GDF promove 11º Mutirão de Atendimento à População em Situação de Rua
A Secretaria de Saúde (SES-DF) participou do 11º Mutirão de Atendimento à População em Situação de Rua (PopRuaJud) do Distrito Federal. Denominada “PopMulheres”, a edição deste ano, realizada nesta semana, foi voltada exclusivamente ao público feminino e seus filhos, oferecendo atendimentos integrados em áreas como cidadania, assistência social, saúde, justiça e documentação civil. Na ocasião foi assinada uma carta de intenção de cooperação técnica interinstitucional entre a SES-DF e a Seção Judiciária do Distrito Federal (SJDF), vinculada ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1). À frente da Subsecretaria de Saúde Mental (Susam) da SES-DF, Fernanda Falcomer ressaltou que a parceria fortalece a promoção de direitos, o acolhimento, o acompanhamento psicossocial e a autonomia de pessoas em vulnerabilidade. Participaram da ação as equipes dos Consultórios na Rua (CnaR) e do Ambulatório Trans, além de servidores da Susam e dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) | Fotos: Yuri Freitas/Agência Saúde DF “O PopRuaJud é importantíssimo para a população em situação de rua. Nós prontamente nos disponibilizamos para integrar as ações do programa, em especial no âmbito do atendimento psicossocial, fazendo uso da nossa rede de saúde mental como um espaço também de acolhimento. A ideia é que, com a cooperação, possamos dar continuidade tanto aos mutirões quanto às ações contínuas de encaminhamento dessas pessoas aos serviços especializados”, afirmou Falcomer. Serviços de Saúde No local, os profissionais da SES-DF realizaram testagens rápidas para infecções sexualmente transmissíveis (IST) e verificaram sinais vitais e níveis de glicemia no sangue. As equipes ainda deram informações e distribuíram kits de higiene bucal, além de oferecer orientações sobre o acolhimento na Rede de Atenção Psicossocial (Raps) da pasta. Também foram oferecidas as vacinas antitetânica, tríplice viral (contra sarampo, caxumba e rubéola) e contra hepatite B, febre amarela, gripe e covid-19, assim como todas do calendário básico infantil. Para adolescentes foram disponibilizadas doses ACWY contra meningites bacterianas e imunizantes contra o papilomavírus humano (HPV). No local, os profissionais da SES-DF realizaram testagens rápidas para infecções sexualmente transmissíveis (IST) e verificaram sinais vitais e níveis de glicemia no sangue Participaram da ação as equipes dos Consultórios na Rua (CnaR) e do Ambulatório Trans, além de servidores da Susam e dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) — Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil (Capsi) Taguatinga, Caps II Taguatinga, Caps III Samambaia e Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD) Ceilândia. PopMulheres O PopMulheres integra o Mutirão PopRuaJud, uma iniciativa do Comitê Nacional PopRuaJud do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Comitê Seccional PopRuaJud da Seção Judiciária do Distrito Federal (SJDF). O evento reforça o papel do Governo do Distrito Federal (GDF), por meio da Secretaria da Mulher (SMDF), na promoção de políticas públicas que garantem proteção, apoio e capacitação profissional para as mulheres. *Com informações da Secretaria de Saúde (SES-DF)
Ler mais...
Acordo para promover e proteger os direitos da população em situação de rua é firmado entre GDF e Judiciário
O governador Ibaneis Rocha e o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Luís Roberto Barroso, assinaram, nesta quinta-feira (25), um Acordo de Cooperação Técnica com foco na ampliação do acesso à justiça e na garantia de direitos da população em situação de rua. A iniciativa envolve instituições do sistema de justiça e reforça a posição do Distrito Federal como a primeira unidade da Federação a apresentar um plano de política pública, coordenado pelo secretário-chefe da Casa Civil, Gustavo Rocha, após a suspensão das ações de abordagem à população de rua pelo STF. Governador Ibaneis Rocha na assinatura do Acordo de Cooperação Técnica | Fotos: Renato Alves/Agência Brasília Segundo o governador Ibaneis Rocha, as políticas públicas de ampliar o atendimento à população em situação de rua e facilitar o acesso a serviços públicos foram implementadas desde o início da gestão: “Esse, para mim, tem sido um trabalho árduo, mas que tem recompensado bastante. Quando assumimos o governo, em 2019, quem cuidava dessas pessoas era só a polícia. E nós criamos um sistema multidisciplinar que vai desde a Secretaria de Desenvolvimento Social, Secretaria de Saúde, também com as forças policiais, que mudou essa realidade”. “A política trabalhada pelo Gustavo Rocha foi levada em reunião ao ministro relator do processo, que é o ministro Alexandre de Moraes, e ele gostou do modelo que nós apresentamos e aprovou a implementação desse modelo aqui no Distrito Federal com o intuito, inclusive, de levar isso para todos os locais do Brasil. Então, para nós é uma alegria muito grande poder assinar esse acordo, agora com a participação do Tribunal de Justiça, que também se integra a esse grupo para que a gente possa qualificar esses magistrados, para poder resolver os problemas que realmente existem e são graves. Essas pessoas em situação de rua precisam, sim, de acolhimento”, pontuou o governador. “Esse, para mim, tem sido um trabalho árduo, mas que tem recompensado bastante. Quando assumimos o governo, em 2019, quem cuidava dessas pessoas era só a polícia. E nós criamos um sistema multidisciplinar que vai desde a Secretaria de Desenvolvimento Social, Secretaria de Saúde, também com as forças policiais, que mudou essa realidade" Governador Ibaneis Rocha Além de Ibaneis Rocha e do ministro Luís Roberto Barroso, foram signatários do acordo Gustavo Rocha, secretário-chefe da Casa Civil; o desembargador Angelo Passareli, 2º vice-presidente do TJDFT; Georges Seigneur, procurador-geral de Justiça do MPDFT; e Celestino Chupel, defensor público-geral do Distrito Federal. O secretário-chefe da Casa Civil, Gustavo Rocha, lembrou que foi somente nesta gestão que a população em situação de rua passou a contar com um plano exclusivo de acolhimento e atenção em defesa de direitos: “Esse é um dos temas mais complexos que esse governo se deparou na gestão pública. Quando assumimos, não existia política de acolhimento. O que existia era tirar as pessoas da rua, mudar de lugar, mas não era um acolhimento”. “Só no SLU [Serviço de Limpeza Urbana], temos 90 pessoas que foram capacitadas e hoje trabalham lá, tendo condições de sair das ruas. Então, isso é uma política muito importante, mas muito complexa. A participação do CNJ dá um peso muito grande e ajuda muito a gente a mudar essa cultura e mudar o perfil, a visão que as pessoas têm com relação à população em situação de rua”, acrescentou Gustavo Rocha. Compromisso A assinatura marca um compromisso institucional em desenvolver soluções conjuntas para desafios sociais, jurídicos e administrativos no DF, com foco em obter mais eficiência, inclusão e cidadania nas ações. O Acordo de Cooperação Técnica firmado conta com a participação do Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT), do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) e da Defensoria Pública do DF (DPDF). Prestes a concluir seu mandato como presidente do STF, o ministro Luís Roberto Barroso destacou a importância de celebrar o acordo antes do encerramento de sua gestão: “Para mim é simbolicamente muito importante que um dos últimos atos da minha gestão seja precisamente uma atuação de acolhimento de um dos segmentos mais discriminados e invisibilizados da sociedade, brasileira, vítimas, com muita frequência, de absoluta falta de empatia. Nós estamos aqui procurando tanto quanto possível, em nome do Estado, acolher essas pessoas para restaurar a sua dignidade e permitir que vivam também uma vida melhor”, disse. Acordo de Cooperação Técnica tem foco na ampliação do acesso à justiça e na garantia de direitos da população em situação de rua Para o Procurador-Geral de Justiça do MPDFT, Georges Seigneur, esse é mais um compromisso que a corte assume em prol da defesa dos direitos da população em situação de rua. “O MPDFT tem atuado de forma incisiva para garantir dignidade, acesso a políticas públicas e respeito aos direitos fundamentais dessa parcela da população. Ao longo dos anos, intensificamos nossas ações em parceria com órgãos do poder público, sociedade civil e demais instituições para assegurar o cumprimento da política nacional para a população em situação de rua”, acrescentou. Já o 2º vice-presidente do TJDFT, desembargador Angelo Passareli, destacou que destinará um setor dentro do tribunal para tratar das demandas: “Vamos criar um novo ato para destinar um núcleo ou então agregar essas atividades a um dos órgãos já existentes na nossa estrutura. Essa atitude de acolhimento às pessoas em situação de rua é nova na nossa história nacional, e o CNJ muito tem se esforçado para que isso ocorra. Isso significa uma atitude de humanização quanto às pessoas menos abastadas, menos exitosas em suas vidas”. Política distrital Sob coordenação do secretário-chefe da Casa Civil, Gustavo Rocha, o Distrito Federal foi a primeira unidade da Federação a apresentar um plano de política pública após a suspensão das ações de abordagem à população de rua pelo STF. As ações de acolhimento começaram a ser implementadas após uma fase de testes em maio de 2024, quando o GDF promoveu visitas na Asa Sul e em Taguatinga, atendendo cerca de 50 pessoas com assistência social e oferta de serviços públicos. Em 27 de maio de 2024, o GDF tornou oficial o Plano de Ação para a Efetivação da Política Distrital para a População em Situação de Rua. Desde então, ocorrem ações semanais em diversos pontos do Distrito Federal. Os órgãos do governo já passaram por regiões como Plano Piloto, Vila Planalto, Taguatinga Norte e Sul, Ceilândia, Águas Claras e Arniqueira. Gustavo Rocha: “Só no SLU [Serviço de Limpeza Urbana], temos 90 pessoas que foram capacitadas e hoje trabalham lá, tendo condições de sair das ruas. Então, isso é uma política muito importante, mas muito complexa. A participação do CNJ dá um peso muito grande e ajuda muito a gente a mudar essa cultura e mudar o perfil, a visão que as pessoas têm com relação à população e situação de rua” Em julho de 2024, a vice-governadora Celina Leão, então em exercício, assinou decreto que lançou o programa Acolhe DF, que propõe busca ativa e oferta de tratamento a pessoas em situação de rua com vício em drogas — tanto as ilícitas quanto álcool e tabaco —, criando uma linha de atendimento e, consequentemente, aprimorando as ações já existentes do GDF voltadas a esse público. Também em julho, o GDF inaugurou o primeiro hotel social da capital da República, destinado a acolher e abrigar a população em situação de rua. O equipamento oferece 200 vagas para pernoite e recebe também animais de estimação. Só na primeira semana, foram registrados mais de mil acolhimentos no local. No campo da qualificação profissional, o programa RenovaDF capacitou mais de 700 pessoas em situação de rua. Além disso, 2% das vagas de emprego em obras e serviços públicos são destinadas a esse público, que também é atendido com refeições gratuitas nos restaurantes comunitários. O café, almoço e jantar são gratuitos e o número de pratos servidos a esse público subiu de 200 mil em 2021 para 1,2 milhão em 2024.
Ler mais...
Pessoas em situação de rua participam pela primeira vez do RenovaDF
Será lançado oficialmente nesta sexta-feira (8), às 10h, no Pavilhão do Parque da Cidade, o 5º ciclo B do RenovaDF, programa do Governo do Distrito Federal (GDF) que garante a oferta de cursos práticos de qualificação profissional na área da construção civil. Os alunos inscritos recebem uma bolsa mensal de um salário mínimo por três meses e aprendem o ofício na prática, em atividades de conservação do patrimônio público, por exemplo, na recuperação de praças, quadras poliesportivas e viadutos. Esta é a primeira vez que a população em situação de rua é incluída no RenovaDF, programa que proporciona cursos de qualificação profissional na área da construção civil | Fotos: Renato Raphael/Sedes [Olho texto=”“Aprendendo um novo ofício eles resgatam a autoestima e estarão preparados para ingressar no mercado de trabalho” – Mayara Noronha Rocha, secretária de Desenvolvimento Social” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”] Foram 1.481 inscritos nesta etapa do RenovaDF, que marca a parceria entre as secretarias de Desenvolvimento Social (Sedes) e do Trabalho (Setrab). Desses, 98 são pessoas em situação de rua atendidas pelos Centros de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e Centros de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro POP). Além desse público, a etapa B do 5º ciclo do programa abriu vagas para 1.383 alunos. Esta é a primeira vez que a população em situação de rua é incluída no RenovaDF. “É muito bem-vinda essa parceria com a Setrab, isso vai trazer autonomia a essas pessoas em situação de rua. Aprendendo um novo ofício eles resgatam a autoestima e estarão preparados para ingressar no mercado de trabalho”, ressalta a secretária de Desenvolvimento Social, Mayara Noronha Rocha. Segundo o secretário de Trabalho, Thales Mendes Ferreira, no caso desse público, são usuários já acompanhados pelas equipes socioassistenciais, que manifestaram interesse em participar do RenovaDF. [Olho texto=”“O programa social RenovaDF vem contribuir para o grande rol de políticas públicas já desenvolvidas no Distrito Federal e vem de forma complementar, viabilizando a eles serem protagonistas da própria história” – Thales Mendes Ferreira, secretário de Trabalho” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”] “Estamos promovendo uma iniciativa inédita, a Sedes identificou essas pessoas em situação de rua e garantiu a participação deles no RenovaDF. O programa vai proporcionar a essas pessoas uma esperança e uma expectativa de vida, trazendo para elas uma nova profissão, e, quem sabe, um novo emprego”, afirma Thales Mendes Ferreira. “O programa social RenovaDF vem contribuir para o grande rol de políticas públicas já desenvolvidas no Distrito Federal e vem de forma complementar, viabilizando a eles serem protagonistas da própria história”, destaca o secretário de Trabalho. Cursos do Senai Por meio do Renova DF, o aluno adquire novas habilidades laborais e se torna apto a atender as exigências do mercado de trabalho e a realização da higienização e limpeza, manutenção e recuperação dos equipamentos públicos no âmbito do Distrito Federal. Os cursos serão ministrados pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e integrados às atividades de conservação do patrimônio público. Os alunos têm que cumprir uma jornada de trabalho de 80 horas por mês, durante três meses, e recebem mensalmente um salário mínimo de R$ 1.212, auxílio para transporte, kit lanche, uniforme um seguro de vida. Para receber a bolsa, eles são obrigados a cumprir 80% da carga horária. Os inscritos não têm vínculo empregatício e concluem o curso de três meses prontos para ingressar no mercado de trabalho. A etapa A do 5º Ciclo do RenovaDF já está em andamento, com 2.100 alunos. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Um dos contemplados no 5º ciclo B do programa é Itamar Marinho Nunes, de 52 anos, atendido pelo Centro POP Brasília. “Para mim, participar do RenovaDF é um recomeço, me faz sonhar com uma vida digna. Eu vou agarrar essa oportunidade”, promete. Itamar está há oito anos em Brasília, alternando a moradia entre a rua e unidades de acolhimento. Ele veio de Manaus (AM) para o DF tratar um câncer no cérebro na rede pública, e hoje está em situação de rua, sobrevivendo com os benefícios sociais que recebe do GDF. “Eu meu curei do tumor, e, atualmente, estou na rua aguardando vaga em uma casa de acolhimento. Mas faço todas as minhas refeições e tomo banho aqui no Centro POP”, relata. “Quando terminar o RenovaDF, quero voltar a trabalhar e ir na minha cidade visitar minha mãe, que ficou sozinha depois que meu pai morreu de covid”. *Com informações da Sedes
Ler mais...
Mutirão do GDF realiza 574 atendimentos no Setor Comercial Sul
A primeira semana da iniciativa conjunta do GDF para acolhimento à população de rua no Setor Comercial Sul (SCS) já produziu números expressivos: entre abordagens, acolhimentos, emissão de documentos, informações e cadastros, foram realizados 574 atendimentos entre segunda (24) e sexta-feira (29). O mutirão segue no local até a próxima sexta (4) e a intenção é expandir a iniciativa para outras regiões administrativas do DF. Um dos dados de destaque é relativo à acolhida das pessoas em situação de rua pelas equipes de abordagem social: nos cinco primeiros dias da ação, 20 pessoas foram atendidas e aceitaram ser transferidas para uma casa de acolhimento. O processo de aceitação e traslado até as unidades é totalmente voluntário, ou seja, só pode ser realizado com consentimento da pessoa. Por ser um procedimento delicado, a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) utiliza uma metodologia de educação entre pares, contratando pessoas que viveram em situação de rua para a composição da equipes. “O processo da saída das ruas é algo complexo que muitas vezes envolve a construção de um vínculo de confiança entre a pessoa atendida e os profissionais da assistência, com uma escuta sensível e a valorização da autonomia”, explica o diretor de Serviços Especializados a Famílias e Indivíduos da Sedes, Felipe Areda. Atualmente, pelo menos 80 pessoas que viveram nas ruas do DF trabalham nas equipes de abordagem social. Atualmente, a secretaria possui três unidades de acolhimento voltadas para adultos e famílias e outras três para o atendimento de crianças e adolescentes, além de parcerias com 25 organizações da sociedade civil para diversos públicos. Durante a pandemia do novo coronavírus, dois alojamentos provisórios, no Plano Piloto e em Ceilândia, foram instalados para ampliação emergencial da capacidade de acolhimento. “Quero arrumar um trabalho. Sou jardineiro, roçador, sei trabalhar com trator”, diz Julival que quer mudar de vida – está há 12 anos nas ruas do DF. Foto: Joel Rodrigues / Agência Brasília O baiano Julival Santos, há 12 anos morando pelas ruas do DF, foi atendido pelas equipes de consultório na rua, geridas pela Secretaria de Saúde, para conseguir remédios para a artrose nos joelhos e também foi agraciado com uma vaga no abrigo da Sedes em Ceilândia. Ele relata que alterna noites entre o SCS e a Rodoviária do Plano Piloto, mas agora quer dar um novo rumo na vida: “Quero arrumar um trabalho. Sou jardineiro, roçador, sei trabalhar com trator, fiz isso em Luís Eduardo Magalhães e em Barreiras (ambas na Bahia)”. Uma semana de muito trabalho Um dos serviços mais requisitados por quem passou pelo Setor Comercial Sul na semana passada foi a emissão de documentos: na semana passada, 90 carteiras de identidade foram emitidas pela Polícia Civil do DF. Outro órgão que registrou grande procura foi a tenda da Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal (Codhab), órgão que centraliza as oportunidades de moradia social para a população de baixa renda, que registrou 125 atendimentos. As equipes de consultório na rua, que contaram com o reforço de uma parceria entre o GDF e a Fundação Oswaldo Cruz, realizaram 57 atendimentos durante a primeira semana de intervenção no SCS, nos quais foram detectados dois casos positivos para Covid-19 e um de Sífilis que foi encaminhado para iniciar tratamento na atenção básica, além de emissão e troca de receitas médicas e prescrição de medicamentos. Unidade Móvel de Atendimento da Secretaria da Mulher fez 34 atendimentos. Foto: Joel Rodrigues / Agência Brasília Já a Unidade Móvel de Atendimento da Secretaria da Mulher fez 34 atendimentos, sendo que 14 foram encaminhados para outros órgãos do GDF, presentes ou não no SCS. Além dos atendimentos dentro do ônibus lilás, foram distribuídas máscaras e panfletos com telefones da Secretaria da Mulher, além de doação de roupas de um bazar. A ação no SCS conta com as secretarias de Desenvolvimento Social, Saúde, Mulher, Justiça e Cidadania, Segurança Pública e Trabalho, além da Codhab, da Companhia Energética de Brasília (CEB), da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), da Defensoria Pública, das polícias Militar e Civil, da Defesa Civil, do Departamento de Trânsito (Detran-DF), do Corpo de Bombeiros (CBMDF) e da Administração Regional do Plano Piloto.
Ler mais...
Covid-19: pessoas em situação de rua ganham livros
Levar a leitura às pessoas que não possuem acesso ao livro ou a uma biblioteca. Essa é a função da Mala do Livro, um dos programas com maior abrangência social do Distrito Federal, gerido pela Biblioteca Nacional de Brasília (BNB), equipamento da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec). Neste período de enfrentamento à pandemia da Covid-19, a Secec, em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) levou as “caixas-estantes” aos acolhidos em abrigo social no Autódromo Nelson Piquet.? Nesta terça-feira (14), a equipe da Mala do Livro disponibilizou parte de seu acervo bibliográfico a cerca de 200 pessoas em situação de rua que estão abrigados no autódromo internacional, como forma de enfrentamento ao novo coronavírus. Esta é a primeira ação cultural concebida no alojamento erguido em caráter de emergência. Além de proteção, os cidadãos – vindos de todas as partes do Distrito Federal – receberão alimentação balanceada, roupas limpas, atendimento psicossocial e, agora, acesso à cultura por meio da entrega dos livros. Completando 30 anos em 2020, a Mala do Livro é atualmente o programa mais antigo da Secec e tem conduzido, durante todo esse tempo, ações voltadas ao fomento e incentivo à leitura em comunidades do DF. De acordo com a diretora da Biblioteca Nacional, Sharlene Araújo, a implementação do programa em centros de acolhimento social pode ser uma valiosa contribuição da Mala para as medidas de enfrentamento à Covid-19. “Com essa parceria, estamos levando cultura, entretenimento e informação para os menos assistidos economicamente”, reconhece. À frente da Mala do Livro, Maria José Vieira considera que este período de quarentena é propício às atividades desenvolvidas pelo programa, a partir da ação governamental aliada à sensibilização social. “Como coordenadora de um projeto que leva esperança a tantas pessoas, creio que a leitura dará um grande ânimo na vida dos assistidos no alojamento, além de nos dar motivação para continuar incentivando a leitura para toda a população do DF”, destaca. Para o secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues, a iniciativa possui um poder transformador, não só no estímulo e acesso à leitura, mas também na contribuição à saúde mental da população, principalmente durante a pandemia. “Acredito que a cultura resgata e salva a vida do ser humano. Tudo o que consumimos para acreditar em dias melhores é extraído das atividades culturais. Devemos lembrar que a Mala do Livro atua efetivamente no acesso à leitura para toda a população. Neste período de isolamento social, a leitura é sim um refúgio importantíssimo e nutritivo para a mente”, celebra. Mala do Livro Lançada em 1991, a partir da iniciativa das bibliotecárias Neuza Dourado e Maria da Conceição Moreira Salles, a Mala do Livro conta hoje com mais de 300 agentes, responsáveis por mini-bibliotecas domiciliares ou institucionais em todo o Distrito Federal. As caixas-estantes de cada agente recebem cerca de 150 exemplares, que vão desde literatura infantil, infanto-juvenil, brasileira, estrangeira, até livros de pesquisa. As obras podem ser emprestadas por um prazo de sete dias, com possibilidade de renovação. No total, o acervo é composto por mais de 45 mil obras consignadas aos agentes que, além de fomentar o hábito da leitura entre crianças, jovens e adultos, desenvolvem atividades lúdicas como contação de histórias, por exemplo. Os livros atendem tanto as bibliotecas domiciliares quanto as institucionais, localizadas em unidades hospitalares, centros olímpicos, unidades prisionais e estações do metrô. A BNB também conta com um posto avançado da Mala do Livro no pavimento térreo, o que amplia as possibilidades de acesso à leitura. * Com informações da Secretaria de Cultura e Economia Criativa
Ler mais...
População em situação de rua recebe atendimento médico
A Secretaria de Saúde, em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) está prestando atendimento à população em situação de rua abrigada nos alojamentos provisórios instalados no Autódromo Internacional Nelson Piquet. Desde o dia 8 de abril, as equipes do Consultório na Rua estão realizando, três vezes por semana, atendimento médico para as pessoas em situação de rua instaladas no autódromo. As equipes de Consultórios na Rua têm por propósito potencializar estratégias utilizadas no território, criando redes e vínculos, tendo como objetivo garantir o cuidado integral desta população através da inserção na rede de saúde e intersetorial. O secretário de Saúde Francisco Araújo considera importante esse trabalho das equipes, em parceria com a Sedes, “porque essa é uma população extremamente vulnerável à proliferação do coronavírus, e se eles ficarem nas ruas, sem acompanhamento e assistência, corremos o risco de ter uma contaminação muito forte e grave nesse público”. Ele ressalta que, no caso da Covid-19, a melhor estratégia é a prevenção, “atuar antes que a doença se instale”. Já a gerente de Atenção à Saúde à População em Situação Vulnerável e Programas Especiais, Denise Leite Ocampo, explica que “serão três dias na semana porque a maioria das pessoas acolhidas têm agravos crônicos e, uma vez sanadas as questões agudas e realizado o manejo das questões crônicas, as equipes vão avaliar as intercorrências que surgirem”. Finalidade A equipe de saúde tem a finalidade de fazer o atendimento de todas as pessoas, realizar o perfil de saúde deles, o diagnóstico situacional e planejamento das ações em saúde. Além disso, identificar aqueles com febre e sintomas respiratórios para tomar as providências quanto à Covid-19. De acordo com Alan Fonseca, técnico de enfermagem e integrante da equipe do Consultório na Rua, primeiro é feita a triagem com anotação de todas as queixas dos pacientes, depois, os profissionais aferem a pressão e encaminham para o atendimento com o médico. Os casos mais graves são encaminhados para os hospitais. Valmiro Oliveira, 46 anos, foi atendido pela equipe do Consultório na Rua, nesta terça-feira (14), e ficou satisfeito com o trabalho. “Esse é um atendimento necessário para nós, que moramos na rua e quando precisamos de uma consulta médica, muitas vezes somos tratados com preconceito e descaso por causa da nossa situação”, desabafa. A principal queixa dele é a abstinência de drogas e dores abdominais constantes. Ele conta que os pais são idosos e moram em Santo Antônio do Descoberto (GO), mas como ele estava na rua correndo risco de contrair o coronavírus, preferiu ficar no alojamento. Consultório na Rua É uma modalidade de equipe Saúde da Família que funciona na Secretaria de Saúde do DF, bem como em outros estados, e que foi implementado pelo Ministério da Saúde para atendimento específico às pessoas em situação de rua. A equipe de Consultório na Rua pode ser composta por vários profissionais, entre médicos, assistentes sociais, enfermeiros, técnicos em enfermagem e psicólogos. Segundo a gerente de Atenção à Saúde à Populações em Situação Vulnerável e Programas Especiais, Denise Ocampo, as equipes de Consultórios na Rua têm por propósito potencializar estratégias utilizadas no território, criando redes e vínculos, tendo como objetivo garantir o cuidado integral desta população através da inserção na rede de saúde e intersetorial. Instalações O autódromo é uma unidade de acolhimento com capacidade para 200 pessoas, administrado pela Sedes e organizado pelo Instituto Tocar, contratado pela pasta. Os alojamentos começaram a funcionar no dia 7 de abril e está previsto para seguir por 90 dias ou enquanto durar a pandemia. O local está abrigando cerca de 160 pessoas. O diretor do Instituto Tocar, Elkin Páez, informou que o objetivo é manter todos os moradores em situação de rua instalados no local. “Como a maioria tem comorbidades como diabetes, hipertensão e doenças crônicas, queremos que eles cumpram a quarentena aqui, evitando que saíam e contraiam o coronavírus. Tudo para evitar ao máximo que eles tenham que ir aos hospitais”, explica. A ideia da iniciativa, além de proteger as pessoas vulneráveis nesse tempo de pandemia, é evitar que a contaminação da Covid-19 se prolifere entre essa população e, consequentemente pela cidade. * Com informações da Secretaria de Saúde
Ler mais...
GDF consegue zerar demanda de acolhimento social
Em um momento muito delicado por conta da pandemia do novo coronavírus, um dos focos de preocupação do Governo do Distrito Federal (GDF) é a população em situação de rua. Desde o início de março, várias medidas foram adotadas para evitar a propagação da Covid-19 no Distrito Federal e contágio desse público. Após pouco mais de um mês de ações, o resultado foi colhido. Pela primeira vez na história foi possível zerar a demanda de acolhimento para essa população. Geralmente, pessoas em situação de desabrigo aguardam dias até conseguirem uma vaga em Serviço de Acolhimento, porém, na última quinta-feira (9), a central de vagas conseguiu atender as solicitações e acolher toda a demanda pela primeira vez. O resultado voltou a se repetir nesta sexta-feira (10) Para entender melhor como isso funciona esse fluxo, a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) recebe as solicitações de vagas pela central de acolhimento, por meio do Sistema Integrado de Desenvolvimento Social (Sids). A central avalia as solicitações e encaminha as pessoas em situação de rua para as unidades de acolhimento, sejam aquelas de execução direta ou organizações da sociedade civil parceiras do GDF. Cerca de 160 pessoas que estavam em situação de rua, foram acolhidas nos últimos dias. Isso se deve à instalação do alojamento provisório do GDF, no Autódromo Internacional de Brasília, com capacidade para receber até 200 pessoas. Outro fator que contribuiu foi a ampliação de 105 vagas no Centro de Convivência da Granja das Oliveiras, no Recanto das Emas. Em relação à unidade no Recanto, foi feita toda uma adequação do espaço com dormitórios e banheiros para receber idosos que não tinham para onde ir. Anteriormente, o espaço era utilizado para atividades socioeducativas e de fortalecimento de vínculos com crianças, adolescentes e idosos. De acordo com a pasta, a perspectiva é que a demanda seja zerada diariamente, garantindo que indivíduos e famílias não permaneçam em situação de rua no Distrito Federal por ausência de vagas disponíveis nos Serviços de Acolhimento. Vale frisar também que, desde o ano passado, com a implementação do Serviço de Acolhimento Familiar e reordenamento no Serviço de Acolhimento para Crianças e Adolescentes, a central de acolhimento não tem registrado ausência de vagas de acolhimento para crianças e adolescentes. Central de Vagas Instalada em Taguatinga Norte, a central de acolhimento é uma Unidade da Secretaria de Desenvolvimento Social, vinculada à Proteção Social Especial, com funcionamento ininterrupto, responsável por realizar a gestão de todas as vagas de acolhimento ofertadas no Distrito Federal a crianças, adolescentes, indivíduos e famílias. Contato: centralac@sedes.df.gov.br Serviço de Acolhimento É o serviço previsto na Política Nacional de Assistência Social, para garantir acolhimento provisório a famílias e indivíduos em situação de rua e/ou desabrigo. O acesso ao Serviço pode ser feito por encaminhamento do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), do Serviço em Abordagem Social, Centro Pop e demais serviços e políticas públicas. Contato: disa@sedes.df.gov.br Seas O Serviço Especializado em Abordagem Social (Seas) atende pessoas em situação de rua nos espaços públicos, bem como realiza ações para combater o trabalho infantil e a exploração sexual. Não se trata de um serviço de retirada de pessoas, mas de uma das portas de entrada da Política de Assistência Social, para quem vive na rua, com ações de proteção social e defesa de direitos que visam à garantia da vida e a prevenção da reincidência de riscos. O trabalho ocorre de forma continuada 24 horas por dia, todos os dias da semana, com cerca de 30 equipes, com ênfase no processo educativo e preventivo, centrado na orientação, comunicação e redução de danos. Contato: geseas@sedes.df.gov.br *Com informações da Sedes
Ler mais...
Um espaço com mais dignidade e proteção
Foto: Acácio Pinheiro / Agência Brasília O governador Ibaneis Rocha visitou o acampamento montado no autódromo Internacional Nelson Piquet para as pessoas em situação de rua e gostou do que viu. O espaço, que fica na área de estacionamento dos carros, começou a receber seus primeiros usuários na terça-feira (7). Hoje (9), a partir das 11h, começam a chegar mais pessoas. A cada cômodo visitado, o governador fez questão de cumprimentar alguns já acolhidos ali, usando o cotovelo em vez da mão, como determina a Organização Mundial de Saúde (OMS) para prevenir o contágio pela Covid-19. E quis saber delas se estavam sendo bem tratadas. A ideia da iniciativa, além de proteger as pessoas vulneráveis nesse tempo de pandemia, é evitar que a contaminação da Covid-19 se prolifere entre essa população e consequentemente pela cidade. Recebido por servidores da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes), o chefe do Executivo local checou cada espaço, dos dormitórios à área de banho, passando pelo refeitório. De acordo com a secretária de Desenvolvimento Social, Mayara Noronha Rocha, é hora de ajudar a todos. “Vivemos um momento singular em nossas vidas, estamos cuidando de todos os cidadãos brasilienses e principalmente dos mais vulneráveis. Este gesto de acolher em um espaço adequado e dar o documento pessoal ao cidadão de rua, é lembrá-lo de que ele tem nome, origem e uma história. Estamos proporcionando dignidade. É tempo de ação”, disse. Segundo Francisco Soares, o Chicão, subsecretário de Administração Geral da Secretaria de Desenvolvimento Social, responsável pela logística do espaço, a expectativa é dar dignidade a essas pessoas que vivem à margem da sociedade. “Se já é apreensivo para quem tem moradia, imagina para quem está em situação de rua, que não tem acesso à alimentação e higienização”, comenta Chicão. “O acampamento foi feito no sentido de suprir essas deficiências”, continua. O alojamento tem lugar para 200 usuários, que estão chegando ao longo desta semana. Ali, eles terão uma estrutura semelhante à casa. Feitos de contêiner, os quartos possuem cama, armário e ventilador. Além disso, eles contam com iluminação. São 50 ao todo e com capacidade para abrigar até 4 pessoas. Eles também terão roupa lavada e um kit de higiene e não precisarão sair de lá para nada. Serão servidas as três refeições principais, sendo café da manhã, almoço e jantar. Além disso, receberão assistência 24h enquanto persistir esse período de pandemia na cidade. “A ideia é retardar ao máximo a chegada desse pessoal na rede hospitalar para não provocar um surto de demanda e o colapso do sistema médico”, observa Chicão. Durante a visita, o governador Ibaneis Rocha fez algumas sugestões, entre elas, a solicitação de documentação, para aqueles que não têm, junto à Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus). “Cada dia aqui é um aprendizado, temos que ordenar aqui dentro de acordo com as necessidades das pessoas, é um processo de mudança diário de adaptação para melhor atender”, destaca Karine Alves, subsecretária de Assistência Social da Sedes. As primeiras pessoas em situação de risco retiradas da rua chegaram na terça-feira (7). O grupo era composto por 50 homens. A maioria idosos. Eles passaram por uma triagem antes de serem aceitos ali. A aferição é necessária para saber se tiveram contato com o vírus ou possuem algum sintoma. Ao chegar ao autódromo, foram novamente examinados. Dessa vez, para saber se tinham febre, que é um sintoma predominante nos pacientes da Covid-19. Caso testem positivo para o novo coronavírus na triagem, ou reúnam sintomas da doença, esses serão encaminhados ao Movimento Eureka, na quadra 906 Norte. Vale lembrar que só ficarão lá as pessoas que não necessitem de internação pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A subsecretária de Assistência Social, Kariny Alves, disse que não houve recusa por parte deles na abordagem para ficarem no Autódromo enquanto não passa esse surto da pandemia. “Eles mesmos estavam preocupados porque viam todo mundo de máscara e eles não estavam”, disse Kariny. Rubens Faleiro de Siqueira, 57 anos, classificou como uma oportunidade. “Tenho de agarrar e não voltar mais para as ruas quando isso terminar”, disse ele. Morador do Goiás, veio para a cidade em 1974 pela primeira vez. Entre idas e vindas para cá, acabou indo para as ruas. Antes, estava dormindo no Setor Comercial Sul (SCS). Rubens agora vai dividir o mesmo quarto com Adailton Maia Santos, 57, que, por sua vez, disse que a nova moradia é melhor “que o céu”. “Estou muito contente de ter vindo para cá. Estava muito só, perambulando nas ruas”, lembra. Os usuários do acampamento no autódromo também vão obedecer as orientações da OMS, para evitar a transmissão e contágio da Covid-19. Até na hora das refeições, deverão guardar distância de um para o outro. Caso alguém esqueça da recomendação, os servidores da Secretaria de Desenvolvimento Social estão ali para lembrá-lo: “Só dois por mesa e distante”, corrigia Daniele Pereira, gerente de Serviços Especializados em Abordagem Social, durante o jantar da terça-feira (7), quando as primeiras dezenas deles decidiram sair das ruas e voltar para o convívio.da dignidade.
Ler mais...
Consultório na Rua leva atendimento a pessoas sem moradia
Três equipes multiprofissionais do governo de Brasília — todas de Estratégia Saúde da Família — atendem a população em situação de rua in loco. Elas fazem parte do Consultório na Rua, projeto criado em 2011 pelo Ministério da Saúde e aderido pelo Distrito Federal em 2012. Equipes de Estratégia Saúde da Família atendem a população em situação de rua. Em Taguatinga, por exemplo, profissionais se dividem entre rondas na rua e acolhimento na UBS nº 5. Foto: Tony Winston/Agência Brasília Na capital, há equipes referenciadas nas Unidades Básicas de Saúde nº 5 tanto de Taguatinga quanto de Ceilândia e no Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro Pop) do Plano Piloto (veja os endereços abaixo). Em Taguatinga, o grupo se divide entre rondas na rua e acolhimento de pacientes na unidade. “A gente tenta fazer o máximo [de atendimento] no local mesmo. Porque, se postergar, pode ser que a gente não consiga. Quando é uma situação que não pode ser feita na rua, a gente encaminha para uma consulta mais detalhada”, explica o médico da equipe, Artur Maldonado. Isso porque leva tempo criar vínculo com a população e convencê-la da importância de buscar atendimento. Além disso, para os moradores de rua há a dificuldade de acesso por causa do deslocamento. Para evitar barreiras que os desestimulem a buscar uma unidade de saúde, a equipe atende por demanda espontânea, sem necessidade de agendar um horário. Além de médico, há psicólogo, assistente social e enfermeiro na equipe. O intuito é oferecer bem-estar geral ao paciente em situação de rua para resgatar a dignidade e a cidadania. Projeto quer ampliar o acesso à saúde para pessoas em situação de rua Na prática, o projeto funciona como uma porta de entrada. A ideia é ampliar o acesso da população em situação de rua aos serviços de saúde, ao estimulá-la a usufruir o que é ofertado na rede. “Um dos objetivos é inserir o paciente no sistema. Então, uma das primeiras coisas que a gente faz é o cartão do Sistema Único de Saúde (SUS)”, explica a técnica de enfermagem Edilene Batista. [Olho texto=”Quando o paciente afirma que quer deixar a rua, a equipe aciona outras áreas do governo para buscar abrigo” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Como não têm residência, as pessoas atendidas pelo Consultório na Rua são orientadas a buscarem medicamentos e consultas na unidade de saúde mais próximo do local de atendimento. Em uma região perto de Samambaia, Antônio da Silva, de 49 anos, — que já usufruiu do auxílio-aluguel do governo local — vive com a esposa, cinco filhos e quatro netos. Com certa frequência, a família recebe a equipe. Na última visita, nessa quinta-feira (14), a esposa Marlene da Silva se queixou de dores no joelho e fraqueza. No atendimento, a equipe aferiu a pressão e receitou remédios de retirada gratuita na rede pública. Alunos da Escola Superior de Ciências da Saúde participam de algumas rondas Desta vez, alunos do primeiro ano de medicina da Escola Superior de Ciências da Saúde se uniram ao grupo. Eles cursam um módulo eletivo que mostra aos estudantes diferentes políticas públicas da área. Para a professora da disciplina, a médica sanitarista Maristela Alves, o acompanhamento das ações é uma maneira de criar interesse nos futuros médicos. “Não adianta ter só habilidades [médicas], é preciso ter atitude”, opinou. Na mesma ronda, nessa quinta (14), a equipe reencontrou, em uma região comercial de Taguatinga, Jorge Vasconcelos. Em 13 de novembro, ele havia sido encaminhado à unidade de saúde, mas não apareceu, segundo ele, porque esqueceu. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Em conversa com a equipe, Jorge deu informações contraditórias, o que poderia indicar confusão mental. Mas não demonstrou interesse em deixar a situação de rua. Quando o paciente afirma que quer deixar a rua, a equipe aciona outras áreas do governo para buscar abrigo. “Cada paciente é uma dificuldade e tem as suas demandas. É um trabalho constante para saber qual é a maneira de ajudar”, avalia Maldonado. Nem todos se identificam, mas a equipe de Taguatinga já cadastrou 1.148 pessoas. Infecções sexualmente transmissíveis e dependência de álcool e drogas são os principais problemas detectados. Em menor ocorrência, há doenças como tuberculose e hanseníase, em que há maior dificuldade de tratamento para esse público, porque é longo e continuado. Locais com equipes do Consultório na Rua no DF Ceilândia Unidade Básica de Saúde nº 5 QNM 16, Lote F, AE, Ceilândia Norte Plano Piloto Centro Pop Brasília SGAS 903, Conjunto C Taguatinga Unidade Básica de Saúde nº 5 Setor D Sul, Área Especial nº 23, Taguatinga Sul Edição: Marina Mercante
Ler mais...