Casos de sífilis diminuem no Distrito Federal; diagnóstico precoce é fundamental para tratamento
Os casos de sífilis adquirida no Distrito Federal diminuíram 7,1%, de 2023 a 2024, de acordo com o Boletim Epidemiológico da Secretaria de Saúde (SES-DF). A capital federal registrou mais de 3,7 mil casos da doença — em sua forma adquirida — no ano passado, contra 3,9 mil em 2023. Em contrapartida, os registros de sífilis congênita (transmitida de mãe para filho) cresceram 2,7% — passando de 263 para 270, de 2023 a 2024 —, enquanto em gestantes apresentou queda de 17,1%, indo de 1.293 para 1.072, em 2024. Os números reforçam a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e do tratamento adequado. Para ampliar a conscientização, foi criado o Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita, celebrado sempre no terceiro sábado de outubro. Rede pública oferece gratuitamente testes que apresentam resultado em tempo rápido | Foto: Matheus Oliveira/Agência Saúde-DF “O mês visa a combater o aumento de casos, especialmente a forma congênita da infecção”, lembra a enfermeira Daniela Magalhães, responsável técnica pela área de sífilis da SES-DF. “A prevenção da transmissão vertical é o principal foco do outubro verde.” A gestora reforça que pessoas sexualmente ativas devem fazer a testagem com frequência. “É preciso testar pelo menos uma vez ao ano”, indica. “Outro momento para realizar o exame é sempre que houver prática sexual desprotegida ou na presença de sinais e sintomas, como feridas na genitália e manchas na pele sem causa definida”. Doença A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST) crônica e curável, exclusiva do ser humano, causada pela bactéria Treponema pallidum. A doença pode ser transmitida por contato sexual desprotegido ou de forma vertical, de uma pessoa com sífilis não tratada ou tratada inadequadamente para o feto, durante a gestação ou no parto. Em estágios avançados da doença, a ausência de tratamento adequado pode causar complicações, como lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas, e até levar à morte. Sintomas A doença apresenta diferentes manifestações de acordo com o estágio. Na fase primária, surgem feridas no pênis, vagina, colo uterino, ânus e boca, entre dez a 90 dias após o contágio. Normalmente, elas não doem, coçam, ardem nem têm pus. Também desaparecem sozinhas, independentemente de tratamento, criando a falsa impressão de cura. No segundo estágio, os sinais e sintomas costumam surgir entre seis semanas e seis meses do aparecimento e cicatrização da ferida inicial. Nesta fase, surgem manchas no corpo, incluindo nas plantas das mãos e pés, além dos primeiros sintomas, como febre, mal-estar, dor de cabeça e ínguas pelo corpo. As manchas também podem desaparecer em algumas semanas. [LEIA_TAMBEM]O último estágio pode surgir entre 1 e 40 anos após o início da infecção e costuma apresentar sinais e sintomas como lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas, podendo levar a óbito. Diagnóstico e tratamento O teste rápido de sífilis está disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS). O resultado é visível em, no máximo, 30 minutos, sem a necessidade de exames laboratoriais. A doença tem cura, e o tratamento de escolha é a penicilina benzatina, que pode ser aplicada na própria unidade básica de saúde (UBS) de referência. A principal forma de prevenção é o uso correto e regular de preservativo externo ou interno, uma vez que se trata de IST. Também são medidas importantes os testes, no caso de exposição à infecção, e o tratamento correto do portador e dos parceiros. Como buscar atendimento Atualmente, todas as UBSs oferecem testes rápidos e tratamento gratuito para a sífilis. A doença é curável em 100% dos casos, mas o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para uma boa recuperação. No Distrito Federal, no período de 2020 a 2024, foram mais de 14 mil casos de sífilis adquirida, 5,4 mil casos da doença em gestantes e 1,4 mil da doença congênita. *Com informações da Secretaria de Saúde
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Saúde discute papel da vigilância hospitalar em eliminação de doenças
Todos os meses, a Secretaria de Saúde (SES-DF) promove uma reunião com a Rede de Vigilância Epidemiológica Hospitalar do Distrito Federal (Reveh-DF). Nesta semana, profissionais da área, tanto da rede pública quanto da complementar, debateram estratégias de resposta rápida a doenças, como sarampo, malária, infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), HTLV (vírus linfotrópico de células T humanas) e doença de Chagas. Encontro debateu a importância dos profissionais da saúde na detecção precoce de doenças que tenham alto potencial de disseminação | Foto: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde Enfermeira da Gerência de Epidemiologia de Campo (Gecamp) da SES-DF, Ana Paula Sasaki explica que o encontro mensal busca atualizar os núcleos hospitalares de epidemiologia (NHEs) sobre temas de relevância para a rede. “Queremos que os profissionais se reconheçam como parte essencial do processo, sendo mais ágeis na coleta de dados e mais sensíveis às suspeitas de doenças, garantindo uma resposta oportuna e eficaz”, aponta. Para o coordenador da Rede Nacional de Vigilância Epidemiológica Hospitalar (Renaveh), do Ministério da Saúde, Silvanei Gonçalves, é essencial atuar na detecção precoce de doenças com alto potencial de disseminação. “Isso nos dá a chance de agir antes que essas enfermidades se espalhem pela população”, afirma. A Reveh-DF foi instituída pela portaria nº 527/2022 e hoje conta com 63 núcleos, entre públicos, privados, militares e UPAs. Desses, 17 estão na rede pública de saúde. “A troca de informações nos dá uma direção clara sobre como prevenir o retorno ou o aumento de doenças que já estavam controladas”, avalia a chefe do NHE das unidades de pronto atendimento (UPAs), Aimée Maciel. “Ela amplia nosso entendimento do cenário epidemiológico e nos prepara melhor para atuar.” *Com informações da Secretaria de Saúde
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Carro da Vacina oferta imunização a moradores de São Sebastião
O Carro da Vacina, da Secretaria de Saúde (SES-DF), esteve no bairro Capão Comprido, na região administrativa de São Sebastião, durante este sábado (17). A iniciativa levou aos moradores da região imunizantes previstos no Calendário de Vacinação, além da vacina contra a gripe – já coma oferta ampliada para todos os públicos. Eliene da Silva foi se imunizar: “Nem sempre a gente tem tempo livre para ir até a unidade de saúde, porque a gente trabalha de segunda a sexta, então o Carro da Vacina estar aqui perto de nós durante um sábado foi uma oportunidade maravilhosa” | Fotos: Ualisson Noronha/Agência Saúde A diarista Eliene da Silva, 40 anos, foi uma das beneficiadas pela ação. Assim que soube da presença do Carro da Vacina pelo grupo de mensagens dos moradores da região, tratou de buscar a caderneta do filho Felipe, 12, para saber se estava atualizada. O garoto, que tinha o “dever de casa” feito, aproveitou para junto da mãe proteger-se contra a gripe. “Nem sempre a gente tem tempo livre para ir até a unidade de saúde, porque a gente trabalha de segunda a sexta, então o Carro da Vacina estar aqui perto de nós durante um sábado foi uma oportunidade maravilhosa”, avaliou Eliene. Marciene Neves, com o pequeno Ravi: “Quero dizer para todas as mamães nunca deixarem de levar seus filhos para tomar vacina” Quem também se comprometeu a dar o exemplo à família foi Marciene Neves, 36. Com o filho Ravi Lucca prestes a completar um mês de vida, a diarista levou a filha Ana Sofia, 11, para atualizar o esquema vacinal. Mãe e caçula estão imunizados desde a alta da maternidade. Já a irmã completou a caderneta neste sábado, com a aplicação da ACWY (que protege da doença meningocócica) e da vacina contra a gripe. “Quero dizer para todas as mamães nunca deixarem de levar seus filhos para tomar vacina”, disse Marciene. “Isso é muito importante no mundo em que estamos vivendo, com muitos casos de doença. Vamos nos proteger desde o nascimento!” Ampliação da cobertura Esta foi a segunda vez que o Carro da Vacina percorreu a Região de Saúde Leste, que abrange Paranoá, Itapoã, São Sebastião, Lago Sul, Jardim Botânico e Jardins Mangueiral. No primeiro sábado do mês (3), a equipe composta por profissionais de enfermagem percorreu as habitações da região do Morro da Cruz. Na ocasião, ao longo de todo o dia, foram aplicadas 53 doses de todas as vacinas disponíveis. Desta vez, apenas no período matutino, a equipe superou a soma: somente contra a influenza, foram administradas 50 doses. A proposta teve como inspiração a experiência bem-sucedida na Região de Saúde Oeste, que inclui Brazlândia e Ceilândia. Tanto a Região Leste quanto a Oeste compartilham características que dificultam o acesso da população ao serviço da Atenção Primária em Saúde (APS), como uma extensa área rural e um elevado índice de vulnerabilidade social. Dessa forma, o alcance da cobertura vacinal de determinados imunizantes torna-se sempre um desafio, explica a chefe do Núcleo de Vigilância Epidemiológica (NVEP) da Região de Saúde Leste, Samara Moreira: “A gente precisa lançar mão de novas estratégias para levar mais proteção à população do Distrito Federal. Esse é um instrumento da Secretaria de Saúde que já coleciona ótimos resultados”. De forma complementar, além das campanhas regulares, as equipes das unidades básicas de saúde (UBSs) ainda têm colocado em prática um cronograma mensal de ações extramuros, executadas em espaços públicos com grande circulação de pessoas. Carro da Vacina O Carro da Vacina foi inaugurado em janeiro de 2022, como forma de apoiar a campanha contra a covid-19. Desde de então, a proposta já foi replicada em outras localidades do DF. Além de manter atualizado o cartão de vacinação, o projeto eventualmente oferece testes rápidos para infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como hepatite B e C, sífilis e HIV, juntamente com orientações odontológicas e a entrega de kits bucais para a população vulnerável. Os locais de vacinação dos finais de semana são divulgados semanalmente no site da SES-DF. *Com informações da Secretaria de Saúde
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Capacitação avalia diagnóstico e monitoramento de infecções sexualmente transmissíveis
Profissionais da Secretaria de Saúde (SES-DF) participaram, nessa quinta-feira (13), de uma oficina sobre diagnóstico e monitoramento do vírus da imunodeficiência humana (HIV), hepatites virais, sífilis e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Mais de 200 profissionais da rede de saúde pública participaram da oficina | Foto: Divulgação/Agência Saúde Promovido pela Gerência de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis (Gevist) em parceria com o Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e IST (Dathi) do Ministério da Saúde (MS), o encontro reuniu mais de 200 profissionais de diferentes áreas da rede pública. “Com mais profissionais treinados, quem ganha é a população” Erick Gusmão, enfermeiro da UBS 11 de Samambaia Durante esta semana, a Escola de Saúde Pública (ESP-DF) também promoveu uma capacitação teórica e prática para 40 servidores, que atuarão como facilitadores de testagem rápida no Distrito Federal. Pioneirismo Em janeiro, o DF se tornou pioneiro ao instituir, por meio da portaria nº 35/2024, a função de facilitadores de testagem rápida para IST. Esses profissionais, após treinamento teórico e prático, serão responsáveis por expandir a oferta de exames de HIV e outras infecções, garantindo segurança e qualidade no diagnóstico. O enfermeiro Erick Gusmão, da UBS 11 de Samambaia, um dos facilitadores formados no curso, destacou a importância da iniciativa. “Já estamos planejando os próximos passos para capacitar mais equipes”, adiantou. “Com mais profissionais treinados, quem ganha é a população”. Testagem rápida “O treinamento prático assegura que os testes sigam todas as etapas corretamente: pré-analítica, analítica e pós-analítica” Beatriz Luz, gerente de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis da Secretaria de Saúde Em 2024, a SES-DF aplicou quase 85 mil testes rápidos para sífilis e 84,3 mil para HIV. Além disso, foram feitos cerca de 64 mil testes para hepatite B e 70 mil para hepatite C. A gerente da Gevist, Beatriz Luz, enfatizou a importância da testagem rápida para diagnóstico ágil e intervenções precoces, reduzindo a transmissão e melhorando a qualidade de vida dos pacientes. “Para garantir a eficácia desse processo, a capacitação dos profissionais é essencial”, reforçou. “O treinamento prático assegura que os testes sigam todas as etapas corretamente: pré-analítica, analítica e pós-analítica.” Daniela Magalhães, uma das facilitadoras da oficina e referência técnica distrital (RTD) da Rede de Testagem Rápida da SES-DF, lembrou: “A SES-DF possui um compromisso com as boas práticas em testagem rápida. O facilitador tem esse papel de oportunizar capacitações regionalizadas, que qualifiquem o método nas localidades”. O líder da equipe de Diagnóstico do Dathi/MS, Alisson Bigolin, destacou que a capacitação busca formar multiplicadores nos territórios, ampliando a disseminação das diretrizes nacionais para diagnóstico e monitoramento laboratorial das ISTs. “Temos manuais e notas técnicas, mas precisamos que essas informações cheguem aos serviços de saúde”, pontuou. “Os facilitadores terão um papel fundamental para difundir esse conhecimento na rede.” *Com informações da Secretaria de Saúde
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