Fim de semana no DF tem opções juninas, shows musicais, cinema e muita diversão
O fim de semana está recheado de opções para quem gosta de frequentar festas juninas. Há muita diversão e lazer também para os fãs de música e cinema. Confira a programação cultural separada pela Agência Brasília para sexta-feira (7), sábado (8) e domingo (9). Um dos destaques é o 2º Circula Forrólengo, com rodas brincantes em escolas e espaços públicos. Nesta sexta, os integrantes vão realizar apresentações culturais de forró no Restaurante Comunitário do Riacho Fundo II, às 11h; já no sábado, será no CED 1 do Riacho Fundo II, às 15h30, e no domingo, na Feira Permanente do Riacho Fundo, às 11h. Todas com entrada franca. O Circula Forrólengo levará a cultura das festas juninas a vários pontos do DF | Foto: Divulgação O tradicional Quito Blues Festival, que há 17 anos é realizado em Quito, no Equador, chega à segunda edição no Brasil. Shows, workshops e exposições com o melhor da temática blues do Brasil e de toda a América do Sul. Neste ano terá ainda mais atrações nacionais e internacionais, performances artísticas variadas, foodtrucks e exposição. O evento está marcado para sexta e sábado, às 15h, no Espaço Cultural Renato Russo. Os ingressos custam R$ 60 (inteira). Para quem curte reggae, a banda Natiruts traz a Brasília o show de despedida do grupo, na Arena BRB Mané Garrincha, neste sábado, a partir das 19h. A Secretaria de Turismo do DF (Setur) vai proporcionar acesso aos interessados em curtir essa noite emocionante de forma solidária. Ao doar dois quilos de alimentos não perecíveis, o público ganha um par de ingressos. Para retirar, basta ir à Setur, localizada no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, das 10h às 17h. É possível retirar até dois ingressos por CPF. Já para os fãs de rock e MPB, a Concha Acústica vai promover o Verão Monumental Sinfônico com o espetáculo Rita Lee in Concert, sábado, a partir das 19h. O show traz repertório que percorre toda a carreira da eterna rainha do rock, desde Os Mutantes até a parceria com o marido, Roberto de Carvalho. A entrada é gratuita, mas as cortesias precisam ser retiradas na internet. No Espaço Oscar Niemeyer a opção é a exposição Oratórios de Mim, que chega ao equipamento público neste sábado, das 9h às 18h. A mostra fica disponível até o dia 28 de junho, com entrada gratuita. Cinema O documentário ‘Da Bahia para o Brooklyn: Histórias do Caribe’ será exibido no Cine Brasília, nesta sexta (7), às 19h A parceria entre a organização da sociedade civil Box Cultural e a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal (Secec) à frente do Cine Brasília está de volta. Para começar, estará em cartaz a Jornada Bruno Pereira e Dom Phillips, evento do Ministério dos Povos Indígenas. Nesta sexta, será exibido Da Bahia para o Brooklyn: Histórias do Caribe, às 19h. O documentário de Nina Jurna conta a história do Caribe, começando na América do Sul, na Bahia, e terminando no Brooklyn, Nova York.
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Visita ao Museu de Arte de Brasília é opção de passeio neste fim de semana
As comemorações do aniversário de Brasília já passaram, mas a capital federal segue com uma agenda recheada de atrações para este final de semana. São alternativas de lazer, cultura e entretenimento para todos os gostos e idades, que contam com o fomento do Governo do Distrito Federal (GDF), por meio do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), ou realizadas em equipamentos públicos do Plano Piloto e demais regiões administrativas (RAs). Cinema Afonso Brazza dirige e estrela o filme ‘Fuga em destino’, que será exibido nesta sexta (26), no Cine Brasília | Fotos: Divulgação Um dos destaques da agenda cultural é a programação do Cine Brasília. Reaberto na última segunda-feira (22), o cinema mais tradicional da capital ficou fechado por dois meses para uma reforma estrutural. De cara nova, o espaço oferece, até 5 de maio, exibições diárias com a Mostra Ocupação, com sessões de filmes de cineastas locais. Confira os filmes em cartaz até domingo: → sexta-feira (26), às 20h – Fuga em destino, de Afonso Brazza → sábado (27), às 20h – Servidão, de Renato Barbieri → domingo (28), às 20h – Noctiluzes, de Jimi Figueiredo A mostra de filmes ocorre enquanto a Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec) finaliza os trâmites envolvendo a nova organização da sociedade civil (OSC) responsável pela gestão compartilhada do Cine Brasília. A instituição foi selecionada em edital de chamamento público lançado durante a execução da reforma. Música A cantora Iza se apresenta neste sábado (27), ao lado do Parque do Guará Na Casa do Cantador, em Ceilândia, tem mais uma edição do Sabadão de Forró. No sábado (27), as apresentações começam às 20h com o Trio Os Três do Forró. A programação ainda traz shows dos grupos Trio K Entre Nós, Chicão e o trio Os Brasas do Forró e o Trio Sacode Brasil. A entrada é franca. Em celebração ao aniversário de 34 anos, o Museu Vivo da Memória Candanga preparou um café da manhã com viola para o sábado (27). Também com entrada franca, a programação especial começa às 9h, com a apresentação de Carol Carneiro e, em seguida, tem roda de prosa e mais música com a dupla Dyego e Gustavo. Na sequência, se apresentam artistas da comunidade. As festividades ainda contam com brinquedos infláveis para a criançada, exposições, cineclube, muita comida típica e até dança do ventre. Neste sábado (27), o Museu Vivo da Memória Candanga terá café da manhã com viola em comemoração aos 34 anos do local | Foto: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília O Guará recebe neste sábado (27), das 17h às 22h, o festival Sesc + Pop, com a presença de artistas como Cynthia Luz, As Margaridas e DJ Ketlen, ao lado do Parque do Guará. A grande atração vai ser a cantora Iza. A expectativa é que o evento reúna 10 mil pessoas. O Espaço Cultural Renato Russo (ECRR) recebe, no domingo (28), o show Mulher Amor Força Solidária: Colcha de Retalhos. Marcada para as 17h, a apresentação musical está em sua terceira edição, com atrações que misturam arte, conscientização e solidariedade. O projeto foi iniciado em 2022 pela cantora Andrea Aiko e visa homenagear e fortalecer mulheres, enquanto promove um compromisso social para auxiliar aquelas em situação de vulnerabilidade. A classificação indicativa é de 14 anos e os ingressos custam R$ 25 (meia-entrada). Exposição Até domingo (28), o Museu de Arte de Brasília apresenta exposição sobre principais elementos e movimentos de artes marciais como aikido e judô | Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília Últimos dias para conferir a exposição DO: A caminho da virtude, em cartaz até domingo (28), no Museu de Arte de Brasília. São fotos, pictogramas, vídeos e demonstrações práticas, que destacam os principais elementos, movimentos e conceitos do aikido, kendo, karatedo, judô, sumô, kyudo, jukendo, naginata e shorin jikempo. Outra dica é a exposição virtual Paulo Freire em Brasília: tessitura de uma educação emancipadora, realizada pelo Museu de Educação do Distrito Federal (Mude). Pela tela do computador ou do celular, é possível acompanhar a mostra que homenageia o Patrono da Educação Brasileira com o registro de fatos marcantes acerca de sua presença na capital federal. Para conferir, basta acessar este link. Teatro O Espaço Cultural Renato Russo conta, neste sábado (27), com apresentação do grupo Cia de Comédia 100Punch | Foto: Tony Oliveira/Agência Brasília Criada pelo diretor Hugo Rodas, a Agrupação Teatral Amacaca se apresenta neste final de semana com o espetáculo 2+2=5, inspirado na obra do autor britânico George Orwell. A peça, em cartaz até 12 de maio, conta com apoio do FAC-DF e tem a direção de Felipe Vidal, que promete levar para a cena o ambiente distópico, criado em 1948 pelo escritor para discutir o totalitarismo. As exibições ocorrem sempre às sextas e aos sábados, às 20h, e domingos, às 18h, no Teatro do CCBB Brasília, no Setor de Clubes Esportivo Sul, Trecho 2. Os ingressos custam R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia). No sábado (27), o grupo Cia de Comédia 100Punch sobe ao palco do Teatro de Bolso, no Espaço Cultural Renato Russo (ECRR), na 508 Sul, com seu divertido show de stand-up comedy. Com uma combinação única de narrativa e comédia de observação, esse talentoso grupo promete proporcionar uma noite de entretenimento que fará a plateia gargalhar. Com classificação indicativa de 14 anos, a atração começa às 20h e os ingressos custam R$ 20. Turismo Neste sábado (27), a partir das 8h, a Secretaria de Turismo (Setur) realiza a ação social +Turismo Para as Mulheres da Terra. A iniciativa reunirá 40 mulheres indígenas e 40 mulheres rurais do assentamento do Paranoá para participar de um tour social em pontos turísticos do DF. O objetivo do projeto é levar conhecimento, cultura e entretenimento para as trabalhadoras do campo. Criado em 2023, o projeto já passou por oito RAs, contemplando mais de 300 mulheres com uma proposta de turismo social e inclusivo. Nesta edição, em comemoração ao Dia dos Povos Indígenas celebrado em abril, também participam indígenas das etnias kariri xocó, guajajara, bororo, tucano, xukuru de ororubá, tuxá, kariri sapuyá e pataxó. Literatura Também no sábado, a mestra Martinha do Coco lança o catálogo comemorativo dos 10 anos da Mostra de Diversidade e Cultura Popular do Paranoá. Publicada pela Avá Editora, a obra nasce para registrar e salvaguardar todo o legado sociocultural e histórico do festejo. A celebração de lançamento do catálogo se integra ao evento de inauguração da Casa de Cultura Popular Martinha do Coco, na Quadra 28 do Paranoá. A programação começa às 17h, com entrada gratuita. No mesmo dia, tem o lançamento do livro Abelha-Rainha, do escritor Henrique Dias. A obra marca a estreia literária do autor com uma história romântica inspirada em vivências pessoais. O enredo aborda uma mulher cuja experiência de vida serviu de base para a criação de poemas que funcionam como válvulas de escape diante de situações reais. O evento ocorre a partir das 19h, na sala Marco Antônio Guimarães, no ECRR.
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#TBT: Espaço Cultural Renato Russo, epicentro da cultura de Brasília
Prestes a completar 50 anos, o Espaço Cultural Renato Russo (ECRR), na 508 Sul, emerge como um ponto de encontro entre a arte e a história de Brasília. Berço cultural da capital federal, o centro surgiu do anseio dos primeiros moradores do Quadradinho por um espaço para a manifestação artística e, em pouco tempo, se tornou referência no fomento das artes cênicas, cinema, literatura, música e artes plásticas brasiliense. Nesta quinta-feira, a Agência Brasília conta a história de um dos mais icônicos espaços culturais do Distrito Federal em mais uma matéria da série especial #TBTdoDF, que utiliza a sigla em inglês de throwback thursday (em tradução livre, “quinta-feira de retrocesso”), para relembrar fatos marcantes da nossa cidade. Antes de ser batizado com o nome de um dos principais artistas brasilienses, o Espaço Cultural Renato Russo era conhecido como Teatro Galpão | Foto: Divulgação/ Arquivo Público Antes de ser batizado com o nome de um dos principais artistas brasilienses, o Espaço Cultural Renato Russo era conhecido como Teatro Galpão. O apelido remete aos primeiros anos do local, ainda em 1974, quando os galpões que funcionam como depósitos da extinta Fundação Cultural do DF se transformaram em palcos para a exibição de peças e shows. O primeiro espetáculo exibido foi o sucesso de público e crítica O Homem que Enganou o Diabo e Ainda Pediu Troco, do jornalista Luiz Gutemberg, sob a direção de Lais Aderne. Em 1975, Wladimir Murtinho, então secretário de Educação e Cultura do DF, decidiu ampliar o espaço e rebatizá-lo de Centro de Criatividade – um local que, além do Teatro Galpão, passou a ter galerias de arte e o Galpãozinho. O nome mudou logo em seguida, quando o equipamento passou a se chamar Espaço Cultural 508 Sul. A história do ECRR se confunde com as de artistas brasilienses | Foto: Divulgação/ Arquivo Público Neste período, além das apresentações teatrais, foram integrados ao Teatro Galpão shows musicais com programação eclética capaz de reunir as mais diferentes tribos, de punks a artistas da MPB, todas as segundas-feiras, na Feira de Música. Relação com Renato Russo Um dos grupos musicais a se apresentar no espaço em seu auge foi o Aborto Elétrico, uma das primeiras bandas de Renato Russo, que, posteriormente, foi a responsável pelo surgimento do Capital Inicial e da própria Legião Urbana, ambas em 1982. Frequentador assíduo do equipamento, o também músico André Negão, de 58 anos, esteve nos primeiros shows de Renato Russo no local. “Eu vinha aqui quando ninguém o conhecia, ainda na época do Galpãozinho. Eu vinha ver ele tocando Eduardo e Mônica, Faroeste Caboclo, e o mais engraçado era ver o povo vaiando”, narra. André Negão acompanhou o início da carreira do Legião Urbana no espaço: “O mais engraçado era ver o povo vaiando” | Foto: Lúcio Bernardo Jr/ Agência Brasília Ele afirma que o local foi determinante para a própria carreira artística: “Para minha geração, o Espaço Cultural Renato Russo é o berço da cultura brasiliense. Aqui, era um polo de cultura muito forte”. Histórias como a de Renato Russo e André Negão se confundem com as de vários outros frequentadores do equipamento. É o caso de Renato Matos, pioneiro formado nas dependências do ECRR. Hoje, aos 72 anos, o ator, pintor e cantor diz, com orgulho, ter bebido da fonte da cena cultural da época. Fazia questão de estar presente toda semana no endereço. “Foi um dos primeiros locais em que toquei em Brasília; fiz vários shows lá enquanto estava no grupo Pitu. Também participei de peças teatrais. A primeira vez que apresentamos uma peça em Brasília foi lá: Os Saltimbancos”, lembra. Renato Matos: “Naquele tempo não tinha internet, então Brasília tinha mais atenção à cultura local, e lá era um dos lugares mais livres para manifestação da arte” | Foto: Lúcio Bernardo Jr/ Agência Brasília Para Matos, o motivo para o sucesso do equipamento era a liberdade para que os artistas locais pudessem produzir no espaço. “Naquele tempo não tinha internet, então Brasília tinha mais atenção à cultura local e lá era um dos lugares mais livres para manifestação da arte. Dava para fazer tudo ali, a vida era efervescente”, lembra. “Eu sigo lá até hoje. Estive, em outubro do ano passado, com uma exposição das minhas pinturas e esculturas de madeira”. Homenagem Anderson Rogê adianta que o ECRR deverá receber em breve uma musiteca | Foto: Lúcio Bernardo Jr/ Agência Brasília Em janeiro de 1999, em homenagem ao líder da banda Legião Urbana, o equipamento ganhou o nome de Espaço Cultural Renato Russo, consolidando-se ainda mais como parte essencial da formação artística e cultural da juventude do DF. Nos anos subsequentes à homenagem, o ECRR passou por reformas amplas e estruturais que adequaram o ambiente aos padrões de acessibilidade. “Ao longo desses 50 anos, fomos construindo nosso espaço na cena cultural brasiliense. Hoje, temos cinco salas que atendem à área de artes no sentido geral”, detalha o gerente atual do espaço, Anderson Rogê. Atualmente, o equipamento abrange salas, galerias e teatros com perfis variados para receber apresentações artísticas e culturais de diferentes linguagens. São dois teatros, um cineteatro, galerias para exposições, ateliê de pintura, biblioteca, galpão de artes e mezanino dedicado a atividades diversas, como exposições, shows e saraus. “Será um ambiente para as pessoas discutirem sobre música, ouvirem um disco de vinil. Será permitido trazer seu disco de casa para ouvir aqui, com um grupo de conversa focado na história musical” Anderson Rogê, gerente do ECRR Outro ambiente recém-inaugurado foi a nova gibiteca, que estava fechada há quase dez anos. Com um investimento de R$ 60 mil, o Governo do Distrito Federal (GDF) deu cara nova ao local, tão importante para a formação de ilustradores e quadrinistas brasilienses. São quase 25 mil exemplares de revistas em quadrinho no acervo. E há mais por vir. Em breve, o local passará a ter também uma musiteca. “Será um ambiente para as pessoas discutirem sobre música, ouvirem um disco de vinil. Será permitido trazer seu disco de casa para ouvir aqui, com um grupo de conversa focado na história musical”, explica Rogê. “Nossa expectativa é inaugurar esse novo espaço no primeiro semestre”. Gestão e programação O ECRR é gerido pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF (Secec) em parceria com a organização da sociedade civil (OSC) Janela das Artes, responsável pela definição da programação mensal gratuita para cada uma das salas, galerias e teatros. George Obara é diretor do Grupo Cultural Obará e dá aulas de percussão e dança afro nas salas do ECRR. Ele classifica como “mágica” a oportunidade de poder lecionar nas dependências de um lugar ícone da cultura brasiliense. “O grupo Cultural Obará é um dos primeiros em Brasília a disseminar a cultura e a arte negra, a valorização do povo preto desde a sua culinária até suas danças, artes cênicas”, ressalta. O professor diz guardar experiências marcantes ou memórias especiais no endereço. “A gente realizou o primeiro seminário de cultura negra de Brasília no Espaço Cultural Renato Russo. Eu acho que isso é um grande marco”, pontua.
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Clubes de leitura voltam ao formato presencial
Dois equipamentos da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec) retomam encontros presenciais para amantes da literatura. Os clubes de leitura do Espaço Cultural Renato Russo (ECRR), na 508 Sul, e da Biblioteca Nacional de Brasília (BNB), próxima à Rodoviária do Plano Piloto, voltam motivados pelas escolhas de duas obras aclamadas. O Clube de Leitura do ECRR promove nesta quarta-feira (8) uma sessão para discutir o livro mais recente da iraquiana Dunya Mikhail, A Tatuagem do Pássaro (2020), finalista do mais prestigioso prêmio do mundo árabe em 2021 (International Prize for Arabic Fiction). Já no dia 23, na BNB, os leitores se debruçam sobre o primeiro romance do baiano Itamar Vieira Júnior, vencedor do Jabuti de 2020, Torto Arado (2019). Os dois clubes dos espaços culturais da Secec têm como objetivo promover trocas de impressões entre pessoas leigas, que dividem o gosto pela leitura e cultivam o hábito de conversar sobre livros. Isso sem as inibições que costumam surgir em debates acadêmicos, onde o conhecimento de especialistas tende a monopolizar leituras e pautar os debates. O Clube de Leitura da BNB se reunirá no próximo dia 23 para discutir o romance ‘Torto Arado’, de Itamar Vieira Júnior, vencedor do Jabuti de 2020 | Foto: Téo Pini “Eu frequento o clube [do ECRR] desde o segundo encontro e acho que participei de metade das reuniões até hoje. Escolhi participar porque adoro literatura, e queria um espaço onde pudesse conhecer novas obras e autores e conviver com pessoas que também gostam de leitura”, revela a servidora pública Mariana Miguel, moradora do Noroeste. Mestre em literatura brasileira pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com predileção por autores contemporâneos, ela entende que “a interação presencial acaba sendo mais rica e fluindo melhor”. A servidora já terminou a leitura do livro que abre a temporada de debates literários. “Não conhecia a autora, li pouca coisa do Oriente Médio, mas me apaixonei pela obra, pela delicadeza da autora, apesar da dureza do tema”, justifica. Em A Tatuagem do Pássaro, Dunya Mikhail narra a luta de mulheres que sofreram com escravidão sexual naquela parte do mundo. O advogado Samuel Suaid, morador da Asa Norte, frequenta os encontros no Clube de Leitura da 508 Sul desde junho de 2020, quando a atividade era realizada remotamente. “Escolhi lá porque é um local repleto de magia e encantamentos proporcionados pela arte, o que deixa o lugar prazeroso de frequentar”, explica. Também se sente aliviado com a possibilidade de encontrar as pessoas: “Os encontros presenciais proporcionam um nível de interação melhor. A comunicação fica mais espontânea e fluida, dando oportunidade de compartilhar petiscos, o que deixa o ambiente mais agradável”. Ele está acabando de ler A Tatuagem do Pássaro, e também conta que ainda não conhecia a autora. “Eu tive contato com a literatura do Oriente Médio há muito tempo, porém não me aprofundei. Para mim, que sou descendente de família árabe, é muito interessante”, avalia. Os encontros no Renato Russo são realizados na Biblioteca de Artes Ethel de Oliveira Dornas, uma vez por mês, às 19h. O clube começou em 2020 e promoveu 18 encontros até hoje, entre presenciais e remotos, com média de oito participantes cada. “Procuramos obras da literatura contemporânea, uma maneira de atrair o público que também quer entender o que está acontecendo no mundo hoje”, explica a bibliotecária Margareth Ribeiro Moura, servidora do local. Essa pegada acaba levando as escolhas para prateleiras menos visadas. Os temas selecionados para os dois próximos meses levarão o público a tomar contato com uma escritora hispano-americana, em março, e outra de literatura indígena brasileira, em abril. O suspense pelo nome das obras será desfeito, em breve, no grupo de transmissão do clube no WhatsApp, e no encontro presencial agendado para o dia 8 haverá votação do título entre os presentes. Leitura planejada Por outro lado, a previsão das leituras de quem participa do Clube do Livro da BNB é sem suspense. A lista de livros já está fechada até novembro e passeia por clássicos como O Velho e o Mar, de Ernest Hemingway (que será tema da leitura de julho); Frankenstein, de Mary Shelley (em agosto) e o mineiro Fernando Sabino, com seu O Encontro Marcado (em outubro), obras integrantes de qualquer lista dos maiores. (Veja lista completa ao final) “Esperamos que, dessa forma, os leitores tenham mais tempo para se programar com as leituras, providenciar os livros, organizar o calendário”, explica a servidora da BNB Vandliny Paiva, uma das seis pessoas na maior biblioteca pública de Brasília que se revezam no trabalho de mediação dos encontros mensais, sempre às 18h30. Vandliny lembra que um dos fatores que podem desmotivar os interessados em participar de clubes desse tipo é a dificuldade de acesso ao livro. Como exemplo, ela cita o caso de Torto Arado, que muito se popularizou nos últimos meses e que só tem um exemplar na BNB, atualmente emprestado. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] A museóloga Luiza Moreth está relendo o livro escrito por Itamar Vieira Júnior. A obra conta a saga de duas irmãs marcadas por um terrível acidente na infância que as une para sempre de maneira dramática. Moradora do Núcleo Bandeirante, Luiza frequenta o círculo literário da BNB desde o início do ano. “Minha expectativa é poder aprender com as impressões de colegas, compartilhar as minhas e fazer amizades”, revela. O professor da Secretaria de Educação Rodrigo Silva de Santana atua na sala de Recursos de Altas Habilidades e Superdotação em Linguagens, em Santa Maria, e já acompanhava o Clube de Leitura da BNB pelas redes sociais. Ele não havia participado de nenhum dos encontros, pois estava aguardando a volta dos eventos na biblioteca. “Sempre tive vontade de participar de encontros literários presenciais, mas nunca tive oportunidade; e, com o primeiro encontro, pude perceber o quanto é maravilhoso estar reunido com pessoas, discutindo uma das minhas paixões”, afirma o morador de Valparaíso de Goiás. A BNB realizou 38 encontros desde junho de 2019, com média de público de 17 pessoas entre as sessões presenciais, anteriores à pandemia da covid-19, e as remotas. A curadoria conta com sugestões dos participantes de um grupo de WhatsApp e no Instagram da BNB. Serviço ? Clube de Leitura do Espaço Cultural Renato Russo Local: CRS 508, W3 Sul, Bloco A, Loja 72 – Biblioteca de Artes Ethel de Oliveira Dornas Próximo encontro: dia 8 (quarta-feira), às 19h Livro: A Tatuagem do Pássaro (2020), de Dunya Mikhail Clique aqui para participar do grupo de WhatsApp ? Clube de Leitura da Biblioteca Nacional de Brasília Local: Setor Cultural Sul, Lote 2 – Edifício da Biblioteca Nacional, foyer do auditório, 1º andar Próximo encontro: dia 23 (quinta-feira), às 18h30 Livro: Torto Arado (2019), de Itamar Vieira Júnior Clique aqui para participar do grupo de WhatsApp Confira a lista de livros dos próximos encontros do Clube de Leitura da BNB – Março: Tema: Autora brasileira premiada Livro: A Vestida, de Eliana Alves Cruz Data: 29/3 – Abril: Tema: Prêmio Candango de Literatura Livro: Etelvina, de Marcílio Godoi Data: 26/4 – Maio: Tema: Literatura indígena Livro: Nós – Uma Antologia de Literatura Indígena, de vários autores Data do encontro: 31/5 – Junho: Tema: Literatura italiana Livro: A Filha Perdida, de Elena Ferrante Data do encontro: 28/6 – Julho: Tema: Clássico internacional Livro: O Velho e o Mar, de Ernest Hemingway Data do encontro: 26/7 – Agosto: Tema: Clássico de terror Livro: Frankenstein, de Mary Shelley Data do encontro: 30/8 – Setembro: Tema: Literatura chinesa Livro: Balzac e a Costureirinha Chinesa, de Dai Sijie Data do encontro: 27/9 – Outubro: Tema: Centenário de nascimento Livro: O Encontro Marcado, de Fernando Sabino Data do encontro: 25/10 – Novembro: Tema: Ficção científica Livro: A Mão Esquerda da Escuridão, de Ursula K. Le Guin Data do encontro: 29/11. *Com informações da Secretaria de Cultura e Economia Criativa
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