Adolescentro do DF celebra 27 anos de assistência a mais de 4 mil pacientes por ano
Felipe Alves, 14 anos, chegou ao Adolescentro há pouco mais de um ano. Com diagnósticos de ansiedade, Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e, mais recentemente, Transtorno do Espectro Autista (TEA), ele encontrou na unidade um espaço que transformou sua rotina e sua forma de se relacionar. A mãe, Elaine Alves, 44 anos, acompanha de perto cada passo dessa trajetória. “Aqui ele se encontrou. O acolhimento é maravilhoso, ele participou de grupos terapêuticos que o ajudaram a melhorar na socialização e hoje as consultas são somente com a psiquiatra”, conta Elaine, durante a celebração, nessa terça-feira (23), dos 27 anos do Adolescentro. “O acolhimento é maravilhoso”, conta Elaine Alves, ao lado do filho Felipe e da gerente do Adolescentro, Bibiana Monteiro | Fotos: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde-DF O serviço, que faz aniversário oficialmente nesta quarta (24), é referência no Distrito Federal em saúde mental infantojuvenil e atende a mais de 4 mil adolescentes por ano. A unidade comemorou a data com atividades educativas e recreativas, reunindo pacientes, familiares e profissionais. As celebrações seguem na próxima terça (30), com foco no bem-estar da equipe de servidores. Entre as conquistas recentes, a gerente da unidade, Bibiana Monteiro, destacou o projeto de matriciamento que fortalece a rede de cuidados. “Nossa equipe se reúne com profissionais das UBSs [unidades básicas de saúde] da Região Central a cada 15 dias para discutir casos e construir, juntos, planos de cuidado personalizados. É uma forma de apoiar a Atenção Primária e ampliar o alcance do atendimento em saúde mental”, explica. Quem também aproveitou a festa foi Gabriel Andrade, 17 anos, paciente do Adolescentro desde 2022. Diagnosticado com TEA, TDAH, depressão e ansiedade, ele participa do Grupo da Diversidade, que acolhe adolescentes LGBTQIA+. “No grupo, somos estimulados a compartilhar nossas experiências e isso me auxiliou a expressar o que eu sentia. Me deu muita confiança, já que é um espaço seguro, onde consigo falar sem medo de julgamentos. Isso faz toda diferença”, destacou. O Adolescentro comemorou seus 27 anos com atividades educativas e recreativas, reunindo pacientes, familiares e profissionais Conscientização Em 22 de setembro é celebrado o Dia Nacional da Saúde de Adolescentes e Jovens. A data chama atenção para os cuidados necessários nessa fase marcada por transformações físicas, emocionais e sociais. O Ministério da Saúde, em consonância com a Organização Mundial da Saúde (OMS), define adolescência como o período entre 10 e 19 anos e juventude entre 15 e 24 anos. A psicóloga do Adolescentro, Bethânia Serrão, reforça a importância de olhar com sensibilidade para essa fase. “Reconhecemos a existência de 'adolescências', pois fatores como gênero, raça e cor influenciam significativamente a experiência individual nessa etapa da vida. É um período de descobertas e inseguranças que pode intensificar emoções. Por isso, é essencial que família, escola e serviços de saúde estejam prontos para ouvir e oferecer apoio sempre que necessário.” [LEIA_TAMBEM]Atendimento especializado O Adolescentro oferece acompanhamento clínico e biopsicossocial para jovens entre 12 e 18 anos incompletos. De janeiro a setembro, a unidade já recebeu mais de 1.700 novos pacientes. A assistência é voltada para dificuldades comuns nessa fase da vida, como transtornos mentais leves e moderados, dificuldades escolares e violência sexual. O acesso é feito por encaminhamento das unidades básicas de saúde. São oferecidas terapias em grupo e atendimentos individuais com uma equipe multidisciplinar de 55 profissionais, entre enfermeiros, psicólogos, psiquiatras, neurologistas, pediatras, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais, ginecologistas, fonoaudiólogos e outros. O espaço também promove Práticas Integrativas em Saúde, como reiki, grupo de respiração e hatha yoga, voltadas a adolescentes, pais e servidores. *Com informações da Secretaria de Saúde (SES-DF)
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Adolescentro oferece assistência a autistas; pais e cuidadores também recebem apoio
“Passei a socializar, a fazer amigos, minha concentração e notas melhoraram. Além disso, é legal ter um grupo com a mesma experiência, porque vemos o ponto de vista do outro, muitos já passaram por situações difíceis ou parecidas”, relata o estudante Davi Calebe, 17, diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Desde 2022, ele é acompanhado pelo Adolescentro. As dinâmicas de grupo desenvolvem atividades para estimular a socialização e a autonomia dos adolescentes | Fotos: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF Nas dinâmicas do Grupo Interação, são desenvolvidas atividades para estimular a socialização e as habilidades sociais dos jovens. Cada encontro trabalha um tema diferente, como a importância do autocuidado, noções de higiene, afetividade, sexualidade, autonomia, coordenação motora e estratégias para lidar com as diferentes emoções, entre outros. “A participação no grupo está sendo maravilhosa. Estou muito satisfeita. Meu filho foi visto de forma diferenciada. O pessoal aqui é bem capacitado. Ele fez muitos amigos, se abriu mais. Tem toda uma diferença dele antes e depois dos encontros”, elogia a mãe de Davi, a tanatopraxista Diva Diamante, 45. [LEIA_TAMBEM]Como fazer parte? O Adolescentro oferece 160 vagas anuais de assistência coletiva e individual a pacientes com TEA, totalizando mais de mil atendimentos por mês. As consultas individuais multidisciplinares contam com equipe formada por psicólogos, psiquiatras, pediatras, hebiatras (especialista em adolescência), fisioterapeutas, nutricionistas, enfermeiros, ginecologistas, urologistas, neurologistas, odontólogos e terapeutas ocupacionais. Nos casos de suspeita do diagnóstico de TEA ou da necessidade de acompanhamento, as unidades básicas de saúde (UBSs) são o primeiro lugar a ser buscado. Em seguida, conforme o perfil do paciente, há o direcionamento a um dos quatro Centros Especializados em Reabilitação (CERs) da Secretaria de Saúde (SES-DF). Em situações nas quais o jovem avaliado apresenta algum sofrimento mental, com necessidade de acompanhamento psicossocial, ele é encaminhado ao Centro de Orientação Médico Psicopedagógica (Compp) ou ao Adolescentro, a depender da idade. Quando há sinais mais graves que pedem um monitoramento intenso, a pessoa é direcionada aos Centros de Atenção Psicossocial (Caps). "Meu filho foi visto de forma diferenciada. O pessoal aqui é bem capacitado. Ele fez muitos amigos, se abriu mais”, elogiou Diva Diamante, mãe de Davi Cuidando de quem cuida Enquanto os jovens participam do grupo em sessões de duas horas, seus cuidadores também recebem apoio por meio de grupos terapêuticos, espaços onde há escuta e troca de experiências. “É muito importante a gente cuidar da saúde mental. Aqui conversamos sobre as evoluções. Choramos e rimos juntos. E isso é bom porque desabafamos. O grupo abraça”, acrescenta Diva. A terapeuta ocupacional da SES-DF Marina Esselin explica que a equipe auxilia os responsáveis a entender o diagnóstico e a melhorar a comunicação com o filho. "Isso ajuda a encurtar a distância entre o jovem e o seu cuidador", diz. *Com informações da Secretaria de Saúde (SES-DF)
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Saúde mental infantojuvenil é o foco da exposição ‘Cores do Sentir’
A Biblioteca Nacional da República inaugurou, nesta terça-feira (20), a exposição Cores do Sentir, composta por mais de 70 pinturas e desenhos de crianças e adolescentes atendidos pela rede de atenção psicossocial da Secretaria de Saúde (SES-DF). A ação, realizada em parceria com o Programa de Residência Multiprofissional em Saúde Mental Infantojuvenil da Escola de Saúde Pública do DF (ESPDF), faz parte das atividades da Semana da Luta Antimanicomial, e teve o objetivo de dar protagonismo aos pacientes atendidos. Cerca de 60 crianças e adolescentes participaram, além de familiares e servidores. A enfermeira Mayhara de Carvalho, da Subsecretaria de Saúde Mental, enfatiza: “Para as crianças e adolescentes, é muito importante haver o pertencimento, e poder expressar seus pensamentos, seus sentimentos, faz parte, inclusive, das estratégias de tratamento” | Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde “Para as crianças e adolescentes, é muito importante haver o pertencimento, e poder expressar seus pensamentos, seus sentimentos, faz parte, inclusive, das estratégias de tratamento”, explica a enfermeira Mayhara de Carvalho, da Subsecretaria de Saúde Mental da SES-DF. A mostra também inclui poesias. Todo o material foi produzido durante os atendimentos prestados no Centro de Orientação Médico-Psicopedagógica (Compp), no Adolescentro e nas quatro unidades do Centro de Atenção Psicossocial especializadas no atendimento de crianças e adolescentes (Capsi). Cotidiano e poesia As pinturas revelam o cotidiano dos pacientes. Videogames, brincadeiras, diálogos (ou mesmo a falta deles) estão retratados, além de falas explícitas a respeito de solidão e da busca por liberdade. “Com medo, eu bato as asas e voo sem rumo, sem direção, mas com coração em minhas mãos volto a ter razão”, sinaliza um dos poemas. A mostra também destaca o papel do acompanhamento e a identificação dos jovens com temas da atualidade, como música e meio ambiente. Há, ainda, a busca pelo respeito, notadamente contra piadas e outros preconceitos recorrentes a respeito de pacientes das unidades do Caps. A subsecretária de Saúde Mental da SES-DF, Fernanda Falcomer, ressalta a importância que o Governo do Distrito Federal (GDF) tem dado ao atendimento infantojuvenil: “Estão em construção dois novos Capsis, sendo um no Recanto das Emas, onde as obras já começaram, e outro em Ceilândia, complementando as unidades hoje já instaladas. Há uma compreensão sobre a importância do tema, e também tem havido priorização para reforçar os recursos humanos para a área, com profissionais capacitados para o atendimento humanizado”. Atendimento especializado [LEIA_TAMBEM]As 176 unidades básicas de saúde (UBSs) formam a porta de entrada aos serviços de saúde mental da rede pública no DF. Equipes de Saúde da Família (eSF), reforçadas por profissionais de diversas especialidades, como psicólogos e terapeutas ocupacionais, podem fazer a abordagem inicial e promover o acompanhamento do paciente, tanto em atividades individuais quanto coletivas. Se houver sofrimento psíquico persistente e grave, há o encaminhamento a um Capsi. São quatro unidades, localizadas no Plano Piloto, Taguatinga, Recanto das Emas e Sobradinho – todas com equipe multiprofissional para analisar a realidade da criança ou do adolescente e propor intervenções. O Capsi de Brazlândia também faz esse tipo de atendimento, e a unidade do Plano Piloto se destaca por ter sido o primeiro Capsi do Brasil. O Compp presta assistência a crianças com transtornos mentais moderados de todo o DF. Esse trabalho é desenvolvido em parceria com o Adolescentro, unidade que recebe pacientes que atingiram a idade de 12 anos, dando continuidade ao serviço até os 18 anos. *Com informações da Secretaria de Saúde
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GDF promove conscientização sobre gravidez na adolescência
Para disseminar informações sobre medidas preventivas e educativas acerca de gravidez na adolescência, a Secretaria de Saúde (SES-DF), durante todo este mês, distribuirá cartazes de sensibilização em diversos equipamentos de saúde e escolas particulares e públicas. A assistência, porém, se estende ao longo de todo o ano e envolve o trabalho de equipes multiprofissionais. Em 2024, foram registrados mais de 2,3 mil partos de menores de 18 anos no Distrito Federal | Foto: Mariana Raphael/Arquivo Agência Saúde A SES-DF conta com uma rede de 176 unidades básicas de saúde (UBSs) que funciona como porta de entrada para consultas ginecológicas. Além do atendimento clínico, as equipes – compostas por enfermeiras, assistentes sociais, nutricionistas, psicólogos e outros profissionais da área – proporcionam um acolhimento integral, acompanhando tanto os aspectos físicos quanto os emocionais do paciente. “Trata-se de um ciclo de vida de desenvolvimento social, emocional e intelectual, para o qual o jovem pode se preparar para lidar apenas na fase adulta” Elizabeth Maulaz, assistente social da Secretaria de Saúde Os jovens contam ainda com diversos métodos contraceptivos, oferecidos gratuitamente pelas unidades da pasta. A primeira linha de escolha para os adolescentes são os chamados Métodos Anticoncepcionais Reversíveis de Longa Duração (Larc), projetados para oferecer prevenção à gravidez por um longo período, sem a necessidade de intervenções frequentes, como o dispositivo intrauterino (DIU), por exemplo. Números altos A gravidez na adolescência é uma preocupação crescente, e a informação é a chave para reduzir os índices, segundo a assistente social Elizabeth Maulaz, da SES-DF. “Queremos conscientizar a sociedade sobre o tema”, afirma. “Trata-se de um ciclo de vida de desenvolvimento social, emocional e intelectual, para o qual o jovem pode se preparar para lidar apenas na fase adulta”. Contudo, dados do InfoSaúde mostraram que, em 2024, foram mais de 2,3 mil partos de menores de 18 anos no Distrito Federal. No âmbito nacional, o Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos 2025 (Sinasc) aponta quase 2,6 milhões de partos realizados em 2023 no país. Desses, 303 mil foram de adolescentes grávidas, sendo 13,9 mil em jovens de 10 a 14 anos e quase 290 mil em jovens de 15 a 19 anos. De acordo com a lei brasileira, a relação sexual com adolescentes menores de 14 anos é considerada crime, tipificado como estupro de vulnerável – bem como o casamento infantil ou qualquer relacionamento envolvendo práticas sexuais com adolescentes dessa faixa etária. Informação e desafios Ginecologista e obstetra do Adolescentro, Cecília Vianna assegura que, no local, o assunto é abordado tanto no consultório quanto em rodas de bate-papo: “Promovemos o diálogo em todas as oportunidades, essencial para a compreensão dos riscos associados à gravidez não planejada. A adolescência é um período ainda de imaturidade, instabilidade econômica, onde a jovem está se descobrindo”. Para a gerente do Adolescentro, Bibiana Coelho Monteiro, o tema vai além de uma questão de saúde e precisa ser discutido abertamente. “É necessário ampliar o debate, levando o tópico para as escolas, para dentro das casas e todos os espaços da comunidade em que os adolescentes estão inseridos”, avalia. Segundo a gestora, a falta de informação sobre o uso de métodos contraceptivos e planejamento reprodutivo ainda são desafios na prevenção da gravidez não planejada de adolescentes. Quando ela ocorre, os riscos de morte da mãe e do bebê se elevam, além de comprometer a vida escolar, gerando impactos sociais e afetivos. *Com informações da Secretaria de Saúde
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