Técnica que aprimora qualidade do gado é levada de forma gratuita a produtores rurais do DF
Antes restrito a grandes pecuaristas, o melhoramento genético virou uma realidade também para os pequenos produtores. Em execução no Distrito Federal há cerca de dois anos, o programa +Pecuária Brasil — fruto de parceria entre a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF) e a Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares do Brasil (Conafer) — é o responsável por tornar acessível a técnica, que garante maior qualidade ao gado de corte e leiteiro. Trabalho é feito por técnicos que acompanham todo o processo, desde o nivelamento do cio das vacas até a inseminação | Fotos: Matheus H. Souza/Agência Brasília “Essa é uma tecnologia que, antigamente, se resumia só aos grandes e médios produtores, não chegava para o pequeno produtor, pelo custo, pelo processo de operação” Rafael Rodrigues, veterinário coordenador da Conafer Inicialmente, profissionais fazem um trabalho no sentido de igualar o cio de todas as vacas da propriedade para, na sequência, levarem o material genético melhorado ao local e concluírem a inseminação. Depois, seguem acompanhando o processo, com direito até a ultrassonografia nos animais. Tudo de forma gratuita. “Essa é uma tecnologia que, antigamente, se resumia só aos grandes e médios produtores, não chegava para o pequeno produtor, pelo custo, pelo processo de operação”, explicou o veterinário Rafael Rodrigues, coordenador regional da Conafer. “A gente veio quebrando algumas barreiras para fazer com que ela seja permissiva para todo mundo. Hoje, a gente está conseguindo levar essa genética para pessoas que talvez nunca teriam acesso, então, isso promove melhoramento no desempenho da produtividade da carne e da produtividade leiteira.” Bons resultados R$ 2 bilhões Valor bruto de toda a produção agropecuária do DF em 2023 Só no DF, foram 900 vacas inseminadas, das quais 550 ficaram prenhas — o que resulta em uma taxa de sucesso acima da média nacional. São 60 propriedades cadastradas, das quais 35 já estão com o programa em andamento. A indicação dos produtores é feita pela Emater-DF — parceria que, aliás, só acontece no Distrito Federal e à qual Rodrigues credita os bons números obtidos. “Por meio dos conhecimentos e da acessibilidade dos técnicos da Emater, a gente está tendo resultados espetaculares”, apontou o veterinário. Cláudia Coelho, técnica da Emater-DF: “Se a gente melhora o rebanho do produtor, automaticamente a gente melhora a renda, melhora a produtividade” A pecuária é peça fundamental na economia do DF. Para se ter ideia, ela representou 35,27% de toda a produção do setor agropecuário em 2023, com um valor bruto de mais de R$ 2 bilhões. Apenas os bovinos geraram R$ 161 milhões, sendo R$ 65 milhões de gado de corte (4,1 milhões de quilos de carne, de 1.051 produtores) e R$ 96 milhões de gado leiteiro (36,6 milhões de litros, de 1.739 produtores). “Para a gente, o mais importante é que esse melhoramento genético seja uma chave de mudança para o produtor, para a consciência dele de um modo geral, para ele começar a atender outros pontos”, indicou a técnica da Emater Cláudia Coelho. “Com a gente colocando o melhoramento genético, ele pode melhorar a instalação, pode melhorar a nutrição, porque esse material genético já é de qualidade. Então, se a gente melhora o rebanho do produtor, automaticamente a gente melhora a renda, melhora a produtividade, e isso dá uma carne e um leite de melhor qualidade, tanto na produção quanto na comercialização e para o próprio produtor”. Escolhida para participar do programa, a produtora Ana de Fátima Matias lembrou que o apoio da Emater-DF vem de longa data. Ao confirmar o resultado positivo da inseminação de suas vacas, ela comemorou: “Agora, com a confirmação de que deu certo o primeiro feito, eu pretendo continuar com esse programa com eles, porque vai ser um benefício muito bom para nós, agricultores que não temos condições. Quando você faz, fica meio na dúvida. Quando você vê que não tem mais dúvida, é uma felicidade que só quem passa é que sabe”.
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Novo contrato vai aprimorar sistema de gestão de dados agropecuários no DF
A Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Seagri-DF) firmou, nesta quarta-feira (2), um novo contrato para a manutenção e o desenvolvimento do Sistema de Informações em Defesa Agropecuária (Siagro-DF). Essencial para a gestão de dados agropecuários no Distrito Federal, o sistema está em fase de aprimoramento para atender às necessidades locais de maneira mais eficiente. “O sistema permitirá um controle maior das atividades. Em caso de uma doença, por exemplo, teremos acesso às informações de forma rápida para tomar decisões e agir, evitando a disseminação do foco da doença”, diz a subsecretária de Defesa Agropecuária da Seagri, Danielle Kalkmann | Foto: Divulgação/Seagri-DF Anteriormente, o sistema utilizado já não acompanhava as crescentes demandas da defesa agropecuária do DF. Desenvolvido por outra empresa, ele deixou de ser atualizado e passou a não atender de forma satisfatória às novas exigências operacionais e tecnológicas. Em 2019, a Seagri firmou um acordo de cooperação com a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), que havia desenvolvido uma solução robusta para a gestão das atividades de defesa sanitária em Goiás. Como resultado desse acordo, a Agrodefesa cedeu o código-fonte de seu sistema para o DF, possibilitando a migração para a plataforma atual, o Siagro. Embora a migração tenha sido um avanço, o sistema necessitava de adaptações para atender às especificidades do Distrito Federal. Diferentemente de Goiás, o DF não possui municípios, o que demandou ajustes. Além disso, novas funcionalidades precisavam ser implementadas para permitir uma fiscalização mais abrangente e eficiente. A emissão de documentos e o cadastro de propriedades rurais podem ser feitos de forma online | Foto: Matheus H. Souza/Agência Brasília Segundo a subsecretária de Defesa Agropecuária da Seagri, Danielle Kalkmann, o Siagro conta com uma plataforma de Business Intelligence (BI), que converte grandes volumes de dados em informações estratégicas, facilitando a tomada de decisões. “O sistema permitirá um controle maior das atividades, oferecendo respostas mais rápidas. Em caso de uma doença, por exemplo, teremos acesso às informações de forma rápida para tomar decisões e agir, evitando a disseminação do foco da doença”, afirmou. Para os produtores rurais, o Siagro oferece maior acessibilidade e praticidade. A emissão de documentos, como a Guia de Trânsito Animal (GTA) e o cadastro de propriedades, podem ser feitos de forma online, eliminando a necessidade de deslocamento aos escritórios da Defesa Agropecuária. Além disso, o sistema permitirá o acompanhamento remoto de processos, como a análise de plantas industriais, trazendo mais transparência. Com a inclusão de novos módulos voltados para áreas como agroindústria, fiscalização de trânsito agropecuário, agrotóxicos, e passaporte equestre, o sistema ampliará a gama de serviços disponíveis. Outro benefício importante é a melhoria no acesso a dados epidemiológicos, oferecendo uma gestão mais eficiente das informações e auxiliando a Defesa Agropecuária na tomada de decisões em momentos críticos. Nos próximos meses, espera-se a implantação dos novos módulos e das melhorias no sistema, que serão acompanhadas de treinamentos para garantir que os usuários estejam capacitados a utilizar todas as funcionalidades oferecidas. *Com informações da Seagri-DF
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Mais de R$ 11 milhões em crédito impulsionam projetos rurais no Distrito Federal
Água, lúpulo, malte e levedura são, tradicionalmente, os ingredientes básicos utilizados no preparo de qualquer cerveja, bebida que, para grande parcela da população brasileira e mundial, é indispensável em qualquer momento de confraternização. No Distrito Federal, esse processo ganha uma dimensão especial com a história da Cervejaria Dona Maria, fundada pelo moçambicano Aninho Mucundramo Irachande. Desde 2019, o GDF concedeu R$ 11,3 milhões em crédito para produtores rurais individuais, associações e cooperativas de produtores rurais e empresas rurais | Fotos: Matheus H. Souza/Agência Brasília Tudo começou de maneira despretensiosa em 2017, quando o empresário e também professor passou a produzir cerveja artesanal em sua propriedade no Núcleo Rural Córrego do Arrozal, às margens da BR-020, entre Sobradinho e Planaltina. Para acessar a linha de crédito do Fundo de Desenvolvimento Rural é preciso ter um projeto, que pode ser elaborado com apoio da Emater-DF, e anexar documentos pessoais e certidões negativas O objetivo inicial era reunir amigos para beber cerveja de qualidade. À época, a produção caseira se limitava a 20 litros. Hoje, com o apoio do Governo do Distrito Federal (GDF), Aninho conta com uma produção profissional que chega a cerca de 7 mil litros por mês. A ajuda veio ainda em 2019, por meio de crédito rural do Fundo de Desenvolvimento Rural (FDR), voltado ao desenvolvimento da área rural do Distrito Federal. A iniciativa permite aumento da produção e da produtividade, da renda, da segurança alimentar e a permanência no espaço rural da capital. Os créditos disponibilizados contemplam projetos agropecuários diversificados, com a aquisição de máquinas, equipamentos e insumos. Aninho ressalta que o suporte do GDF foi fundamental para conseguir estruturar o empreendimento rural, que teve um salto na produção em quatro anos de negócio, mostrando como o investimento rural pode transformar pequenas iniciativas em projetos sólidos e sustentáveis. A partir de um crédito de R$ 200 mil, o empresário Aninho Mucundramo Irachande conseguiu garantir a produção da cerveja e a comercialização de 12 rótulos para Brasília, Goiás e São Paulo “No segmento cervejeiro os equipamentos são muito caros e para você dar saltos de produção, de qualidade, alavancar o negócio, não pode ser com investimentos pequenos. Sem o Fundo Distrital de Desenvolvimento Rural talvez isso tivesse sido feito a passos lentos, os equipamentos teriam sido comprados mais demoradamente e talvez não chegássemos à escala que estamos hoje. O acesso ao crédito do fundo nos permitiu duas coisas: uma implantação mais rápida e o ganho de escala”, relata. Foi com acesso a um crédito de R$ 200 mil que o empresário conseguiu comprar dois tanques de 500 litros para fermentar e maturar cerveja, panelas de produção e uma câmara fria, além de construir parte da estrutura da fábrica. Hoje, o moçambicano que mora no DF há 34 anos, comercializa 12 rótulos para Brasília, Goiás e São Paulo. “A ideia é fazer crescer a agropecuária de todas as áreas”, afirma o diretor de Fundos da Secretaria de Agricultura, José Luiz Guerra Desde 2019, este GDF concedeu R$ 11,3 milhões em crédito para produtores rurais individuais, associações e cooperativas de produtores rurais e empresas rurais. Em cinco anos, 106 projetos saíram do papel graças ao acesso a recursos do fundo distrital. “O Fundo Distrital de Desenvolvimento Rural é voltado a produtores iniciantes e produtores que estão querendo crescer e que não conseguem crédito além das garantias que existem. A ideia é fazer crescer a agropecuária de todas as áreas. O fundo é uma grande política pública de crescimento e fortalecimento do setor agropecuário no Brasil”, explica o diretor de Fundos da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do DF (Seagri), José Luiz Guerra. Como ter acesso ao crédito Para acessar a linha de crédito do Fundo de Desenvolvimento Rural é preciso ter um projeto, que pode ser elaborado com apoio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF), e documentos da terra, pessoais, certidões negativas, consulta Serasa e requerimento. Os prazos e carências podem chegar a até 15 anos, incluído o período de carência de até três anos, para habitações rurais; dez anos, incluído o período de carência de até três anos, para investimento, e de três anos, incluído o período de carência de até um ano, para custeio agropecuário. Os encargos financeiros dos financiamentos concedidos com recursos do FDR são calculados com base na taxa de juros de 3% ao ano, sendo concedido bônus de adimplência de 25% na taxa de juros para cada parcela da dívida paga até a data de seu respectivo vencimento.
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Produtora rural formaliza contrato de assentamento após sete anos de espera
A última quarta-feira (10) representou o fim de uma espera de sete anos para Áurea Barbosa de Oliveira. A moradora do Assentamento Santarém, no Sol Nascente, formalizou o contrato de assentamento e, agora, pode dizer com orgulho que é assentada e produtora rural. O secretário da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, Rafael Bueno, destacou a importância de assinaturas como essa para o desenvolvimento da comunidade rural e da produção agropecuária do Distrito Federal. “Hoje nós tivemos a grata satisfação de assinar o contrato do estágio probatório da Áurea. Agora, ela é mais uma assentada do Santarém e vai contribuir para a produção agropecuária do Distrito Federal, com hortas e criação de aves”, comemorou o secretário. “Esse é um trabalho determinado pelo governador, Ibaneis Rocha, e pela vice-governadora, Celina Leão, visando levar qualidade de vida às pessoas que estão na cidade e também no campo”, completou. A assinatura de contratos como o de Áurea Barbosa de Oliveira leva qualidade de vida às pessoas e incentiva a produção agropecuária e a sustentabilidade | Foto: Divulgação/ Seagri Áurea Barbosa de Oliveira, visivelmente emocionada, expressou gratidão e alegria ao finalmente, aos 57 anos, ter a segurança da terra própria. “No dia do aniversário do governador, ele me deu o maior presente, que foi a oportunidade de assinar o meu contrato”, disse ela. A formalização do contrato de Áurea representa não apenas uma vitória pessoal, mas também um passo significativo para o fortalecimento do Assentamento Santarém e para a promoção da sustentabilidade na região. Com a oficialização da condição de produtora rural, Áurea planeja se dedicar à criação de aves e ao cultivo de hortas e alcançar a própria autonomia. “De agora em diante, eu posso dizer, eu sou produtora rural, estou dentro da minha terra e vou trabalhar para honrar o trabalho deles e honrar a mim mesma como produtora rural”, declarou Áurea, emocionada. *Com informações da Seagri
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