Passeio na Água Mineral promove saúde para pacientes da UBS da Fercal
A artesã Edna Souza, 52 anos, convive diariamente com os desafios da diabetes, da artrose e da depressão. Ela busca se manter ativa e encontrar novos caminhos para cuidar da saúde. No passeio ao Parque Nacional de Brasília, ela conheceu o ponto turístico e sentiu no corpo e na mente os benefícios de estar em contato com a natureza. “É uma experiência maravilhosa. A paisagem, o ar puro e o clima do parque renovam as energias. Aqui me sinto mais leve, com força para seguir em frente e esperança de dias ainda melhores. Já quero voltar outras vezes”, disse, emocionada. Edna Souza: "A paisagem, o ar puro e o clima do parque renovam as energias" | Fotos: Matheus Oliveira/Agência Saúde-DF O passeio reuniu cerca de 70 participantes — entre pacientes, familiares e profissionais de saúde —, levando promoção de saúde para além do espaço clínico. A iniciativa foi organizada pela equipe multiprofissional (eMulti) Caliandra, com apoio de Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e da Estratégia Saúde da Família (ESF) das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da Fercal. “Estamos oferecendo à comunidade da Fercal um dia de lazer diferente da rotina. Queremos transformar o passeio em uma ação anual, porque percebemos o quanto momentos como este contribuem para a saúde mental dos nossos pacientes”, afirmou a assistente social da equipe eMulti Caliandra, Eliane Lima. Programação As horas no Parque Nacional de Brasília foram preenchidas com Práticas Integrativas em Saúde (PIS), como lian gong, trilha ecológica, sessão de conversa e banho de piscina. Um almoço coletivo reforçou a sensação de pertencimento e união entre os participantes, que aproveitaram cada atividade como oportunidade de cuidar da saúde e fortalecer laços. Valdirene Vicente venceu a depressão: "Esses encontros me fazem sentir acolhida e fortalecida" A costureira Valdirene Vicente, 46 anos, também viveu um momento marcante. Ao ingressar, em 2018, nos grupos de saúde da sua UBS de referência, conseguiu superar uma fase de depressão intensa. [LEIA_TAMBEM]“Hoje não preciso mais de remédios para dormir, conquistei novas amizades e encontrei uma rede de apoio que considero como família. Esses encontros me fazem sentir acolhida e fortalecida”, contou. A fisioterapeuta da equipe eMulti Caliandra, Dayane Borges, ressaltou a importância do lazer como ferramenta de cuidado. “Essas atividades favorecem a saúde mental, especialmente em grupos de mulheres e pessoas com doenças crônicas. Além disso, fortalecem vínculos familiares e comunitários, promovendo bem-estar de forma ampla”, explicou. *Com informações da Secretaria de Saúde
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Projeto transforma escola pública em referência no enfrentamento à depressão entre jovens
Há seis anos, um movimento vem mudando a realidade de centenas de estudantes do Centro de Ensino Médio Escola Industrial de Taguatinga (Cemeit). Trata-se do Grupo de Enfrentamento à Depressão e ao Suicídio (GEDS) – carinhosamente chamado de “Gerando Amor” –, uma iniciativa coordenada com o apoio dos Educadores Sociais Voluntários (ESVs) que tem acolhido, escutado e conscientizado jovens sobre saúde mental. “Mostramos que autoestima é ação. Quando o jovem começa a praticar isso no cotidiano, ele entende que pode lidar com as emoções de outras formas, sem recorrer à comida como alívio”, disse a psicóloga Beatriz Reis, em palestra no Cemeit | Fotos: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília Com o apoio de professores, servidores e voluntários da saúde mental, o grupo aborda temas delicados, mas urgentes, como ansiedade, depressão, autoestima e comportamento alimentar. São palestras, dinâmicas de escuta ativa e ações simbólicas como “Caixa do desabafo”, “Abrace-me”, “Se expresse” e “Correio da Gratidão”. Ao todo, estima-se que cerca de 16 mil pessoas já tenham sido impactadas direta ou indiretamente pelas atividades. A coordenadora do projeto, Vitória Kalil, diz que iniciativa contribui para a expressão de emoções e a comunicação entre os jovens “Às vezes, é uma coisa tão simples, como um abraço, mas que eles não têm em casa. E quando recebem na escola, dizem: ‘Era tudo que eu precisava’”, conta Vitória Kalil, coordenadora do projeto e ex-aluna do Cemeit. Para ela, o diferencial está justamente no protagonismo estudantil: “É de jovem para jovem. Muitos não conseguem se abrir com os pais ou com o psicólogo, mas conseguem conversar com colegas”. Trabalho voluntário A aluna Catarina Benedeti elogia o projeto: "É um momento para falar sobre autoestima, sobre família" O GEDS também conta com o apoio da Secretaria de Educação do DF, por meio da atuação de Educadores Sociais Voluntários (ESVs), como Vitória. A rede pública tem hoje cerca de 7.300 ESVs em escolas de todas as regiões administrativas. [LEIA_TAMBEM]Hoje, com cerca de 20 voluntários em atuação, entre estudantes, ex-alunos e profissionais da saúde, o GEDS já foi reconhecido nacionalmente. Em 2019, o projeto foi finalista do Desafio Criativos da Escola, que celebra iniciativas lideradas por estudantes em todo o país. A psicóloga Beatriz Reis, uma das voluntárias, esteve na escola nesta quarta-feira (30) para conduzir uma palestra sobre autoestima, ansiedade e a relação emocional com a comida. “Mostramos que autoestima é ação. Quando o jovem começa a praticar isso no cotidiano, ele entende que pode lidar com as emoções de outras formas, sem recorrer à comida como alívio”, explica. A estudante Catarina Benedeti, de 17 anos, afirma que encontrou no projeto um espaço seguro para dialogar. “Gostei bastante. É um momento para falar sobre autoestima, sobre família, é um momento de conversa mesmo. Isso falta muito”, diz. Já Thiago Tavares, também de 17, acredita que projetos como o GEDS deveriam ser parte do currículo educacional: “Tinha que ter toda semana, ou pelo menos uma eletiva. Seria muito importante”.
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Estação Central do Metrô-DF vira palco de acolhimento por meio de cartas e de abraços
O jovem de braços estendidos leva uma venda nos olhos. Está imóvel no espaço que dá acesso à Estação Central da Companhia do Metropolitano (Metrô-DF). A cena, registrada nesta quinta-feira (20), é curiosa. Na correria de quem vai e de quem vem, muitos nem notam que o estudante Vinícius Cury, 22 anos, está ali, pronto para o abraço. Ao seu lado, há uma placa que convida: “Se você tem depressão ou ansiedade, me abrace”. Os olhos do rapaz são fechados para que não haja qualquer constrangimento por parte de quem precisa daquele afago. Na camisa cinza de Vinícius fica claro que a intenção é apenas acolher: “Não te julgo. Te ajudo”, está escrito. A ação é parte do projeto voluntário Help, que conta, há quatro anos, com parceria do Metrô-DF para levar uma oportunidade de apoiar as pessoas que estejam passando por alguma dificuldade emocional e de sensibilizar a comunidade sobre a importância de cuidar da saúde mental. Esta é a oitava vez, desde 2021, que o Metrô-DF adere ao projeto, cedendo as instalações de suas estações para que a equipe do Help possa distribuir cartas, com mensagens de incentivos, além de oferecer, por meio de seus psicólogos voluntários, escutas ativas para quem precisa dividir o problema com um profissional e ser orientado a como pedir ajuda e buscar um tratamento. Esta é a oitava vez, desde 2021, que o Metrô-DF adere ao projeto, cedendo as instalações de suas estações para que a equipe do Help possa distribuir cartas, com mensagens de incentivos | Foto: Divulgação/Metrô-DF Coordenada pela gerência de Projetos Especiais do Metrô-DF, a parceria tem objetivo de criar um ambiente seguro para a promoção da saúde mental, reforçando o compromisso da companhia em investir e contribuir para o bem-estar da população. A ação, inclusive, foi certificada, em março deste ano, pelo Instituto Selo Social, que destaca organizações e empresas que geram impactos positivos na comunidade. Eu quero um abraço Teve gente que olhou para aquele rapaz vendado, oferecendo abraços, e estranhou. Curiosos, apenas seguiram adiante. Um adolescente até que tentou fazer a mãe parar e se aproximar do rapaz com a camisa que oferecia ajuda. Ela não parou, porém. Outro garotinho, no entanto, foi mais firme e abraçou Vinícius. Sheila Meneses, 47 anos, também. Ela seguiu decidida e o abraçou. Saiu sorridente. “Senti uma alegria quando o vi e me deu vontade de abraçá-lo”, disse, antes de pegar o trem. A jovem Letícia Alves rumava para a saída da Estação Central quando viu Vinícius. Ela voltou, abriu seus braços e encaixou sua cabeça no peito do voluntário. Ele conta que, nessas horas, costuma dizer palavras de conforto e de incentivo para quem pediu aquele carinho. Algo como: “Isso também vai passar” ou “A solução está dentro e não fora de você”. “Um dia me disseram isso quando eu precisei e me ajudou muito. Agora, é minha vez de retribuir”, conta o estudante. Letícia decidiu ser abraçada porque “se sente sozinha muitas vezes”, conta enquanto os olhos verdes ficam avermelhados. Tem quatro meses que a mãe dela morreu, vítima de câncer. Ela perdeu o cafuné, por isso, foi buscá-lo nos braços daquele desconhecido. Ao fim, ela recebeu uma das 8 mil cartinhas que os voluntários distribuíram entre os usuários que transitavam e levavam na bagagem suas histórias tão próprias e igualmente desconhecidas. Letícia guardou o envelope. Um outro voluntário da Help a lembrou que, caso se sentisse triste, tivesse sintoma de ansiedade ou desconfiasse dos sinais de depressão, ela poderia ligar para o número que estava impresso no papel. Alguém do outro lado ouviria sua queixa e procuraria ajudá-la. Se não fosse ela, mas se tivesse um amigo ou parente com dor na alma, era só compartilhar a informação. Ao fim de uma ação como essa, são distribuídas entre 3 mil e 8 mil cartas e contabilizados até 100 abraços por um único voluntário. Vinícius diz que, depois de três ou quatro horas em pé, ouvindo histórias, a maioria de enredos tristes, chega em casa fisicamente exausto. Mas com o coração leve e alma recompensada. “Eu me sinto feliz se tiver alcançado pelo menos uma pessoa”. *Com informações da Companhia do Metropolitano (Metrô-DF)
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Policlínicas e Caps dão suporte especializado para casos de depressão
Tristeza constante, desmotivação, cansaço extremo e falta de vontade de levantar da cama. Estes e outros sentimentos negativos fazem parte da vida, mas quando passam a interferir na rotina acende um alerta. Diferente das flutuações de humor habituais e das respostas emocionais de curta duração, a depressão provoca quadros clínicos acentuados e impacta de maneira significativa a qualidade de vida, prejudicando o trabalho, os relacionamentos, os estudos e até mesmo pequenas ações como tomar banho. Para casos que possam exigir acompanhamento especializado, a rede encaminha para as policlínicas e para os centros de Atenção Psicossocial (Caps) | Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF “Os transtornos que afetam a saúde mental podem se apresentar em diversas nuances. Saber a hora de pedir ajuda em caso de sofrimento mental é um passo importante para encontrar alívio”, aponta a diretora de Saúde Mental da Secretaria de Saúde (SES-DF), Fernanda Falcomer. Aproximadamente 280 milhões de pessoas no mundo têm depressão, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Estima-se que 3,8% da população do planeta seja afetada, incluindo 5% de adultos e 5,7% de indivíduos com mais de 60 anos. “Pedir ajuda em caso de sofrimento mental é um passo importante para encontrar alívio”, diz a diretora de Saúde Mental da Secretaria de Saúde, Fernanda Falcomer | Foto: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde-DF No Distrito Federal, as unidades públicas de saúde registraram, apenas de janeiro a julho deste ano, 234,8 mil procedimentos de atenção psicossocial classificados como ambulatoriais, assistência individual, oficinas terapêuticas e acolhimento de pacientes. O número de consultas com psiquiatras na rede da SES-DF, no mesmo período, chegou a mais de 11 mil; com psicólogos, foram 13,5 mil atendimentos. Onde buscar ajuda? “A Atenção Primária à Saúde (APS) no DF se destaca por ter uma excelente capilaridade em todo o território”, ressalta Falcomer. Nesse nível de cuidado, médicos e enfermeiros de família e comunidade estão preparados para atender demandas como ansiedade e depressão. Há ainda as equipes multidisciplinares (eMulti), formadas por profissionais de áreas como psicologia, terapia ocupacional, nutrição e serviço social, por exemplo. Para os casos que possam exigir acompanhamento especializado, a APS também faz o encaminhamento para as 14 policlínicas e aos 18 centros de Atenção Psicossocial (Caps). Nesse rol entram ainda os centros especializados no tratamento do vício em álcool e outras drogas (Caps-AD) e aqueles voltados ao público infantil (Capsi), além do Adolescentro e do Centro de Orientação Médico-Psicopedagógico (Compp). *Com informações da SES-DF
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