas da arquitetura, o projeto oferece uma nova maneira de vivenciar a Esplanada dos Ministérios e seus edifícios emblemáticos. O uso de óculos de realidade virtual permite que o usuário explore detalhes e circule pelos arredores das construções, mesmo sem estar fisicamente em Brasília. Tecnologia, percepção e acessibilidade A proposta integra visão, audição e tato para criar uma ambientação envolvente. A experiência é composta por duas etapas: uma simulação aérea com voo de paraglider sobre a cidade e uma visita em formato de galeria virtual, com informações sobre cada edifício. Sons direcionais, ventiladores e suportes físicos ajudam a reforçar a sensação de imersão. A proposta integra visão, audição e tato para criar uma ambientação envolvente “O objetivo é proporcionar uma percepção mais próxima da realidade, despertando o interesse do público para a história e o valor cultural dos patrimônios de Brasília”, explica o professor e pesquisador responsável pelo projeto, Renan Balzani. Educação e inclusão Um dos principais focos do projeto é ampliar o acesso ao conhecimento sobre a arquitetura e urbanismo brasileiros. A experiência foi pensada para atender diferentes perfis de público, incluindo estudantes do Ensino Fundamental ao Superior, além de pessoas com necessidades específicas, cujas reações à tecnologia serão observadas durante a exposição. O caráter educativo é central à iniciativa, que busca integrar a vivência estética e sensorial ao ensino formal e informal, fortalecendo a valorização do patrimônio nacional. Impacto e continuidade Ainda em fase de exposição na Universidade de Brasília, a iniciativa poderá futuramente ser expandida para outros espaços de ensino e pesquisa. A proposta é alcançar públicos em diferentes regiões do Brasil e do mundo, especialmente aqueles que não podem visitar a capital federal presencialmente. Para avaliar o impacto da experiência, os visitantes serão convidados a responder um questionário online com impressões sobre usabilidade, sensações e aprendizagem. Os dados servirão de base para aprimorar futuras ações voltadas à preservação e divulgação do patrimônio arquitetônico e cultural do país. [LEIA_TAMBEM]"A valorização do patrimônio cultural e arquitetônico de Brasília, especialmente por meio de tecnologias inovadoras como a realidade virtual, é fundamental para fortalecer o sentimento de pertencimento e democratizar o acesso à nossa história", afirma Marco Antônio Costa Júnior, presidente da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF). "Por isso, temos orgulho de apoiar essa iniciativa por meio do Edital Learning de 2023, que seleciona projetos com alto potencial de impacto educacional e científico. Essa é uma das maneiras pelas quais a FAPDF reafirma seu compromisso com a promoção da ciência, da cultura e da inclusão.” A iniciativa recebeu fomento no valor de R$ 1.499.000. *Com informações da FAPDF
Ler mais...
CIL: projeto experimental em 1974 transformou o ensino de línguas na capital
Na semana em que Brasília celebrou 65 anos, a Secretaria de Educação do Distrito Federal comemora também a evolução e crescimento da rede pública de ensino junto com a cidade. Na terceira e última reportagem da série ’65 anos de Educação’, o foco é o ensino de línguas no DF por meio dos Centros Interescolares de Línguas, os CILs. “Os CILs são um patrimônio da educação pública,” é como define Rosana de Araújo Correia, gerente de Educação Ambiental, Patrimonial, Língua Estrangeira e Arte-Educação da SEEDF. Essa declaração captura a essência de uma história que transformou o ensino de idiomas no Distrito Federal. A história por trás dos Centros que expandem fronteiras começou em 1974 com a professora Nilce do Val Galante. Sua visão pioneira, inspirada em experiências internacionais, ia além do ensino tradicional de idiomas. Rosana detalha a importância histórica do projeto. CIL 01 de Brasília, fundado em 14/08/1975: de projeto experimental itinerante à sua consolidação no Centro de Ensino Médio Elefante Branco | Fotos: Felipe Noronha/SEEDF e arquivo CIL “Quando a Nilce do Val Galante criou os CILs na década de 70, ela foi realmente pioneira. Naquele momento, o ensino de línguas na rede pública era voltado apenas para leitura. Ela tinha o desejo de ensinar aos estudantes a falar, a escrever, desenvolvendo todas as habilidades de língua estrangeira, com base em sua experiência no exterior.” Uma trajetória de inovação Oficialmente fundado em 14 de agosto de 1975, o CIL 01 de Brasília nasceu como um projeto experimental. Inicialmente itinerante, ocupando espaços em outras escolas, rapidamente se estabeleceu no Centro de Ensino Médio (CEM) Elefante Branco. A professora Nilce acreditava que o aprendizado de idiomas exigia turmas reduzidas e ambiente especialmente dedicado ao processo educacional. A professora Nilce do Val Galante idealizou os centros de idiomas do DF, projeto revolucionário inspirado em experiências internacionais que transformaria a educação pública da capital O projeto foi tão bem sucedido que foi gradativamente se expandindo para outras regiões do DF. Na década de 1980, novos centros foram inaugurados em Brasília, Ceilândia e Sobradinho. Os anos 1990 consolidaram o projeto, levando os centros de idiomas para o Guará, Taguatinga e Gama. A servidora aposentada da SEEDF e ex-diretora do CIL 01 de Brasília, Denise Damasco, com uma trajetória profundamente conectada aos CILs, destaca o alcance internacional do projeto. “Existe um imenso interesse no sistema de ensino de línguas estrangeiras do DF, tanto nacional quanto internacional. Já apresentei os CILs em Montreal no Canadá (2013), no Fórum Mundial de Língua Francesa na Bélgica (2015), em congresso em Quioto no Japão (2017), e em diversos outros eventos”, conta a pesquisadora. Rosana de Araújo Correia, gerente de Educação Ambiental, Patrimonial, Língua Estrangeira e Arte-Educação da SEEDF, destaca o legado dos CILs | Foto: Mary Leal/SEEDF Impacto e legado A partir dos anos 2000, os CILs passaram por uma profunda modernização. Laboratórios de informática foram implementados, plataformas digitais introduzidas e novos centros criados em Brazlândia, Planaltina, São Sebastião, Núcleo Bandeirante e Paranoá. Hoje, a rede pública de ensino conta com 17 CILs distribuídos por diversas regiões administrativas, oferecendo cursos gratuitos de inglês, espanhol, francês, japonês e alemão para estudantes a partir do 6º ano do ensino fundamental e comunidade em geral. Como é um serviço de alta qualidade e bem conceituado, a demanda por vagas é grande. No ano passado, os CILs registraram mais de 55 mil matrículas. “Temos estudantes que passaram pelos CILs e hoje são pessoas importantes na construção de políticas públicas, no parlamento, em organismos internacionais. É uma política pública educativa que tem impacto em todas as áreas do Distrito Federal.” *Com informações da Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF)
Ler mais...
Da Fundação à Secretaria de Educação: As transformações da rede de ensino do DF
Mesmo antes da inauguração de Brasília, em 1960, o sistema educacional da futura capital já começava a ganhar forma. De lá para cá, a rede pública do Distrito Federal passou por profundas transformações, acompanhando o crescimento da cidade. Hoje, com 14 Regionais de Ensino, a Secretaria Educação do Distrito Federal (SEEDF) celebra a diversidade e a expansão contínua da rede. Dois momentos da Escola Classe da 108 Sul – em 1965, quando a FEDF havia acabado de passar para a supervisão da Secretaria de Educação e Cultura (SEC), e nos dias atuais | Foto: Arquivo Público do DF e Felipe de Noronha/SEEDF Antes da transferência da capital para o Planalto Central, já havia escolas em localidades que seriam incorporadas ao DF, como Planaltina e Brazlândia – núcleos que serviram de base para o que viria a se tornar uma estrutura educacional abrangente. Esse sistema começou a se organizar formalmente em 1956, com a criação do Departamento de Educação e Difusão Cultural, vinculado à Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap). No ano seguinte, o educador Anísio Teixeira elaborou um plano estruturante para o ensino público de Brasília, prontamente aprovado e encaminhado à Novacap para execução. A extinção definitiva da FEDF foi oficializada em 7 de julho de 2003, pelo Decreto nº 23.877, consolidando a SEEDF como gestora única do sistema educacional do Distrito Federal Em 1959, o Decreto nº 47.472 instituiu a Comissão de Administração do Sistema Educacional de Brasília (Caseb), responsável temporariamente pela gestão da educação. Com foco especial na implementação do ensino médio, a Caseb promoveu um concurso nacional para a seleção de professores, atraindo 59 profissionais de diversas regiões do país. Como resultado, foi inaugurado em 16 de abril de 1960 o Centro de Ensino Médio (CEM) Caseb. Poucos meses depois, a Fundação Educacional do Distrito Federal (FEDF) foi criada pelo Decreto nº 48.297, de 17 de junho de 1960, sendo oficialmente instalada em 29 de setembro do mesmo ano. Inicialmente vinculada à Superintendência Geral de Educação e Cultura, a fundação passou para a supervisão da Secretaria de Educação e Cultura (SEC) em dezembro de 1964, em decorrência de reformas administrativas. A professora aposentada Maria Lúcia Pereira, de 72 anos, relembra com carinho os primeiros tempos: “Comecei a dar aulas em 1974, quando a Fundação Educacional estava em pleno funcionamento. Era uma época de pioneirismo: poucos recursos, mas muito entusiasmo. Os concursos eram rigorosos, com candidatos de todo o Brasil”. Transformações Com o avanço da capital e as mudanças nas demandas educacionais, a estrutura administrativa também precisou evoluir. Em 1986, a SEC foi desmembrada, dando origem à Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEEDF), agora com gestão própria. Já em 1999, a Lei nº 2.294 autorizou a extinção da FEDF, cujas funções foram definitivamente incorporadas pela SEEDF no ano 2000. Renata Teixeira de Lima tem mais de três décadas dedicadas à educação pública do DF. Sua trajetória começou em 1991, aos 17 anos, quando ingressou no sistema. “Formei-me no magistério pela Escola Normal de Taguatinga e, assim que terminei o curso em dezembro, me inscrevi no concurso público”, conta. Aprovada, foi nomeada em maio de 1993 e assumiu seu primeiro cargo na FEDF, na Regional de Ensino da Ceilândia, onde atuou por 13 anos. Quando Renata Lima, servidora da Secretaria de Educação ingressou no sistema educacional, em 1991, o processo de transição da FEDF para a SEEDF já havia iniciado | Foto: Felipe de Noronha/SEEDF Ela acompanhou de perto mudanças significativas na gestão educacional. “A transição da FEDF para a Secretaria de Educação foi muito mais do que uma mudança de nome”, analisa. “Saímos de um modelo extremamente centralizado e burocrático para uma estrutura mais ágil, capaz de responder melhor aos desafios”. A extinção definitiva da FEDF foi oficializada em 7 de julho de 2003, pelo Decreto nº 23.877, consolidando a SEEDF como gestora única do sistema educacional do Distrito Federal – estrutura que se mantém até hoje. *Com informações da Secretaria de Educação (SEEDF)
Ler mais...
Estudantes participam de palestra sobre o legado de JK
A Escola Classe (EC) Juscelino Kubitschek, no Sol Nascente, recebeu, na terça-feira (22), a professora e pioneira de Brasília, Cosete Ramos, para uma palestra especial dirigida a 206 estudantes do 4º e 5º anos. O encontro celebrou o legado histórico de Juscelino Kubitschek, nome que batiza a escola, e abordou também o papel das emoções no processo educativo, conectando passado e presente em uma proposta pedagógica integrada. O evento faz parte de um projeto da Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF) que busca promover o desenvolvimento integral dos alunos, aliando história, identidade local e educação socioemocional. A palestra ganhou ainda mais relevância por ocorrer na semana de comemoração dos 65 anos de Brasília. Professora e pioneira de Brasília Cosete Ramos apresenta a história de Juscelino Kubitschek para alunos da EC JK do Sol Nascente | Foto: Felipe de Noronha/SEEDF A secretária de Educação, Hélvia Paranaguá, participou da atividade e reforçou o valor da iniciativa. “É essencial manter viva a memória de Brasília e de quem a idealizou. Uma escola com o nome de JK precisa ser também um espaço de construção dessa identidade”, declarou. A palestrante Cosete Ramos apresentou o legado educacional de Juscelino Kubitschek, explicando o projeto original das escolas de Brasília, que previa unidades integradas com acesso à arte, música, teatro e outras atividades culturais. A palestrante presentou a escola com o livro De casaca e chuteiras, de Silvestre Gorgulho, que conta a história de JK. “JK era apaixonado pela educação. O projeto previa quatro escolas classe, formando um grupo, complementadas por uma escola parque. As crianças iriam estudar a parte formal em um período e, no outro, teriam acesso a teatro, arte, dança, música e pintura. Era uma concepção educacional completa para desenvolver todo o potencial dos estudantes, não só de conteúdo, mas também artístico e cultural”, explicou a professora. A estudante Sophia de Souza, 10 anos, achou a palestra inspiradora Legado educacional O diretor da escola, Lincoln Sabóia, ressaltou o impacto da ação. “É uma oportunidade única para que os estudantes entendam de onde vem o nome da escola e o significado disso tudo. Aqueles que estão no quarto ano, que já fazem um trabalho em sala de aula sobre Brasília, terão um aprendizado muito mais significativo com essa referência.” A aluna Sophia Silva de Souza, de 10 anos, resumiu o sentimento das crianças. “A palestra foi inspiradora. Aprendi muito sobre a nossa escola e sobre Juscelino. Eu me sinto privilegiada por estudar aqui.” Além da contextualização histórica, a professora Cosete também destacou a importância da educação emocional nas escolas. “É o tema mais importante hoje. A maneira como você administra suas emoções determina seu sucesso e felicidade na vida. O desafio das escolas no mundo inteiro é ensinar os alunos a lidar com suas emoções para que sejam felizes”, destacou. *Com informações da Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF)
Ler mais...
Restaurantes comunitários celebram a diversidade gastronômica do DF
Segunda capital mais nova do Brasil, a jovem senhora Brasília, que acabou de completar 65 anos, ainda constrói sua cultura. A culinária brasiliense, por exemplo, é uma mistura de referências das cinco regiões do país, trazidas pelos pioneiros. Essa diversidade gastronômica foi homenageada nesta quarta-feira (23) no cardápio do almoço dos restaurantes comunitários do Distrito Federal. O menu temático foi feito em celebração ao aniversário da cidade, comemorado na última segunda-feira (21). Sabores das seis regiões do país inspiraram o cardápio temático oferecido pelos restaurantes comunitários nesta quarta (23), em homenagem aos 65 anos de Brasília | Fotos: Tony Oliveira/Agência Brasília Ao preço de R$ 1, o cardápio do almoço trouxe sabores marcantes das culinárias mineira, paulista, goiana e mato-grossense. O frango com quiabo, tradicional em Minas Gerais, foi reinterpretado com um toque especial: frango ao molho de açafrão, acompanhado de farofa de quiabo. O prato principal ganhou ainda o reforço do arroz biro-biro, típico de São Paulo, e de um vinagrete de abacate, que surpreendeu os paladares lembrando uma guacamole, iguaria mexicana. Para a sobremesa, um clássico do interior do Brasil: curau com canela, presente nas mesas de estados como Goiás, Mato Grosso, São Paulo e Minas Gerais. A receita agradou os frequentadores. “Todos os dias estão bons, mas hoje está especial”, definiu a diarista Débora Oliveira, 48 anos. Ela foi com os dois filhos e os três netos ao Restaurante Comunitário da QNR 01, em Ceilândia Norte. Além de ter almoçado no local, ela levou marmitas para casa. “Fica muito mais barato”, acrescentou. Junto ao menu temático, os 15 restaurantes comunitários em funcionamento contaram com bandas divertindo e levando música à população O motorista Diego Barbosa, 25, também gostou do menu diferenciado do dia. “A comida é boa todos os dias, mas o cardápio de hoje foi especial. Comi o frango, que estava muito bom”, contou. Morador de Ceilândia, ele destacou a importância de eventos temáticos no restaurante comunitário: “É sempre importante o governo dar essa atenção para a população”. A dona de casa Maria Rodrigues, 62, estava entre as mais animadas do restaurante. Frequentadora assídua, ela disse que gostou do cardápio temático. “Eu não faço comida na minha casa, só como aqui. Todos os dias. É sagrado, porque a comida daqui é ótima. Estou achando que vou me desfazer do meu fogão, porque a comida daqui é muito boa. Hoje foi ainda especial porque eu comi cada coxa [de frango] e até me requebrei com a música”, disse, entre risos. Para a dona de casa Maria Rodrigues, cozinhar é coisa do passado: “Eu não faço comida na minha casa, só como aqui. Todos os dias. É sagrado, porque a comida daqui é ótima” Gastronomia e cidadania Os cardápios temáticos são tradição nos restaurantes comunitários em datas especiais. No Natal, as unidades ofereceram uma ceia completa, com direito a música e presença do Papai Noel. Na Sexta-feira Santa, o pescado foi destaque, respeitando os costumes religiosos de muitos moradores do DF. “Digo que os restaurantes comunitários não oferecem só comida, mas tradição. No aniversário de Brasília buscamos atender essa parte dos frutos e das comidas típicas que nós temos aqui no Cerrado”, afirma a secretária de Desenvolvimento Social, Ana Paula Marra. Junto ao menu temático, os 15 restaurantes comunitários em funcionamento contaram com bandas divertindo e levando música à população, além de ações de educação alimentar e nutricional, com exposição dos frutos do Cerrado, como pequi, guariroba, baru e buriti, e dicas de receitas. “Os restaurantes comunitários são uma política que você consegue atender de uma forma muito direta a população no combate à fome. Mas é preciso pensar além. A Sedes conseguiu montar um roteiro de educação alimentar e nutricional. Passamos em todos os restaurantes orientando as famílias sobre os melhores alimentos de se ter na mesa. A nossa intenção é que a população, independente de classe social, tenha acesso a alimentação saudável e balanceada”, completa a titular da Sedes. O cardápio temático em comemoração ao aniversário de Brasília trouxe frango ao molho de açafrão, farofa de quiabo, arroz biro-biro e vinagrete de abacate Mais que alimentação Reforçando o papel dos restaurantes comunitários de serem mais do que apenas espaços para a alimentação acessível da população, o evento dos 65 anos de Brasília teve também outros serviços ofertados. No caso da unidade que fica entre o Sol Nascente e a Ceilândia, além da refeição típica, a comunidade contou com aferição de pressão e glicemia e vacinação, oferecidas pela Secretaria de Saúde (SES-DF), e atendimento na carreta da Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal (Codhab). A esteticista Francisca Garcia, 53, aproveitou o dia tanto para fazer uma alimentação diferenciada como para colocar o calendário vacinal em dia. “Moro aqui em Ceilândia e me falaram que hoje teria um frango bem gostoso. Vim provar”, contou. “Quando eu vi que tava tendo vacinação, aproveitei para tomar contra a gripe. Achei a iniciativa muito legal, porque facilita muito a nossa vida”. Além de saborear o cardápio temático, a esteticista Francisca Garcia aproveitou para se vacinar: “Achei a iniciativa muito legal, porque facilita muito a nossa vida” Programa O DF conta com 18 restaurantes comunitários – destes, três estão atualmente fechados para manutenção (Santa Maria, Samambaia e Paranoá) – dos quais 13 funcionam todos os dias da semana, incluindo domingos e feriados, com oferta de café da manhã (R$ 0,50), almoço (R$ 1) e jantar (R$ 0,50), totalizando um custo de R$ 2 para três refeições por dia. Pessoas em situação de rua, cadastradas junto à Sedes, podem comer gratuitamente. Os cardápios de cada dia estão disponíveis no site da Secretaria de Desenvolvimento Social.
Ler mais...
Ibaneis Rocha destaca a importância da democracia durante lançamento de livro em homenagem a Brasília
O governador Ibaneis Rocha participou, na noite desta terça-feira (22), do lançamento do livro Brasília, a arte da democracia, no Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), na Asa Norte. A obra homenageia os 65 anos da capital federal e foi desenvolvida pelo IDP em parceria com a FGV Arte — espaço de arte da Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro. O governador Ibaneis Rocha cumprimenta Paulo Herkenhoff, organizador do livro Brasília, a arte da democracia | Foto: Tony Oliveira/Agência Brasília “Essa obra certamente vem para fortalecer os laços. Nós não podemos esquecer que o Brasil passou por um longo período de ditadura. Agora, a gente vive o maior período de estabilidade democrática no nosso país, mas isso precisa ser ressaltado a todo o momento até para que os mais jovens, que não vivenciaram esse período tão obscuro do nosso passado, tenham consciência do valor da democracia”, pontuou o governador, que, em discurso no lançamento ainda mencionou a intenção de criar em Brasília um Museu da Democracia. A publicação destaca momentos fundamentais da democracia brasileira, bem como homenageia figuras marcantes da história da capital federal, a exemplo de Juscelino Kubitschek, Oscar Niemeyer, Athos Bulcão e Darcy Ribeiro. “Essa obra revela um bocado da participação dos artistas, das pessoas, dos candangos, essa visão genial de JK que muda o Brasil, muda a economia brasileira a partir desta mudança para o centro do país. Isso já era pensado no império, mas só se realiza já na República, nos anos 1950. E é uma obra tão fantástica, é quase um milagre, se a gente pensar que uma cidade toda foi feita em quatro anos”, enfatizou o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, um dos fundadores do IDP. Sob organização do crítico de arte Paulo Herkenhoff, o livro reúne textos de especialistas em artes, arquiteturas, história e política, além de imagens de obras de arte e fotografias. “Esse livro não foi feito por mim apenas. Eu fui o início, pus fogo em um rastro de pólvora e foram aparecendo artistas, um indicava outro e por aí fomos. Encontramos a poesia construtiva, a poesia experimental de Brasília”, apontou o organizador. “Todo artista brasileiro é brasiliense. Não há Brasil sem Brasília, não há brasileiro sem Brasília”, acrescentou. Na obra, a capital federal é vista a partir de uma leitura inédita, feita a partir de dois focos femininos: a própria cidade e a escritora Vera Brant, ex-docente da Universidade de Brasília (UnB), que ajudou Darcy Ribeiro a criar a instituição. Conterrânea de JK, ela também foi confidente do ex-presidente. “Às vezes, as pessoas passam e a gente esquece. A Vera é uma pessoa que merece ser lembrada, uma pessoa que fez muito, que ajudou a construir a sociedade de Brasília, a sociedade do Brasil”, ressaltou Sidnei Gonzalez, presidente da FGV Conhecimento. A cerimônia de lançamento do livro contou com a presença de políticos e empresários da capital, assim como do arquiteto Paulo Niemeyer, neto de Oscar. “Apesar de não ser brasiliense, eu me sinto muito brasiliense. Quando o Oscar estava fazendo Brasília, o meu pai trabalhou em vários projetos e eu cresci ouvindo a história de Brasília. Tive oportunidade de ser arquiteto, trabalhar com o Oscar, ser coautor em obras com ele, morar com ele por muitos anos, ser o braço-direito do Oscar. É uma história muito forte para mim e estou muito feliz de estar aqui. Esse livro, para mim, é muito emocionante, eu me vejo em cada história dessa”, definiu ele.
Ler mais...
Restaurantes comunitários celebram os 65 anos de Brasília com cardápio típico
Nesta quarta-feira (23), os restaurantes comunitários (RCs) do Distrito Federal homenageiam os 65 anos de Brasília com um cardápio típico no almoço, servido a R$1. A refeição traz ingredientes que remetem à cultura alimentar do Quadradinho, como frango ao molho de açafrão, farofa de quiabo, vinagrete de abacate, arroz biro-biro e curau com canela. Seguindo a tradição dos cardápios temáticos, os restaurantes comunitários do DF ofereceram pratos como moqueca de peixe e pirão, na Sexta-feira Santa | Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília Além do cardápio que valoriza os sabores da cidade, as unidades promovem ações de Educação Alimentar e Nutricional (EAN), reforçando o papel dos RCs como espaços de aprendizado, memória e pertencimento. Algumas unidades também contarão com atrações extras, como apresentações culturais e momentos de celebração comunitária. A ação reforça o compromisso da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes-DF) com políticas públicas que nutrem o corpo e fortalecem os laços sociais, celebrando a capital com sabor e identidade. No Restaurante Comunitário do Sol Nascente, localizado na Quadra 105 do Trecho 1, a secretária de Desenvolvimento Social, Ana Paula Marra, acompanhará de perto o serviço, participando das atividades junto à comunidade, das 13h às 14h. “A gente sabe que Brasília é feita de muitas histórias, e os restaurantes comunitários estão presentes em milhares delas. Convido toda a população a viver essa comemoração com afeto, tradição e comida boa a R$1”, afirma a secretária. Os 15 restaurantes comunitários que estão em funcionamento no DF oferecem almoço das 11h às 14h. O cardápio diário do almoço pode ser conferido no site oficial da Sedes-DF. *Com informações da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes-DF)
Ler mais...
525 anos após chegada dos portugueses, cruz da primeira missa no Brasil marca presença na Catedral de Brasília
Foi em um 22 de abril que os portugueses chegaram ao Brasil. Quatro dias mais tarde, eles celebraram a primeira missa no país, tendo no altar uma cruz que, 525 anos depois, chegou a Brasília. Nesta terça (22), o artefato esteve à vista do público, em uma celebração na Catedral Metropolitana, presidida pelo bispo auxiliar da capital, dom Vicente Tavares. Símbolo da fé cristã que acompanhou o descobrimento do Brasil, o artefato religioso de mais de 500 anos pôde ser visto em celebrações especiais | Fotos: Tony Oliveira /Agência Brasília A cruz está em peregrinação por cidades portuguesas e brasileiras para comemorar o jubileu da primeira missa. O primeiro dia do símbolo religioso na capital federal foi justamente no aniversário da cidade, 21 de abril, quando também houve uma missa na Catedral Metropolitana. Na manhã desta terça, a peça esteve na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), de onde foi levada a uma sessão solene no Congresso Nacional. Mayara Noronha Rocha, primeira-dama do DF: “No ano de 2025 a gente ter essa cruz aqui é um refrigério para a alma, é um combustível de fé” “Quando a gente vê, no dia de hoje, a cruz que esteve na primeira missa no Brasil adentrando o Congresso Nacional, adentrando o Palácio do Planalto, estando aqui na Catedral, que tem toda essa simbologia para o mundo — a Catedral emana o leite-mel espiritual para o mundo inteiro, assim como já houve a profecia de Dom Bosco —, eu digo que não foi uma coincidência”, afirmou a primeira-dama do DF, Mayara Noronha Rocha. “Deus oportunizou esse momento, então é uma sensação muito forte, os sentimentos realmente ficam aflorados de estar diante dessa cruz, que data de 1500”, complementou Mayara, que acompanhou a celebração junto a deputados federais da frente parlamentar católica. “No ano de 2025 a gente ter essa cruz aqui, com certeza, é um refrigério para a alma, é um combustível de fé.” Padre Omar Raposo: “A gente percebe a itinerância da cruz da primeira missa no Brasil como uma oportunidade de estabelecer uma conexão em torno dos valores em que a gente acredita. O povo brasileiro é um povo resiliente, é um povo trabalhador e é um povo que sabe muito bem carregar a sua cruz” A peregrinação é organizada pelo Movimento Brasil com Fé, junto ao Santuário Arquidiocesano Cristo Redentor e o Instituto Redemptor. “A gente percebe a itinerância da cruz da primeira missa no Brasil como uma oportunidade de estabelecer uma conexão em torno dos valores em que a gente acredita”, destacou o padre Omar Raposo, reitor do Santuário Arquidiocesano do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro (RJ). “Pensando nessa itinerância, a gente pensa também na oportunidade que é gerada – de levar uma mensagem de paz, de amor, de afeto. O povo brasileiro é um povo resiliente, é um povo trabalhador e é um povo que sabe muito bem carregar a sua cruz”. A aposentada Iris da Mata fez questão de presenciar o momento: “É uma comemoração e tanto, é muito especial” Fiéis encheram a Catedral para aproveitar a oportunidade de contemplar o artefato histórico. “É uma comemoração e tanto, é muito especial”, enfatizou a aposentada Iris da Mata, que foi à missa acompanhada pelo marido, Luiz Carlos da Mata. “Tem uma simbologia para o Brasil, significa demais para nós, católicos que somos. Temos muito respeito pelos 525 anos dessa cruz”, emendou ele. O jardineiro José Mendes aproveitou a folga para ir à celebração: “É uma emoção muito grande, uma alegria estar aqui” Já o jardineiro José Mendes, que mora no Riacho Fundo II, aproveitou o dia de folga para poder ver a cruz: “Resolvi vir porque a gente viu anunciando na TV que ia acontecer essa missa aqui. É uma emoção muito grande, uma alegria estar aqui”. Roteiro A cruz fica em exposição permanente na Sé de Braga, igreja mais antiga da Península Ibérica, aberta em 1089. O artefato deixou a cidade no dia 12 deste mês e, ainda em Portugal, passou por Fátima, Cascais, Almada e Lisboa. A chegada ao Brasil ocorreu na terça-feira (15), em São Paulo. Antes de vir a Brasília, a cruz passou por Cachoeira Paulista, Aparecida e Guaratinguetá, ainda no estado de São Paulo. Depois, seguiu para Porto Alegre (RS), Rio de Janeiro e Maricá (RJ). Ainda nesta terça (22), ela embarca para Belém (PA). Depois, será a vez de Salvador (BA). Na data exata do aniversário de 525 anos da capital baiana, a cruz estará exposta em Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália, local da chegada dos portugueses ao Brasil e onde foi celebrada a primeira missa. No dia 27, o artefato retorna a Braga.
Ler mais...
Planejamento e atuação integrada garantem segurança durante a festa de 65 anos de Brasília
As festividades pela celebração dos 65 anos de Brasília foram marcadas por alegria, organização e, principalmente, pela segurança. Sem registro de ocorrências graves, as ações programadas por meio do Protocolo de Operações Integradas (POI), coordenado pela Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF), foram colocadas em prática durante os três dias de festa. O planejamento foi elaborado por meio de reuniões técnicas, iniciadas ainda ano passado, com representantes das forças de segurança, órgãos do Governo do Distrito Federal e instituições parceiras. A atuação realizada de forma integrada foi fundamental para o resultado da operação. Sem registro de ocorrências graves, as ações programadas por meio do Protocolo de Operações Integradas (POI), coordenado pela Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF), foram colocadas em prática durante os três dias de festa | Fotos: Divulgação/SSP-DF “Preparamos um esquema robusto, com atenção a cada detalhe, desde a prevenção até a pronta resposta. Utilizamos tecnologias como drones e câmeras de videomonitoramento para ampliar o alcance da atuação em campo. O resultado foi uma festa segura, com a população podendo aproveitar cada momento com tranquilidade. Isso é reflexo do trabalho conjunto, coordenado e comprometido das forças de segurança e de todo o GDF”, destacou o secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar. Estratégia de segurança As ações foram monitoradas em tempo real pelo Centro Integrado de Operações de Brasília (Ciob), que utilizou drones e câmeras distribuídas pelas áreas de maior circulação. O uso de aeronaves não tripuladas, já consolidado em operações especiais e manifestações na área central, permitiu ampliar a vigilância e agilizar as respostas operacionais. Ocorrências Entre sábado (19) e segunda-feira (21), foram registradas 171 ocorrências, sendo 81% de furtos, em sua maioria de celulares. Do total, também houve resistência e embriaguez ao volante. Policiamento A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) reforçou o policiamento na Esplanada e imediações. O policiamento contou com o apoio de equipes especializadas, incluindo unidades da Cavalaria, Batalhão de Trânsito, motopatrulhamento, Batalhão de Operações Aéreas (Bavop), Batalhão de Policiamento com Cães (BPCães), além das tropas da Rotam e do Batalhão de Choque. O monitoramento foi reforçado por imagens captadas por drones e câmeras instaladas no comando móvel, estrategicamente posicionado na região central da cidade. Entre sábado (19) e segunda-feira (21), foram registradas 171 ocorrências, sendo 81% de furtos, em sua maioria de celulares Foram realizadas revistas pessoais nos acessos à Esplanada dos Ministérios, especialmente no entorno dos shows, e apreendidos mais de 300 itens não permitidos — entre eles, facas, canivetes, armas de choque, sprays de pimenta e objetos cortantes. Houve ainda apreensão de 35 porções de drogas e materiais diversos, incluindo um simulacro de arma de fogo. “A Polícia Militar mais uma vez reafirma seu compromisso com a paz social. Planejamos cada detalhe para garantir a segurança da população, e os resultados mostram que conseguimos entregar um evento tranquilo, com famílias nas ruas e clima de celebração. Esse é o nosso papel: estar presentes, agir com firmeza e proteger a sociedade”, afirmou a comandante-geral da PMDF, coronel Ana Paula Barros. Bombeiros O Corpo de Bombeiros Militar do DF (CBMDF) também marcou presença com ações de prevenção e equipes especializadas em pronto atendimento. Um total de 225 bombeiros circulou estrategicamente pelo evento, com suporte de viaturas de combate a incêndio, salvamento e atendimento pré-hospitalar. “A pronta resposta e o posicionamento estratégico das equipes foram fundamentais. O número reduzido de ocorrências e a ausência de casos graves demonstram o sucesso do planejamento e o comprometimento de todas as forças envolvidas”, avaliou o comandante-geral do CBMDF, coronel Leonardo Raslan. Trânsito A PMDF e o Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF) realizaram ações preventivas durante o aniversário de Brasília. No período, a Esplanada dos Ministérios esteve fechada, como parte do plano operacional para as celebrações. A liberação da via ocorreu na madrugada desta terça-feira (22), após o encerramento dos shows. Foram realizadas 685 abordagens veiculares e 637 testes de etilômetro, sendo 56 condutores autuados por alcoolemia. Doze motoristas estavam inabilitados e 47 veículos foram removidos ao depósito. “Nosso objetivo com essas ações foi coibir a perigosa combinação de álcool e direção. Precisamos conscientizar os condutores de que essa atitude imprudente coloca vidas em risco — inclusive a deles mesmos”, afirmou o diretor de Policiamento e Fiscalização de Trânsito do Detran-DF, Glauber Peixoto. Bandeirão A cerimônia de substituição da Bandeira Nacional, também conhecida como “Bandeirão” foi realizada no sábado (19), na Praça dos Três Poderes, e contou com desfile das tropas da PMDF e do CBMDF, marcando o simbolismo da data. A cerimônia foi conduzida pelo cerimonial do Governador do Distrito Federal. *Com informações da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF)
Ler mais...
Vai de Graça soma mais de 3,5 milhões de viagens no feriado prolongado
A programação religiosa da Semana Santa, aliada às festividades pelos 65 anos de Brasília, movimentou a capital federal entre os dias 17 e 21 de abril. Com o benefício do programa Vai de Graça – que oferece passagens gratuitas em ônibus, BRT e metrô do Distrito Federal –, a população realizou mais de 3,5 milhões de viagens utilizando o transporte público coletivo durante o feriadão. O dia de maior movimento foi a quinta (17), quando o transporte coletivo registrou 1.251.449 acessos, 22% a mais que na quinta-feira da Semana Santa de 2024 | Foto: Divulgação/Semob-DF O volume de passageiros nesse período foi significativamente maior do que o registrado no Carnaval, quando foram contabilizados pouco mais de 2,5 milhões de acessos ao transporte público do DF. O secretário de Transporte e Mobilidade, Zeno Gonçalves, destaca que o sistema tem conseguido absorver a demanda crescente gerada pela adesão ao programa. “A população realmente aderiu ao Vai de Graça, que está cumprindo seu papel: permitir o deslocamento de famílias que antes enfrentavam dificuldades para participar de festividades e conhecer áreas de turismo e lazer da capital. E toda essa demanda está sendo absorvida pelo sistema sem qualquer registro de problemas na operação”, afirmou o secretário. Dobro de acessos O movimento no transporte coletivo durante os dois feriados – Sexta-feira Santa e 21 de abril – foi praticamente o dobro do volume de embarques registrado nas mesmas datas do ano passado. Na sexta-feira, foram 435.520 acessos, frente a 268.356 em 2024, um aumento de 62%. Já no aniversário de Brasília, os acessos somaram 602.653, contra 254.754 no ano anterior, o que representa um crescimento de 136%. O dia de maior movimento foi a quinta-feira (17), quando o GDF decretou ponto facultativo, mas o comércio e os órgãos federais funcionaram normalmente. Nesse dia, o transporte coletivo registrou 1.251.449 acessos – 22% a mais que na quinta-feira da Semana Santa de 2024, quando houve 1.020.370 embarques. *Com informações da Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob-DF)
Ler mais...
Terceiro dia de shows na Esplanada encerra celebrações pelos 65 anos de Brasília
As comemorações pelos 65 anos de Brasília chegaram ao fim nesta segunda-feira (21), com uma noite embalada pelos shows que reuniram milhares de pessoas na Esplanada dos Ministérios. No dia oficial do aniversário da cidade, o público vibrou ao som do pagode brasiliense do grupo Menos É Mais e do sertanejo da dupla Zé Neto & Cristiano. As apresentações coroaram o encerramento da programação festiva promovida pelo Governo do Distrito Federal (GDF). O último dia ainda contou com show de drones reproduzindo os principais símbolos da capital, como a Catedral Metropolitana, a Arena BRB Mané Garrincha e a Torre de TV. A dupla Zé Neto & Cristiano foi uma das atrações mais esperadas da noite | Fotos: Joel Rodrigues/Agência Brasília Com o tema “O melhor tempo é agora”, as ações de festividade oficiais começaram na quinta-feira (17) com os programas Vai de Graça e Lazer Para Todos – que garantiram mais de 2,8 milhões de usuários no transporte público e mais de 48 mil visitantes no Jardim Botânico e Zoológico -, e se estendeu ao longo de cinco dias, incluindo atrações culturais no Cine Brasília, no Teatro Nacional e no Museu Nacional da República, eventos religiosos como a Via-Sacra no Morro da Capelinha e a Missa de Ação de Graças, além de festivais gastronômicos e maratona. Entre o cantor Leon Correia e o secretário de Governo, José Humberto Pires de Araújo, a vice-governadora Celina Leão destacou a segurança e a animação da festa “Foram três dias de festa [na Esplanada], sem nenhuma ocorrência grave. Então é realmente uma honra fazer parte desse momento, celebrar uma cidade que virou a chave no desenvolvimento na parte social e com grandes obras. Celebrar tudo isso com esse povo que construiu a história do Distrito Federal traz uma sensação de pertencimento”, defendeu a vice-governadora, Celina Leão. A banda Menos É Mais mostrou a força do pagode brasiliense Segundo o secretário de Turismo, Cristiano Araújo, a festa reuniu 650 mil pessoas nos dois primeiros dias e a expectativa é que com o público desta segunda-feira o número chegue a 1 milhão. “Foi um aniversário diferente, extraordinário, porque a gente conseguiu botar Brasília no calendário nacional de eventos. Conseguimos ver os hotéis, bares e restaurantes cheios. Conseguimos o objetivo de implementar o turismo e fazer disso uma atividade econômica, de geração de renda. Foi muito positivo”, classificou Araújo. O secretário-executivo de Segurança Pública do DF, Alexandre Patury, destacou que, mesmo com grande público, o evento foi bastante seguro em função do policiamento reforçado com policiais distribuídos em toda a Esplanada e com áreas de revista, evitando a entrada de itens proibidos. “Nós não tivemos nenhuma ocorrência grave, mesmo passando essa quantidade enorme de pessoas. Então diria que foi uma das maiores e mais seguras festas de todos os tempos”, avaliou. Festa plural Suene Conceição Pantoja foi de ônibus até a Esplanada e se divertiu sem gastar nada A primeira atração principal da noite foi o grupo Menos É Mais. Nascido em Brasília e alçado ao sucesso nacional com o projeto Churrasquinho, o grupo fez uma apresentação repleta de emoção e orgulho por voltar à terra natal. Durante duas horas, o grupo embalou o público com clássicos do samba e do pagode, além de sucessos autorais como Coração Partido, Lapada Dela e Aquele Lugar. Fã do Menos É Mais, a diarista Suene Conceição Pantoja, 32 anos, compareceu para conferir pela primeira vez a apresentação do grupo. “Achei muito bom. Eu vim de ônibus sem gastar nada. É muito legal uma festa assim para a gente se divertir”, disse a paraense que mora há dois anos no Itapoã. “Aqui é um lugar que tem trabalho para todas as pessoas e que recebe a gente de fora muito bem”. Em seguida, o ritmo mudou. A dupla Bruno Cesar & Rodrigo aqueceu o palco para a chegada dos sertanejos Zé Neto & Cristiano, responsáveis pelo grande encerramento da noite. A dupla presenteou os fãs com sucessos já consagrados. Festa desde cedo As celebrações começaram logo cedo. Das 8h30 às 10h30, uma área exclusiva recebeu atrações esportivas e musicais voltadas especialmente para o público idoso integrante do projeto Viver 60+. Às 11h, o cantor gospel Eli Soares emocionou fiéis durante clamor evangélico em bênçãos ao DF. Já à tarde, os shows das bandas Doze Por Oito e BenzaDeus e dos cantores Adriana Samartini e Leon Correia deram o tom da festa que tomaria conta da Esplanada. Nos dias anteriores, a programação também foi intensa. Na sexta-feira (19), Wesley Safadão e Léo Santana comandaram o palco com muito forró, piseiro, axé e pagode baiano. No sábado (20), artistas nordestinos como Fagner, o projeto O Grande Encontro e Mari Fernandez encantaram o público. A estudante Esther Mateus Dias, 19 anos, gostou tanto da estrutura e das atrações que compareceu nos três dias. “A estrutura está bem ampla, não está tumultuada, está tudo muito organizado. E os shows também, porque a gente tem uma visibilidade muito boa dos artistas. Eles estão diretamente com a gente”, comentou. Esther Mateus Dias não perdeu nenhum dia da festa: “A estrutura está bem ampla, não está tumultuada, está tudo muito organizado” Além das atrações musicais, o aniversário de Brasília contou com uma estrutura de lazer completa. O público pôde aproveitar tirolesa, roda-gigante, áreas dedicadas às crianças e aos pets, exposições culturais e uma ampla praça de alimentação. A organização do evento ficou por conta do Instituto Eleva, com apoio da Secretaria de Turismo do DF (Setur-DF). Ao todo, foram investidos R$ 15 milhões para a realização da festa. Celebração para a família A estrutura ampla e segura atraiu muitas famílias à área central. A dona de casa Hadassa Naysa, 28 anos, foi de Ceilândia com as filhas, a irmã, a mãe e o pai. “É um espaço que dá para aproveitar quem vem sozinho e também quem vem com a família toda, porque a gente vê que tem bastante segurança, banheiros e área que dá para brincar com as crianças. Está bem organizado”, destacou. Hadassa Naysa levou toda a família para curtir a celebração pelos 65 anos de Brasília A contadora Patrícia Lima, 40 anos, reuniu 20 amigos para curtir a programação do aniversário da cidade e gostou do que viu. “Estou achando maravilhoso. Tudo organizado e muito aconchegante. A estrutura é digna de show, com segurança, revista, tudo muito seguro”, afirmou. “Estamos aqui umas 20 pessoas de vários lugares. Ninguém gastou nada para estar aqui. Todo mundo deixou o carro em casa e veio de ônibus”, completou. O rodoviário Nadir Carreiro dos Santos, 42 anos, foi até o aniversário de Brasília pelo pagode do Menos É Mais. “Vim me divertir com a minha filha e com a minha esposa, trazer a família para ver um pagode”, revelou. “Estou achando muito seguro e legal, porque o lazer da população é sempre importante”, acrescentou.
Ler mais...
Mais de 2,8 milhões de usuários utilizaram o programa Vai de Graça no feriado
A população do Distrito Federal aderiu ao programa Vai de Graça durante o feriado prolongado. Segundo dados da Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob-DF), 2.897.825 pessoas usaram o transporte público entre quinta-feira (17) e domingo (20). Somente na quinta-feira, foram registrados 1,2 milhões de passageiros se beneficiando do Vai de Graça | Foto: Geovana Albuquerque/Agência Brasília O dia de maior circulação foi no ponto facultativo de quinta-feira, quando foram registradas 1,2 milhão de pessoas aproveitando a gratuidade. No sábado (19), que marcou o primeiro dia de shows na Esplanada dos Ministérios, o programa também foi bastante utilizado. Na data foram 736 mil usuários. “A população está se divertindo e conhecendo essa capital histórica” Celina Leão, vice-governadora O sucesso do Vai de Graça foi destacado pela vice-governadora Celina Leão durante o último dia de celebrações dos 65 anos de Brasília. “O Vai de Graça foi um sucesso. Nós tivemos mais de 2,8 milhões de pessoas que moram no Distrito Federal, de várias regiões administrativas, usando o serviço. Ou seja, a população está se divertindo e conhecendo essa capital histórica”, afirmou. Lançado no Carnaval, o benefício do GDF que permite a gratuidade dos ônibus e do metrô aos domingos e feriados foi estendido pelo governador Ibaneis Rocha neste feriado. De acordo com decreto, o programa foi ampliado para os cinco dias do feriado da Semana Santa e do aniversário dos 65 anos de Brasília. Lazer para Todos Outro programa que oferece gratuidade à população, o Lazer para Todos também foi um sucesso no feriado. Mais de 48 mil pessoas visitaram o Jardim Botânico e o Zoológico de Brasília entre quinta-feira e segunda-feira (21) sem pagar ingresso.
Ler mais...
Lazer para Todos: Mais de 48 mil pessoas visitaram o Zoológico e o Jardim Botânico no feriadão de cinco dias
Um sucesso: é assim que pode ser definido o programa Lazer para Todos, que estabelece entrada gratuita para a Fundação Zoológico de Brasília (FZB) e para o Jardim Botânico de Brasília (JBB) aos domingos e feriados. Desde o início da medida, em 27 de março, até esta segunda-feira (21), os dois equipamentos públicos registraram 88.548 visitantes. Desse total, cerca de 55% são referentes apenas aos últimos cinco dias, quando houve registro de 48.579 frequentadores nos locais. “É um motivo de alegria porque as pessoas estão tendo oportunidade de ter lazer com custo barato e trazendo as famílias para conhecer a capital” Governador Ibaneis Rocha Segundo o governador Ibaneis Rocha, a procura pelos espaços consolida o objetivo do programa ー promover a inclusão social e a democratização dos equipamentos públicos. “No domingo, o zoológico teve o maior público da história. Foram 14.500 pessoas frequentando nosso espaço. É um motivo de alegria porque as pessoas estão tendo oportunidade de ter lazer com custo barato e trazendo as famílias para conhecer a capital”, celebrou ele, durante a missa do aniversário de 65 anos da capital federal. Da última quinta-feira (17) até esta segunda (21), 40.321 pessoas escolheram o zoo para passear e aproveitar o feriado. Somando os números de todos os dias de gratuidade desde o início do programa, o índice de visitas chega a 70,7 mil. “A gratuidade facilita o acesso das pessoas com menos condições a espaços de lazer em Brasília. O governador Ibaneis Rocha teve essa sensibilidade. Para nós, é importante também porque divulga o trabalho de conservação, pesquisa e o cuidado com os animais”, destacou o diretor-presidente do espaço, Wallison Couto. Com o aumento da demanda, o zoo tem se adequado para melhor atender o público. A caixa d’água do espaço ganhou uma nova pintura e a ilustração da lobo-guará Atena, a mascote oficial da instituição. Além disso, em celebração à Páscoa, as equipes fizeram diversos enriquecimentos ambientais nos recintos dos animais para melhorar a experiência deles e mostrar ao público como o trabalho funciona. No domingo, o Zoológico teve o maior público da história | Foto: Matheus H. Souza/Agência Brasília Também foram incluídas visitas guiadas na programação dos domingos. Com ponto de encontro na estátua da elefanta Nelly, próximo à entrada do zoo, os passeios ocorrem sempre às 9h30 e às 14h30. A atividade conta com um tour acompanhado por profissionais do espaço que ensinam sobre educação ambiental e compartilham os bastidores do tratamento dos bichos. A alta na circulação de pessoas tem beneficiado os comerciantes presentes na entrada e interior do zoo. É o caso do vendedor de churros Alexandre Alves da Cruz, que conseguiu quase dobrar o total de vendas nos dias de gratuidade. “O normal era trazer 80 churros, mas nesses dias eu trouxe 150 e vendi todos. Melhorou para todos nós”, afirmou. Desde o início do Lazer para Todos, o Jardim Botânico recebeu mais de 17,7 mil em dias de gratuidade | Foto: Lúcio Bernardo Jr/Agência Brasília Já o JBB alcançou a marca de 8.258 visitantes de quinta a domingo, uma vez que não funciona às segundas-feiras. Foram 3.120 entradas no domingo, 2.332 no sábado e cerca de 1,5 mil e 1,2 mil na sexta e na quinta-feira, respectivamente. Com isso, o total de visitas desde o início do Lazer para Todos ultrapassa a marca de 17,7 mil. “Estamos conseguindo tornar o Jardim Botânico mais conhecido pela população do DF. E esse aumento no número de visitantes tem nos motivado a criar novas áreas para piquenique, ampliar o parquinho das crianças e explorar novas trilhas com o acompanhamento de educadores ambientais”, pontua o diretor-presidente do JBB, Allan Freire. Vai de Graça Para completar a experiência dos cidadãos, o transporte público – ônibus e metrô – também esteve gratuito neste feriado graças ao Vai de Graça. Lançado no final de fevereiro, a medida visa incentivar o uso dos ônibus, reduzir a dependência do transporte individual e promover a inclusão social. Os passageiros podem utilizar Cartão Mobilidade, Vale-Transporte, PcD, Idoso ou Passe Livre Estudantil para a liberação automática na catraca, além de cartões de crédito e débito, sem qualquer cobrança. Histórico O Lazer para Todos foi instituído em 27 de março pelo governador Ibaneis Rocha por meio do decreto nº 47.009, publicado no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF). O programa estabelece a entrada gratuita ao Jardim Botânico e ao Zoológico de Brasília aos domingos e feriados. O GDF poderá estender a gratuidade a outras datas. A execução fica a cargo da Secretaria de Meio Ambiente (Sema-DF), do Jardim Botânico de Brasília e do Zoológico de Brasília. Atualmente, a entrada para o Jardim Botânico de Brasília (JBB) custa R$ 5 por pessoa. O local funciona de terça-feira a domingo, das 9h às 17h. Já no Zoológico de Brasília, o ingresso varia entre R$ 5 (meia-entrada) e R$ 10 (inteira). O local fica aberto de terça-feira a domingo e nos feriados, das 8h30 às 17h.
Ler mais...
Fé e festa: Evangélicos celebram o aniversário de Brasília na Esplanada
Fiéis e lideranças religiosas estiveram reunidos na manhã desta segunda-feira (21), no palco principal montado pelo Governo do Distrito Federal (GDF) na Esplanada dos Ministérios, para uma celebração evangélica que marcou o início do último dia de festividades em comemoração aos 65 anos de Brasília. A Esplanada dos Ministérios reuniu milhares de fiéis para uma celebração evangélica na manhã desta segunda (21) | Fotos: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília Presente na celebração evangélica, a vice-governadora Celina Leão destacou o simbolismo do momento: “Queríamos entregar, nessa manhã, o Distrito Federal para o Senhor Jesus. Essa cidade que foi profetizada, que tem um povo de joelhos por ela. É simbólico estar aqui, no centro do país, na capital da República, para orarmos”, disse. Na ocasião, Celina Leão lembrou que o GDF trabalha na regularização de igrejas e templos religiosos: “Esse é o governo que mais trabalhou pela regularização dos templos, que mais entregou escritura”. “A diversidade da nossa sociedade, seja religiosa ou cultural, é sempre muito respeitada pelo nosso governo. Nós começamos hoje dia celebrando uma missa e agora tivemos esse momento também para a comunidade evangélica, que sempre teve o nosso respeito”, completou a gestora. Celina Leão reforçou o simbolismo da cerimônia: “Queríamos entregar, nessa manhã, o Distrito Federal para o Senhor Jesus. Essa cidade que foi profetizada, que tem um povo de joelhos por ela” Fé e música A cerimônia religiosa foi intercalada com a apresentação do cantor gospel Eli Soares, atração que abriu o dia de shows com uma performance marcada por emoção e louvores. Reconhecido como um dos principais nomes da música cristã contemporânea no Brasil, Eli é mineiro de Belo Horizonte e já colaborou com artistas como Alexandre Pires e Mumuzinho. Em 2024, foi vencedor do Grammy Latino com o álbum Vida, consolidando-se como um artista que une gospel, soul, R&B e MPB em seu repertório. O analista Gabriel Santana, 24 anos, comemorou a oportunidade de ver o ídolo de perto. Chegou cedo e garantiu lugar próximo ao palco. “Estava esperando há bastante tempo por isso. Sou uma das pessoas que mais ouve Eli Soares no Brasil e estava bem animado para essa oportunidade. Acho muito importante dar esse espaço para os cantores gospel no aniversário de Brasília”, avaliou. Além de Eli Soares, a programação traz outros nomes de peso, como a banda brasiliense Menos É Mais e a dupla sertaneja Zé Neto & Cristiano, que aproveitará a ocasião para gravar um novo conteúdo audiovisual. As apresentações estão previstas para terminar na madrugada desta terça-feira (22), com um espetáculo pirotécnico que marca o encerramento oficial das celebrações à capital. A apresentação do cantor gospel Eli Soares, reconhecido como um dos principais nomes da música cristã contemporânea no Brasil, atraiu uma multidão de fãs para o palco principal montado pelo GDF Vai de Graça Assim como foi no Carnaval, a Semana Santa e o aniversário de Brasília contam com o programa Vai de Graça. Desde quinta-feira (17), os ônibus e o metrô rodam com entrada gratuita. Em relação aos horários, os coletivos operaram de acordo com a tabela de domingos e feriados e o metrô funciona das 9h às 23h30. Os passageiros podem utilizar Cartão Mobilidade, Vale-Transporte, PcD, Idoso ou Passe Livre Estudantil para a liberação automática na catraca – para quem não tem nenhuma das opções, podem ser utilizados cartões de crédito e débito, sem qualquer cobrança. Cobradores e fiscais estão orientados a auxiliar os passageiros nos ônibus e nas estações de metrô. Quem fez questão de aproveitar a gratuidade foi a professora Milene Rosa, que trouxe toda a família de Taguatinga Sul para o show do cantor gospel. “A gente veio com a família toda, pegamos o metrô e o ônibus para estarmos aqui”, relatou. “Acho maravilhoso ter espaço para o gospel no aniversário de Brasília. É uma oportunidade única para quem é evangélico”.
Ler mais...
Missa dos 65 anos de Brasília é marcada pela emoção com mensagem de adeus ao papa Francisco
O que seria uma missa especial em comemoração ao aniversário de 65 anos de Brasília ganhou um contorno ainda mais emotivo. O ato litúrgico desta segunda-feira (21), na icônica Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida, marcou a despedida do papa Francisco, que faleceu em Roma nesta madrugada, em decorrência de uma pneumonia. Primeiro pontífice sul-americano da história, o Papa lutava contra um quadro de pneumonia nos últimos meses, mas não resistiu. Ele deixa um legado de tolerância, diálogo e defesa das minorias, e sua missão foi lembrada pelo arcebispo de Brasília, cardeal Paulo Cezar Costa. O ato litúrgico desta segunda-feira (21), na icônica Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida, marcou a despedida do papa Francisco, que faleceu em Roma nesta madrugada, decorrente de uma pneumonia | Fotos: Renato Alves/Agência Brasília “Essa missa é pela cidade e já entregando o papa Francisco ao amor misericordioso de Deus. Meu coração está com esse misto de sentimentos. De gratidão e dolorido por dentro, um sentimento de perda”, disse o cardeal, que dedicou boa parte da liturgia à cidade. “Estamos há 65 anos nos comprometendo a construir a nossa cidade. A construir uma cidade mais humana, mais inclusiva, mais bonita e acolhedora. Que Brasília continue a ser essa cidade sonhadora”, pontuou. O governador Ibaneis Rocha e a primeira-dama Mayara Noronha Rocha prestigiaram a missa de aniversário da capital e lamentaram a perda do pontífice, com quem tiveram a oportunidade de conhecer e encontrar em duas oportunidades em visita ao Vaticano, em Roma, na Itália. “O papa, nas duas vezes em que eu estive com ele, pediu que nós rezássemos por ele, em sinal de humildade e carinho. É uma alegria poder caminhar com a igreja católica em todos os lugares e agradecer as bençãos que caem sobre a nossa cidade. Só tenho a agradecer a todos e aos padres e bispos pelo trabalho que fazem pelos mais pobres”, agradeceu o governador Ibaneis Rocha, que decretou oficialmente luto de sete dias pelo falecimento do papa. O governador Ibaneis Rocha e a primeira-dama Mayara Noronha Rocha prestigiaram a missa de aniversário da capital e lamentaram a perda do pontífice | Foto: Renato Alves/Agência Brasília “A comunidade cristã do Brasil e de todo o mundo recebe essa notícia com muito pesar. O papa deixou vários ensinamentos, ele falou sobre humildade, sobre uma igreja preparada para receber as pessoas que mais precisam de Cristo, esse é o grande legado dele. Ele revolucionou o papado”, acrescentou a vice-governadora Celina Leão. Sobre a catedral A Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida funciona de terça a sábado, das 8h às 16h45, e aos domingos, das 9h às 17h45. A área externa pode ser visitada livremente 24 horas por dia, todos os dias da semana. Já as missas são celebradas de terça a sexta-feira, às 12h15; aos sábados, às 17h; e aos domingos, em três horários: 8h, 10h30 e 18h. O local é um marco da arquitetura moderna idealizado por Oscar Niemeyer. Com formato que remete a mãos em oração, sua estrutura é composta por 16 pilares de concreto em forma de bumerangue, criando um visual único e simbólico. No interior, três anjos gigantes de metal parecem flutuar sob a cúpula, suspensos por cabos de aço quase invisíveis — um dos elementos mais encantadores da visita. Os vitrais coloridos, assinados por Marianne Peretti, filtram a luz e reforçam o efeito celestial do espaço. Na entrada, os visitantes são recebidos pelas esculturas monumentais conhecidas como Os Quatro Evangelistas. Tanto os anjos quanto essas figuras foram criados pelos artistas Alfredo Ceschiatti e Dante Croce, completando a harmonia entre arte e arquitetura.
Ler mais...
Brasília celebra 65 anos com festa dedicada à melhor idade
No aniversário de 65 anos de Brasília, a Secretaria de Justiça e Cidadania do DF (Sejus-DF) promoveu uma manhã especial voltada às pessoas idosas, com atividades gratuitas de saúde, bem-estar, cultura e lazer. Realizada nesta segunda-feira (21), a ação ocorreu em um espaço exclusivo na Esplanada dos Ministérios, em frente ao palco principal da festa, e reuniu mais de duas mil pessoas. A iniciativa faz parte do projeto Viver 60+, que promove ações contínuas de valorização da pessoa idosa no DF. Ao todo, dezenas de tendas temáticas estiveram montadas com serviços e experiências voltadas ao envelhecimento ativo e saudável. O público presente pode aproveitar os serviços de alongamento, zumba, ginástica funcional, relaxamento com técnicas de respiração, ioga, meditação, momentos com cantores sertanejos, exames clínicos realizados por laboratórios parceiros, e o apoio de cerca de 200 voluntários. Marcela Passamani ressaltou que o GDF tem renovado os idosos de Brasília, “para que possam, de fato, viver a melhor fase da vida a partir dos 60 anos” | Fotos: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília “Assim como o governador Ibaneis Rocha tem renovado essa cidade com mais de 60 anos, trazendo um novo fôlego e jovialidade para Brasília, nós fazemos o mesmo com o público 60+. Promovemos qualidade de vida e bem-estar na rotina dessas pessoas, para que possam, de fato, viver a melhor fase da vida a partir dos 60 anos”, afirmou a secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani. O evento teve um bolo de aniversário de 10 metros de comprimento. “É o nosso ‘grand finale’! Vamos cantar parabéns para Brasília e convidar cada participante a fazer um pedido especial, tudo para celebrar esse momento e espalhar esperança para o Brasil inteiro”, destacou a secretária. Antônio Ferreira destaca a alegria do público que foi ao evento: “O que me motiva é entender que a vida não se encerra aos 60” O aposentado e estudante de Serviço Social, Antônio Ferreira, 68, participou da Meia Maratona de Brasília e, ao terminar, foi para o evento com uma amiga do curso. “Encontramos vários serviços, desde atendimento de beleza até atividades de entretenimento. Mas o que mais me marcou foi a alegria das pessoas. É contagiante. O que me motiva é entender que a vida não se encerra aos 60. Pelo contrário, ela pode recomeçar. Existem muitas atividades culturais, esportivas e educativas voltadas para o público 60+”, ressalta. De acordo com o secretário-chefe da Casa Civil do DF, Gustavo Rocha, integrar esse tipo de evento às comemorações do aniversário de Brasília é fundamental. “É a primeira ação voltada especialmente à melhor idade, com foco em acessibilidade, acolhimento e excelência. Reunir tantas pessoas em um só espaço valoriza a cidade e celebra tudo o que construímos. Brasília completa 65 anos como uma cidade jovem, mas cheia de história — e é emocionante fazer parte disso.” Laura da Silva aproveitou para fazer massagem, maquiagem e aula de zumba A aposentada Laura da Silva, 68, moradora de Sobradinho, trabalhou por 64 anos e nunca havia tido a oportunidade de comemorar o aniversário de Brasília dessa forma. “É uma honra estar aqui. Já fiz maquiagem, massagem, e também participei da aula de zumba. Dancei, suei, me diverti com todo mundo. Está tudo muito lindo”. A aposentada Madalena Melo, 78, também aproveitou o evento para se divertir: “Eu quero dançar, pular. Vim de Ceilândia Norte e o grupo de lá está animadíssimo”, contou, sorridente. Projeto Viver 60+ A iniciativa da Sejus-DF incentiva o envelhecimento saudável, garantindo autonomia e bem-estar para a população com mais de 60 anos. Por meio de ações voltadas à saúde preventiva, socialização e atividades culturais, o projeto busca fortalecer os laços comunitários e oferecer suporte para um dia a dia mais ativo e participativo. As inscrições para o Viver 60+ podem ser feitas online, pelo site da Sejus-DF ou presencialmente, nos núcleos do programa.
Ler mais...
Relembre os primeiros passos da educação pública no DF
Há 65 anos, em meio à poeira vermelha e aos sonhos da nova capital, uma revolução educacional nascia junto com Brasília. A história da educação pública no Distrito Federal tem início em 1956, com a criação do Departamento de Educação e Difusão Cultural, sob a direção de Ernesto Silva, membro da primeira diretoria da Novacap. Coube a Anísio Teixeira, então diretor do Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos, elaborar, em outubro de 1957, o Plano do Sistema Escolar Público de Brasília. No mesmo mês, enquanto tratores e operários erguiam a futura capital, surgia a primeira escola da rede pública do DF: o Grupo Escolar 1 (GE-1), mais tarde renomeado Escola Júlia Kubitschek, em homenagem à mãe do presidente Juscelino Kubitschek, professora primária aposentada. Projetada por Oscar Niemeyer e apelidada de Catetinho da Educação devido às semelhanças arquitetônicas com o Palácio do Catetinho — ambos construídos em madeira —, a escola foi erguida em apenas 20 dias no núcleo pioneiro da Novacap, hoje Candangolândia. A Escola Parque 307/308 Sul está entre as estruturas pioneiras de Brasília, que seguem em pleno funcionamento | Fotos: Felipe Noronha/SEEDF A Escola Júlia Kubitschek seguia os princípios da Escola Nova, oferecendo educação em tempo integral, modelo que rompia com os padrões da época. “Era uma proposta inovadora, voltada para o desenvolvimento completo das crianças”, comenta a professora Martita Icó, que atua no Museu da Educação há 15 anos. A primeira turma contava com 150 alunos e quatro professoras, mas esse número logo aumentou com a chegada de novas famílias à capital em construção. “Foi um privilégio participar dos primórdios da educação em Brasília. Na Escola Júlia Kubitschek, mesmo com uma infraestrutura simples, vivíamos a educação do futuro. Atendíamos os filhos dos pioneiros em tempo integral, aplicando os ideais da Escola Nova. Cada aula era uma pequena revolução educacional em meio ao canteiro de obras da nova capital”, relembra Marilda Guimarães Mundim, 85 anos, uma das primeiras professoras da instituição. Martita Icó lembra o início da educação no DF, com a Escola Júlia Kubitschek: “Era uma proposta inovadora, voltada para o desenvolvimento completo das crianças” Entre 1957 e 1960, o sistema educacional do DF cresceu rapidamente, alcançando cerca de 4.700 alunos matriculados em 22 escolas provisórias, que atendiam os filhos dos trabalhadores espalhados pelas frentes de obra. Em 1960, ano da inauguração oficial de Brasília, já havia 42 professores concursados atuando nas escolas pioneiras, muitos vindos de outros estados, atraídos pela chance de integrar um projeto educacional revolucionário. O plano inovador de Anísio Teixeira O Plano de Construções Escolares de Brasília (PCEB), idealizado por Anísio Teixeira em sintonia com o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova (1932), transformou a capital em um laboratório de um projeto educacional único no Brasil. Integrado ao plano urbanístico da cidade, o PCEB inovou em vários aspectos: as escolas ofereceriam educação integral, com atividades acadêmicas, culturais e esportivas ao longo do dia. A primeira turma da Escola Júlia Kubitschek contava com 150 alunos e quatro professoras | Foto: Divulgação/Arquivo Público do DF Para isso, a cada quatro Escolas Classe, destinadas ao ensino formal, haveria uma Escola Parque, voltada a atividades artísticas, sociais e recreativas, inseridas no conceito de unidade de vizinhança das superquadras do Plano Piloto. “Anísio Teixeira sonhava com uma educação que formasse o ser humano em sua totalidade”, explica Martita Icó. “As Escolas Parque, estrategicamente localizadas nas superquadras, eram centros de formação cultural e cidadã.” Nove dessas estruturas pioneiras ainda funcionam no Plano Piloto: Jardim de Infância 21 de Abril, Jardim de Infância da 208 Sul, Escola Classe da 206 Sul, Centro de Ensino Fundamental CASEB, Escola Classe da 108 Sul, Centro de Ensino Fundamental 01 de Brasília, Escola Classe 308 Sul e a icônica Escola Parque 307-308 Sul. Fora do Plano Piloto, destacam-se outras escolas pioneiras, como a Escola Classe 01 de Taguatinga, Escola Classe Cerâmica da Benção, Escola Classe Granja do Torto, Escola Classe Riacho Fundo, Centro Educacional Fercal, Centro de Ensino Médio EIT, Centro de Ensino Fundamental 01 do Paranoá e Centro de Ensino Fundamental Tamanduá, símbolos vivos desse projeto visionário. Legado que permanece “Anísio Teixeira não apenas concebeu estruturas físicas integradas à cidade, mas estabeleceu uma filosofia educacional que ainda nos guia” Hélvia Paranaguá, secretária de Educação Para a secretária de Educação, Hélvia Paranaguá, o legado de Anísio Teixeira segue presente na rede pública do DF. “Seu projeto visionário foi muito além de seu tempo. Ele não apenas concebeu estruturas físicas integradas à cidade, mas estabeleceu uma filosofia educacional que ainda nos guia. A educação integral, a valorização das artes e da cultura e a democratização do conhecimento são pilares que ele inseriu no DNA da educação do Distrito Federal e que continuam nos orientando. Após 65 anos, sua visão humanista e transformadora segue nos inspirando, adaptada aos desafios atuais.” Apesar das transformações ao longo das décadas, os princípios como a educação integral, a formação cultural e a busca pela democratização do ensino ainda influenciam a educação no DF. “Aqueles primeiros anos definiram muito do que somos. O espírito inovador e o compromisso com uma educação transformadora permanecem nossa marca”, resume Hélvia Paranaguá. *Com informações da Secretaria de Educação
Ler mais...
Brasília: um destino em que muitos escolheram ficar
Para alguns, um destino turístico, para outros raízes. Brasília é, em sua essência, um ponto histórico não apenas para o Brasil como capital federal – mas lar de todos os que trabalharam em sua construção e os que escolheram ficar. Nas quadras divididas por números e características únicas que formam o Quadradinho do Distrito Federal, os brasilienses se encontram e dividem uma trajetória que é redescoberta nos 65 anos da cidade. Entre as pessoas que encontraram na capital não apenas uma nova morada, mas um novo sentido de pertencimento e realização, está o casal Silva. Naturais de Volta Redonda (RJ), Aline, com 50 anos, e Rogério, 58, encontraram um lar no Distrito Federal onde, ao longo de quase três décadas, construíram uma vida de conquistas, vínculos e memórias. Naturais de Volta Redonda (RJ), Aline, com 50 anos, e Rogério, 58, encontraram um lar no Distrito Federal onde, ao longo de quase três décadas, construíram uma vida de conquistas, vínculos e memórias | Foto: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília Os dois se conheciam desde pequenos, por meio da amizade entre os pais. Após Aline ir para São Paulo, eles perderam o contato por 20 anos, até se reencontrarem em um casamento de amigos em comum. Depois não desgrudaram mais. Com dez meses de casados, em 1995, o casal ainda morava em São Paulo e Rogério recebeu uma promoção no emprego, para ser diretor geral de uma filial do Banco do Brasil que se instalava na capital, que vinha com uma condição: mudar para Brasília. Uma cidade desconhecida e recente, que acarretaria em uma grande mudança para o casal. No início da vida conjugal e sem filhos, eles decidiram ser um momento oportuno para encarar o desafio. Em 1996, ela com 22 anos e ele com 29, o casal chegou a Brasília. Mas não foi nada do que imaginaram. Aline confessa que, no começo, não foi fácil. Acostumada ao ritmo mais calmo do interior e introduzida a agitação de São Paulo, ela estranhou a mudança para a nova cidade, que não tinha nada de familiar. “Foi um susto grande. Quando eu cheguei, achei a cidade linda e super diferente. Tinha setor para tudo: igrejas, clubes, farmácias. As outras cidades não são planejadas como Brasília, então ao mesmo tempo que eu fiquei encantada com isso, fiquei assustada”, conta a design de interiores. Mas, aos poucos, Brasília a conquistou. O acolhimento, as amizades construídas, a tranquilidade dos parques e a rotina com os quatro filhos criaram raízes profundas. Ela diz que Brasília tem algo que conquista as pessoas. Hoje, sente-se completamente brasiliense — e com orgulho. Ela afirma que mesmo sendo uma capital, Brasília tem traços de cidade do interior, pois as pessoas a reconhecem e a chamam pelo nome. “Mesmo sendo um pouco fechada no começo, a relação com as pessoas evoluiu, fizemos amizades profundas, porque aqui nós podemos frequentar os mesmos lugares até aposentar e temos os mesmos médicos há anos. É uma cidade grande, mas tem um pouquinho daquela coisinha de interior”, ressalta. Ela acentua também a parte cultural que a fez criar laços profundos com a cidade: “tem a importância histórica de saber que você está em um local que é o centro do país. A gente sempre sentiu muito orgulho e, ao mesmo tempo que era uma cidade nova, já tinha uma história de peso também. Isso me encanta, eu amo Brasília por estar no coração do Brasil. Minha mãe chorou quando foi ao Catetinho a primeira vez, porque ela viveu a época de Juscelino”. Segurança e oportunidades Rogério, por sua vez, destacou os fatores principais que influenciaram a família a permanecer na cidade: a segurança e as oportunidades. A vida profissional prosperou — e a familiar também. Para ele, Brasília é um lugar de estabilidade, crescimento e qualidade de vida. “Toda cidade tem um índice de criminalidade, mas a gente se sente seguro em Brasília, é diferente de outras capitais. Isso fez com que a gente ficasse, pensando principalmente nos filhos. É um lugar que oferece muitas oportunidades para pessoas de qualquer formação e área, com possibilidades diversas na parte de serviços e concursos públicos. Insistimos em ficar e valeu muito a pena”, reforça o professor e empresário. Rogério comenta, ainda, que o incentivo ao esporte é um braço forte de Brasília. Atleta de tênis de mesa, ele destaca a importância do apoio do Governo do Distrito Federal (GDF) no setor. “O governo oferece bolsas e os atletas estão tendo bons resultados nas competições. E aqui não é só aquela coisa de futebol, são várias modalidades, principalmente as olímpicas”. Na construção da cidade Além disso, o vínculo com Brasília atravessa gerações na família. O pai de Rogério participou da construção da Torre de TV, um dos principais cartões-postais da capital, reforçando a conexão histórica da família com a cidade. “Ele lembra quando foram cortadas as vigas para construir a torre de TV de Brasília. Era inspetor de qualidade, então ele tinha que conferir as medidas antes de transportar para ver se estava tudo dentro da especificação”, detalha Rogério. Moradores das redondezas do Grande Colorado há cerca de 20 anos, o casal viu de perto as transformações na região. Obras como o novo viaduto e a marginal facilitaram a mobilidade e aumentaram a segurança. Hoje, em 20 minutos eles estão no Plano, com tranquilidade. A obra faz parte do Complexo Viário Governador Roriz, inaugurado em 2021 e com investimento de R$ 220 milhões. “A cidade melhorou muito na parte de infraestrutura. Quando a gente veio para cá, em 2005, uma das maiores dificuldades era o acesso. De uns anos para cá, com as obras que foram feitas, percebemos uma melhoria muito grande. Conseguimos até almoçar em casa. Em São Paulo, por exemplo, a gente saía de manhã só voltava à noite para não enfrentar o trânsito”, comenta Aline. Outra grande vantagem que o casal comenta é a facilidade de localização, que existia desde o começo da cidade – em uma época que o GPS ainda não era uma realidade. Segundo eles, mesmo se perdendo vez ou outra nas tesourinhas, a organização do DF foi um ponto forte. Qualidade de vida Brasília foi reconhecida em 2024 como a capital com melhor qualidade de vida do Brasil, segundo o Índice de Progresso Social (IPS Brasil), e segue atraindo pessoas que buscam recomeçar com dignidade, estrutura e esperança. Com avanços em áreas como segurança, transporte público, infraestrutura e economia criativa, a cidade reafirma sua vocação: ser um lar de possibilidades e encontros para quem sonha com um futuro melhor. Hoje, segundo a Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (PDAD) 2024, realizada pelo Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF), 47,4% dos habitantes da capital federal não são naturais da cidade. A curva entre os naturais do DF e os migrantes começou a se inverter apenas em 2013, mas, desde então, a proporção de brasilienses vem crescendo. Aline e Rogério representam milhares de histórias de brasileiros que vieram de fora, mas que encontraram em Brasília não só oportunidades, mas também afeto, qualidade de vida e um novo jeito de chamar a cidade de casa. “Eu já moro aqui há mais tempo aqui do que na minha cidade natal. Estamos com 29 anos de DF, vamos fazer 30 anos de casados esse ano. Sou bairrista e apaixonada por Brasília”, determina Aline.
Ler mais...
Capital da esperança, Brasília se reinventa para seguir dando oportunidades a quem precisa
Brasília emana prosperidade desde quando ainda era um sonho. Foi aqui, entre os paralelos 15º e 20º, que Dom Bosco vislumbrou uma terra prometida de onde jorraria leite e mel. Durante a construção, nos anos 1950, a capital surgiu como esperança de uma nova vida para milhares de brasileiros, que vieram para cá em busca de oportunidades. Hoje, passados 65 anos da inauguração, o sonho virou concreto e os desafios são outros. Mas as oportunidades seguem se reinventando e mantêm o Distrito Federal como uma terra de prosperidade. “Aqui em Brasília, se você tiver força de vontade, você não passa fome. Você pode fazer qualquer coisa da vida, sair vendendo e não ter vergonha, porque você está atrás de um sonho. E uma hora vai chegar”, define a comerciante Maria de Fátima do Prado, a Fatinha, 64 anos. Assim foi a história dela. Nascida em Parelhas, no Rio Grande do Norte, a empresária veio para o DF em 1976, aos 15 anos e fez de tudo um pouco. Até chegar à loja que tem hoje, a Fatinha Essências, na Feira Mult Moda, no SIA: “Hoje, sou uma mulher realizada”. “Aqui em Brasília, se você tiver força de vontade, você não passa fome. Você pode fazer qualquer coisa da vida, sair vendendo e não ter vergonha, porque você está atrás de um sonho. E uma hora vai chegar”, define a comerciante Maria de Fátima do Prado, a Fatinha, 64 anos | Fotos: Matheus H. Souza/Agência Brasília É claro que a força de vontade é determinante. Mas uma mãozinha sempre vai bem. É por isso que o Governo do Distrito Federal (GDF) investe em diferentes programas e ações para auxiliar aqueles que só precisam de uma oportunidade. No caso de Fatinha, o programa foi o Prospera, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda (Sedet), que concede crédito a micro e pequenos empreendedores. “Hoje eu trabalho em cima do Prospera mesmo. A loja todinha foi ampliada com ele. Eu faço investimento na matéria-prima, o dinheiro vai rendendo e eu vou crescendo”, aponta. Ainda na Sedet, há o Renova-DF, que oferece cursos na área da construção civil a pessoas em situação de vulnerabilidade — desempregados, em situação de rua e imigrantes, por exemplo. Enquanto participam das aulas, que lhes darão um diploma, eles também reformam espaços públicos e recebem uma bolsa para auxílio financeiro. Para os empresários, além do Prospera, há o Desenvolve-DF e o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Econômico (Pró-DF II) — em parceria com a Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap) —, cujo intuito é ajudar na regularização de negócios que geram empregos. Foi este último que mudou a vida do casal Virgínia Leonel, 47, e George Ferreira, 52. Ela veio de Guimarânia (MG) e, aqui, conheceu ele, que é natural do Rio Grande do Norte. Em 1999, o pai de George adquiriu um lote pelo antigo Pró-DF, que serviu para abrigar o negócio de gesso da família. Mas a regularização tardou a sair. “Foi um processo muito difícil, especialmente para quem não dava conta, como meu sogro, que era analfabeto”, lembra Virgínia. Em 1999, o pai de George Ferreira, 52, adquiriu um lote pelo antigo Pró-DF, que serviu para abrigar o negócio de gesso da família Em 2019, com a reformulação do programa, o processo voltou a andar, com a regularização vindo de vez no ano passado. “O que a gente tem é por causa do Pró-DF. Hoje a gente vive por causa dele”, emenda a empresária, que ainda destaca as obras de urbanização na região onde fica a loja, a Área de Desenvolvimento Econômico (ADE) de Ceilândia Sul que recebeu mais de R$ 67 milhões em investimentos: “Iluminação, pavimentação, asfalto, esgoto, placas [de sinalização], quebra-molas, calçadas… Ficou bom demais e ajuda muito [o comércio]”. Social Mas os programas alcançam mais do que aqueles que desejam empreender. Existem ações que garantem o básico para que as pessoas possam desenvolver seu potencial máximo e chegar longe. A jovem Roberta Dias, 18, é um bom exemplo desse ciclo. Natural de Curimatá, no Piauí, ela chegou a Brasília com apenas um ano. Aqui, sua família recebeu o Cartão Prato Cheio, que garante segurança alimentar a pessoas em situação de vulnerabilidade. Quando mais velha, Roberta teve sua primeira experiência profissional no Jovem Candango, da Secretaria da Família e Juventude — iniciativa que deve beneficiar 3 mil alunos neste ano. “A gente começa a ter mais responsabilidade, porque trabalhar e estudar não é uma coisa fácil, ou você tem um equilíbrio ou desanda todos os lados. Foi difícil, mas eu tive que conseguir, porque a gente não pode deixar os estudos de lado. O estudo a gente nunca perde”, ressalta a estudante. “Foi importante também financeiramente para a minha família, porque eu pude ajudar de certa forma a minha mãe em casa. Isso foi muito gratificante”, completa. E foi com a bolsa do Jovem Candango que ela pôde comprar uma apostila para o Programa de Avaliação Seriada (PAS), da Universidade de Brasília (UnB). Com o material, Roberta conseguiu a aprovação e virou estudante do curso de Enfermagem: “Foi uma emoção muito grande, não sei nem explicar muito bem. Só foi cair a ficha mesmo quando eu comecei as aulas, porque antes eu estava pensando que devia ser um sonho”. E o sonho vai seguir. A jovem, agora, quer se formar, trabalhar no ramo da estética e, mais importante, dar uma vida melhor para a família. O apoio dos programas governamentais, ela pontua, foi importante para alimentar — no sentido figurado e literal — a sua determinação. “O governo tem esse vínculo com a sociedade de equilibrar. Querendo ou não, a alimentação é uma das ações mais importantes na sobrevivência. A gente não consegue viver sem a alimentação. Então, [a ajuda] foi a base da nossa vida.” Tal como Roberta, há milhares de outras pessoas que têm a garra e o talento e precisam apenas de uma oportunidade. Como ocorre há 65 anos, Brasília vai continuar sendo uma terra próspera para todas elas.
Ler mais...