Sinalização de trânsito reforça segurança e evita sinistros
O Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF) tem mantido atenção especial à sinalização horizontal (marcas no solo) e vertical (placas) das vias urbanas do DF. A medida é necessária para reforçar a segurança viária e evitar sinistros, mas para isso os usuários das vias precisam obedecer à sinalização, adverte o diretor de Engenharia da autarquia, Eduardo Dutra. Detran-DF lembra que é importante a população respeitar a sinalização, para que todos circulem em segurança | Foto: Divulgação/DODF “É muito importante lembrar que a sinalização de trânsito salva vidas, desde que os usuários das vias a respeitem”, enfatiza o gestor. “Não adianta o Detran-DF sinalizar toda a cidade, se o cidadão não obedecer às regras, fazendo travessias fora da faixa, estacionando em local proibido, excedendo a velocidade, realizando conversões e ultrapassagens onde é proibido pela sinalização e deixando de respeitar a preferência nas rotatórias e cruzamentos.” Em parceria com as administrações regionais, que conhecem de perto as demandas da população, o Detran-DF está desenvolvendo uma força-tarefa para sinalizar quebra-molas, faixas de pedestres, estacionamentos, rotatórias e marcações como linha de bordo, linha divisora de fluxos, marcas de canalização, faixa de parada obrigatória, entre outras. As placas também estão sendo verificadas e substituídas ou recuperadas quando necessário. Vicente Pires, São Sebastião, Itapoã, Taguatinga, Águas Claras, Gama, Lúcio Costa e Plano Piloto já tiveram suas sinalizações reformadas este ano. De janeiro até junho, foram implantados 216.930,38 metros de pintura e instaladas 1.027 novas placas, além de 133 terem sido recuperadas. Também foram instalados 27.362 tachões que reforçam a visibilidade da sinalização tanto de dia quanto de noite. *Com informações do Detran-DF
Ler mais...
Poda de árvores melhora mobilidade e reforça cuidado em calçadas do Guará
Com o objetivo de garantir a segurança da população, melhorar a iluminação pública e preservar a saúde das árvores, as podas vêm sendo realizadas regularmente pelo Governo do Distrito Federal (GDF) em todo o Quadradinho. No Guará, o trabalho foi iniciado em março deste ano pela Novacap e segue em execução em diferentes localidades. Cortes são feitos especificamente para evitar os riscos da conexão indevida de galhos com a rede elétrica | Fotos: Matheus H. Souza/Agência Brasília A ação faz parte de um cronograma planejado que prioriza regiões com maior necessidade de intervenção, levando em consideração critérios técnicos, como galhos em conflito com a rede elétrica, risco de queda e obstrução de vias ou calçadas. Em 2024, ocorreram 4.132 podas no Guará - um número previsto para aumentar em 2025. Isso porque, neste ano, a Novacap firmou um novo contrato de licitação para os serviços de poda, dobrando o número de equipes de trabalho de duas para quatro, contemplando nove lotes e abrangendo todo o DF. No caso do Guará, o lote em questão atende as regiões do Guará I e II, Vicente Pires, Lucio Costa e Candangolândia. As solicitações podem ser feitas pelo site das administrações regionais ou pelo telefone 156. O assessor do Departamento de Parques e Jardins da Novacap, Tiago Alencar de Araújo, lembra que os serviços são prestados mediante solicitações da população, sendo todas as demandas previamente vistoriadas pela equipe técnica do órgão. “Os pedidos da população passam pela análise dos nossos técnicos, que vão até o local e podem demandar uma redução de altura, uma poda de levantamento de copa, ou outro tipo de serviço - depende muito do que a árvore precisa”, detalha. Aprovação popular Maxuel Pedro elogia o trabalho: “Agora que a Novacap chegou e está fazendo a poda, vai ficar bom demais, a gente agradece. A cidade merece” Na Avenida Contorno, no Guará II, os moradores já percebem a mudança. O empresário Maxuel Pedro, 54, pedala todos os dias na região e lembra que às vezes precisava desviar dos galhos maiores que invadiam a calçada: “Você quase cai, fica perigoso. Agora que a Novacap chegou e está fazendo a poda, vai ficar bom demais, a gente agradece. Mais espaçoso, menos perigoso e mais limpo. A cidade merece”. Raimundo Batista: “A manutenção é muito importante para os pedestres e todos que caminham aqui no Guará” Além de quem pedala, há quem caminhe pela região, como o assistente de produção Raimundo Nunes Batista, 58, que faz o percurso toda segunda, quarta e sexta. Sem os obstáculos para atrapalhar o exercício, ele destaca a melhora na qualidade de vida: “Tinha uns galhos altos que batiam na cabeça da gente. A manutenção é muito importante para os pedestres e todos que caminham aqui no Guará. Tudo que é feito em benefício do povo é bem-vindo”. Giovani Braz se sente mais seguro: “Ajuda muito na preservação das árvores e na iluminação da rua, é superimportante para a nossa segurança, evita de alguém se esconder ali no meio” Já o aposentado Giovani Braz, 61, ressalta que o serviço realizado pelas equipes traz mais segurança: “Ajuda muito na preservação das árvores e na iluminação da rua, é superimportante para a nossa segurança, evita de alguém se esconder ali no meio. A diferença é enorme, tanto na minha casa quanto para os moradores que chegam mais tarde. Essa iluminação dos postes é primordial para a nossa segurança e ficou uma maravilha depois da poda. Com a chuva, as árvores crescem muito rapidamente, então é necessário fazer essas podas regulares”. Reaproveitamento [LEIA_TAMBEM] A coordenadora do contrato que viabiliza o serviço das equipes, Patrícia Caetano, reforça que, além de a poda ser necessária na área para liberação da ciclovia, iluminação pública, placas de sinalização e fiação - prejudicadas pelos galhos que já estavam baixos -, todos os inservíveis recolhidos são reutilizados e direcionados aos viveiros da Novacap. “O material é triturado, e esses galhos e folhas são utilizados como compostagem nos jardins de Brasília”, explica. “As madeiras maiores também são reaproveitadas e vão para leilões”. A proposta do GDF, por meio da Novacap, é manter a arborização urbana do DF, com a podas, liberação de vias e luminárias, remoção de galhos secos e de árvores mortas ou caídas, além da supressão de árvores quando essas oferecem risco à população — como no caso de troncos podres, inclinação acentuada ou estrutura comprometida. Essa medida é adotada apenas em último caso. “O Guará completa 56 anos em maio, e esse reforço nas ações de podas preventivas é mais um presente para a nossa cidade”, pontua o administrador regional, Artur Nogueira. “Esse trabalho é importantíssimo, especialmente para o fortalecimento da segurança pública. Além disso, as podas mantêm as árvores bonitas e saudáveis, contribuindo para que o Guará seja uma cidade ainda mais agradável, visualmente atraente e cada vez mais linda.”
Ler mais...
Acervo digital de Lucio Costa começa a ser compartilhado com o Arquivo Público do DF
O acervo digital de Lucio Costa, responsável por planejar Plano Piloto de Brasília, começou a ser compartilhado com o Arquivo Público do Distrito Federal (ArPDF). O material, que contém rascunhos inéditos do projeto original da cidade, antes sob a guarda da Casa da Arquitectura de Portugal, está sendo transferido como parte de um acordo de cooperação firmado entre o Governo do Distrito Federal (GDF) e a instituição portuguesa. A iniciativa busca preservar a memória e o legado do arquiteto para que as futuras gerações possam desfrutar. “Conforme os documentos forem chegando, o Arquivo vai organizando e disponibilizando aos poucos, garantindo que tudo esteja bem estruturado para consulta”, diz o arquivista Arthur Silva | Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília Para o superintendente do ArPDF, Adalberto Scigliano, qualquer acervo, em qualquer formato, seja audiovisual, textual ou cartográfico, é fundamental para complementar a história de Brasília. “Tudo é relevante, desde fotos e documentos de pioneiros até registros de um grande gênio como Lucio Costa. Cada peça ajuda a compor uma visão mais completa da cidade e, mais do que isso, garante a preservação dessa história para as futuras gerações”, afirma. A parceria visa criar um acervo digital que reunirá plantas, esboços, correspondências, fotografias, publicações e outros materiais de relevância histórica e cultural, para facilitar pesquisas acadêmicas, exposições e intercâmbio de conhecimentos O superintendente ainda destaca que a importância desse material está, primeiro, no fato de que o urbanista foi um dos idealizadores da capital. Mas há também um valor diplomático nessa parceria, já que envolve o governo português. Agora, tanto Brasil quanto Portugal possuem um acervo mais completo sobre ele, permitindo que tanto a população portuguesa quanto a brasileira tenham acesso a esse legado. Os documentos originais estão na Casa da Arquitectura, em Matosinhos, Portugal, que foram doados pela filha de Lucio Costa, Maria Elisa. A parceria visa criar um acervo digital que reunirá plantas, esboços, correspondências, fotografias, publicações e outros materiais de relevância histórica e cultural, para facilitar pesquisas acadêmicas, exposições e intercâmbio de conhecimentos. O historiador e especialista na história de Brasília Elias Manoel da Silva destaca a importância do acervo: “É um material essencial para entendermos como Brasília nasceu, desde os primeiros traços até a cidade real” Historiador do ArPDF há 20 anos e especialista na história de Brasília, Elias Manoel da Silva, se mostrou empolgado com a primeira remessa de documentos. “Cada página revela detalhes inéditos do processo criativo. Quando olhei pela primeira vez, me chamou a atenção como o Eixo Monumental era menor do que acabou sendo. Dá para ver claramente que ele foi ampliado depois. Também notei que a Praça dos Três Poderes já estava planejada como um platô, ou seja, Lucio Costa não queria que o terreno natural definisse a cidade, ele já previa a necessidade de nivelamento e terraplanagem”, conta. Elias destaca que essa documentação no Arquivo Público de Brasília reforça a autenticidade da cidade e do criador. “É um material essencial para entendermos como Brasília nasceu, desde os primeiros traços até a cidade real”, garante. O historiador também chama a atenção para um detalhe curioso: Lucio Costa descreveu Brasília como dois eixos que se cruzam “como um sinal da cruz”. A ideia de que a cidade teria o formato de um avião não partiu dele. Se dependesse do urbanista, as regiões seriam chamadas de “Braço Norte” e “Braço Sul”, e não “Asa Norte” e “Asa Sul”. Para Costa, a metáfora do sinal da cruz simbolizava a posse do território de forma intencional. “Cada peça ajuda a compor uma visão mais completa da cidade e, mais do que isso, garante a preservação dessa história para as futuras gerações”, destaca o superintendente do Arquivo Público do DF, Adalberto Scigliano Até o momento, o Acervo recebeu cerca de 30 documentos, incluindo imagens, rascunhos e croquis. Dentre eles, a foto onde aparecem Juscelino Kubitschek, Oscar Niemeyer, Lucio Costa e Ícaro de Castro Mello é a mais interessante para o arquivista Arthur Silva. “Essa foto ilustra bem o espírito visionário da época, com JK reunindo os melhores profissionais para tornar Brasília uma realidade”, destaca. Quanto ao acesso da população, o Arquivo Público precisa classificar, descrever, criar tabelas e os instrumentos de pesquisa. “Conforme os documentos forem chegando, o Arquivo vai organizando e disponibilizando aos poucos, garantindo que tudo esteja bem estruturado para consulta”, explica Arthur. Assim que a equipe responsável concluir a descrição técnica da documentação, o acervo estará acessível ao público. Parceria A assinatura do acordo ocorreu em fevereiro de 2025 no gabinete do governador Ibaneis Rocha, que conduziu a reunião com o diretor-executivo da Casa da Arquitectura (CA), Nuno Sampaio, a ministra da Cultura de Portugal, Dalila Rodrigues, o superintendente do Arquivo Público (ArPDF), Adalberto Scigliano, o secretário-executivo da Secretaria de Relações Internacionais (Serinter-do DF), Paulo Cesar Pagi Chaves, e a neta de Lucio Costa, Julieta Sobral. História Criado em 1985, por meio do Decreto nº 8.530, o Arquivo Público do Distrito Federal é vinculado à Casa Civil do Distrito Federal e tem a responsabilidade de planejar e coordenar o recolhimento de documentos produzidos e acumulados pelo Poder Executivo da capital brasileira, assim como documentos privados de interesse público.
Ler mais...
DF e Portugal assinam acordo para partilhar acervo digital do urbanista Lucio Costa
O legado do arquiteto e urbanista Lucio Costa, presente na memória e na vida de Brasília, vai se perpetuar digitalmente para ser desfrutado. Em um esforço conjunto, o Governo do Distrito Federal (GDF) e a Casa da Arquitectura de Portugal assinaram um acordo de cooperação para a partilha do acervo digital dele. O governador Ibaneis Rocha se reuniu com os profissionais para assinar o acordo; acervo tem farto material sobre o arquiteto e urbanista, referência na criação de Brasília | Fotos: Renato Alves/Agência Brasília A assinatura do acordo ocorreu nesta terça-feira (18) no gabinete do governador Ibaneis Rocha, que conduziu a reunião com o diretor-executivo da Casa da Arquitectura (CA), Nuno Sampaio, a ministra da Cultura de Portugal, Dalila Rodrigues, o superintendente do Arquivo Público (ArPDF), Adalberto Scigliano, o secretário-executivo da Secretaria de Relações Internacionais (Serinter-do DF), Paulo Cesar Pagi Chaves, e a neta de Lucio Costa, Julieta Sobral. “São mais de 3 mil documentos que serão trocados para ter aprimorada a memória da construção de Brasília. A população do DF ganha mais esse presente para a nossa cultura” Governador Ibaneis Rocha Para o governador Ibaneis Rocha, o acordo é importante por preservar a memória de quem, ao lado de Oscar Niemeyer e tantas outras pessoas, construiu uma das mais belas capitais do mundo. “O motivo desse encontro é importante para a história do DF”, declarou. “Está sendo feita a troca, assinamos esse termo de compromisso, um convênio entre Portugal e Brasília, para que a gente traga o acervo de Lucio Costa que estava junto da Casa da Arquitectura de Portugal”, complementou o governador. “São mais de 3 mil documentos que serão trocados para ter aprimorada a memória da construção de Brasília. A população do DF ganha mais esse presente para a nossa cultura.” O acordo, que envolve a Casa da Arquitectura e o ArPDF, tem como objetivo a disseminação e preservação de documentos essenciais à história do urbanista Lucio Costa, responsável pelo Plano Piloto de Brasília. A parceria visa a criar um acervo digital que reunirá plantas, esboços, correspondências, fotografias, publicações e outros materiais de relevância histórica e cultural, para facilitar pesquisas acadêmicas, exposições e intercâmbio de conhecimentos. Segundo o superintendente do ArPDF, o gesto compõe uma série de ações em comemoração aos 40 anos do Arquivo Público e dos 65 anos de Brasília. “Há três anos nós conversamos com a família, com a Casa de Arquitectura de Portugal, e sempre houve interesse mútuo em fazer com que esses acervos se encontrassem, porque eles se complementam; com isso, nós conseguimos oferecer à população do Brasil, de Brasília e também da Europa e do mundo um acervo completo e rico sobre Lucio Costa, que é um dos grandes nomes da arquitetura mundial”, afirmou. “O Distrito Federal dá um passo importante na área de cooperação internacional para o resgate de sua própria história. Com este documento assinado hoje pelo governador Ibaneis Rocha, Brasília e Lisboa só têm a ganhar com o compartilhamento do acervo de Lucio Costa entre as duas cidades de forma mais célere e dinâmica”, apontou o secretário-executivo de Relações Internacionais, Paulo Cesar Chaves. Memória do DF Neta de Lucio Costa, Julieta Sobral ressaltou: “Essa união de memória é fundamental para que essa memória possa alcançar muitos outros países. Isso é muito importante” “Nós temos um acervo em particular de que eu gosto muito, que é um depoimento oral de Lucio Costa, de mais de duas horas, onde a gente pode escutar a voz do grande mestre, opinando sobre tudo em relação a Brasília”, complementa. “Além disso, temos fotos e também o documento da oficialização de Lucio Costa como vencedor do conjunto do Plano Piloto.” A neta de Lucio Costa, Julieta Sobral, lembrou que o acordo reforça o trabalho do arquiteto e de quem atuou com ele, e garante a proteção física dos documentos. Além disso, amplia os horizontes e as possibilidades de acesso ao material. “Para além da preservação digital, que já ocorre tanto no caso do Arquivo Público quanto na Casa da Arquitectura, é a difusão, porque o que está acontecendo aqui é muito importante: estão se construindo pontes num momento em que só há muros se levantando”, pontuou. “Então, essa união de memória é fundamental para que essa memória possa alcançar muitos outros países. Isso é muito importante, e eu estou muito feliz”. A ministra da Cultura de Portugal, Dalila Rodrigues, comemorou a iniciativa: “As memórias vivem desses gestos e, sobretudo, deste compromisso, desta proximidade de trabalhos conjuntos entre as várias instituições” Por sua vez, a ministra da Cultura de Portugal, Dalila Rodrigues, observou: “As memórias vivem desses gestos e, sobretudo, deste compromisso, desta proximidade de trabalhos conjuntos entre as várias instituições. E, neste caso, a área disciplinar da arquitetura é para Portugal e para o Brasil, para a Casa da Arquitectura e para Brasília, capital do modernismo, cidade de valor e de expressão universal, um ato muitíssimo importante. Reconhecer e trabalhar a área disciplinar da arquitetura é, sem dúvida nenhuma, o meio que vai fazer com que nós sejamos cada vez mais próximos e comprometidos. Estou muito contente por este momento”. Legado de Lucio Costa A Casa da Arquitectura detém, desde 2021, o acervo pessoal de Lucio Costa, incluindo materiais que vão desde plantas e croquis até correspondências pessoais e publicações que registram quase um século de produção intelectual. O material oferece um olhar detalhado sobre a vida e obra do arquiteto, destacando a criação do Plano Piloto de Brasília, um marco no urbanismo mundial. Além disso, o acervo de Lucio Costa reflete sua trajetória pessoal, com documentos como álbuns de família, postais, mapas e outros objetos que revelam a riqueza da sua obra e do seu cotidiano. Já o Arquivo Público do DF possui um vasto conjunto de documentos provenientes de diversas fontes institucionais, como a Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) e a Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec-DF), abordando desde a construção de Brasília até os depoimentos históricos e materiais de órgãos ligados ao projeto da cidade. Intercâmbio e preservação O protocolo prevê um intercâmbio de conhecimentos, informações, documentos e experiências, com foco na preservação, guarda e difusão do acervo digital. A colaboração permitirá a criação de um repositório digital de fácil acesso para pesquisadores, estudantes e profissionais da área de arquitetura e urbanismo, além de impulsionar futuras exposições e eventos relacionados à história de Brasília e à obra de Lucio Costa. “Preservar a memória é muito importante para que todas as gerações possam usufruir e ver, saber quem é, conhecer a obra, visitar, enfim, conhecer a personalidade, conhecer o que foi a ideia inicial da construção do Brasília, uma cidade que é única” Nuno Sampaio, diretor-executivo da Casa da Arquitectura Diretor-executivo da Casa da Arquitectura, Nuno Sampaio destacou a importância da iniciativa: “É um acordo fundamental para permitir a troca de acervos digitais, aquilo que a Casa de Arquitectura tem sobre o Lucio Costa, que foi doado pela família, e tem vários elementos do acervo pessoal do Lucio Costa, entre eles o projeto-piloto de Brasília. Preservar a memória é muito importante para que todas as gerações possam usufruir e ver, saber quem é, conhecer a obra, visitar, enfim, conhecer a personalidade, conhecer o que foi a ideia inicial da construção do Brasília, uma cidade que é única”. Acesso público e exposições A parceria entre a Casa da Arquitectura e o Arquivo Público do DF não se limita à preservação do acervo. A colaboração inclui o compromisso de compartilhar os documentos digitalmente, com o objetivo de facilitar o acesso a informações valiosas para a pesquisa acadêmica, além de contribuir para a valorização do patrimônio histórico. A Casa da Arquitectura também tem vasta experiência na curadoria de exposições, como as mostras dedicadas ao arquiteto Paulo Mendes da Rocha, e estuda novas mostras sobre o legado de Lucio Costa.
Ler mais...
Portais de acesso ao Parque da Cidade homenageiam, com grafite, figuras importantes para a capital
Entre esboços e traços, a arte começa a delinear figuras marcantes de personagens da história da capital federal nos portais de acesso ao Parque da Cidade. Nesta segunda-feira (25), o cartão-postal de Brasília recebeu o primeiro artista plástico para iniciar um novo projeto que vai transformar muros vazios em obras de arte. Neew, artista do grafite: “A ideia é essa, pegar um espaço que está abandonado, sujo, e que é importante de Brasília, e deixar algo bonito para a cidade” | Foto: Matheus H. Souza/Agência Brasília “O destaque das personalidades que marcaram a cidade reforça a importância do local como um espaço cultural e inclusivo, representando com orgulho a história e identidade de Brasília” Renato Junqueira, secretário de Esporte e Lazer Lucio Costa, Burle Marx, Darcy Ribeiro e Sarah Kubitschek são alguns dos nomes escolhidos. Ao todo, oito artistas foram convidados para grafitar os homenageados, trazendo elementos contemporâneos e artísticos durante a visitação de turistas e brasilienses ao parque. “Este projeto marca mais um avanço no que diz respeito às melhorias que vêm sendo realizadas no Parque da Cidade”, aponta o secretário de Esporte e Lazer, Renato Junqueira. “O destaque das personalidades que marcaram a cidade reforça a importância do local como um espaço cultural e inclusivo, representando com orgulho a história e identidade de Brasília. Além disso, acredito que o resultado final deste trabalho vai conectar moradores e visitantes ao legado artístico, esportivo e cultural da capital, mantendo o parque como um símbolo vivo de Brasília.” Homenagens “Os grafites nas entradas e saídas do Parque da Cidade vão valorizar a arte urbana a céu aberto e representam um encontro da vida com a arte, enquanto o ser humano vive e se desloca pela cidade” Todi Moreno, administrador do Parque da Cidade Além das tradicionais figuras da capital, o projeto também busca homenagear brasilienses que se destacaram na sociedade, como a influenciadora digital Vitória Mesquita, que utiliza as redes sociais para desmistificar a síndrome de Down, e Joaquim Cruz, medalhista olímpico brasileiro no atletismo. “Nesse primeiro momento, houve uma comissão priorizando artistas e personagens que têm identidade com a cidade”, explica o administrador do Parque da Cidade, Todi Moreno. A partir de uma parceria da administração do parque com a Secretaria de Esporte e Lazer (SEL-DF) e com o Serviço Social do Comércio (Sesc), a previsão é que as artes sejam finalizadas até o Natal. A proposta é unir arte, história e conhecimento na composição do ambiente urbano, para maior interação com os indivíduos e diversidade cultural. “Os grafites nas entradas e saídas do Parque da Cidade vão valorizar a arte urbana a céu aberto e representam um encontro da vida com a arte, enquanto o ser humano vive e se desloca pela cidade”, valoriza Moreno. Segundo o gestor, a iniciativa vai se estender para outros pontos do Parque da Cidade. “Em um segundo momento, vamos contemplar outras figuras importantes do país, a exemplo do Ayrton Senna, em outras estruturas dentro do parque, como guaritas e banheiros”, anuncia. Artista contemplado Há 11 anos a produção materializada em muros e paredes por meio de tinta em spray é a realidade do artista Caio de Aguiar, 35, o Neew. Ele é um dos convidados a participar da iniciativa a ilustrar o arquiteto e urbanista Lucio Costa. “Na 507 Sul, há quatro anos, fui convidado para um projeto que fazia referência a Brasília e desenhei o Lucio Costa, então fiquei bem feliz de representá-lo novamente”, conta. Desta vez, o artista vai apresentar mais elementos autorais. “[São detalhes] que fazem referência ao meu trabalho e que identificam minha identidade”, afirma. “É um trabalho muito livre, e estou bem à vontade para grafitar”. A média da confecção é de até três dias, dependendo das condições climáticas. Neew gosta de ver seus trabalhos espalhados pela cidade: “Acho que é muito importante ter essa visibilidade do grafite. A ideia é essa, pegar um espaço que está abandonado, sujo, e que é importante de Brasília, e deixar algo bonito para a cidade. Eu sei que eu estou ali expondo minha arte, mas também estou contribuindo com a cidade”. O Parque da Cidade Dona Sarah Kubitschek completou 46 anos em outubro. O espaço tem uma área de 420 hectares e é classificado como o maior parque urbano da América Latina. Em média, recebe a visita de 790 mil pessoas por mês. O local reúne o trabalho do quarteto ícone da capital: projeto de Oscar Niemeyer, obra paisagística de Burle Marx e área urbanística desenvolvida por Lucio Costa, além dos azulejos de Athos Bulcão.
Ler mais...
#TBT: Brasília, há 36 anos Patrimônio Mundial pela Unesco
Tesouro urbanístico e símbolo de um dos mais importantes fatos históricos do país, Brasília é, há 36 anos, Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). A honraria foi concedida à capital federal em 7 dezembro de 1987, apenas 27 anos após a sua inauguração. Desde então, Brasília compõe o seleto grupo de monumentos agraciados com o título, a exemplo da Muralha da China e das pirâmides do Egito. O título de patrimônio mundial da humanidade se refere ao conjunto urbanístico-arquitetônico de Brasília — o Plano Piloto —, assinado pelo urbanista Lucio Costa. A concepção, projeção e construção do sonho de Juscelino Kubitschek transcorreram entre 1957 e 21 de abril de 1960, quando a cidade foi inaugurada. A Agência Brasília revisita a história da capital e dos títulos que a preservam em mais uma matéria da série especial #TBTdoDF, que aproveita a sigla em inglês de Throwback Thursday para reviver fatos marcantes para o Quadradinho. [Olho texto=”“Esse título também é uma forma de preservar e proteger essa herança para as gerações futuras e torna nossa cidade uma fonte de inspiração para o mundo”” assinatura=”Cristiano Araújo, secretário de Turismo” esquerda_direita_centro=”direita”] A área tombada da cidade tem 112,25 km², sendo o maior perímetro urbano sob proteção histórica do mundo, e coleciona atributos dignos de tombamento. Quem ousa passear pela cidade tem a oportunidade de prestigiar as quatro escalas de Lucio Costa — monumental (a do poder), residencial (das superquadras), gregária (dos setores de serviços e diversão) e bucólica (das áreas verdes entremeadas nas demais) — e conversar com os traços de Oscar Niemeyer. Em diversos pontos da capital, é possível ainda prestigiar as obras de Athos Bulcão e vislumbrar o paisagismo de Burle Marx. O título permite que o conceito inovador e vanguardista da cidade seja mantido, além de incentivar o movimento turístico na região. “Nossa capital é um lugar especial, não apenas para os brasileiros, mas para toda a humanidade. Temos aqui sítios naturais e culturais, com uma arquitetura modernista, planejamento urbano inovador e funcional”, avalia o secretário de Turismo, Cristiano Araújo. “Esse título também é uma forma de preservar e proteger essa herança para as gerações futuras e torna nossa cidade uma fonte de inspiração para o mundo”. O título de Patrimônio Mundial da Humanidade se refere ao conjunto urbanístico-arquitetônico de Brasília — o Plano Piloto —, assinado pelo urbanista Lúcio Costa | Foto: Divulgação/Adriano Teixeira O subsecretário de Patrimônio Cultural da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec-DF), Felipe Ramón, afirma que “o tombamento é o reconhecimento mundial da importância do Plano Piloto para a civilização”. Segundo ele, a preservação de Brasília exige a avaliação do plano urbano e a adoção de uma visão voltada para o futuro, em que as próximas gerações também entenderão a importância da capital, processo que ocorre com a educação patrimonial. “Nós temos atribuição direta sobre tombamentos e registros, sendo que o primeiro diz respeito aos bens materiais, e o segundo, aos imateriais. Nós zelamos pela preservação desses espaços, além de fomentarmos a educação patrimonial, que é o que faz com que os jovens adultos e crianças conheçam a importância do patrimônio cultural e do tombamento e assim passem a preservá-los”, explica o subsecretário. Preservação A capital federal também é tombada pelo GDF e pelo Iphan | Foto: Geovana Albuquerque/Agência Brasília A capital também é reconhecida como patrimônio cultural em outras duas instâncias diferentes: é tombada pelo Governo do Distrito Federal (GDF) e pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O primeiro ato de preservação da cidade ocorreu em 14 de outubro de 1987, com a publicação do decreto n° 10.829/1987, que regulamenta a lei n° 3.751/1960. A medida, que propõe a preservação da concepção urbanística de Brasília, permitiu que a cidade fosse tombada mundialmente. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] Já em 14 de março de 1990, a cidade foi inscrita no Livro de Tombo Histórico pelo Iphan. O feito é referente à mudança da capital do país do Rio de Janeiro para o Planalto Central, considerado um dos mais importantes acontecimentos históricos do país no século 20. “Representa uma radical mudança na geografia do país, promovendo a ocupação das áreas centrais do território nacional que, majoritariamente, concentra as maiores cidades no litoral”, pontua o instituto em nota enviada à Agência Brasília. “Brasília representa um marco muito significativo para o debate internacional referente ao reconhecimento de sítios enquanto patrimônio da humanidade”, continua o órgão. “Foi o primeiro conjunto urbanístico moderno a ser declarado. Esse reconhecimento confirma não apenas a genialidade do urbanismo de Lucio Costa e a arquitetura de Oscar Niemeyer, mas a capacidade de realização brasileira de criar uma capital em um território pouquíssimo ocupado, em tempo exíguo. Coroa também o esforço de milhares de trabalhadores que empreenderam a epopeia da construção, os candangos”, finaliza o Iphan. Visite A Catedral Metropolitana é um dos 12 pontos turísticos da rota arquitetônica | Foto: Geovana Albuquerque/Agência Brasília O GDF criou rotas turísticas para que o Quadradinho seja desbravado por completo. Destaque para a Rota Arquitetônica, que leva o visitante a um tour nas obras e monumentos que fazem de Brasília um marco da arquitetura mundial. Há também a Rota Cívica, composta por monumentos e espaços importantes para a democracia do país, entre outros miniguias. Veja todas aqui.
Ler mais...
Lucio Costa vence pesquisa e será o local do novo monumento do Guará
Com 54% dos votos, o Lucio Costa venceu a votação popular e será o local do novo monumento do Guará. A via entre o Guará I e II, próximo à QE 13, ficou em segundo lugar, com 31% dos votos, seguida pela QE 38, em terceiro, com 14%. No total, mais de mil pessoas participaram da enquete virtual. A instalação está prevista para ocorrer até o fim do ano. De acordo com o administrador do Guará, Artur Nogueira, o evento de inauguração homenageará pioneiros da região. “Em 2024, outras áreas da nossa cidade também receberão monumentos similares, seguindo o nosso projeto de embelezar ainda mais as ruas do Guará. Queremos transformar a nossa cidade em uma grande galeria a céu aberto”, destaca o administrador regional Artur Nogueira. O monumento em questão será uma escultura de autoria do artista plástico Zakeu Vitor, representando uma loba-guará no tamanho natural do animal | Foto: João Rodrigues/Administração Regional do Guará A presidente da Associação de Moradores do Lucio Costa, Paty Calazans, comemorou a vitória. “A Quadra Lucio Costa é uma das mais antigas da cidade e um rico celeiro artístico e cultural. O resultado dessa pesquisa confirma essa vocação e motiva os nossos moradores a valorizar a nossa cultura e os artistas locais com a presença permanente da escultura do símbolo maior da nossa querida cidade, foi uma vitória mais do que merecida”, ressalta. O monumento em questão será uma escultura de autoria do artista plástico Zakeu Vitor, representando uma loba-guará no tamanho natural do animal (entre 95 cm e 115 cm de altura). Na confecção da obra, foram utilizadas apenas peças metálicas reaproveitadas. “A escolha pelo animal é uma forma de homenagear a cidade. Trata-se de uma escultura montada com materiais recicláveis, como porcas, parafusos, pedaços de cadeado, de ferradura e outros metais”, explica Zakeu Vitor. *Com informações da Administração Regional do Guará
Ler mais...
#TBT: Superquadra 308 Sul, uma obra de arte a céu aberto
Entre os elementos urbanísticos mais notáveis da cidade planejada para ser a capital da República está a Superquadra Modelo da 308 Sul. E falar da quadra-modelo é falar de Brasília. A concepção, conforme seu autor, o urbanista Lúcio Costa, se tratava da reaproximação do habitante com o seu lugar de morada. A ideia era reunir, nas proximidades, os serviços necessários à comunidade local. A Agência Brasília conta, nesta quinta-feira (7), a história da quadra-modelo de Brasília no #TBTDoDF – um especial de matérias que aproveita a sigla em inglês para Throwback Thursday para mostrar fatos que marcaram o Distrito Federal. Além da arborização, os pilotis são um marco da superquadra e de Brasília | Fotos: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília A Unidade Vizinhança dentro do modelo original, que serviria de base para as outras quadras da cidade, é o conjunto que reúne as quadras da Asa Sul 107, 108, 307 e 308, um verdadeiro sítio histórico onde é possível percorrer a superquadra utópica, a Igrejinha, o Cine Brasília, o Clube Vizinhança, biblioteca, escolas e o Espaço Cultural Renato Russo. Tudo cercado de árvores e entremeado de jardins, praças e parquinhos. Fundada em 1962, a Superquadra segue os padrões imaginados no plano original. As bases seriam a simplicidade, praticidade e o convívio comunitário. Tombada pelo Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural desde 2009, a 308 Sul abarca obras importantes das principais referências da nossa capital: paisagismo de Burle Marx, azulejos de Athos Bulcão na Igrejinha Nossa Senhora de Fátima e na Escola Parque de Oscar Niemeyer. Os nove prédios residenciais foram projetados pelos arquitetos Marcelo Campello, Sérgio Rocha, José Ricardo Abreu e Luiz Acioli. Escola Parque 307/308 Sul em construção | Fotos: Divulgação/Arquivo Público “Todo o discurso de Lúcio Costa traz essa reaproximação do homem com a natureza, pela altura dos prédios, o tamanho da quadra e essa ideia do chão livre, com os pilotis que deixa aberto para a passagem. Na 308 Sul, o conceito foi levado ao extremo, é a única quadra em que os pilotis se integram e grande parte da vegetação ainda é original, conforme o modelo criado por Burle Max”, destaca o arquiteto e prefeito comunitário da quadra, Matheus Conque Seco. A obra paisagística de Burle Max é um marco e uma referência na proposta de Lúcio Costa de construir uma cidade profundamente marcada por jardins e outras áreas verdes em campo aberto. O paisagismo da superquadra toma toda a redondeza e conta com espelho d’água com carpas ornamentais, a Praça do Cogumelo para crianças, e o Serpentário. Convívio comunitário Além da arborização, os pilotis são um marco da superquadra e de Brasília. Os blocos residenciais estão localizados não em lotes, mas em projeções. Assim, o térreo fica desimpedido, sendo, portanto, um importante elemento de integração entre as quadras, onde todos podem ir e vir e cruzar a cidade sem impedimento de muros, passando por baixo dos blocos. Os nove prédios residenciais foram projetados pelos arquitetos Marcelo Campello, Sérgio Rocha, José Ricardo Abreu e Luiz Acioli “Os edifícios residenciais refletem a ideia de o espaço ser de todos ao adotarem a tipologia do pilotis totalmente aberto. Lúcio Costa, Oscar Niemeyer e toda a geração que trabalhou na construção da cidade enxergavam Brasília como retrato do Brasil do futuro, uma sociedade mais igualitária, democrática. Isso não se concretizou, mas não por culpa da arquitetura. É um projeto que permite o encontro entre as pessoas”, pontua o arquiteto. Conque conta que Lúcio Costa dizia que até o sexto andar ainda há uma grande relação com o chão, de modo que um filho que estivesse brincando embaixo do prédio pudesse ouvir o chamado que viesse da mãe, lá de cima. A Igrejinha fotografada em fevereiro de 1965 Morador da quadra há mais de 60 anos, Fernando Bassit relembra alguns dos momentos na região. “Estudei aqui, ao lado do meu prédio, toda a minha infância. Naquela época, à tarde, eram dezenas de crianças brincando embaixo dos blocos e estudávamos na mesma escola da quadra”, conta Bassit. “Tenho um vínculo afetivo muito forte, ter esse patrimônio construído em área pública é uma satisfação enorme. Morar aqui é maravilhoso”, completa. Um reduto de memória Para além do urbanismo, a quadra é artisticamente privilegiada devido a sua importância histórica e arquitetônica, com construções tombadas como Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. A tradicional Igreja Nossa Senhora de Fátima, a Igrejinha, foi projetada por Oscar Niemeyer em 1958. Nas paredes externas, é possível encontrar o trabalho figurativo de Athos Bulcão em azulejos. A recém-inaugurada Escola Classe 308 Sul A Escola Parque e a Escola Classe também compõem a quadra residencial com o intuito de oferecer o modelo de ensino integral pensado por Anísio Teixeira. A quadra ainda conta com o jardim de infância, que recebeu a visita da rainha Elizabeth II do Reino Unido, em 1968. O Plano de Construções Escolares de Brasília previa que a cada quatro superquadras (uma Unidade de Vizinhança) deveria existir uma Escola Parque. Ainda integram a Unidade de Vizinhança o Espaço Cultural Renato Russo, o Cine Brasília e o Clube Vizinhança. O conglomerado de espaços é um importante ponto turístico da cidade, tão essencial que a Secretaria de Turismo inaugurou, em março de 2022, um Centro de Atendimento ao Turista (CAT), que realiza cerca de 2 mil atendimentos por mês. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] “O turismo é algo muito positivo para nós moradores, e ter o CAT na região impulsiona o turismo para cá. Hoje temos uma população mais velha, não temos mais aquela quantidade de crianças na região, então esse público novo é importante para a nossa vizinhança”, acredita Fernando Bassit.
Ler mais...
Dia do Arquiteto homenageia aniversário e legado de Oscar Niemeyer
Não há horizonte para que se olhe em Brasília ou Entorno sem que o morador ou turista esbarre em duas preciosidades locais: o céu inconfundível da capital e a antologia de prédios e edifícios desenhados por Oscar Niemeyer, um dos maiores gênios modernistas. Nascido em 15 de dezembro de 1907, o arquiteto completaria 115 anos este ano. Em 2018, a Lei Federal nº 13.627 instituiu a data de nascimento de Niemeyer como o Dia do Arquiteto. Oscar Niemeyer com Lucio Costa: o arquiteto e o urbanista são responsáveis pela configuração diferenciada que marca Brasília no cenário internacional | Foto: Arquivo Público do DF “O mais importante não é a arquitetura, mas a vida, os amigos e este mundo injusto que devemos modificar”, disse certa vez Niemeyer, que, com a ajuda de amigos boêmios e entusiastas da construção da nova capital, atuou na construção do primeiro palácio da cidade, aquele que é o mais emblemático espaço histórico local e, no entanto, não tem nada de concreto: o Catetinho. O esboço do projeto do prédio, todo de madeira, foi rascunhado por Niemeyer numa mesa de bar do Hotel Ambassador, no Rio de Janeiro, em outubro de 1956. Dias depois, o prédio estava erguido no meio de uma clareira da antiga Fazenda Gama. Era o claro indício do que seria a nova capital do país no coração do Planalto Central. Dali para frente, o arquiteto e sua equipe não pararam mais, desenvolvendo os mais arrojados monumentos a céu aberto, transformando Brasília em um grande museu ao ar livre. [Olho texto=”“Niemeyer deu um passo além com suas obras de arte arquitetônica ao dar leveza à rigidez do concreto armado, se transformando no arquiteto das curvas” ” assinatura=”Elias Manoel Silva, historiador do Arquivo Público do DF” esquerda_direita_centro=”esquerda”] “É indiscutível a importância de Oscar Niemeyer e Lucio Costa”, resume o subsecretário de Patrimônio Cultural da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec), Aquiles Brayner. “Eles não somente projetaram a capital do país, mas construíram a maior cidade modernista do mundo. É difícil contabilizar os prédios monumentais projetados por Niemeyer, mas destaco o Catetinho, que foi todo reformado este ano depois de dois anos fechado”. A restauração, informa ele, teve o investimento de cerca de R$ 400 mil do GDF. Lucio Costa, o urbanista Há quase 20 anos atuando como historiador do Arquivo Público do Distrito Federal (ArPDF), guardião da memória de Brasília e seus pioneiros, Elias Manoel da Silva lembra a importância dos dois arquitetos para a cidade e aponta como decisiva a participação de Lucio Costa no papel de urbanista. “Muitos podem criar um projeto de cidade, como fez Lucio Costa, mas ele foi além ao juntar a ideia de um lugar que fosse ao mesmo tempo centro do poder e moradia”, avalia Elias. “Já Niemeyer inovou com suas obras de arte arquitetônica ao dar leveza à rigidez do concreto armado, se transformando no arquiteto das curvas.” Este ano, o Arquivo Público vai homenagear ainda o arquiteto carioca Alexandre Chan, responsável pelo projeto da Ponte JK. Ele será lembrado em inserções a serem feitas nas redes sociais pela equipe do órgão. “Em 1998, Alexandre Chan, propôs, inconscientemente ou não, uma criatividade arquitetônica que dialoga, harmonicamente, não só com as linhas arquitetônicas da cidade projetada Niemeyer e Lucio Costa, mas também com as curvas do Lago Paranoá”, observa o superintendente do Arquivo Público, Adalberto Scigliano. “Identifico na Ponte JK, hoje um dos mais icônicos cartões postais de Brasília, a mesma ousadia e o mesmo desejo de unicidade que nutriram as mentes e corações de Oscar Niemeyer e Lucio Costa: Erigir obras atemporais, singulares, e que vão se sobrepor a vida e a História”, completa. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Confira, abaixo, cinco obras marcantes de Oscar Niemeyer. Catedral Metropolitana de Brasília – Foi um dos primeiros projetos desenhados por Niemeyer, mas o templo só seria inaugurado em maio de 1970. Há quem diga que o espaço tem o formato de uma coroa de espinhos, mas, na visão do arquiteto, o local reflete como se fossem mãos em oração que se erguem para o céu. ´Palácio da Alvorada | Foto: Bruno Pinheiro/Setur Palácio da Alvorada – Imponente às margens do Lago Paranoá, o Palácio da Alvorada, concluído em junho de 1958, antes da inauguração de Brasília, é uma das residências oficiais do presidente. Abriga rico acervo artístico, no qual se destaca a escultura As Iaras, de Alfredo Ceschiatti. Memorial JK – Inaugurado em 12 de setembro de 1981, data do aniversário de Juscelino Kubitschek, o espaço é um grande mausoléu que abriga não apenas a própria história do fundador da capital, com rico acervo de imagens e mobiliário, mas o próprio corpo de JK. Casa do Cantador | Foto: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília Casa do Cantador – Localizado em Ceilândia, uma das cidades mais nordestinas do DF, o espaço é uma homenagem à cultura e às tradições do povo que ajudou a erguer uma capital do nada. É o palácio da poesia e da literatura de cordel, e há quem afirme que os traços arquitetônicos do prédio remetem à clássica Asa Branca, música de Luiz Gonzaga. Torre de TV Digital | Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília Torre Digital – Com mais de 180 metros de altura, a torre é conhecida como Flor do Cerrado e foi um dos últimos projetos desenhados por Oscar Niemeyer antes de morrer. No último andar, a 110 metros do solo, grandes círculos de vidro passam ao visitante a impressão de estar fazendo parte da paisagem.
Ler mais...
Com 950 mil árvores frutíferas de 35 espécies, DF é pomar a céu aberto
Um pomar a céu aberto. Assim a capital federal pode ser definida. São 950 mil árvores frutíferas de 35 espécies plantadas pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) por todo o Distrito Federal. A plantação segue o plano de arborização originalmente previsto no relatório do urbanista Lucio Costa. A estudante Venerilde Bispo lembra-se da primeira vez que colheu uma jaca diretamente da árvore, quando estava grávida: “Eu tive desejo” | Foto: Renato Araújo/Agência Brasília As árvores frutíferas vêm sendo plantadas desde a construção de Brasília. Devido à grande quantidade, atualmente a Novacap implanta apenas 10% de frutíferas das 100 mil espécies de árvores e arbustos estabelecidos no programa de arborização que ocorre de outubro a março, quando as chuvas estão mais intensas e contínuas. [Olho texto=”Entre as ruas frutíferas, destacam-se a Avenida das Jaqueiras, entre Cruzeiro e Noroeste, e a Avenida das Mangueiras, entre Cruzeiro Velho e Cruzeiro Novo ” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”] “Temos uma equipe responsável pela coleta das sementes para fazer a semeadura no nosso viveiro durante o período de seca”, explica o chefe da Divisão de Projetos de Paisagismo da Novacap, José Humberto Vieira da Silva. “No período da chuva, fazemos o plantio. O próximo será de outubro de 2022 a março de 2023.” Das 35 espécies, dez são nativas do cerrado: araçá, baru, cagaiteira, cajazeira, ingá-colar, ingá-mirim, jatobá-da-mata, jatobá-do-cerrado e pequizeiro. Entre as mais comuns estão a mangueira e a jaqueira, que compõem áreas verdes em locais residenciais, avenidas e parques públicos. “Um dos [principais] pontos é a Praça do Buriti até o Memorial dos Povos Indígenas, que tem 100 mangueiras”, sinaliza José Humberto. “Temos ruas identificadas como frutíferas, como a Avenida das Jaqueiras, entre o Cruzeiro e o Sudoeste, e a Avenida das Mangueiras, entre o Cruzeiro Velho e Novo.” Arte: Agência Brasília Direto do pé Moradora do Cruzeiro, a estudante de fisioterapia Venerilde Bispo, 37 anos, conta que costuma colher mangas no período em que as árvores produtoras da fruta ficam recheadas. “Gosto de pegar porque dá para comer verde com sal, não é uma fruta que apodrece; acho muito gostoso”, afirma. No ano passado, enquanto estava grávida, a estudante foi às ruas para garantir uma jaca na Avenida das Jaqueiras. “Foi a primeira vez que peguei uma jaca direto do pé”, conta. “Eu tive desejo, então peguei para comer”. Para ela, viver em uma cidade repleta de árvores frutíferas é um privilégio: “É muito importante, não só pelas frutas em si, mas pelo bem que as árvores trazem para o ambiente”. A aposentada Maria Dalva Ferreira, 65, lembra que tinha o hábito de comer as mangas que nasciam nas árvores da rua em que vivia, no Lago Sul. Agora, morando no Cruzeiro, ainda não teve essa oportunidade. “Mas vejo o pessoal sempre colhendo; acho lindo poder ver as frutas nascendo”, diz. Importância das frutas O hábito do brasiliense de consumir as frutas disponíveis no pomar a céu aberto do Distrito Federal se mostra importante também para a saúde. “O primeiro ponto é por se tratar de uma produção natural”, avalia a nutricionista Carolina Gama, da Secretaria de Saúde (SES). “É uma fruta sem agrotóxicos, sem defensivos químicos. São frutas que respeitam a sazonalidade. Outro ponto é a questão do regionalismo. Muitas das árvores fazem parte do ecossistema do cerrado. Isso valoriza a cultura alimentar regional”. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o consumo de 400g de frutas e hortaliças por dia, o que representa cerca de cinco porções. O baixo consumo de frutas aumenta o risco de desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis, como obesidade, pressão alta, câncer e diabetes. “A nossa alimentação deve ser baseada em alimentos in natura e minimamente processados, e as frutas entram nessa categoria”, ressalta a nutricionista. “São ricas em fibras, vitaminas, minerais e compostos bioativos que favorecem o funcionamento do nosso corpo”.
Ler mais...
Pacientes em internação domiciliar ganham presente
Oferecer um momento de alegria, de descontração e de esperança, tirar o foco da doença e valorizar a saúde. Esses foram os objetivos da cantata de Natal realizada, na manhã desta segunda-feira (20), pelo Núcleo Regional de Atendimento Domiciliar (Nrad) da Região Centro-sul para pacientes em internação domiciliar. A ação contou com a participação do músico voluntário Hugo Moura, que, por meio das canções, animou as casas dos pacientes visitados. Cantata de Natal, nesta segunda-feira (20), levou alegria e presentes a pacientes em internação domiciliar | Foto: Breno Esaki/Agência Saúde-DF Com doações oferecidas pela organização não governamental Moradia e Cidadania, a equipe do Nrad pôde colorir o Natal de diversas crianças. Em cada residência, os pequenos recebiam brinquedos entregues pelos servidores. Ao todo, 11 pacientes receberam a cantata de Natal e 26 crianças ganharam presentes. “O destaque não é para os presentes em si, mas para a lembrança que eles trazem para as pessoas. É uma demonstração de que nos importamos com cada um. Nosso intuito é levar alegria e passar uma mensagem de união e comunhão, aproveitando o espírito natalino. É gratificante proporcionar tudo isso e participar deste momento com os nossos pacientes e seus familiares”, destacou a chefe do Nrad da Região Centro-sul, Andréia Brasil. A primeira casa a ser visitada, na invasão Lúcio Costa, foi a do paciente Antônio Carlos Pereira da Costa, 47 anos, acompanhado há quase 14 anos pela equipe do Nrad em virtude das sequelas de um acidente vascular cerebral. No local, quatro crianças receberam presentes. “Foi muito bom, alegre, trouxe ânimo para nós”, contou a esposa do Antônio Carlos, Irinésia Vieira de Carvalho. Com doações oferecidas pela organização não governamental Moradia e Cidadania, a equipe do Núcleo Regional de Atendimento Domiciliar pôde colorir o Natal de diversas crianças A seguir, a equipe levou a cantata até Santa Luzia, na Estrutural. Lá, a família da pequena Cecília, de apenas nove meses, recebeu com entusiasmo a ação. Desde outubro, a bebê, portadora de síndrome rara, tem acompanhamento domiciliar pelo Nrad. A mãe da criança, Mayara Alves de Lima, 29 anos, elogiou a equipe. “Sempre fomos recebidos com muito amor e carinho. Toda vez que eles vêm aqui são alegres, sorridentes. Só tenho a agradecer. Eles praticamente fazem parte da nossa família”, disse. Foi a primeira vez que o músico Hugo Moura participou da ação, mas conta que procura fazer trabalhos voluntários ao longo do ano. “Acredito que sempre podemos ajudar alguém, levar nem que seja esperança e alegria. Eu me sinto bem participando de ações como essa”, afirma o morador do Gama, que há 26 anos trabalha como músico. Ao longo da manhã, a equipe seguiu para outras casas. “O Nrad tem esse privilégio de trabalhar dentro da casa das pessoas. Conhecemos a realidade além da doença. Nos casos dos pacientes que recebem esse atendimento no lar, a família envolve-se para que seja promovida saúde integral a ele. É muito bom poder proporcionar isso”, falou a médica do Nrad Michelle Lopes. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Equipe multidisciplinar Atualmente são cerca de 100 pacientes atendidos em domicílio na Região Centro-Sul, englobando Guará, Núcleo Bandeirante e Riacho Fundo I e II. A equipe multidisciplinar é formada por nutricionista, fisioterapeuta, assistente social, psicólogo, enfermeiro, técnico de enfermagem, médico, fonoaudiólogo, técnico administrativo e motorista. Durante a pandemia, eles não pararam os atendimentos. Michelle informou que 100% dos pacientes atendidos pelo núcleo receberam a vacina contra a covid-19 em casa. *Com informações da Secretaria de Saúde
Ler mais...
Imagens de Brasília brilham no Google Arts & Culture
[Olho texto=”“O Museu Nacional da República e o acervo representam uma parte da relação entre arte e arquitetura que está na base da construção e concepção de Brasília. É muito importante que ferramentas tecnológicas como o Google Arts & Culture deem essa visibilidade internacional”” assinatura=”Bartolomeu Rodrigues, secretário de Cultura e Economia Criativa” esquerda_direita_centro=”direita”] A coleção Brasília: um Sonho Construído apresenta um passeio imersivo pelo passado e presente da capital desenhada por Oscar Niemeyer e planejada por Lúcio Costa, por meio de 90 exposições virtuais com cerca de 4.000 imagens históricas, além de 200 obras de arte digitalizadas em alta resolução, tours virtuais em 360° pelos principais museus da cidade e recursos educativos para pais e professores. “O Museu Nacional da República e o acervo representam uma parte da relação entre arte e arquitetura que está na base da construção e concepção de Brasília. É muito importante que ferramentas tecnológicas como o Google Arts & Culture deem essa visibilidade internacional”, destaca o secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues. Além da curadoria do Museu Nacional da República, a mostra teve colaboração do Arquivo Público do Distrito Federal, Instituto de Arquitetos do Brasil, Museu da Câmara dos Deputados, Supremo Tribunal Federal e outras 15 organizações sediadas em Brasília. O secretário Bartolomeu Rodrigues comemora o lançamento da coleção que universaliza a arte e a cultura de Brasília | Fotos: Divulgação/Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF “Agora, por meio do projeto Google Arts & Culture, será possível fazer uma visita virtual ao museu e isso poderá servir de incentivo à pesquisa, à fruição, ao cuidado e ao sentimento de pertencimento a quem ainda não conhece presencialmente e está distante fisicamente desse espaço cultural”, aponta a diretora do Museu Nacional da República, Sara Seilert. Considerada Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco desde 1987, Brasília é a primeira cidade da América Latina a ter uma exposição dedicada no Google Arts & Culture, seguindo os passos de outras grandes cidades também reconhecidas por sua riqueza cultural, como Parma, na Itália, Pittsburgh e Milwaukee, nos EUA, e Lagos, na Nigéria. “Seu plano urbano ousado, a efervescência da sua cena artística e os traços modernos marcantes da capital do Brasil, um dos marcos arquitetônicos mais importantes do planeta, estão, agora, acessíveis para amantes da cultura no mundo inteiro que queiram conhecer ou descobrir em um só lugar os tesouros que fazem dessa cidade um incrível museu a céu aberto”, diz Luisella Mazza, diretora global de operações do Google Arts & Culture. Buffalo e os Siouxies, de Alice Lara, está entre as imagens de mais de 200 obras de Brasília: um Sonho Construído Para além do Museu Nacional, é possível visitar outros espaços da Secretaria de Cultural e Economia Criativa (Secec), como as bibliotecas Nacional e Pública de Brasília, Complexo Cultural Samambaia e Memorial dos Povos Indígenas. A vida cultural das regiões administrativas (RAs) também está disponível no Google Arts & Culture. Viagem aos museus A experiência pela capital federal também reserva espaço para museus cujo trabalho é preservar a arte e o patrimônio da cidade e do Brasil, do Museu Nacional da República à Fundação Athos Bulcão, passando pelo acervo de arte da Câmara dos Deputados. Graças à tecnologia de Art Camera, imagens de mais de 200 obras de artes foram capturadas em ultrarresolução, possibilitando uma visão mais detalhada da técnica de cada artista. Entre elas estão Buffalo e os Siouxies, de Alice Lara, e Paisagem nº 9, de Lucia Laguna, ambas expostas no Museu Nacional da República, cujo acervo on-line também conta com outras 100 obras de arte digitalizadas, de artistas modernistas e contemporâneos. Por meio de imagens do Google Street View, os visitantes percorrem os corredores de seis museus da capital por meio de tours virtuais em 360°, entre eles o Museu de Valores, o Centro Cultural dos Três Poderes e também o prédio do Supremo Tribunal Federal (STF). As mentes da capital A coleção traz uma seção dedicada ao pioneirismo e trabalho do arquiteto Oscar Niemeyer, uma das mentes por trás da construção da cidade. Entre suas obras está a Catedral Metropolitana de Brasília, que ganhou uma versão em 3D e pode ser vista em realidade aumentada, permitindo projetar o monumento e interagir com ele pelo celular de onde estiver. O Museu Nacional da República abriga acervo que conta com mais de 100 obras de arte digitalizadas, de artistas modernistas e contemporâneos Ainda, é possível conhecer as criações de Niemeyer em ângulos pouco convencionais na seção “Brasília vista de Cima”, proposta pelo Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), com imagens aéreas inéditas de paisagens, jardins, parques e prédios icônicos do Plano Piloto, sendo possível ver as escalas urbanas que definem as identidades arquitetônicas e culturais de Brasília. Brasília antes de Brasília Além da série de imagens da construção da capital, um dos destaques da exposição virtual é a seção com registros históricos do Arquivo Público do Distrito Federal, que apresenta eventos fundamentais para o surgimento da cidade. Entre eles estão as trajetórias dos trabalhadores e trabalhadoras que chegaram ao centro do país para construir a cidade. Cada história é contada a partir das cartas enviadas às famílias, nas mais distantes regiões, com relatos emocionantes sobre os dias em que Brasília saía do papel e se tornava realidade. Os documentos podem ser lidos ou ouvidos em uma das experiências mais marcantes da mostra. Sobre o Google Arts & Culture [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Desde 2011, o Google Arts & Culture vem ajudando instituições culturais a disponibilizar seus acervos e patrimônios no mundo digital, com o objetivo de dar acesso ao conhecimento e tesouros da arte para as pessoas em qualquer lugar do mundo. A plataforma dá acesso às coleções de mais de 2.000 museus em mais de 80 países. É uma forma imersiva de explorar a arte, a história e as maravilhas do mundo, como as pinturas da casa de Van Gogh e o Taj Mahal. O site é gratuito e está disponível nesse link ou por meio do aplicativo disponível nas lojas de app IOS e Android. *Com informações da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF
Ler mais...
Lúcio Costa receberá novo transformador de energia
A Companhia Energética de Brasília (CEB) fará, nesta quinta-feira (21), a instalação de um transformador no Guará, na localidade conhecida como Lúcio Costa. Por segurança, o fornecimento de energia será interrompido, entre 8h40 e 16h30, em alguns endereços da cidade. Na QE 1, o desligamento afetará os conjuntos A (lote 1), C (lote 10), os blocos A-1 a A-15, B-1 a B-8, os conjuntos B, C, D e E, o lote Q (Secretaria de Educação) e lotes 1, 1/2 e 2. Na QE 2, ficarão sem energia os blocos A-1 a A-15, B-1 a B-15, os conjuntos A e B e os lotes 1, 1/2 e 2, além da Entrequadra 2/3 e as áreas especiais 2 e 3. Também haverá suspensão do fornecimento de energia na QE 3, nos blocos A-1 a A-15, na unidade básica de saúde, nos conjuntos A e B, nos blocos V-8 a B-15, no conjunto A, na Entrequadra 3/4 e nas áreas especiais 1 a 3. Samambaia Equipes da CEB também estarão em serviço em outras três localidades do DF nesta quinta-feira (21). Uma delas é Samambaia, que terá poda de árvores e, por isso, ficará sem energia das 8h às 17h30 na QI 616, em lotes dos conjuntos B ao F, I e L. No Lago Norte, o Núcleo Rural Boa Esperança II ficará sem energia, entre 7h50 e 13h, para que a CEB faça a manutenção preventiva na rede elétrica. O desligamento afetará as chácaras Santa Júlia, Portal Sol, Paraíso, Girassol, Sobral, Padre Cícero, Lua Cheia, Magayver, Arco Íris, Serriema, Rodrigues, Fênix, Dalila, Santa Efigênia e as de números 2, 3, 3-A, 10-T, 14, 15, 47, 165, 1100, 1130. Na Asa Norte, serão executados serviços para melhorar a distribuição de energia na rede elétrica da região. Por segurança, deverá ser interrompido o fornecimento entre 8h40 e 12h30, na Via L3 Norte, Fundação Oswaldo Cruz.
Ler mais...
Prédios da Novacap recebem nomes de pioneiros
A partir de agora, quem chega à Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) inicia o percurso pela Avenida JK (foto). A principal via interna da empresa recebeu simbolicamente o apelido do ex-presidente responsável pela construção da nova capital do Brasil. A homenagem ocorreu na manhã desta quarta-feira (16) e faz parte dos eventos de celebração dos 64 anos da companhia, a ser lembrado no sábado (19). Foto: Novacap/Divulgação “É uma forma de exaltarmos as raízes de Brasília e do Distrito Federal. Os nomes foram escolhidos com muito carinho e muito respeito a esses pioneiros que tanto fizeram por essa empresa e por toda nossa região”, destaca o diretor-presidente da Novacap, Fernando Leite. Primeiro diretor-presidente da companhia, Israel Pinheiro passa a dar nome ao prédio principal. Oscar Niemeyer e Lucio Costa estão simbolizados, respectivamente, nos prédios da Diretoria de Edificações e Diretoria de Urbanização. Por fim, o Caic, que ficam logo à direita da entrada principal onde funciona parte dos serviços operacionais e administrativos, ganha o nome de Bernardo Sayão. Todos trabalharam na Novacap durante a construção. Outra honraria foi entregue à trabalhadora Maria da Glória Rincon Ferreira. Ela recebeu uma placa representando aqueles que completam, este ano, três décadas de serviço na companhia. Exposição de arte Ainda dentro do programa de comemorações, a exposição Brasília em Digital, de Salveci dos Santos, fotógrafo, artista plástico e colaborador da Novacap. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] “Brasília foi criada com concreto e tentei lançar um olhar diferenciado para cada um dos nossos monumentos. Nossa cidade representa todas as cores de todos os estados”, define o autor das obras. “A ideia é mostrar esses espaços em cores vivas”, completa. Brasília em Digital utiliza a técnica de equalização local. De acordo com o artista, trata-se de um trabalho no qual as têmperas das cores são deixadas as mais vivas e mais fortes. Por medida de segurança, o público em geral que quiser conhecer a exposição precisa a visita por e-mail. * Com informações da Novacap
Ler mais...
Patrimônios culturais do Plano Piloto ganham reforma
A Agência Brasília publica nesta sexta-feira (7), sábado (8) e domingo (9) uma série de matérias que mostram ações do Governo do Distrito Federal de reforma e manutenção dos espaços culturais da região. Na matéria de hoje, a reportagem apresenta o trabalho de vários órgãos para deixar os locais apresentáveis e de forma organizada para a população e os turistas. O histórico edifício do Museu da Cidade, com o rosto de Juscelino Kubitschek, é recheado de fotos e frases marcantes do passado, assim como outros três monumentos da área. Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília Muita gente conhece a história. Parece lenda urbana, mas não é. Aquele “prendedor gigante” localizado quase em frente ao Supremo Tribunal Federal (SFT), em plena Praça dos Três Poderes, é um pombal e foi projetado por Oscar Niemeyer, a contragosto, a pedido da primeira-dama, Eloá Quadros, então esposa de Jânio Quadros, que ocupou o cargo por apenas sete meses, em 1961. As más línguas eternizaram que foi a única obra de Jânio na nova capital. Um lugar que, por sinal, dizem que ele não morria de amores. Essa é só uma das dezenas de fatos, acontecimentos e fabulações que envolvem os vários prédios e monumentos de Brasília, quase todos patrimônios culturais e históricos do Distrito Federal. E, no caso específico do Centro da Praça dos Três Poderes (CP3P), com grande valor cívico. Daí a necessidade de todos esses espaços estarem sempre em boas condições e apresentáveis de forma organizada para a população e turistas do país e do mundo inteiro. Um esforço que a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF (Secec), em parceria com outros órgãos do GDF, não tem medido. Ou seja, revitalizando, reformando e colocando em ordem os aparelhos culturais da cidade. Pelo menos seis dessas áreas privilegiadas do Plano Piloto já passaram por processo similar: “Essa é a função do poder público, o de garantir a manutenção permanente desses locais, revitalizando sempre que precisar, porque são obras de artes para utilização da sociedade e que, aliás, também deve ajudar a preservar”, destaca o subsecretário de Patrimônio Cultural da Secec, Demétrio Carneiro. “No caso da Praça dos Três Poderes, estamos falando de um lugar que é um marco cívico do DF, um patrimônio material que você vê, pode contemplar, mas, também, tem uma carga simbólica que é a razão de ser de todo o projeto do Niemeyer”, explica. Luzes sobre a memória da transição Não duvide do potencial histórico, cultural e cívico do lugar. Além de verdadeiro museu a céu aberto, também representa uma bela viagem ao passado, presente e futuro da nação. Basta conferir os monumentos do Centro Cultural dos Três Poderes, integrados à Praça e subordinados à Subsecretaria de Patrimônio da Secec. Todos em fase de revitalização, em menor ou maior grau. Localizado próximo à pista que dá para a parte de trás do Congresso, o Museu da Cidade, inaugurado em 21 de abril de 1960, junto com a nova capital, tem a responsabilidade de guardar a memória da interiorização do país. Carimbado com um rosto do presidente Juscelino Kubitschek e uma frase que sela o destino da nova cidade na fachada externa, o edifício histórico é recheado de fotos e frases marcantes do passado, assim como outros três monumentos da área. Antes no breu, agora estão iluminados por refletores novos. Trata-se de uma reivindicação antiga dos turistas e de quem trabalha próximo à Praça. “O Museu da Cidade marca a transição do poder do litoral, que era o Rio de Janeiro, para o interior, o Brasil central, enfim, Brasília. Ele é a memória dessa mudança”, contextualiza Rafael Soffredi, diretor do CC3P. “Parece algo simples, mas essa iluminação não apenas revitaliza os monumentos, como os coloca em evidência dentro da enormidade que é a Praça dos Três Poderes”, diz o gestor, referindo-se, também, à escultura Os Candangos, de Bruno Giorgi, além do famoso Pombal, com cara de prendedor de roupa, de Niemeyer, e o Monumento da Unesco. Nesta semana, foi assinada um convênio entre a Secec e a Novacap, que abre caminho para a restauração da Sala Martins Pena, do Teatro Nacional Claudio Santoro e, em breve, de toda a estrutura do equipamento interditado há mais de seis anos. Confira no vídeo abaixo: Fachadas de mármores Assim como as belas fachadas de mármores do Museu da Cidade, as pedras portuguesas que formam o amplo calçadão da Praça dos Três Poderes estão sendo limpas com jatos de água e os locais deteriorados, também estão sendo reparados. O trabalho minucioso é realizado por 13 apenados da Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso (Funap-DF) e nove encarregados da Diretoria de Urbanização da Novacap. “Tem muita coisa para recuperar”, avalia o engenheiro da companhia Aires Soares. “O nosso compromisso é deixar tudo limpo e recuperado até o dia 6 de setembro”, antecipa. Turistas de Foz do Iguaçu (PR), os paranaenses Samuri Schesser, 37 anos, e Roque Colombo, 54, ficaram deslumbrados com o tamanho dos edifícios projetados por Oscar Niemeyer. “A gente vendo isso na televisão parece tão pequeno, mas chega aqui é impactante”, disse o pecuarista Samuri. “A beleza desses monumentos é uma coisa que impressiona”, conta o empresário Roque. Para a autônoma brasiliense Kailene Racele, 30 anos, anfitriã da dupla sulista, o trabalho de revitalização da Praça dos Três Poderes e dos monumentos que fazem parte do espaço é necessário. “Tem que deixar o lugar bonito sempre. Além de receber gente do mundo e de várias parte do País, ainda é projetado na TV o tempo todo”, observa. Pequeno gigante Construído em homenagem ao presidente Tancredo Neves e aos heróis nacionais que defenderam a liberdade e democracia no Brasil, como o inconfidente Tiradentes, a revolucionária Anita Garibaldi e o escravo Zumbi dos Palmares, o Panteão da Pátria foi inaugurado em 7 de setembro de 1986. Com traços de Oscar Niemeyer, o edifício de três andares conta com vitrais rubros da artista Marianne Peretti (também responsável pelo revestimento vítreo da Catedral Metropolitana de Brasília) e mural do artista plástico Athos Bulcão. Graças à atenção especial dada ao espaço pela Secec, via Subsecretaria de Patrimônio Cultural, o local pode usufruir de uma novidade há tempos esperado. “Como aqui tem muitos servidores de outras instituições, a instalação da cancela eletrônica no estacionamento do Panteão trouxe uma comodidade para os convidados, muitos deles integrantes de comitivas internacionais vindo das embaixadas”, conta o gerente Rafael Soffredi. “Hoje tem lugar para eles estacionarem sem problema”, explica. Bem escondidinho e pequeninho, mas de uma grandeza que não cabe nos seus 432 m², o Espaço Oscar Niemeyer tem o maior volume de obras de todos os ambientes culturais do Plano Piloto. Com duas galerias e um anfiteatro com capacidade para 20 pessoas, o charmoso cantinho do arquiteto que criou as edificações modernas da capital que encantou o mundo, além da revitalização do teto, teve o sistema de rede elétrica e o ar condicionado recuperados. O espaço também ganhou carpete e pintura nova. Transtornos causados pela última chuva foram sanados com a impermeabilização da cobertura de um bloco. “Estamos com 95% da reforma feita”, diz, animada, Marcela Lopes, uma das responsáveis pelo local. “Não importa o tamanho do espaço, mas o seu significado, a importância para a cidade, a localização que é no coração da capital, a posição estratégica, perto dos três poderes e de uma área de bosque”, valoriza. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”centro”] Arquitetura e de urbanismo De acordo com o subsecretário de Patrimônio Cultural da Secec, Demétrio Carneiro, a ideia é transformar a área num importante centro de pesquisa que valorize tanto os trabalhos de arquitetura e de urbanismo, dois pilares que são sinônimos de modernidade quando o assunto é Brasília. Há, inclusive, uma exposição programada para quando essa pandemia acabar. “Será a integração desses dois grandes mestres da cidade que foram Oscar Niemeyer e Lucio Costa”, planeja. Assim como o Espaço Renato Russo, brindado por lavagem dos arcos internos, limpeza de luminárias e toda parte de vidros das galerias, além da impermeabilização do telhado, a Biblioteca Nacional de Brasilia (BNB) ganhou vida nova com ajuda da equipe do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), responsável pela limpeza de toda a parte externa do lugar, pichadas por manifestantes. Com capacidade para receber cerca de três mil usuários por mês, a Biblioteca Pública de Brasília, situada na 312/313 Sul, é conhecida por receber grande fluxo de estudantes e moradores do final da Asa Sul. Por lá, o olhar especial da Secec também foi bem-vindo. Além das limpezas de luminárias e de todo espaço físico, o celeiro de livros dessa parte do Plano foi beneficiado por internet mais potente e novo banheiro. “São benfeitorias que mexem com a autoestima dos servidores e despertam o interesse dos frequentadores. É um lugar bem estimado e democrático, recebemos até moradores de rua”, comenta a diretora Simone Queiroz Afonso. *Leia neste sábado (8) – Reformas nos espaços culturais de regiões administrativas
Ler mais...
Quadra modelo de Brasília, 308 Sul é roteiro da Live Tour da Setur-DF
Projeto urbanístico de Lucio Costa, paisagismo de Burle Marx, azulejos de Athos Bulcão, Igrejinha e Escola Parque de Oscar Niemeyer. Uma verdadeira aula de arquitetura e urbanismo que reúne num só endereço a assinatura dos homens que tornaram Brasília única. A Live Tour deste sábado (20) levou brasilienses e moradores de outros estados e países para um passeio pela quadra modelo da cidade, a superquadra sul 308, em um dia com céu azul e ipês floridos. Fundada em 1962, a quadra segue todos os padrões imaginados no plano original e tem a infraestrutura necessária para atender às necessidades dos moradores. A ideia era reunir, nas proximidades, os serviços necessários à comunidade local. O modelo original é o conjunto que reúne as quadras SQS 107, 108, 307 e 308, um verdadeiro sítio histórico onde é possível percorrer a superquadra modelo, a Igrejinha, o Cine Brasília, o Clube Vizinhança, a biblioteca, as escolas e o Espaço Cultural Renato Russo. Com a sua funcionalidade e beleza, a superquadra modelo é um ícone da cidade. Live foi conduzida pelo guia de turismo Lucio Montiel e contou com comentários empolgados com a beleza e importância da superquadra 308 Sul. Foto: Reprodução/Internet O guia de turismo Lucio Montiel conduziu a visita, que começou na tradicional Igreja Nossa Senhora de Fátima, a Igrejinha. Foi projetada por Oscar Niemeyer em 1958 e seu inusitado formato foi inspirado em um chapéu de freira. A fachada da Igrejinha exibe a mais conhecida obra de Athos Bulcão, o painel de azulejos que simboliza a pomba do Espírito Santo descendo à Terra e a Estrela da Natividade. O interior do templo é revestido por ilustrações do renomado artista plástico local Francisco Galeno. Devido à sua importância histórica e arquitetônica, a Igrejinha foi tombada em 2007 como Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. “É fantástico poder mostrar Brasília e os seus encantos. É importante mostrar como as pessoas vivem a cidade, os seus moradores. A ideia é sair do Eixo Monumental e ir para a escala residencial”, reforçou Lucio. Em seguida, o bloco B da 308 Sul foi apresentado como um exemplo da influência da arquitetura modernista. Lucio Costa aplicou os princípios básicos do movimento, como a fachada do prédio limpa, com vidros e elementos coloridos. A parte de trás dos prédios é ocupada por charmosos cobogós. E, claro, os famosos pilotis – outra marca registrada da arquitetura modernista e tradicionais em Brasília, fizeram parte do tour. Os prédios são dos arquitetos Sérgio Rocha e Marcelo Campelo, que fez também os azulejos. A Escola Parque e Escola Classe também compõe a quadra residencial com o intuito de oferecer o modelo de ensino integral pensado por Anísio Teixeira. Ao lado, fica o Parque do Serpentário, projeto por Burle Marx. A quadra ainda conta com o jardim de infância, que recebeu a visita da rainha Elizabeth II do Reino Unido, em 1968. Outro componente importante é o espelho-d’água com carpas ornamentais, que compõem o paisagismo projeto por Burle Marx. “É um ponto comunitário da quadra e é o mais visitado. É a única quadra residencial que possui um lago como esse”, explicou Lucio. Outro ponto importante e repleto de árvores é o Parque dos Cogumelos, também projetado por Burle Marx. “Esse espaço marcou gerações. Muitas crianças vêm subir nas árvores para se divertirem. Temos uma qualidade de vida muito alta. A proposta de Lucio Costa deu certo e criou esse estilo de vida”, complementou o guia de turismo. O passeio ainda parou na banca de jornal do Seu Lorival, o primeiro jornaleiro da cidade, localizada na quadra que fica ao lado, na 108 Sul. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”centro”] “O projeto Live Tour Brasília ressignifica os pontos turísticos e a história da nossa cidade. Além disso, promove o trabalhos dos guias de turismo, profissionais que merecem todo o nosso reconhecimento”, conclui a secretária de Turismo do DF, Vanessa Mendonça. Para o prefeito da 308 sul, Fernando Bassit Lameiro da Costa, a quadra modelo não poderia ficar de fora da websérie da Setur. “Nos orgulhamos da conversão do patrimônio contido na quadra. Seu valor cultural e potencial turístico são imensos. É preciso preservar esse patrimônio””, disse. “Achei interessante a inovação de mostrar a cidade por meio de um órgão do governo de uma forma tão direta. Fiquei empolgado com a proposta. Como representante do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do DF vemos como algo muito benéfico, estamos mostrando a cidade e o espaço público”, disse Daniel Mangabeira, que acompanhou a live pelo Instagram. Confira a live completa no Instagram @seturdf *Com informações da Secretaria de Turismo
Ler mais...
Uma construção ousada e um conteúdo recheado de memórias de Brasília
Do lado de fora, colunas que lembram uma aranha – ou uma espaçonave, ou uma Catedral invertida –, o busto de Juscelino Kubitschek e um espelho d’água castigado pela seca de setembro. Dentro, cadeiras do saudoso Cine Bruni (que talvez você nunca tenha ouvido falar), o Jeep onde Bernardo Sayão, Lucio Costa e Israel Pinheiro andavam para visitar as obras de construção da nova capital e a cadeira onde JK se sentou para assistir a primeira missa da cidade, na Praça do Cruzeiro. Memórias, histórias e um apanhado de curiosidades sobre a fundação e os primeiros anos de Brasília fazem parte do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal (IHG-DF), localizado na 703/903 Sul, na Asa Sul. Apesar da grandiosidade arquitetônica do prédio projetado por Milton Ramos – que deixou seus traços no Teatro Nacional, no Itamaraty e no Hospital de Base –, o espaço que reúne museu e escola passa despercebido por grande parte da população. Inaugurado em junho de 1964, se junta a outros institutos de outros estados, além do nacional, sediado no Rio de Janeiro. O propósito é reunir o acervo da fundação de Brasília – e de seu fundador. É um primo público do Memorial JK, entidade privada em homenagem ao ex-presidente do Brasil idealizador de Brasília. Aliás, há muito de Juscelino por lá. Se os restos mortais do mineiro estão hoje no memorial do Eixo Monumental, no Instituto Histórico e Geográfico está a lápide que cobria a sua sepultura antes da exumação do corpo. Peças raras Jeep Willys 1952 branco que transportava os construtores pelas obras da cidade. Paulo H. Carvalho/Agência Brasília O museu do instituto é um caso à parte. Além do atlas apontando a região onde seria construída Brasília, há um baú usado pela comissão Cruls – que visitou a região para estudar o melhor ponto de instalação da nova capital, o Jeep Willys 1952 branco que transportava os construtores pelas obras da cidade, a cadeira onde Juscelino Kubitschek se sentou para assistir a primeira missa, ainda em 1957, além dos enormes projetores de extinto Cine Bruni. Objetos pessoais de JK e parte da exposição do centenário do ex-presidente, criada por Elifas Andreato, também estão abertas aos visitantes. As aulas assistidas pelos estudantes são ministradas em um auditório com as poltronas originais do Cine Bruni que funcionava no Setor Bancário Norte – no tempo em que ainda era permitido fumar em local fechado. Poltronas com cinzeiros originais do Cine Bruni / Foto: Paulo H. Carvalho / Agência Brasília Turistas curiosos em saber mais sobre a cidade aparecem por lá, mas são as crianças e os adolescentes – e até os adultos, do curso de pedagogia da Universidade de Brasília (UnB) –, em visitas agendadas, o público alvo do instituto. Cadeira onde JK se sentou para assistir a primeira missa. Foto: Paulo H. Carvalho/ Agência Brasília A palestra, seguida de visitação e de atividades lúdicas ocorrem nos turnos da manhã e da tarde às segundas, quintas e sextas-feiras. Até dezembro de 2019, a agenda de visitações gratuitas está lotada – e ainda há fila de espera. Até agora, 90 mil estudantes já passaram por lá. Escolas Desde 1994, a história da cidade é ensinada a quem vai ensiná-la. Disposto a diminuir a carência de conhecimento sobre a história e geografia local, o Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal fez um acordo com a Secretaria de Educação. A parceria resultou na criação do programa educacional Distrito Federal: Seu Povo, Sua História. Até agora, 90 mil estudantes já visitaram por lá. Foto: Renato Araújo/Agência Brasília O IHG-DF disponibiliza seu espaço, instrumentos, equipamentos e acervo histórico-museológico e bibliográfico. Em contrapartida, a pasta libera professores das áreas de história, geografia e pedagogia com perfil para educação patrimonial em museu. Anualmente, são mais de seis mil alunos atendidos pelo programa. A professora Denise Coelho, 48 anos, e mais três colegas: Ivana Caldeira, Otávio Oliveira e Luiz Gustavo Leonel, são os responsáveis por ampliar os conhecimentos dos alunos que visitam o local. “O programa foi criado pela dificuldade das escolas em encontrar material didático que traga o conteúdo, além disso, muitas escolas trabalham a história do Brasil e não fala da história do Distrito Federal. Às vezes outras pessoas de outras regiões conhecem mais sobre a capital que os próprios moradores”, frisa Denise. Formação Todas as terças-feiras, professores da rede pública assistem aulas no curso Distrito Federal – seu povo, sua história, com carga horária de 180 horas. Dali, saem prontos a expandir os conhecimentos do que formou a Brasília de hoje. As atividades acontecem em parceria com a Secretaria de Educação. “Brasília ficou de fora dos livros no período do governo militar. Ajudamos a resgatar muito do que ficou pra trás”, explica a secretária-executiva do Instituto Histórico e Geográfico do DF, Agnês de Lima Leite, há 24 anos na instituição. A equipe de professores do instituto ainda promove um clube de leitura aberto à comunidade em que ao menos um dos títulos lidos trate da história de Brasília. Um trabalho semestral também é feito com alguma unidade de ensino em que os alunos, depois de quatro meses, fazem uma apresentação sobre um tema específico da capital. Neste semestre o protagonista é o Lago Paranoá. Experiências A professora Daniane Bevenito já levou mais de dez turmas para participar da ação. Foto: Renato Araújo/Agência Brasília A professora de geografia Daniane Carvalho Bevenito, 42 anos, já levou mais de dez turmas para participar da ação, como os estudantes do 7º ano do Centro Educacional 04 do Guará. “Todo ano trago alunos aqui. Complementa o meu conteúdo. O material é ótimo e sempre há mudanças nos temas trabalhados.” A estudante Isa Vitória de França Saraiva, de 13 anos, aprovou a iniciativa. “Toda escola deveria trazer os alunos aqui porque possibilita mais aprendizado”, defende. Para ela, aprender a contar a história de própria cidade é importante, ainda mais sendo a capital do Brasil. “Temos que conhecer não só o presente, mas também o passado. Agora tenho mais conhecimentos que poderei passar para meus familiares. Eles também vão gostar de saber”, disse.
Ler mais...
Rodoviária do Plano Piloto faz 59 anos e anuncia programação de aniversário
Cerca de 700 mil pessoas circulam pela rodoviária todos os dias | Foto: Toninho Tavares / Agência Brasília A Rodoviária do Plano Piloto fica localizada em um espaço privilegiado da capital federal. No centro do poder, ela concentra e redistribui um grande número de pessoas que passam por lá diariamente, cerca de 700 mil. De norte a sul do Distrito Federal e do Entorno, com a sua variedade de estilos, sotaques e destinos, ali o que não faltam são histórias para compartilhar dos seus 59 anos a serem completados em 12 de setembro. A rodoviária é a cara do DF, quase que uma cidade à parte. Lúcio Costa, o criador de toda a estrutura, compartilhou em relatório sobre o Plano Piloto o sentimento de ver toda a estrutura urbana construída. “Foi o Brasil de verdade, o lastro popular que tomou conta da área. Isso deu uma força enorme à capital, me fez feliz de ter contribuído involuntariamente para essa realização”, disse o arquiteto à época da criação. Foi a senha para que os pioneiros do Distrito Federal inaugurassem a rodoviária em 12 de setembro de 1960. Atual gestão Nesses 59 anos de vida, muitos fatos marcaram a “rodô”, como é carinhosamente chamada por brasilienses. Inclusive neste ano. Como ação preventiva, o governador Ibaneis Rocha interditou em junho parte superior do terminal, pois um monitoramento detectou fissuras em vigas de sustentação. A intervenção imediata do GDF foi necessária face aos riscos de segurança à população. As obras estão em curso para fortalecer toda a estrutura. Leia também: Novacap vai usar liga de carbono para recuperar Rodoviária do Plano Piloto Outras melhorias avançam. As 12 escadas rolantes e seis elevadores estão prestes a voltar a operar. O governo investiu R$ 920 mil para que as pessoas que circulam diariamente pela rodoviária tenham acessibilidade e conforto. A previsão é que tudo esteja em pleno funcionamento ainda neste mês de setembro. Além dessas reformas, ações sociais são executadas pela administração do terminal, em parceria com empresas privadas. Uma delas foi realizada em julho, atendendo a cerca de 1.500 pessoas com serviços de checagem de saúde ocular. Exames foram realizados, óculos distribuídos (para casos mais necessários), houve sorteio de consultas e cirurgia de catarata. Administrador da Área Central e Terminal Rodoviário, Josué Martins comenta o que tem sido feito no complexo. “Toda a nossa equipe está totalmente comprometida com as atividades a serem realizadas. Estamos trabalhando para daqui a 59 anos termos uma área muito melhor”, declarou. “O nosso governador Ibaneis Rocha, em sua sensibilidade, percebeu a necessidade que a rodoviária tem para o brasiliense. Aqui é o lugar do povo, o lugar mais democrático que já conheci em toda a minha vida”. Programação de aniversário Para celebrar o aniversário de 59 anos, na próxima quinta-feira (12), das 9h às 17h, o Sesc-DF oferecerá uma programação diversificada para os frequentadores do terminal. O administrador convida toda a população. “Estamos preparando uma linda festa de comemoração”, adianta Josué. Confira: Atividades diversas Oficina multiplicando o saber (confecção de lápis decorado) Fit box e hit box Zumba fitness Capoeira Avaliação física Orientação e prevenção à dengue Verificação da saúde arterial Saúde bucal Espaço literário (gibis, livros e pintura livre) Palco (apresentações musicais) 17h às 17h30: repentistas 17h30 às 18h: apresentação de hip hop 18h às 19h: Orquestra Alada Trovão da Mata 19h às 20h15: karaokê ao vivo com a banda Vox Pop Além dos serviços oferecidos pelo Sesc, a Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) levará uma edição da programa “Câmara Mais Perto de Você” ao dia do aniversário. A solenidade está marcada para as 15h, com a presença do presidente daquela Casa, Rafael Prudente. * | Foto: Toninho Tavares/Agência Brasília Com informações da Secretaria das Cidades
Ler mais...
Torre de TV Digital poderá receber nome de Oscar Niemeyer
“Vejo essa homenagem como um reconhecimento merecido”, frisou a secretária de Turismo, Vanessa Mendonça | Foto: Divulgação / Secretaria de Turismo A Torre de TV Digital poderá receber o nome de Oscar Niemeyer, autor do monumento. A sugestão de alteração foi discutida durante audiência pública realizada nesta terça-feira (20) na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). Todos os que compareceram ao debate aprovaram a alteração. O texto foi proposto pelo presidente da CLDF, Rafael Prudente, e ainda deverá ser apreciado pelo plenário da Casa. “Achamos mais do que justa essa homenagem. Não tem como falar de Brasília sem falar de Lucio Costa e Oscar Niemeyer. Não temos nenhum monumento em Brasília que leve o nome de Niemeyer”, argumentou o presidente da CLDF. Além do presidente da CLDF, participaram da audiência a secretária de Turismo, Vanessa Mendonça; o ex-presidente da Terracap Antônio Gomes Filho; o presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU), Daniel Mangabeira; a neta de Niemeyer e presidente da Fundação Oscar Niemeyer, Ana Lúcia Niemeyer; o bisneto do arquiteto Carlos Ricardo Niemeyer; e o jornalista, ex-secretário de Cultura e autor do livro A flor do Cerrado, José Silvestre Gorgulho. “Eu vejo essa homenagem como um reconhecimento merecido”, destacou a secretária Vanessa Mendonça. De acordo com ela, a Secretaria de Turismo tem trabalhado para que a Torre Digital se torne um dos pontos turísticos mais visitados de Brasília. “Estamos reestruturando nossos monumentos. Chamo todos para participarem desse movimento de valorização da nossa cidade. Precisamos direcionar esforços para nossa torre. Ela é uma obra monumental. Assim como Brasília, ela é impactante”, frisou a chefe da pasta. Daniel Mangabeira destacou a importância do arquiteto para a história da arquitetura mundial e também defendeu que o reconhecimento é necessário. “Niemeyer é uma das maiores personalidades que esse país já teve. A alteração do nome é extremamente benéfica, inclusive para a nossa cultura”, disse o presidente do CAU. “Ao colocar o nome de Niemeyer na Torre, estamos homenageando todos aqueles que contribuíram para que aquela obra fosse finalizada”, comentou Carlos Ricardo Niemeyer, um dos bisnetos do arquiteto. “A população chama a torre de Oscar Niemeyer. Esse movimento consolida o pensamento do povo brasiliense”, comemorou, emocionadamente, Ana Lúcia Niemeyer. “O Oscar Niemeyer é o arquiteto mais importante do século XX. Essa homenagem talvez não seja do tamanho da obra dele, mas é uma homenagem que bate no coração da cidade e no coração de quem ama Brasília”, pontuou José Silvestre Gorgulho. Turistas Em breve, a Secretaria de Turismo irá inaugurar um Centro de Atendimento ao Turista (CAT) na Torre Digital. Será o primeiro a ser voltado para o trabalho de designers gráficos, de interiores e de produtos. O Centro de Atendimento ao Turista da Torre de TV Digital é concebido pela união de três agremiações do setor: a Associação dos Designers Gráficos do DF (Adegraf), a Associação dos Designers de Produtos do DF (Adepro) e a Associação Brasiliense de Designers de Interiores (Abradi). * Com informações da Secretaria de Turismo.
Ler mais...
Catetinho – o Palácio de Tábuas
Fotos: Arquivo Público do Distrito Federal / Divulgação Rio de Janeiro, 1956. Numa das mesas do Juca’s Bar, que ficava dentro do hotel Ambassador, no centro da então capital brasileira, Oscar Niemeyer, acompanhado de amigos, pega um guardanapo e rabisca, com mãos ágeis, o projeto da primeira residência oficial de Juscelino Kubitschek na nova capital federal que estava sendo construída. O nome foi inspirado na sede oficial do governo federal inaugurada no século 19, o Palácio do Catete. Surgia assim, num gesto simples, tal qual Lucio Costa fez para esboçar o Plano Piloto, o Catetinho. Revitalizado recentemente pela atual gestão do GDF, o espaço já nasceu sob o signo da história. “Foi a primeira edificação do período da construção de Brasília. Envolve um simbolismo por ter sido projetada por Oscar Niemeyer com traços simples, traços esses que viriam marcar outras construções do arquiteto”, sustenta o professor de sociologia e pesquisador Guilherme França, coautor, juntamente com a historiadora Christiane Portela, do curta-metragem O Palácio de Tábuas, lançado em 2012. No filme, de pouco mais de dez minutos, pioneiros de Araxá (MG) que fizeram parte da construção do Catetinho, direta ou indiretamente, ligados à empresa mineira Fertisa, são homenageados, lembrando a aventura que foi chegar ao coração do Planalto Central para levantar o edifício de madeira. Tudo em tempo recorde: dez dias. Niemeyer se inspirou num galpão de obras para desenhar o casarão. O lugar escolhido, parte do terreno da antiga fazenda Gama, foi o primeiro chão em que JK pisou no DF. Levantar um edifício de madeira no meio do Cerrado foi uma aventura; relatos estão imortalizados na história de Brasília e do Brasil “A importância do Catetinho foi enorme não só na vida dos pioneiros araxaenses, fazendo Araxá ficar conhecida nacionalmente, mas ligando as duas cidades [Araxá e Brasília] umbilicalmente”, comenta Ahilton Guimarães, 83 anos. Ele foi um dos mineiros que participaram – a distância – da construção do “palácio de tábuas”. Então funcionário administrativo da Fertisa, Ahilton teve sob sua responsabilidade, entre outras atribuições, a logística do embarque do comboio de caminhonetes, caminhões e carretas até o local das obras. “Durante a construção do Catetinho, eu permaneci em Araxá; só depois da obra concluída é que fui até Brasília”, conta. Vaquinha Reza a lenda que a compra dos materiais para a empreitada veio de uma “vaquinha” feita por Niemeyer e amigos do presidente naquela mítica noite no Juca’s Bar. Além do arquiteto e do dono do bar, José Ferreira de Castro Chaves – o Juca –, fizeram parte da reunião os engenheiros Roberto Penna e Joaquim da Costa Júnior, o piloto João Milton Prates e o compositor e violonista Dilermando Reis, que era professor de violão de JK. O encontro teria acontecido 15 dias depois da primeira visita presidencial ao Cerrado brasiliense, em outubro de 1956. Estarrecido com a notícia de que JK pretendia acompanhar as obras da nova capital sem ter um lugar adequado para ficar, o grupo meteu a mão no bolso e fez a coisa andar. Uma nota promissória de quinhentos contos teria sido descontada no Banco de Minas Gerais, em Belo Horizonte. Há controvérsia sobre essa versão. “É um episódio inserido dentro do mito fundador da cidade”, atenta o historiador Wilson Vieira, coautor de uma publicação que conta o surgimento do DF a partir de mapas do século 18. “Pode ter tido um movimento nesse sentido dos amigos do presidente, mas que ganhou uma revisitação mágica, romanceada, enaltecendo personagens diante de um feito histórico. As obras do Catetinho foram pagas pela Novacap [Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil], e toda a documentação da construção se encontra no Arquivo Público do DF.” “Água de beber” O presidente Juscelino Kubistchek usou intensamente o Catetinho na fase inicial da construção de Brasília, para pernoitar, durante o acompanhamento das obras. Também eram assíduos no local o presidente da Novacap, Israel Pinheiro, e os diretores da empresa, Bernardo Sayão, Íris Meinberg e Ernesto Silva. Ernesto, no livro História de Brasília, relata: “Durante dois anos, residimos no Catetinho Israel, eu e Iris Meinberg, além de alguns engenheiros. Ali dormíamos, fazíamos as nossas refeições. Em torno da mesa tosca, prolongávamos, pela noite, as nossas discussões sobre os problemas mais urgentes, as decisões a tomar, a ação a empreender”. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] Por ali também passaram autoridades internacionais, como a rainha da Inglaterra, Elizabeth II e, em junho 1959, dois grandes nomes da música brasileira então em franca ascensão: o maestro Tom Jobim e o poeta Vinícius de Moraes, que fizeram história dentro da história. Incumbidos por JK de escrever, em dez dias, uma peça clássica falando sobre a construção de Brasília e a bravura dos pioneiros que ergueram a cidade – a Sinfonia da Alvorada –, tiveram tempo ainda de criar um clássico da MPB, o primeiro registro musical do DF. Gravada até por Frank Sinatra, Água de beber nasceu da sensibilidade telúrica de Tom Jobim. Certa noite, após um jantar, ele percebeu o rumor de uma bica d’água atrás do Catetinho. Ao perguntar que barulho era aquele, ouviu do vigia: “Você não sabe, não? É aqui que tem água de beber, camará”. E foi assim que conheceu a fonte na qual JK, um dia, de terno e gravata, fez questão de molhar as mãos, o rosto e matar a sede. Museu revitalizado Tombado como Patrimônio Cultural do DF em 1959 e desde 1970 transformado em museu, o Catetinho, hoje, é uma das atrações turísticas da cidade, reunindo móveis antigos, objetos pessoais e de trabalho do presidente Juscelino Kubistchek, além de acervo bibliográfico. Uma visita ao local é uma viagem no tempo, com o público sendo guiado pelo cheiro forte de madeira, da natureza que cerca o casarão, pela nostalgia dos objetos e por dezenas de fotos em preto e branco. Tudo está espalhado pelos oito cômodos do espaço, que vão desde a suíte presidencial e passam por quartos de hóspedes, banheiros e cozinha. Fragmentos da história da nossa cidade que a equipe de conservação e restauro teve o cuidado de tratar, equilibrando preservação histórica, natural e ambiental. Tudo em conformidade com o projeto original.
Ler mais...