AgroBrasília 2025 recebe o 1º Encontro da Cafeicultura do DF e Ride
A edição de 2025 da AgroBrasília, que será realizada de 20 a 24 de maio, com o tema “Agro, Oportunidade para Todos”, sediará o I Encontro da Cafeicultura do Distrito Federal e Região Integrada de Desenvolvimento (Ride-DF). A cafeicultura tem se consolidado como uma atividade promissora no DF, apresentando crescimento contínuo e grande potencial de mercado. As inscrições para participar já estão abertas e vão até o dia 21 de maio, por meio deste link. De acordo com dados da Emater-DF (2024), a cultura já ocupa uma área de 466,96 hectares, com produção anual estimada em 966,66 toneladas, envolvendo 138 produtores. O evento, promovido pela Emater-DF em parceria com a Associação de Empreendedores de Café do Lago Oeste (Elo Rural) e com o apoio da organização da AgroBrasília, será realizado no auditório anexo do Parque Tecnológico Ivaldo Cenci, no PAD-DF. A cafeicultura tem se consolidado como uma atividade promissora no DF, apresentando crescimento contínuo e grande potencial de mercado | Foto: Divulgação/Emater-DF O objetivo do encontro é valorizar os produtores já estabelecidos, apresentar oportunidades de mercado, difundir boas práticas e atrair novos agricultores para essa cadeia produtiva em expansão. A programação conta com a participação de representantes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Emater-DF e de empreendedores locais como Krilltech, Café Grão Nativo e Café Minelis. “Realizar esse encontro durante a AgroBrasília é um passo estratégico para impulsionar uma cadeia produtiva que já se destaca pela excelência, com cafés especiais premiados e reconhecidos nacionalmente. Nosso objetivo é estimular novos produtores, promover o uso de tecnologias e boas práticas, e consolidar o Distrito Federal como uma referência na cafeicultura de qualidade”, destaca Cleison Duval, presidente da Emater-DF. Segundo ele, a iniciativa é fruto da parceria com a Elo Rural, primeira associação de cafeicultores do DF, e conta com o apoio integral da AgroBrasília, que se consolida a cada edição como o principal palco de inovação, empreendedorismo e desenvolvimento do agro na região. "O Encontro de Cafeicultura do DF e da RIDE consolida a união entre a pesquisa, a extensão e a sociedade civil organizada. Não temos dúvidas de que o Planalto Central reúne condições ideais de clima e solo para a produção de cafés de alta qualidade, capazes de posicionar o Distrito Federal no mapa mundial dos cafés especiais”, destacou Lívia Tèobalddo, presidente da Elo Rural. *Com informações da Emater-DF
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Beber o tradicional cafezinho traz efeitos positivos e negativos para a saúde
Um cafezinho de manhã, uma outra xícara depois do almoço, mais uma à tarde. Muitos brasileiros estão acostumados a consumir café várias vezes ao longo do dia. A bebida faz parte da cultura do Brasil, que também é um dos maiores produtores do grão. O consumo de café pode trazer tanto efeitos positivos como negativos para a saúde. Entre os positivos, nota-se um aumento de energia e disposição, assim como da performance física. Além disso, o café possui propriedades antioxidantes, que ajudam a prevenir doenças. Por outro lado, os efeitos negativos incluem insônia, ansiedade, problemas digestivos e até mesmo dependência. O ideal é manter-se dentro do limite de duas a três xícaras de café ao dia, além de evitar o consumo nos períodos vespertino e noturno | Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF A gerente de Serviços de Nutrição da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), Carolina Rebelo Gama, explica que a cafeína pode se tornar um vício. “Quando consumido em excesso, o café pode causar dependência leve. Alguns sintomas de abstinência quando a pessoa não consome a bebida são dor de cabeça, irritabilidade e dificuldade de concentração” explica. O ideal é manter-se dentro do limite de duas a três xícaras de café ao dia, além de evitar o consumo nos períodos vespertino e noturno. Também é importante prestar atenção aos efeitos da cafeína no corpo e buscar reduzir ou até mesmo substituir o café por outras bebidas, caso necessário. “A Food and Drug Administration (FDA), dos Estados Unidos, indica o consumo de até 400mg por dia por pessoa, porém deve-se considerar a diferença de peso corporal” Carolina Rebelo Gama, nutricionista “A Food and Drug Administration (FDA), dos Estados Unidos, indica o consumo de até 400mg por dia por pessoa, porém deve-se considerar a diferença de peso corporal. O consumo moderado de café equivale a duas a quatro xícaras de 50ml”, indica a nutricionista. Em 2024, a cantora Júlia Ribeiro Manickchand, 28 anos, começou a beber café com mais frequência pela necessidade de ter mais energia para realizar demandas de trabalho. Mas o consumo do café puro trouxe problemas como aumento da gastrite, ansiedade e enjoo. Hoje, ela consome a bebida de forma moderada, para aproveitar os efeitos positivos sem prejudicar sua saúde. “Eu me sinto com mais energia e disposição, mas busco não tomar café todo dia e fico atenta às quantidades e horários para não criar uma dependência e não ter tantos efeitos colaterais”, conta. Dia Internacional do Café Comemora-se o Dia Internacional do Café em 1º de outubro. A data, criada pela Organização Internacional do Café (OIC), celebra não apenas a popularidade da bebida, mas também a importância para diversas culturas, inclusive a brasileira. De acordo com a OIC, esta é “uma oportunidade para os amantes do café compartilharem seu amor pela bebida e apoiar os milhões de agricultores cuja subsistência depende da colheita”. No Brasil, também comemora-se o Dia Mundial do Café, em abril, e o Dia Nacional do Café, em maio. *Com informações da Secretaria de Saúde
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Capital Expo Coffee reúne apreciadores e fomenta mercado do café no DF
Com toques doces, amargos ou florais, o café é um elemento indispensável no cotidiano da maioria dos brasileiros e dá origem a uma série de produtos, como bebidas alcoólicas e doces. Desde esta sexta-feira (30), o universo cafeeiro é tema de debates e palestras na 3ª edição do Capital Expo Coffee, no Jardim Urbano, Piso 3, do Conjunto Nacional. A programação segue até domingo (1º) e é aberta ao público. O evento recebe investimento de cerca de R$ 99,8 mil do Governo do Distrito Federal, por meio da Secretaria de Turismo (Setur-DF). Em 2023, mais de 1,7 mil toneladas de grãos de café foram produzidos no Distrito Federal, em 400 hectares de terra distribuídos nas propriedades de 92 agricultores registrados | Fotos: Joel Rodrigues/Agência Brasília Mais de 20 marcas nacionais e locais estão expondo os produtos. São cafés especiais, chás artesanais, pães, doces, vinhos, soluções agrícolas e mais. “Fizemos uma curadoria para trazer novidades do mercado nacional e valorizar os produtores e trabalhadores de Brasília. São cafés cultivados em fazendas daqui – a Fazenda Minelis, no Lago Oeste, e a Fazenda Granutto, em Planaltina -, entre outros itens feitos com muito conhecimento e tecnologia”, comentou a organizadora do evento, Jéssica Lima. Para a vice-governadora, Celina Leão, “o apoio do GDF para a realização da 3ª Expo Coffee significa investir em um mercado que gera emprego e renda para a população, que também poderá conhecer de perto a produção com DNA brasiliense.” Segundo ela, “o Distrito Federal tem se destacado cada vez mais na produção de café e tudo o que envolve esse universo, fomentando uma importante cadeia produtiva que vai do agro ao turismo.” Em 2023, mais de 1,7 mil toneladas de grãos de café foram produzidos no Distrito Federal, em 400 hectares de terra distribuídos nas propriedades de 92 agricultores registrados. A produção significou um valor bruto de mais de R$ 14,5 milhões. A programação segue até domingo (1º) e é aberta ao público Segundo o secretário de Turismo, Cristiano Araújo, os aromas e sabores do café brasiliense são difundidos para mercados internacionais por meio de apresentações da pasta em feiras e congressos. “Os produtos da nossa capital estão cada vez mais ganhando reconhecimento ao redor do mundo. Os cafés, que têm uma qualidade excepcional, os vinhos, os queijos, os doces e as cachaças são levados pela Setur para outras regiões, mostrando o potencial do Quadradinho”, afirmou. Imersão no mundo cafeeiro No primeiro dia de imersão, os visitantes puderam participar de uma oficina de drinks com café e conheceram a relação da criação de abelhas com a produção de cafés. No sábado (31), haverá mais atividades para crianças, shows ao vivo e palestras sobre gastronomia e arquitetura envolvendo o grão. No domingo (31), o evento terá oficinas sobre drinks e métodos de preparo do café. Em uma das apresentações desta sexta, o produtor rural Bruno Uchoa contou como a polinização das abelhas pode contribuir com a produtividade das lavouras de café e de outras culturas, além de ser benéfico para a qualidade e aspecto dos grãos. Segundo o especialista, a polinização das abelhas gera aumento de até 30% na produtividade das plantações de café, enquanto com a soja, o ganho costuma ser de 4%. Com o girassol e o abacate, o aumento é de até 300% e 800%, respectivamente. Produtora rural Silvia Helena Guimarães: “Basta dar ao cerrado o que ele precisa que ele te devolve em dobro, é uma terra super fértil. E na minha fazendo nós convivemos com os animais, sempre prezando pela sustentabilidade” “Quando se fala em abelhas, a maioria das pessoas lembra do mel e das ferroadas, pouco se fala a respeito do trabalho de polinização que elas exercem. As abelhas estão entre os polinizadores mais eficientes da natureza, tanto pela morfologia do corpo delas, que é projetado para isso, quanto pelo fato de viverem em sociedade”, esclarece. “Temos feito a associação das lavouras de café com a criação de abelhas, trazendo uma polinização mais eficiente. O impacto é uma produção maior em quantidade de grãos em qualidade, de sabor e de tamanho. Além disso, o néctar que as abelhas colhem na florada do café produz um mel de características bastante marcantes, muito apreciado. É uma atividade que beneficia tanto o lavoureiro quanto o apicultor.” A família de Uchoa lançou a marca Terra Boa Abelhas, que desenvolve abelhas de espécies com e sem ferrão no Núcleo Rural Lago Oeste. A produção começou em 2016. “Nós consumimos muito mel e tínhamos a preocupação de que fosse mel de verdade, não um xarope de água com açúcar, como é vendido por aí. Estamos atentos à qualidade do que vendemos. O mel do café tem um sabor marcante, que não é o mesmo da bebida, mas é extremamente saboroso”, define. Sabores únicos Da plantação à moagem do grão que abastece a casa de milhares de consumidores, a Granutto Cafés é reconhecida como uma das melhores marcas do Distrito Federal. O grão desenvolvido pela empresa em Planaltina é 100% arábica e foi considerado especial por não possuir nenhum tipo de impureza, tendo recebido nota 86 pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA, sigla em inglês). Bancário André Duarte, 38 anos: “Gosto de todos os tipos de café, mas claro que os especiais são mais gostosos. Sempre é bom tomar um cafezinho diferente” As cápsulas de café, o grão torrado e outros derivados, como a cachaça da marca, foram expostos no Capital Expo Coffee. A produtora rural Silvia Helena Guimarães revela que a produção começou ainda no século XIX. “Quando herdei a fazenda, nós trouxemos tecnologia de Israel e fizemos uma fazenda de sol, alimentada por luz solar. Temos 100 mil pés de café com gotejamento, que é um sucesso. Basta dar ao cerrado o que ele precisa que ele te devolve em dobro, é uma terra super fértil. E na minha fazendo nós convivemos com os animais, sempre prezando pela sustentabilidade”, observou. Os grãos são comercializados em pó com três torras – média, intensa e extraforte – e é distribuído em grãos com intensidades média e intensa. “Trabalhamos do pé ao pó, garantindo que a qualidade do grão seja mantida até o final. Começamos com a polinização com abelhas, não secamos os grãos no chão, mas em camas suspensas, ou seja, sem contato com a terra, e separamos grão por grão conforme o tamanho e peso de cada um. Assim, eles são torrados igualmente, sem que sejam carbonizados. Por fim, a moagem, que é feita do jeito que a pessoa preferir”, acrescenta a produtora. Um dos apreciadores da Granutto Cafés é o bancário André Duarte, 38 anos, que aproveitou o evento para levar um pacote de grãos para casa. “Eu amo café. Tomo de manhã, de tarde e à noite, só não tomo de madrugada porque estou dormindo”, brinca. “Não conhecia a marca, mas acho que vou gostar. Gosto de todos os tipos de café, mas claro que os especiais são mais gostosos. Sempre é bom tomar um cafezinho diferente.” Programação da 3ª Capital Expo Coffee Sábado (31) 13h – Programação infantil com Tio André 14h – Palestra 3 – Nayane Barreto (MasterChef) 15h – Palestra 4 – Café Solare 16h – Palestra 5 – Arquitetura e café 17h – Oficina 2 – Cozinhando com a chef Nana Barreto 18h – Programação musical 20h – Final da Copa V60 Domingo (1º) 14h – Oficina 3 – Métodos de preparo (Barista Atitude) 15h – Programação infantil com Tio André 16h – Oficina 4 – Barista em Casa (Solare Cafés) 18h – Programação musical
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Cafeicultoras se unem para fortalecer cadeia produtiva do grão no DF
Seja para iniciar o dia com o pé direito, seja para acompanhar um lanche da tarde, o café está presente na mesa de milhares de brasileiros diariamente. No Distrito Federal, o grão é desenvolvido por mais de 100 agricultores especializados em uma área de aproximadamente 400 hectares. Com o objetivo de expandir o alcance do produto local e, assim, conquistar o mercado nacional e internacional, foi criada a primeira organização brasiliense de produtores do ramo – a Associação de Empreendedores de Café do Lago Oeste (Elo Rural). Produtores de café do DF contam com assistência da Emater, do plantio à colheita | Fotos: Tony Oliveira/Agência Brasília Fundada em janeiro deste ano, a associação já conta com 26 membros e recebe acompanhamento técnico do Governo do Distrito Federal (GDF), por meio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do DF (Emater), que oferece apoio integral aos agricultores do plantio à colheita. Todos os cargos de liderança da associação são ocupados por mulheres, e há associados de todo o Centro-Oeste. Produção local “O pequeno produtor só cresce quando está junto. Queremos colocar o Distrito Federal no mapa mundial de cafés especiais.” Lívia Tèobalddo, presidente da Associação Elo Rural “O pequeno produtor só cresce quando está junto”, ressalta a presidente da Elo Rural, a cafeicultora Lívia Tèobalddo. “Não temos como galgar mercado se não for por meio da união. Nós nascemos de um atrevimento. Duas pequenas produtoras começaram um grupo de WhatsApp para reunir outros produtores e distribuir melhor o conhecimento sobre a cadeia produtiva de café. Um foi chamando o outro até que apareceram mais produtores e especialistas no ramo, surgindo a necessidade de institucionalizar esse movimento. Queremos colocar o Distrito Federal no mapa mundial de cafés especiais.” No final de junho, houve uma reunião entre a Elo Rural e a Emater sobre medidas e projetos para expansão do ramo cafeicultor. As produtoras apresentaram amostras dos cafés produzidos por associados, promoveram rodadas de degustação e entregaram um documento com demandas do setor à diretoria da empresa pública. Incentivo Na lista há a criação de um programa de incentivo à produção de café, o restabelecimento do programa Brasília Qualidade no Campo, a promoção de cursos de capacitação para produtores e colaboradores, apoio com crédito rural e mais. Os cafés desenvolvidos pela associação estão expostos para venda na Florada Café, na 216 Norte. “A qualidade do café local se deve à aplicação de pesquisas e tecnologias na produção, como estudo do solo e do clima, seleção de variedades produzidas e seleção de grãos, que garantem, também, uma produção rentável” Bruno Caetano, técnico da Emater Lívia entrou para o ramo cafeicultor em 2023, quando o pai precisou se afastar da gestão da chácara da família por problemas de saúde. “Eu não tinha experiência nenhuma, era da área jurídica, mas assumi o desafio e, pesquisando, percebi que o melhor seria o plantio agroflorestal” , lembra. “Descobri a Rota da Fruticultura e escolhi começar com o açaí. Depois, pensei em plantar o café entre as fileiras e iniciei o preparo da terra”. O plantio do grão deve começar em dezembro, com 4 mil mudas dos tipos arara e catuaí-amarelo. O açaí já foi plantado e, assim como o café, deve ser colhido daqui a três anos. O café plantado no DF é o arábica, que possui menos cafeína e, segundo apreciadores, é mais doce do que outros tipos. “Esse tipo de café tem um gosto mais suave e se desenvolve muito bem em altitudes elevadas, acima de 800 metros, que é o caso de praticamente todo o DF”, explica, explica o técnico da Emater Bruno Caetano. “Também prefere temperaturas mais amenas, em que consegue ter uma maturação melhor e de mais qualidade”. Os cuidados com o grão implementados desde a nutrição do solo ao armazenamento dos produtos resultam em cafés especiais com maior valor agregado, ensina Bruno: “A qualidade do café local se deve à aplicação de pesquisas e tecnologias na produção, como estudo do solo e do clima, seleção de variedades produzidas e seleção de grãos, que garantem, também, uma produção rentável, se aplicados corretamente”. Ainda segundo o técnico, a Emater oferece desde orientações individuais, com técnicas sobre adubação e irrigação, palestras e imersões e a emissão do Certificado de Agricultor Familiar (CAF). “Também levamos os produtores mais novos para conhecerem o trabalho dos mais antigos daqui do Lago Oeste para que pudessem ver quais são os desafios e as dificuldades do plantio e da mão de obra, além das vantagens do café”, relata. Qualidade e sabor diferenciados Alguns dos cafés desenvolvidos por associados foram analisados por K.J. Yeung, avaliador sensorial de café reconhecido internacionalmente. As pontuações recebidas foram de 82 a 86,6, em uma escala padronizada de 1 a 100. A vice-presidente da Elo Rural, Flávia Penido, obteve a pontuação mais alta. Maria José Rodrigues Ferreira começou a plantar café há dez anos: “Para mim, era a extensão do meu jardim; agora é minha lavoura” A relação de Flávia com o cultivo de café – o catuaí-vermelho – começou em 2022, quando ela assumiu o manejo das plantações de uma chácara adquirida pela irmã no Lago Oeste. A propriedade conta com meio hectare de agrofloresta, composta por cafeeiros, abacateiros e amoreiras, entre outras plantas. “É minha primeira experiência com o manejo do café”, conta. “Estou aqui desde 2022 e em janeiro de 2023 fiquei desempregada, me dando a possibilidade de entrar de cabeça na produção.” Na mesma época, ela passou a ser atendida pela Emater. Além do grão torrado e moído, a vice-presidente da Elo Rural comercializa a casca do café, que é desidratada com mucilagem e polpa após o grão ser retirado. “Nós utilizávamos a casca como adubo, até que, no ano passado, descobri a possibilidade do chá”, afirma. “A casca tem menos cafeína do que o café, mas tem propriedades medicinais que ajudam na redução de diabetes, colesterol e alguns tipos de câncer, além de ser boa para a pele”, conta ela, que participa de uma pesquisa junto à Universidade de Brasília sobre subprodutos do café. Já a diretora financeira da Elo Rural, a produtora rural Maria José Rodrigues Ferreira, decidiu plantar café há cerca de uma década. Atualmente, ela cultiva o arábica do tipo catuaí-vermelho. “Meu marido é mineiro, e eu brincava dizendo que nós tínhamos que ter café plantado por causa disso”, lembra . “Um dia, passei em um lugar e comprei dois pés de café. Plantei e cuidei como se fossem meus filhos. Eles cresceram bem, produziram muitos grãos. Então, decidi plantar mais e mais, até que comecei a comercializar também. Hoje tenho 1.500 pés”. Maria José afirma que a união dos produtores e a criação da Elo Rural mudaram a forma de lidar com o cultivo do grão. “Para mim, era a extensão do meu jardim; agora é minha lavoura”, resume. “Vejo que pode me render muitas coisas, e estou estudando para entender cada vez mais desse mundo”. Os grãos são comercializados na própria chácara, no Lago Oeste, por cerca de R$ 100 o quilo.
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