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Centro Especializado em Doenças Infecciosas (Cedin)

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Unaids visita rede de cuidado a pessoas com HIV da Secretaria de Saúde

Integrantes da Junta de Coordenação do Programa (PCB, sigla em inglês para Programme Coordinating Board), o colegiado de governança do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids), visitaram, no início desta semana, o Centro Especializado em Doenças Infecciosas (Cedin), na Asa Sul, e a Policlínica 2 de Ceilândia. A expectativa é que as experiências observadas contribuam para a replicação de boas práticas nos países respectivos.  Reunião da Junta de Coordenação do Unaids está sendo realizada no DF | Foto: Matheus Oliveira/Agência Saúde-DF  O colegiado está no Distrito Federal para a 57ª reunião do PCB, que foi aberta na terça-feira (16) e segue até esta quinta (18). As visitas de campo são sempre feitas na cidade-sede do encontro. O objetivo é apresentar a resposta nacional ao vírus da imunodeficiência humana (HIV) e à Aids, destacando as especificidades do modelo de atenção à saúde adotado pelo país anfitrião, bem como os aprendizados que podem ser compartilhados no cenário internacional. “Explicamos como passamos aos pacientes com HIV todo o fluxo de atendimento e os serviços disponíveis na Secretaria de Saúde [SES-DF]”, detalhou o infectologista Lino Neves, da Policlínica II Ceilândia, que recepcionou o grupo para apresentar a resposta ao HIV/Aids na Regional Oeste de Saúde.  [LEIA_TAMBEM]Assistência e cuidado no DF Durante todo o ano, a SES-DF oferece testes rápidos para infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), além das profilaxias pré (PrEP) e pós (PEP) exposição ao HIV/Aids — métodos para evitar que novas pessoas se infectem pelo vírus. Esses tratamentos são encontrados em algumas unidades básicas de saúde (UBSs), no Cedin e na Unidade de Testagem, Aconselhamento e Imunização (Utai). No âmbito da pasta, foi criado, ainda, um grupo de trabalho interinstitucional para desenvolver o protocolo de fluxo da PrEP ao HIV às UBSs que atuam no sistema prisional do DF, iniciativa pioneira no Brasil. *Com informações da Secretaria de Saúde

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Doença infecciosa que mais mata no mundo, tuberculose tem tratamento nas UBSs do DF

Começou aparentemente como uma gripe fraca. Não demorou para que a tosse seca evoluísse e as dores nas costas sugerissem acometimento dos pulmões. Jorge da Silva, 56 anos, buscou o Centro Especializado em Doenças Infecciosas (Cedin), da Secretaria de Saúde (SES-DF), no início de fevereiro de 2023. Lá, realizou exames e recebeu o diagnóstico de tuberculose pulmonar. Antes do fim daquele mês, na própria unidade especializada, ele deu início ao tratamento. Após seis meses, o morador do Gama estava curado da doença. Jorge alerta que não se pode minimizar a gravidade dos sintomas: “É preciso investigar direito, ir atrás de assistência, realizar os exames. Por teimosia, um quadro pode ser agravado e até levar ao óbito”. No Dia Mundial de Combate à Tuberculose, instituído como 24 de março, a secretaria conscientiza sobre os sintomas e a importância de buscar atendimento nos primeiros sinais da doença. Arte: Secretaria de Saúde Atendimento especializado A transmissão da tuberculose ocorre por via respiratória, pela eliminação de aerossóis (partículas respiratórias) contaminados com o bacilo de Koch (Mycobacterium tuberculosis) na tosse, na fala ou no espirro. Calcula-se que, durante um ano, uma pessoa sem tratamento possa infectar de dez a 15 pessoas. Caso a tosse siga por mais de três semanas, é necessário procurar atendimento em uma das 176 unidades básicas de saúde (UBSs) do DF. “A tuberculose é uma doença que pode ser diagnosticada em qualquer idade. É fundamental manter o vínculo com as equipes de Saúde da Família (eSF)”, explica o responsável técnico pela tuberculose na Gerência de Vigilância das Infecções Sexualmente Transmissíveis (Gevist) da SES-DF, Ricardo Gadelha. A transmissão da tuberculose ocorre por via respiratória | Fotos: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde Todas as UBSs do DF oferecem o diagnóstico e o tratamento – que deve ser seguido rigorosamente até o final. Para encontrar a unidade de referência, basta indicar o CEP. Crescimento A tuberculose é a principal causa de morte por doenças infecciosas no mundo, superando a covid-19, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Em 2023, foram diagnosticados aproximadamente 8,2 milhões de casos – o maior número desde o início do monitoramento global, em 1995. Lembrado nesta segunda-feira (24), o Dia Mundial de Combate à Tuberculose conscientiza sobre os sintomas e a importância de buscar atendimento nos primeiros sinais da doença. UBSs realizam diagnóstico e oferecem tratamento para tuberculose Desde 2020, os diagnósticos de tuberculose no Brasil têm mostrado uma tendência crescente. Em 2020, a taxa era de 33,1 casos por 100 mil habitantes. Já em 2023, esse número subiu para 40 ocorrências a cada 100 mil habitantes, representando um aumento de mais de 15 mil casos por ano. No DF, em 2024, foram identificadas 480 novas ocorrências, sendo 392 de tuberculose pulmonar ー a forma mais frequente e também a principal responsável pela manutenção da cadeia de transmissão. *Com informações da Secretaria de Saúde

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Centro Especializado do DF garante tratamento e acolhimento para pessoas vivendo com HIV

Depois de 19 anos convivendo com o HIV, Maria (nome fictício), de 38 anos, encontrou no Centro Especializado em Doenças Infecciosas (Cedin) um espaço de cuidado que transformou sua rotina. “Comecei o tratamento em Taguatinga, mas, quando resolvi ter filhos, me indicaram o Cedin. Aqui tenho acesso a consultas com médicos, psicólogos e dentistas, além de medicamentos, tudo de graça. Não é só um tratamento, é um ponto de apoio para mim”, conta. O Cedin, localizado na 508/509 Sul, é referência no Distrito Federal. O local oferece acompanhamento multidisciplinar com mais de 70 profissionais especializados, além de um centro de testagem e aconselhamento para diagnóstico rápido de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). “Hoje o HIV é considerado uma doença crônica. Com acompanhamento semestral e medicação diária, a maioria dos pacientes leva uma vida praticamente normal”, explica o gerente do Cedin, Leonardo Ramos. O Cedin oferece acompanhamento com mais de 70 profissionais especializados, além de um centro de testagem e aconselhamento para diagnóstico rápido de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) | Foto: Geovana Albuquerque/Agência Brasília Avanços no tratamento e prevenção As técnicas adotadas pelo Governo do Distrito Federal refletiram na redução dos casos de Aids na capital, com o coeficiente de detecção caindo de 10,0, em 2019, para 7,0, em 2023, por 100 mil habitantes. Mesmo com a queda nos números, o diagnóstico e tratamento precoces continuam sendo um desafio. “Muitos ainda têm medo de fazer o teste, mas quanto mais cedo o vírus é identificado, maior a chance de um tratamento eficaz”, destaca a infectologista Denise Arakaki. Os medicamentos para tratamento do HIV, como antirretrovirais, são fornecidos pelo Ministério da Saúde e distribuídos gratuitamente nas unidades de saúde. Para aumentar a prevenção, o Cedin também aposta na Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), um medicamento que reduz significativamente a transmissão do HIV. Atualmente, 3 mil pessoas utilizam a PrEP no DF, distribuída gratuitamente pela Secretaria de Saúde (SES-DF). “Para quem foi diagnosticado, o protocolo inclui consultas seriadas, exames e acesso facilitado ao tratamento”, explica o gerente do Cedin, Leonardo Ramos. Além disso, a rede de saúde também disponibiliza a Profilaxia Pós-Exposição (PEP), indicada para casos de risco recente. Para aumentar a prevenção, o Cedin aposta na Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), um medicamento que reduz significativamente a transmissão do HIV Um centro de acolhimento Mais do que um local de tratamento, o Cedin busca combater o estigma associado ao HIV. Para Maria, a acolhida fez toda a diferença. “Ainda enfrentamos preconceito, mas aqui somos respeitados. Aprendi que é possível levar uma vida normal com os cuidados necessários”, diz. “Aqui, lutamos pela não exclusão e pela inserção na sociedade. Tudo varia de acordo com o momento sociocultural, mas o nosso desejo é que, um dia, todas as pessoas com HIV possam revelar seu diagnóstico sem medo de sofrer represália”, defende a infectologista Denise Arakaki.

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Ambulatório Trans atende cerca de 200 pessoas em um único dia

O Núcleo de Atendimento Ambulatorial de Diversidade de Gênero, conhecido como Ambulatório Trans, atendeu, nesta terça-feira (10), cerca de 200 pacientes. A força-tarefa, que contou com o apoio de parcerias institucionais, busca reduzir a lista de espera por assistência na unidade. “Essa ação foi pensada para acelerar o acesso ao serviço. Desde o início da lista, em 2020, muitas pessoas trocaram de contato, dificultando o alcance, mas conseguimos convocar 200 dos 380 pacientes que estavam inscritos”, detalha a chefe do ambulatório, Sidneia Vasconcelos. A força-tarefa, que contou com o apoio de parcerias institucionais, busca reduzir a lista de espera por assistência na unidade | Foto: Ualisson Noronha/Agência Saúde-DF Durante o evento, realizado no Centro Especializado em Doenças Infecciosas (Cedin), na Asa Sul, os usuários foram acolhidos pela equipe multidisciplinar da unidade. O objetivo é elaborar o Plano Terapêutico Singular (PTS), que considera as necessidades e intenções de cada paciente à Atenção Secundária. Além do plano, a força-tarefa também disponibilizou orientação jurídica sobre retificação de nome, por meio da Defensoria Pública (DPDF); testes em parceria com o Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA); e autocoleta para prevenção do câncer de colo do útero com apoio da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Brasília. Outras instituições também ofertaram serviços; entre elas a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes-DF) e o Centro de Referência Especializado da Diversidade Sexual, Religiosa e Racial (Creas Diversidade). A cabeleireira Raissa Franklin, 55, foi uma das atendidas e elogiou a iniciativa. “Tenho diabetes e pressão alta e, aqui, encontrei a ajuda que precisava. Além disso, vou poder trocar meu nome”, revelou. Já para a autônoma Bebel Mendonça, 60, o mutirão representa um avanço no combate à transfobia e à exclusão: “É fundamental para nós, mulheres trans, principalmente as que estão acima dos 50 anos, que sofrem ainda mais discriminação. Ver que nossas demandas foram atendidas é emocionante.” Também presente no evento, a diretora regional de Atenção Secundária à Saúde da Secretaria de Saúde (SES-DF), Graciele Pollyanna Mertens, celebrou o momento. “Estou comovida. O ambulatório nasceu da luta de uma equipe comprometida e, hoje, vemos sua consolidação como uma unidade da SES-DF. Tenho certeza que continuaremos a crescer”, declarou. O ambulatório Criado em 2017, o Ambulatório Trans é referência no atendimento a essa população no DF. A unidade funciona de segunda a sexta e oferece suporte multidisciplinar de psicólogos, assistentes sociais, endocrinologistas, psiquiatras, entre outros. *Com informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF)

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Pacientes do Centro Especializado em Doenças Infecciosas ganham mais privacidade e segurança

A secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, apresentou a representantes do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e da sociedade civil as reformas realizadas na sede do Centro Especializado em Doenças Infecciosas (Cedin). “A Secretaria de Saúde está engajada nesta linha de cuidado e trabalhamos para ofertar o serviço com privacidade e segurança, além de promover um tratamento individualizado”, afirmou a gestora, em evento realizado sexta-feira (12). Os serviços estão sendo realizados no terceiro andar do prédio, localizado na Asa Sul. O objetivo é proporcionar aos pacientes um acolhimento discreto, com fácil acesso aos 30 consultórios, incluindo sete recém-instalados, e demais espaços do Cedin. Também houve reformas na farmácia e no laboratório. O Núcleo de Testagem e Aconselhamento (NTA) agora conta com cinco consultórios e quatro salas de coleta de exames. No mesmo prédio, funciona também o Ambulatório Trans, com seis consultórios. Haverá, ainda, reformas no auditório e nas áreas administrativas. O objetivo da reforma é proporcionar aos pacientes um acolhimento discreto, com fácil acesso aos 30 consultórios e demais espaços do Cedin | Fotos: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde-DF Somente entre janeiro e maio deste ano, o Cedin realizou mais de 17 mil atendimentos, de consultas a entrega de medicamentos. Cerca de 70% dos pacientes com HIV em tratamento no DF recebem suas medicações no local. A carteira de serviços inclui, ainda, profilaxia pré-exposição (PrEP) e profilaxia pós-exposição (PEP) do HIV, ambulatório de ginecologia, ambulatório de pediatria para crianças expostas ao HIV e acolhimento a pacientes com tuberculose, hanseníase, hepatites virais e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) complexas, entre outros serviços. Diálogo com a sociedade O ativista de direitos humanos Michel Platini ressaltou a importância dessas unidades da Secretaria de Saúde e do encontro com a gestão da pasta. “O SUS [Sistema Único de Saúde] já preconiza esse diálogo entre a sociedade e os gestores, e hoje ele está sendo materializado aqui”, afirmou. Secretaria de Saúde mantém diálogo aberto com Ministério Público e sociedade civil a respeito das linhas de cuidados ofertadas Para o usuário do SUS Hae de Lima, que faz parte do Conselho de Saúde do DF, a valorização dessa linha de cuidados é de alto impacto na sociedade. “Esse espaço é importante para a população LGBTQIA+ e também para a população em geral”, acrescentou. A promotora de justiça do Núcleo de Direitos Humanos do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), Adalgiza de Medeiros, também sublinhou a relevância do diálogo: “A Secretaria de Saúde se mostrou muito receptiva no sentido de atender às demandas colocadas primeiramente pela sociedade civil”. Um compromisso firmado entre a secretária de Saúde e os representantes do MPDFT e da sociedade civil foi o de ampliar as ações de comunicação tanto a respeito dos cuidados necessários para evitar a transmissão das ISTs quanto para combater o estigma de pacientes, especialmente das pessoas que vivem com o vírus HIV. Linha de cuidados A oferta de serviços da Secretaria de Saúde para o cuidado contra infecções sexualmente transmissíveis se inicia na Atenção Primária à Saúde, com a rede de 176 unidades básicas de saúde (UBSs), onde é possível realizar as testagens e, se necessário, iniciar os tratamentos necessários. Destaque também para o Núcleo de Testagem e Aconselhamento localizado na Rodoviária do Plano de Piloto. Somente em abril e maio, mais de 1,3 mil testes foram realizados no espaço, que se destaca por contar com isolamento acústico nas paredes para assegurar o sigilo dos atendimentos. A Secretaria de Saúde também realiza o amplo acesso de distribuição de preservativos masculinos e femininos em suas unidades localizadas em todo o Distrito Federal. *Com informações da Secretaria de Saúde

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DF tem rede referência de assistência a pacientes com doenças infecciosas

Causadas por micro-organismos como bactérias, fungos, vírus, parasitas e protozoários, as doenças infecciosas quando atingem gravidade têm um percentual relevante de mortalidade em todo o país. Por esse motivo, a prevenção, o diagnóstico precoce e o acesso a tratamentos são essenciais para a manutenção da saúde da população. No Distrito Federal, a rede pública conta com uma cadeia de assistência a pacientes com as patologias que começa nas unidades básicas de saúde e pode passar por ambulatórios, hospitais e até o Centro Especializado em Doenças Infecciosas (Cedin). A rede pública do DF conta com uma cadeia de assistência a pacientes com doenças infecciosas que começa nas UBS’s e pode passar por ambulatórios, hospitais e até o Cedin | Fotos: Matheus H. Souza/ Agência Brasília “O mais importante em relação ao atendimento é que as doenças infecciosas perpassam todas as áreas. Tem um conjunto de doenças em que o tratamento acontece dentro dos próprios hospitais, com os pacientes internados. Temos também tratamentos nas áreas ambulatoriais especializadas, onde temos demanda sobretudo de pessoas com HIV, Aids e hepatites virais, mas a própria Atenção Primária consegue atender muitos casos, já que a imensa maioria tem um desfecho favorável desde que atendida nos primeiros estágios”, comenta o médico infectologista e Referência Técnica de Infectologia da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES), José David Urbaez. As doenças infecciosas habitualmente têm um espectro clínico de iniciarem de forma leve, mas se não forem tomadas as devidas providências, elas evoluem e se tornam casos graves. Alguns componentes também são importantes para o desenvolvimento da doença, como a vulnerabilidade social e a imunossupressão. Segundo o médico infectologista, quadros de febre são considerados sinais de alerta para as patologias infecciosas em geral. Prevenção, diagnóstico precoce e acesso a tratamentos são essenciais para a manutenção da saúde da população, em especial no que diz respeito a doenças infecciosas “Muitas delas têm uma característica fundamental que é provocar febre, que talvez seja um elemento muito orientador de tudo. Teve o sintoma, a orientação é procurar uma unidade básica de saúde para se fazer a abordagem semiótica e toda a parte de cuidados básicos, bem como os testes rápidos. A partir de um diagnóstico precoce rapidamente é possível tomar as atitudes cabíveis e tratar a doença”, informa. Atendimento especializado Há mais de dois anos, José (nome fictício) recebeu o diagnóstico de HIV. “Estava passando muito mal, com a imunidade baixa, a pele muito vermelha e fui em busca de saber o que era. Fui à UPA [unidade de pronto atendimento], fiz o exame, fui diagnosticado e me encaminharam para cá”, diz se referindo ao Cedin, local onde faz acompanhamento desde então. “Fiz mais exames aqui e uma semana depois passei a tomar o tratamento e fui melhorando”, conta. Para o homem, ser acolhido em um espaço especializado fez toda a diferença. Seja porque conseguiu abaixar a carga viral, seja pela assistência que conta no local. “O Cedin é a melhor coisa que tem. Está salvando a minha vida de forma gratuita. Querendo ou não, é uma grande ajuda. Eu não teria como comprar os medicamentos, seria tudo muito caro. Além do medicamento e dos exames, tenho tido acompanhamento psicológico e psiquiátrico, o que é muito acolhedor”, destaca. Atualmente, o Cedin é referência nos tratamentos para HIV/Aids, hepatites virais crônicas, tuberculose e hanseníase e também atende casos de HTLV (infecção causada pelo vírus T-linfotrópico humano) e de ISTs (infecções sexualmente transmissíveis) complicadas, que não foram resolvidas na Atenção Primária. Por não se tratar de um serviço “porta aberta”, os pacientes são encaminhados por outras áreas de atenção da SES. “Atendemos pessoas que foram diagnosticadas com esses agravos fora daqui e que precisam de um atendimento mais específico. Servimos de retaguarda para a rede”, explica a infectologista do Cedin, Denise Arakati. A infectologista do Cedin, Denise Arakati, ressalta a importância do diagnóstico precoce: “A população precisa se atentar para os sinais e sintomas dessas doenças” A maior parte dos atendimentos no centro especializado é de pacientes com HIV. O local atende 60% dos casos em todo o Distrito Federal. “Temos em torno de 5,5 mil pacientes ativos com HIV. Também atendemos muitos casos de tuberculose resistente ou complicada, mas como eles têm alta, o número oscila bastante. A média é de 30 a 40 pacientes em acompanhamento”, acrescenta. A infectologista destaca a importância do diagnóstico precoce. “A população precisa se atentar para os sinais e sintomas dessas doenças, e procurar um serviço de saúde. Hoje, no Brasil, temos 100 mil pessoas com HIV que não sabemos quem são. Da mesma forma acontece com a tuberculose, detectamos de 80% a 90% dos casos, mas temos esse outro percentual que o sistema não consegue capturar. Então é importante se testar para essas doenças”, revela Denise.

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Incorporação da PrEP nas estratégias de prevenção ao HIV completa sete anos no SUS-DF

“Dá muito medo e muita vergonha também, porque a gente é muito orientado. Na inconsequência, na loucura, na bebida, no meio da emoção a gente acaba se descuidando”, desabafou o auxiliar de serviços gerais Fabiano Freire, 30, após ser contaminado por uma infecção sexualmente transmissível (IST). Sabendo dos serviços de saúde públicos por meio de amigos, ele se dirigiu ao Centro Especializado em Doenças Infecciosas (Cedin-DF), o antigo Hospital Dia localizado na 508 Sul, para receber atendimento. A PrEP completa sete anos no Sistema Único de Saúde (SUS) e pode ser prescrita por qualquer médico ou enfermeiro do DF | Fotos: Tony Oliveira/Agência Brasília “Infelizmente não me cuidei e acabei adquirindo algo que graças a Deus é curável. E, mesmo sendo inconsequente, a gente tem um ambiente tão bom e agradável para ser acolhido, isso é tão importante, poder ter uma estrutura como essa, acesso a um serviço gratuito de qualidade, onde os funcionários atendem muito bem. Principalmente para quem, assim como eu, não tem condições financeiras. É ruim a gente se contaminar com uma coisa e não saber para onde ir, porque eu não tenho um plano de saúde que oferece esse serviço”, completou. Esse atendimento que acolheu Fabiano faz parte de uma grande rede de assistência. Entre as estratégias de saúde ofertadas pela rede pública do Distrito Federal, está a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) ao HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana), uma medida que combate o vírus que ataca o sistema imunológico e é causador da Aids. A estratégia de prevenção é eficaz e segura em pessoas com risco aumentado de adquirir a infecção e consiste no uso de medicamentos antirretrovirais (ARV). Disponível gratuitamente na rede pública de saúde desde 2018 em Brasília, a PrEP completa sete anos no Sistema Único de Saúde (SUS) e atualmente pode ser prescrita por qualquer médico ou enfermeiro do DF. Arte: Agência Brasília À frente da Gerência de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis, Beatriz Maciel Luz explica que o funcionamento dos comprimidos de PrEP e Profilaxia Pós-Exposição ao HIV (PEP) se dá no bloqueio de caminhos que o HIV usa para infectar o organismo. A partir do início da distribuição desse fármaco, em 2018, houve redução de novas infecções no DF – passando de 735 novos casos em 2018 para 674 em 2022. “Desde o ano passado o governo vem ampliando o atendimento e o acesso ao medicamento, já liberados para algumas UBSs. Hoje qualquer profissional de saúde pode prescrever a PrEP no DF e, além das outras estratégias, também há a inibição de lactação das mulheres soropositivas, com a distribuição de fórmula para as crianças”, explica a gerente. Ela frisa que, com a ampliação do programa em 2023, novos estudos serão feitos para analisar a incidência de casos no DF. Acesso às medicações “A PrEP não é só uma distribuição de medicação, ela é todo um programa que abrange desde o aconselhamento até a identificação do risco do usuário”, diz o gerente do Cedin, Leonardo de Sousa Ramos Tanto a PrEP quanto medicamentos estratégicos para pacientes com HIV são disponibilizados gratuitamente à população pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal que, em parceria com o Ministério da Saúde, desenvolve o programa de HIV/Aids. Para ter acesso a medicação, os pacientes devem preencher os requisitos estabelecidos pelo SUS e se enquadrar no público-alvo, que engloba determinados segmentos populacionais que, devido a vulnerabilidades específicas, estão sob maior risco de se infectar pelo HIV, em diferentes contextos sociais e tipos de epidemia. Os segmentos prioritários que têm indicação de PrEP são pessoas que frequentemente deixam de usar camisinha nas relações sexuais, homens que fazem sexo com outros homens, pessoas trans, trabalhadores do sexo, pessoas que fazem uso repetido da PEP e parcerias heterossexuais ou homossexuais nas quais uma das pessoas é infectada pelo HIV e a outra não. Os documentos necessários para ter acesso aos medicamentos são o Formulário de Cadastramento de Usuário SUS – PrEP e a Ficha de Atendimento para PrEP. Acesse aqui. Locais de retirada Ainda que o atendimento e a prescrição possam ser efetuados em qualquer UBS, a retirada dos medicamentos é feita em lugares específicos da rede pública, sendo eles: Farmácia Escola, Policlínicas do Lago Sul, de Taguatinga e de Ceilândia e também o Cedin, que possui um ambulatório especializado de PrEP e funciona nas quartas-feiras das 7h30 às 11h e das 13h30 às 17h. Algumas UBSs já fazem parte da ampliação do tratamento, como a UBS 1 de Sobradinho, a UBS 9 de São Sebastião, a UBS do Gama, a UBS 1 do Cruzeiro Novo, a UBS 2 do Recanto das Emas, a UBS 1 de Candangolândia e a UBS 7 de Ceilândia. O gerente do Cedin, Leonardo de Sousa Ramos, afirma que há vagas abertas na unidade para atendimento da população mais vulnerável. O gestor lembra também que na última semana foi inaugurado o Espaço Saúde na Rodoviária do Plano Piloto, que oferece testagem rápida e kits de autoteste gratuitos para a população. “A PrEP não é só uma distribuição de medicação, ela é todo um programa que abrange desde o aconselhamento até a identificação do risco do usuário. A partir disso, a gente poder dar orientação com relação ao combinado de medicação, camisinha, testagem regular e outras estratégias. Isso é interessante para que as pessoas que se encontram em vulnerabilidade e com risco de exposição procurem a unidade para se prevenir”, destacou Ramos. Diferenças entre a PrEP e a PEP Segundo a enfermeira do ambulatório PrEP e do CTA do Centro Especializado em Doenças Infecciosas, Leidijany Paz, todo ano mais de mil pessoas são diagnosticadas com HIV no DF Com a PrEP sendo uma estratégia preventiva e planejada, a PEP (Profilaxia Pós-Exposição ao HIV) funciona como uma medida de prevenção de urgência à infecção pelo HIV, hepatites virais e outras infecções sexualmente transmissíveis (IST), que consiste no uso de medicamentos para reduzir o risco de adquirir essas infecções. Deve ser utilizada após qualquer situação em que exista risco de contágio, tais como violência sexual, relação sexual desprotegida (sem o uso de camisinha ou com rompimento da camisinha) ou, ainda, acidente ocupacional (com instrumentos perfurocortantes ou contato direto com material biológico). Por ser uma urgência médica, deve ser iniciada o mais rápido possível – preferencialmente nas primeiras duas horas após a exposição e no máximo em até 72 horas. A duração da PEP é de 28 dias e a pessoa deve ser acompanhada pela equipe de saúde. Para ter acesso aos medicamentos é necessário que o paciente passe por uma consulta médica em um serviço de pronto atendimento para que o médico avalie se há necessidade ou não de iniciar a PEP. Se constatada a necessidade, o médico deverá preencher o Formulário de Solicitação de Medicamentos – Profilaxia e os medicamentos serão dispensados nos próprios hospitais e UPAS que fazem parte da rede SES DF. Também é recomendado avaliar todo paciente com exposição sexual de risco ao HIV para um eventual episódio de infecção aguda pelos vírus das hepatites A, B e C. No caso de acidente ocupacional (com instrumentos perfurocortantes ou contato direto com material biológico), o trabalhador acidentado deverá ser atendido imediatamente no seu local de trabalho, em conformidade com o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Profilaxia Pós-Exposição (PEP) de Risco à Infecção pelo HIV, IST e Hepatites Virais (BRASIL, 2018) e em cumprimento à Norma Regulamentadora nº 7 (BRASIL,1978). A PEP está disponível no Cedin (antigo Hospital Dia); na Farmácia Escola do Hospital Universitário de Brasília (HUB); nas Policlínicas de Taguatinga, Ceilândia, Gama, Planaltina e do Lago Sul; nas emergências dos hospitais que fazem parte da rede SES-DF; nas unidades de pronto atendimento (UPAs) e nas unidades básicas de saúde (UBSs). Para ter acesso aos medicamentos da PEP é necessário apresentar o documento de identificação com foto, o Cartão Nacional de Saúde – CNS (cartão do SUS) e o Formulário de Solicitação de Medicamento – Profilaxia. Diferentes estratégias É importante reforçar que a PrEP e a PEP fazem parte das estratégias de prevenção combinada do HIV. Dentro do conjunto de ferramentas da prevenção desta e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), inserem-se também: → A testagem para o HIV oferecida nas unidades de saúde da rede pública; → O uso regular de preservativos (que são distribuídos gratuitamente); → O diagnóstico oportuno e o tratamento adequado de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs); → A redução de danos e o gerenciamento de vulnerabilidades; → A supressão da replicação viral pelo tratamento antirretroviral; → As imunizações contra hepatites virais. “É um serviço muito importante, tanto para mim quanto para os outros, porque a gente vem aqui, é bem atendido, o exame é rápido e já tem o resultado”, diz o aposentado Carlos Antônio de Lima O Cedin abriga também o Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) de Brasília, que funciona por demanda espontânea ou agendamento. De acordo com a enfermeira do ambulatório PrEP e do CTA da unidade, Leidijany Paz, todo ano mais de mil pessoas são diagnosticadas com HIV no DF. “Esse número não precisava ser tão alto. Muitas vezes as pessoas chegam aqui preocupadas e ansiosas devido a uma exposição sexual desprotegida ou com alguma sintomatologia de IST. Aí ela passa pela coleta dos exames, pelo atendimento com um profissional que prescreve o tratamento e com certeza ela vai sair mais tranquila e orientada”, observa. A enfermeira pontua também que a unidade oferece um aconselhamento nessa área, onde a é identificada a vulnerabilidade que a pessoa tem e orienta quais estratégias de prevenção ela pode estar lançando mão no seu dia a dia para se prevenir. “É um serviço muito importante, tanto para mim quanto para os outros, porque a gente vem aqui, é bem atendido, o exame é rápido e já tem o resultado. Eu tenho diabetes, sou depressivo e, além de fazer o exame do HIV, eu acompanho com os médicos e faço meu tratamento certinho. Só temos a agradecer pelo SUS”, ressalta o aposentado Carlos Antônio de Lima, de 59 anos.

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Carnaval acaba, mas cuidados com as ISTs continuam

Os cuidados com a saúde sexual demandam atenção o ano inteiro, mas, passado o período de Carnaval, devem ser reforçados, seja por quem esteve protegido no período de festas, seja por quem não fez uso de preservativos. Para tanto, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) oferece tratamento gratuito em suas unidades e está à disposição da população. Quem teve relações sexuais deve ficar atento ao período de janela imunológica para saber quando procurar tratamento em caso de necessidade, conforme explica a gerente de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis da SES-DF, Beatriz Maciel Luz. “Após o Carnaval, há o aumento de buscas por testes rápidos para HIV, sífilis, hepatites B e C. Por isso é importante ressaltar que, para o período de janela imunológica, ou seja, os casos de exposição sexual durante o Carnaval, devem ser orientados para a profilaxia pós-exposição [até 72 horas após a situação de exposição sexual], pois a testagem antes de 30 dias da situação de risco não irá detectar as infecções sexualmente transmissíveis”, explica Beatriz. Na folia deste ano, a Secretaria de Saúde distribuiu preservativos e lubrificantes que foram entregues nos postos móveis durante todos os dias de festa. Foram distribuídos 43 mil preservativos externos, 4 mil internos e 4,5 mil lubrificantes. Durante o Carnaval, a Secretaria de Saúde distribuiu preservativos e lubrificantes nos postos móveis. Foram entregues 43 mil preservativos externos, 4 mil internos e 4,5 mil lubrificantes | Foto: Divulgação/SES-DF “O uso do preservativo interno ou externo ainda é a melhor forma de se proteger de todas as ISTs. Entretanto, é importante que todos conheçam as estratégias de prevenção combinada ao HIV e outras ISTs, que incluem o uso de uma ou mais formas de prevenção [PEP, PrEP, preservativo interno, externo, gel lubrificante, vacinas para hepatite B e HPV, testagem rápida da IST, entre outras]”, acrescenta a gerente da Secretaria de Saúde. Onde buscar atendimento [Olho texto=”“Após o Carnaval, há o aumento de buscas por testes rápidos para HIV, sífilis, hepatites B e C. Por isso é importante ressaltar que, para o período de janela imunológica, ou seja, os casos de exposição sexual durante o Carnaval, devem ser orientados para a profilaxia pós-exposição, pois a testagem antes de 30 dias da situação de risco não irá detectar as infecções sexualmente transmissíveis”” assinatura=” Beatriz Maciel Luz, gerente de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis da SES-DF” esquerda_direita_centro=”direita”] Vale lembrar que os tratamentos para as ISTs (HIV, hepatite B, hepatite C, sífilis, HPV, gonorreia, infecção por clamídia, doença inflamatória pélvica) estão disponíveis de forma gratuita na rede pública. Em caso de suspeita, a pessoa deve procurar atendimento na unidade básica de saúde (UBS) mais próxima da residência. A lista das UBSs pode ser conferida aqui. Em caso de suspeita de infecção por alguma IST, as UBSs e o Núcleo de Testagem e Aconselhamento (NTA) fazem testagem para HIV, sífilis e hepatites B e C, com sigilo e confidencialidade. Para quem precisar recorrer basta comparecer ao NTA, localizado no Centro Especializado em Doenças Infecciosas (CEDIN), na 508/509 Sul. Já as pessoas com alto risco de infecção pelo HIV podem buscar serviços de saúde para começar a profilaxia pré-exposição ao HIV (PrEP). Nesses casos, para conseguir tratamento e medicamento é necessária a prescrição médica (privada ou pública) ou a prescrição da enfermagem. Mais informações sobre as ISTs podem ser obtidas neste link. Monkeypox (Mpox) A gestora também alerta para a Mpox, transmissão que pode ocorrer por meio do contato com o animal ou com o humano infectado. O período de incubação da Mpox é geralmente de 6 a 13 dias, mas pode variar de 5 a 21 dias, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). A principal forma de transmissão da Mpox ocorre por meio do contato direto entre pessoas (pele, secreções e contato com lesões cutâneas) e exposição próxima e prolongada com gotículas e outras secreções respiratórias. Ocorre, principalmente, por meio do contato direto pessoa a pessoa com as erupções e lesões na pele, fluidos corporais – tais como pus e sangue das lesões – de uma pessoa infectada. Além disso, lesões na boca e nas regiões genitais também podem ser infectantes, o que significa que o vírus pode ser transmitido por meio da saliva e das relações sexuais desprotegidas. “Após 30 dias da relação sexual desprotegida ou a qualquer momento caso surjam feridas nos órgãos sexuais ou pelo corpo ou sintomas como corrimentos e verrugas ano genitais, dor pélvica, ardência ao urinar, lesões de pele, inclusive na palma das mãos, olhos e língua, e aumento de ínguas, deve-se buscar uma unidade básica de saúde ou o NTA para realizar os testes rápidos para HIV, sífilis, hepatite B, hepatite C e exame sorológico para confirmar ou descartar a Mpox”, alerta a especialista. Aumento de casos ?Segundo a Secretaria de Saúde, nos últimos anos houve um aumento de casos novos de sífilis, especialmente entre pessoas jovens e sexualmente ativas. De 2018 a 2022, foram notificados 10.676 casos novos de sífilis adquirida, 4.179 casos de sífilis em gestantes e 1.660 crianças com sífilis congênita. Em relação à infecção pelo HIV, de 2018 a 2022, foram registrados 3.684 casos novos notificados. No período, 1.333 casos evoluíram para Aids. A infecção pelo HIV predomina entre homens da faixa de 20 a 29 anos (45,5%), principalmente entre homens que fazem sexo com homens. Outro dado que levanta atenção é o de transmissão sexual de hepatites virais. De 2018 a 2022, foram detectados 552 novos casos novos de hepatite B e 841 novos casos de hepatite C.

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Região de Saúde Central é referência em atendimentos especializados

Referência em atendimento de fissurados e queimados, em tratamentos de doenças crônicas, em saúde mental infanto-juvenil, em síndrome de Down e muitos outros setores. A lista de destaques da Região de Saúde Central – que engloba Asa Norte, Asa Sul, Varjão, Cruzeiro, Lago Norte e Vila Planalto – é extensa. Com o atendimento especializado em múltiplas áreas como um diferencial, ela possui papel fundamental para tratamento de casos de média e alta complexidade para toda a população do Distrito Federal. Helena, de um ano e sete meses, é atendida no CrisDown e a mãe, Joelma Magalhães, relata benefícios no desenvolvimento da criança, como na introdução alimentar | Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF A presença de profissionais com elevado grau de especialização permite a oferta de serviços interdisciplinares para públicos determinados. É o caso do Centro de Referência Interdisciplinar em Síndrome de Down (CrisDown), que conta com pediatras, nutricionistas, terapeutas ocupacionais, ortopedistas, fisioterapeutas, entre outros especialistas. “Todos os nossos pacientes possuem a trissomia 21 (T21) e recebemos desde a gestante que acabou de receber o diagnóstico do seu bebê até o idoso, que poucas vezes teve acesso a um atendimento especializado”, explica a fisioterapeuta e coordenadora do CrisDown, Carolina Vale. Arte: Agência Saúde-DF Larisse Gabrielly, de 12 anos, é paciente por lá e passa por consultas semestralmente. Após enfrentar diversas cirurgias no primeiro ano de vida e correr risco de morte, hoje ela tem a própria rotina e ótima interação. “Eu não sabia o que era a síndrome de Down. Com o tempo, eu e o pai fomos adquirindo conhecimento e, depois que entramos para o CrisDown, tivemos o nosso amparo, acalmou a nossa vida e tudo foi mais fácil, das consultas até o acompanhamento”, conta a mãe, Raíra Jesus Silva, de 36 anos. [Olho texto=”“Na época da introdução alimentar, ela não sentava direito e não aceitava nada. Eu achava que fosse rejeição alimentar e aqui vimos que era sensibilidade à textura. Trabalhamos isso e ela se desenvolveu”” assinatura=”Joelma Magalhães Cavalcante, mãe de Helena, atendida no CrisDown” esquerda_direita_centro=”esquerda”] O atendimento especializado para pessoas com T21 é essencial para o desenvolvimento em todos os ciclos de vida. Por se tratar de um público que pode apresentar comorbidades específicas, tal acompanhamento é de extrema importância para prevenir, diagnosticar e tratar, antes que complicações significativas possam aparecer. “Se iniciamos as estimulações desde cedo, essa pessoa tem grande possibilidade de alcançar uma vida mais autônoma e independente”, reforça a coordenadora. Anualmente, cerca de 150 crianças chegam ao CrisDown. No momento, aproximadamente 300 – dentro da faixa etária de até 3 anos – são acompanhadas. As melhorias no desenvolvimento da pequena Helena, de um ano e sete meses, já são observadas pela mãe, Joelma Magalhães Cavalcante, de 45 anos, que descobriu a síndrome de Down da filha após o parto. “O desenvolvimento dela foi todo por meio do CrisDown. Na época da introdução alimentar, ela não sentava direito e não aceitava nada. Eu achava que fosse rejeição alimentar e aqui vimos que era sensibilidade à textura. Trabalhamos isso e ela se desenvolveu”, exemplifica sobre os benefícios proporcionados pelo serviço de saúde. Localizado no Hospital Regional da Asa Norte (Hran), o Centro acolhe qualquer pessoa com síndrome de Down interessada no atendimento. Para isso, basta agendar por meio do número do WhatsApp: (61) 99448-0691. Equipe multidisciplinar A Unidade de Queimados no Hran é uma referência regional, com serviço 24h. Anualmente, cerca de 3 mil pacientes são recepcionados | Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF Hospital porta aberta da Região Central com pronto atendimento em várias áreas – clínica médica, cirurgia geral, cirurgia plástica, queimaduras, odontologia e oftalmologia –, o Hran é formado por equipes multidisciplinares e profissionais altamente capacitadas em diversas especialidades. Na parte cirúrgica, a Unidade de Queimados é uma referência, com serviço 24 horas. O local recebe anualmente cerca de 3 mil pacientes, cuja média de internação é de 10% (cerca de 300 casos ao ano), e conta com equipe de médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, nutricionistas, psicólogos, fisioterapeutas e o suporte da assistência social. Outra especialidade é o ambulatório de atendimento às pessoas com fissuras labiopalatais, que reúne uma equipe interdisciplinar de 17 profissionais. São cirurgiões plásticos, cirurgiões-dentistas, fonoaudiólogos, psicólogos, médicos pediatras, otorrinolaringologistas, nutricionistas, dentistas, enfermeiros, técnicos em enfermagem e voluntários da área administrativa. Há ainda a Unidade de Nefrologia do Hran para pacientes internados, principalmente para os submetidos à hemodiálise. A Unidade de Pneumologia oferece polissonografia e ambulatório neuromuscular. Doenças crônicas A Região de Saúde Central possui o Centro Especializado em Doenças Infecciosas (Cedin), unidade referência no tratamento de agravos como HIV, hepatites virais crônicas e as formas graves de tuberculose e hanseníase | Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF Oito mil pacientes do DF recebem cuidados no Centro Especializado em Doenças Infecciosas (Cedin), que fica na Asa Sul. A unidade é referência para o tratamento de agravos como HIV, hepatites virais crônicas e as formas graves de tuberculose e hanseníase. “Os nossos especialistas são todos de referência e os casos mais complexos atendidos na atenção primária são encaminhados ao Cedin. Atendemos, por exemplo, casos de tuberculose multirresistente, hanseníase que causou debilidades e alterações físicas”, pontua o diretor do Cedin, Leonardo Ramos. A maior demanda é relacionada ao tratamento de HIV. Quase 70% da população do DF com o diagnóstico é atendida no Centro. Na unidade existem várias subespecialidades que cuidam integralmente desses pacientes, como ginecologia, pediatria, urologia e endocrinologia. M.S.C., de 85 anos, recebeu o diagnóstico de que possuía o vírus HIV há 26 anos, após realizar vários exames para investigar a causa de uma esofagite. Quando os resultados saíram, ela foi encaminhada ao Cedin. A Região de Saúde Central reúne atendimento especializado em múltiplas áreas e é fundamental para tratamento de casos de média a alta complexidade no DF. O Hran é um dos equipamentos de saúde que compõem a rede | Foto: Arquivo/Agência Saúde-DF Apesar do choque, o devido tratamento possibilitou qualidade de vida e uma rotina normal repleta de atividades. “Aqui, eles sempre se reciclam, procuram um medicamento novo. A qualquer sintoma ou efeito colateral, trocam a medicação. Me explicaram que [o vírus] não era uma sentença de morte. Quando ficamos doentes, vemos que os médicos estão preparados”, compartilha a paciente. Na estrutura organizacional do Cedin, há o Núcleo de Testagem e Aconselhamento (NTA), que oferece testes para detectar Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), além de aconselhamento e entrega de preservativos. O espaço atende pessoas a partir de 13 anos e não é necessário agendamento prévio, basta apresentar documento de identificação oficial. [Olho texto=”“Somos um ponto de referência. Atendemos uma população muito vulnerável e temos expertise com a população LGBTQIAP+. Os pacientes se sentem muito acolhidos, porque são atendidos livres de qualquer preconceito”” assinatura=”Leonardo Ramos, diretor do Cedin” esquerda_direita_centro=”direita”] Entre os exames disponíveis estão testes de HIV, sífilis e hepatites B e C, autoteste de HIV e entrega de kit de coleta para detecção de clamídia e gonorreia. O atendimento tem duração de 20 minutos a 60 minutos. Caso haja diagnóstico positivo para alguma IST, a equipe orienta o paciente para o início do tratamento. O Cedin também sedia o Ambulatório de Diversidade de Gênero, conhecido como Ambulatório Trans, que disponibiliza tratamento e orientação para quem deseja fazer a redesignação sexual. “Somos um ponto de referência. Atendemos uma população muito vulnerável e temos expertise com a população LGBTQIAP+. Os pacientes se sentem muito acolhidos, porque são atendidos livres de qualquer preconceito”, reforça o diretor. Saúde mental infanto-juvenil Localizado na 605 Sul, o Adolescentro é a unidade de saúde de referência do Distrito Federal para o atendimento de adolescentes com transtornos mentais ou que façam uso eventual de substâncias psicoativas. O público-alvo vai de 12 anos a 17 anos, 11 meses e 29 dias. [Olho texto=” “O paciente tem acesso a todas as terapêuticas, assim como os pais e os irmãos. Não adianta cuidar dele e deixar as suas famílias doentes, porque, muitas vezes, o adoecimento daquele jovem é causado por um adoecimento já existente na família”” assinatura=”Fabiane Souza Oliveira de Castro, diretora do Adolescentro” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Os profissionais acolhem – tanto de forma individual quanto em grupo – aqueles em sofrimento emocional, por exemplo, com ansiedade, depressão e dificuldade de controle dos impulsos e nos relacionamentos interpessoais; vítimas de violência sexual; e ainda adolescentes em sofrimento devido à orientação sexual e/ou identidade de gênero. Também é ofertado suporte às famílias (pais e responsáveis) e Práticas Integrativas em Saúde (PIS). De acordo com a enfermeira e diretora do Adolescentro, Fabiane Souza Oliveira de Castro, um tratamento integrado com os familiares que convivem com o paciente é o que norteia o trabalho no local. “O paciente tem acesso a todas as terapêuticas, assim como os pais e os irmãos. Não adianta cuidar dele e deixar as suas famílias doentes, porque, muitas vezes, o adoecimento daquele jovem é causado por um adoecimento já existente na família”, explica. Para ter acesso ao serviço, é preciso ser encaminhado pela Unidade Básica de Saúde (UBS) de referência, via Sistema de Regulação. A média de atendimentos é de 5 mil pacientes por mês. No InfoSaúde, é possível buscar a UBS mais próxima, por meio do CEP residencial. Alta complexidade O Hospital de Base é referência para o tratamento de casos de alta complexidade | Foto: Tony Oliveira/Agência Brasília Para casos de mais complexidade, o Hospital de Base (HB), com 54 mil metros quadrados de área construída e mais de quatro mil colaboradores, é referência para atendimento em politraumas, emergências cardiovasculares, neurocirurgia, cirurgia cardiovascular, atendimento onco-hematológico e transplantes. São 634 leitos, divididos nos setores de pronto-socorro, internação, unidade de terapia intensiva (UTI), assistência multidisciplinar, serviços de apoio diagnóstico e terapêutico, psiquiatria e ambulatório. Para gestações e partos de risco, a Região de Saúde Central e todo o DF contam com o Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib). Além dos setores de neonatologia, UTI neonatal, salas de pré-parto, parto e pós-parto e banco de leite, há uma Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal (Ucin) Canguru. Região Central [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] De acordo com os dados mais recentes da Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (Pdad), realizada pela Codeplan em 2021, só o Plano Piloto reúne uma população de 224.848 pessoas. Somando os moradores do Cruzeiro (30.860), Lago Norte (37.539) e Varjão (8.953) são mais de 300 mil pessoas sob os cuidados da rede da Região de Saúde Central, além dos provenientes de outras localidades por encaminhamento. “Ficamos onde boa parte das pessoas trabalham no DF, que é principalmente no Plano Piloto, então sabemos da importância do atendimento desta população e buscamos o melhor”, explica o superintendente da Região Central, Paulo Roberto da Silva Junior. Devido à alta demanda, uma das estratégias adotadas é a ampliação dos horários de vacinação. “Desde o início da pandemia até hoje, continuamos reforçando esse serviço, que é o que mais protege de doenças transmissíveis. Temos UBSs que funcionam até às 22h, drive-thru de vacinas e campanhas extramuros”, completa. Além dos hospitais, UBSs, o Cedin e o Adolescentro, a Região Central possui outros serviços de referência, como o Centro Especializado em Saúde da Mulher (Cesmu) e diversos ambulatórios de especialidades médicas ofertados nas Policlínicas da Asa Norte e do Lago Sul. Estas ofertam atendimentos ambulatoriais de alta qualidade, com profissionais de elevado grau de especialização. *Com informações da SES-DF

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Com tratamento especializado, DF tem menor mortalidade de tuberculose

O Distrito Federal teve, em 2022, a menor mortalidade por tuberculose do Brasil. Dados do Ministério da Saúde (MS) apontam uma taxa de 0,9 óbitos anuais a cada 100 mil habitantes. A média nacional é de 2,71. Em números absolutos, foram 18 óbitos na capital em 2022 e 12 em 2023, com dados até o fim de novembro. Por trás do resultado positivo, está uma rede de atenção capaz de atender desde os casos considerados mais simples até os mais complexos: as 175 unidades básicas de saúde (UBSs) estão preparadas para fazer o diagnóstico e iniciar o tratamento. Já os casos graves são encaminhados ao Centro Especializado em Doenças Infecciosas (Cedin). Com atendimento integrado em todos os níveis de atenção, o DF registrou a menor taxa de tuberculose do Brasil em 2022 | Foto: Breno Esaki/Arquivo Agência Saúde-DF A gerente de Vigilância das Doenças Transmissíveis da Secretaria de Saúde (SES-DF), Kenia de Oliveira, alerta para a importância dos serviços de diagnóstico e de tratamento, especialmente se iniciados com antecedência. “O número de casos pode aumentar se os indivíduos infectados não forem devidamente diagnosticados, tratados e acompanhados, por isso a relevância da identificação dos sintomas e das populações de maior risco”, explica. Os principais sinais são tosse seca ou com secreção por mais de três semanas – há possibilidade de tosse com pus ou sangue. Cansaço excessivo, febre baixa, suor noturno, falta de apetite, emagrecimento e rouquidão são outros sintomas prováveis. A orientação é buscar a rede de UBSs para fazer uma avaliação e, se necessário, o “teste do escarro”, uma das técnicas de confirmação do diagnóstico e definir o melhor caminho. Como tratar? Casos graves de tuberculose são encaminhados ao Centro Especializado em Doenças Infecciosas (Cedin) | Foto: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília O tratamento costuma ser longo: são seis meses tomando cerca de quatro comprimidos por dia, algumas vezes com efeitos colaterais como dor abdominal, náuseas, formigamento nos pés e alterações no humor. Porém, como o quadro geral do paciente melhora significativamente já nas primeiras semanas, o abandono da medicação é um dos maiores desafios no enfrentamento à doença. “Depois de interromper o tratamento, a pessoa vai ficar alguns meses se sentindo bem, mas quando a doença volta, em geral volta pior que da primeira vez. E, às vezes, nesse retorno, o sucesso terapêutico é bem menor”, alerta a médica infectologista Denise Arakaki, do Cedin. O centro atende pacientes mais graves infectados com a tuberculose, incluindo os que abandonaram o tratamento e apresentaram retorno da doença, aqueles em quem os exames apontam para a ineficácia das medicações padronizadas e portadores de doenças que afetam o sistema imune, como é o caso da Aids. “Cerca de um terço dos casos de mortes de quem tem HIV [sigla em inglês para vírus da imunodeficiência humana] é causado pela tuberculose”, acrescenta a infectologista. A médica infectologista Denise Arakaki, do Cedin, alerta que o abandono da medicação é um dos problemas mais desafiadores no tratamento da tuberculose | Foto: Humberto Leite/Agência Saúde-DF Além de ser mais vulnerável e necessitar de um acompanhamento complexo, a população com HIV apresenta 19 vezes mais chances de adoecimento por tuberculose que as pessoas em geral, conforme dados compilados pelo MS. Entre a população privada de liberdade, a possibilidade de desenvolver a doença é 32 vezes maior que quando comparada ao restante da sociedade. Já a população em situação de rua apresenta 54 vezes mais chances. Entre a população em geral, destacam-se os condicionantes sociais. Quem mora, estuda ou trabalha em ambientes com grande número de pessoas no mesmo espaço, pouca ventilação e baixa iluminação natural tem mais chances de ser infectado. Em geral, não há riscos de transmissão em espaços onde se passa um tempo limitado, como no transporte público ou em um cinema, por exemplo. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] No DF, a SES-DF também faz diagnósticos de tuberculose entre pacientes que vão fazer ou estão em tratamentos que reduzem a capacidade do sistema imunológico, como a quimioterapia. Aumento no número de casos Apesar do indicador abaixo da média, o número de registros de tuberculose tem subido no DF. Em 2021, foram 383 casos; em 2022, 431, e até o final de novembro, 495 casos confirmados. Porém, os especialistas apontam que isso pode significar uma situação melhor do que a fase mais aguda da pandemia, quando serviços de saúde foram afetados e havia a possibilidade de pessoas infectadas não terem diagnóstico. Os dados atuais mostram um retorno a números próximos aos vistos antes da pandemia, o que permite uma maior quantidade de pessoas em tratamento. “Com o coronavírus, a população sintomática respiratória tem buscado mais o serviço de saúde, o que possibilita a investigação de outras doenças, como a tuberculose, principalmente quando há uma negativa no diagnóstico de covid-19”, detalha Oliveira. Detectar e iniciar o tratamento é fundamental, inclusive, para proteger as populações mais vulneráveis. “Quando tratamos quem está doente, interrompemos a cadeia de transmissão”, completa Denise Arakaki. *Com informações da Secretaria de Saúde  

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Mais de 700 autotestes de HIV são distribuídos no Parque da Cidade

Para promover o mês de luta contra a Aids, o governo do DF, por meio da Secretaria de Saúde (SES-DF), ofereceu gratuitamente mais de 700 autotestes de detecção do vírus da imunodeficiência humana (HIV, sigla em inglês). O kit distribuído neste sábado (2), em ação realizada no Parque da Cidade, contém instruções detalhadas sobre como fazer o exame de forma privada e como entender os resultados. Durante a iniciativa, equipes de saúde fizeram 300 testes rápidos de identificação do vírus. Na tenda montada em frente à administração do Parque, servidores do Centro Especializado em Doenças Infecciosas (Cedin) passaram o dia informando sobre métodos de prevenção e como fazer o autoteste, cujo resultado sai em 20 minutos. “Se as pessoas com HIV forem diagnosticadas e tratadas precocemente, a expectativa de vida delas é semelhante à da população em geral. Então, é importante que elas se testem”, alertou a gerente de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis da SES-DF, Beatriz Maciel Luz. Ela reforça que apesar de não ter cura, o HIV e a Aids são preveníveis e têm tratamento. O casal Ronaldo Adriano Soares e Severina Maria Batista ressaltou que “mesmo em um relacionamento fixo, é importante testar” | Fotos: Jhonatan_Cantarelle/ Agência Saúde-DF William Gonçalves dos Santos, 53, visitou a tenda e optou por fazer o exame de HIV no local. “Mas também acho muito bom que a população possa levar o teste para casa”, diz. Morador de Taguatinga e usuário do Sistema Único de Saúde (SUS), ele aproveitou para elogiar a Unidade Básica de Saúde (UBS) perto de sua casa em Taguatinga, onde também sempre tem testagem. Seguindo o exemplo, o casal Ronaldo Adriano Soares, 47, e Severina Maria Batista, 58, também resolveram realizar o teste. “Mesmo em um relacionamento fixo, é importante testar. Esse tipo de ação ajuda quem não tem tempo de ir a um posto durante a semana por conta do trabalho”, destacou Ronaldo. “Além do teste, estou com todas as vacinas em dia também. A gente precisa estar atenta ao próprio corpo”, complementou Severina após receber o resultado e sair da tenda cheia de informações, panfletos e preservativos femininos. William Gonçalves dos Santos elogiou que a população tenha tido a oportunidade de levar o autoteste para casa Em situação de rua, o cadeirante Marco Aurélio Souza, 29, aproveitou a oportunidade para pegar preservativos e fazer o exame. “Gosto muito de ver vocês [equipes de saúde] com ações aqui no Parque da Cidade, procuro me testar sempre para ter certeza que está tudo bem”, afirmou o jovem. As UBSs, as policlínicas e os ambulatórios especializados compõem a rede de vigilância, prevenção e assistência ao HIV e à Aids. Nesses locais, estão disponíveis diversas estratégias de prevenção combinada: fornecimento de preservativos e gel lubrificante; de medicamentos de profilaxia pós-exposição ao HIV (PEP – quando a pessoa teve uma situação de risco nas últimas 72 horas) e de profilaxia pré-exposição (PrEP – indivíduos com risco frequente, que, diariamente, usarão medicamento para evitar contrair o vírus); testes rápidos; e tratamento àqueles que já convivem com o HIV/Aids. Além disso, as UBSs dispõem ainda de exames para sífilis e hepatite B e C. Cedin [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] No DF, o Centro Especializado de Doenças Infecciosas (Cedin) é referência no tratamento de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). O local conta com uma equipe formada por infectologista, dermatologista, pneumologista, pediatra, tisiologista, radiologista, ginecologista, psiquiatra, endocrinologista e urologista. De acordo com a enfermeira do Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), Leidijany Paz, o público com HIV/Aids atendido no centro enfrenta preconceito e, às vezes, não conta nem com o apoio familiar. Dessa forma, o Cedin, segundo ela, significa acolhimento a quem enfrenta a condição. “É um momento em que o paciente é bem recebido pelos profissionais e encontra outras pessoas na mesma situação”, detalhou. [Olho texto=”“Se as pessoas com HIV forem diagnosticadas e tratadas precocemente, a expectativa de vida delas é semelhante à da população em geral”” assinatura=”Beatriz Maciel Luz, gerente de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis” esquerda_direita_centro=”direita”] Na carta de serviços do centro, destacam-se a PreP, a Pep e o Ambulatório de Diversidade de Gênero, mais conhecido como Ambulatório Trans – espaço que disponibiliza tratamento e orientação a quem quer fazer a redesignação sexual. No espaço também são disponibilizados autotestes gratuitos e os testes rápidos realizados por enfermeiros. Diariamente, mais de 200 exames de HIV/Aids e de outras ITSs são realizados no Cedin. *Com informações da Secretaria de Saúde

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Rede pública do DF oferece tratamentos pioneiros contra hepatite

“Foi uma segunda chance.” É assim que o servidor da Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob) Glicério Fernandes, 56 anos, relata o tratamento bem-sucedido que o levou à cura da hepatite C, no Centro Especializado em Doenças Infecciosas (Cedin), na Asa Sul. Recuperado, ele incentiva todos a se informar e a buscar postos de testagem em caso de sintomas ou situação de risco. O Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais é celebrado nesta sexta-feira (28). Aproveitando a data, a campanha Julho Amarelo foca na prevenção à doença. Glicério descobriu a doença que atinge o fígado em 2010 por meio de um exame de rotina após sintomas de cansaço, que ele atribuía à forte carga de trabalho e ao estresse. “Achei que não era possível porque não sentia nada além de muito cansaço”, conta. Glicério Fernandes descobriu a doença em 2010 por meio de um exame de rotina após sintomas de cansaço | Foto: Sandro Araújo/ Agência Saúde A terapia foi iniciada na rede da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) em 2016, com o surgimento da nova droga de ação direta (DAA) em forma de comprimidos. A partir do diagnóstico, o servidor iniciou uma série de pesquisas sobre o tema. “Na época, fiquei impressionado porque os tratamentos eram difíceis, os índices de cura pequenos e os efeitos colaterais, fortes. Mas com a nova medicação foi tranquilo, com poucos efeitos colaterais e respostas rápidas e positivas”, compartilha. A cura tão esperada chegou antes mesmo do fim do tratamento. “Antes dos 90 dias já estava negativado. Procurei tratamento na rede pública porque o plano de saúde não cobria”, completa, salientando a importância do serviço prestado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O remédio é distribuído gratuitamente. Os medicamentos têm mudado a vida de portadores de hepatite C e, quando usados adequadamente, promovem taxas de cura superiores a 95%. A terapia dura três meses, com apenas um comprimido ao dia. Arte: Secretaria de Saúde “É uma vida nova. Foi uma segunda chance, uma sensação muito boa. O atendimento recebido foi excelente. A médica que me atendeu é muito diferenciada, me tranquilizou e transmitiu segurança, além de me acompanhar em todo o processo e me orientar muito bem”, elogia Glicério. Quem cuidou do paciente foi a infectologista da SES-DF Sonia Maria Geraldes. Ela ressalta a importância do Julho Amarelo para estimular a testagem da população. “A pessoa pode não sentir nada, mas fez tatuagem, sexo sem proteção, teve contato com sangue, por exemplo, foi ao dentista e os instrumentos podem não ter sido devidamente esterilizados. Essas situações a torna uma candidata a fazer a testagem. Não pode esperar ter sintomas”, alerta Sonia Maria. Tipos de tratamento A médica Sonia Maria Geraldes ressalta a importância da campanha Julho Amarelo no trabalho de prevenção | Foto: Ingrid Soares/ Agência Saúde Nem todos os tipos de hepatite têm cura como a hepatite B, mas há vacinas para proteção e, em alguns casos, tratamentos para reduzir o risco de avanço da doença e de complicações. A infectologista destaca que uma das facilidades em relação ao tratamento da hepatite B, por exemplo, é que depois do atendimento, a medicação pode ser adquirida no mesmo local da consulta. “A SES-DF faz tanto o diagnóstico, quanto campanhas preventivas e fornece o tratamento. Se vem um paciente com hepatite B, em centros de referência como esse, vai pegar a medicação aqui também. Não precisa mais retirar em farmácia de alto custo”, afirma Geraldes. A especialista ressalta, ainda, que a principal forma de prevenir a infecção pelo vírus da hepatite B é a vacina, que está disponível nas salas de vacinação nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs). Para as crianças, a recomendação é aplicar quatro doses do imunizante, sendo: ao nascer, aos 2, 4 e 6 meses de idade (vacina pentavalente). Já para a população adulta, o esquema completo ocorre com três doses. Para quem tem mais de 20 anos e não sabe se está imunizado, é preciso procurar uma UBS para fazer o teste de hepatites. A médica também acompanha José Antônio Conti, 64 anos, aposentado e morador de Sobradinho, portador do vírus da hepatite B com cirrose hepática. Ele relata que o diagnóstico veio em 2003, com sintomas de cansaço e olho amarelado. Desde então, faz tratamento no Cedin com a medicação tenofovir alafenamida (TAF), disponibilizada pelo Ministério da Saúde. Os medicamentos colaboram para o controle da carga viral, impedindo a multiplicação. José Antônio Conti é portador do vírus da hepatite B com cirrose hepática e faz acompanhamento no Cedin | Foto: Sandro Araújo/ Agência Saúde “Provavelmente eu já tinha hepatite há muitos anos e não sabia. Agora vou ao infectologista a cada seis meses para fazer o controle da carga viral. O exame de sangue é feito na própria unidade e retiro o medicamento lá mesmo”, conta. Com o tratamento, José afirma que ganhou qualidade de vida: “Desde o começo consegui atendimento pelo SUS e fui bem orientado. Sigo com a vida normal. Tomo apenas um comprimido por dia. Tenho um estilo de vida mais saudável. Faço musculação, pratico caminhada.” Casos diminuem no DF Arte: Secretaria de Saúde/ Divulgação Entre 2018 e 2022, os casos de hepatite B caíram 41,86% no DF. Foram registrados 129 em 2018 e 75 em 2022. Já os índices de hepatite C passaram de 169 para 130 no mesmo período, com redução de 23,08%. Os dados constam no último Boletim Epidemiológico da Subsecretaria de Vigilância à Saúde (SVS) e do Ministério da Saúde, notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). Sintomas As hepatites virais nem sempre apresentam sintomas e, quando não diagnosticadas, podem acarretar em complicações levando à cirrose ou ao câncer de fígado. Quando presentes os sintomas, contudo, a pessoa pode manifestar cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. “É preciso conscientizar a população para que façam uso das diversas formas de prevenção, usem preservativos, vacinem-se contra hepatite B e busquem o diagnóstico por meio do teste rápido para início oportuno do tratamento. É um dos nossos grandes desafios”, alerta a gerente de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis da Secretaria de Saúde, Beatriz Maciel. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] A hepatite A é transmitida de pessoa para pessoa quando os alimentos ou a água estão contaminados por fezes contendo o vírus. Portanto, cuidados com a higiene são fundamentais para evitar a contaminação. O tratamento é essencialmente com repouso e há vacina para determinados grupos, também disponível no calendário de rotina de vacinação do DF. Já o contágio das hepatites virais B, C e D ocorre por contato com sangue e hemoderivados, podendo também ser passadas por contato sexual e da mãe infectada para o recém-nascido. A transmissão pode ocorrer ainda pelo compartilhamento de objetos contaminados, como lâminas de barbear e alicates. A vacina contra a hepatite B também ajuda a proteger da hepatite D. Menos frequente no Brasil, a hepatite E ocorre por consumo de água contaminada. Onde buscar tratamento Referências no tratamento contra hepatites no DF: Centro Especializado em Doenças Infecciosas (Cedin) e Policlínicas de Taguatinga, do Gama, de Ceilândia, do Paranoá e de Planaltina. Hospitais com ambulatório de hepatologia: Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF); Hospital Regional de Ceilândia (HRC); Hospital Regional do Gama (HRG); Hospital Regional da Asa Norte (Hran); Hospital Regional de Taguatinga (HRT); Guará- Policlínica Guará I e Policlínica de Atenção Secundária do Paranoá. Acesse os locais de vacinação no DF no site da SES-DF: Pontos de Vacinação – Secretaria de Saúde do Distrito Federal *Com informações da Secretaria de Saúde

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Núcleo de Testagem e Aconselhamento funcionará temporariamente na Asa Sul

A partir de segunda-feira (24), o Núcleo de Testagem e Aconselhamento (NTA) – antes chamado de CTA – passará a atender, temporariamente, no Centro Especializado em Doenças Infecciosas (Cedin), na W3 Sul. A mudança é necessária para a reforma das instalações localizadas no mezanino da Rodoviária do Plano Piloto. “A medida é essencial para melhorar a infraestrutura que impacta o atendimento dos pacientes e o trabalho dos servidores”, aponta o superintendente da Região de Saúde Central, Paulo Roberto da Silva. Serviço do Núcleo de Testagem e Aconselhamento (NTA) – antes chamado de CTA – será temporariamente direcionado para o Cedin, na W3 Sul | Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde Devido à necessidade de organização para a transferência, nesta sexta-feira (21), o serviço funcionará parcialmente no próprio NTA. Serão fornecidos autotestes para vírus da imunodeficiência humana (HIV), além de atendimentos de urgência. O horário de funcionamento será das 8h às 12h e das 13h às 18h. Durante o período de intervenção, os serviços de testagem e aconselhamento serão redirecionados integralmente para o Cedin, na entrequadra 508/509 Sul. A assistência será oferecida de segunda a sexta-feira, das 7h às 12h e das 13h às 18h. “Esperamos promover a adequação de fluxos de trabalho assistenciais, ampliando a capacidade de atendimentos à população e associando as mudanças a um maior nível de conforto para a equipe assistencial do local”, avalia o diretor administrativo da Região de Saúde Central, Murillo Miguel Nunes. A reforma inclui a ampliação e a restauração dos consultórios e das salas de coleta de exames, remoção de infiltrações, adequação das janelas, troca de caixas de esgoto e gordura e isolamento acústico das paredes entre os consultórios para sigilo das consultas. “Com isso, conseguiremos garantir atendimento de qualidade aos usuários atendidos”, afirma a diretora da atenção secundária da Região de Saúde Central, Pollyanna Mertens. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] O gerente do Cedin, Leonardo Ramos, enfatiza que a mudança é essencial para proporcionar uma assistência mais adequada. “Pensando em um atendimento mais humanizado, fizemos uma adaptação do espaço para receber os pacientes. Serão oferecidos acolhimento individualizado, salas de espera com bebedouro e banheiros, salas de coleta de exames e um espaço para aguardar com privacidade o resultado de exames.” Serviços O NTA é uma unidade de saúde da Atenção Secundária que oferece testes para a detecção de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), aconselhamento e entrega de preservativos. O núcleo atende pessoas a partir de 13 anos e não é necessário agendamento prévio, bastando que o usuário apresente um documento de identificação oficial. Os exames oferecidos incluem detecção de HIV, sífilis e hepatite B e C, autoteste de HIV e entrega de kit de coleta para detecção de clamídia e gonorreia. Durante o atendimento, que tem duração de 20 a 60 minutos, o paciente recebe os resultados dos exames. Caso seja positivo para alguma IST, a equipe fornece orientações sobre o início do tratamento. *Com informações da Secretaria de Saúde

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Conscientização para a importância do diagnóstico da hanseníase

[Olho texto=”O atendimento é realizado nas unidades básicas de saúde (UBSs). O tratamento da hanseníase é feito com antibióticos e os medicamentos são fornecidos pelo SUS” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”] Hoje, 30 de janeiro, é o Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase. A data marca a importância do diagnóstico da doença. Isso porque o tratamento precoce não deixa sequelas, mas, caso ocorra de maneira tardia, pode causar deformações. Com o tratamento, a transmissão também é interrompida. “A principal importância do diagnóstico precoce da hanseníase deve-se ao êxito no tratamento”, explica a enfermeira do Centro Especializado em Doenças Infecciosas (Cedin), Leidijany Paz. A hanseníase afeta a pele e os nervos e é transmitida pelo ar por gotículas de saliva eliminadas na fala, tosse ou espirro de pessoas infectadas e que não estão tratando a doença. A maioria das pessoas consegue se defender naturalmente da bactéria responsável pela enfermidade, porém cerca de 10% desenvolvem a doença. Em geral, é preciso uma relação próxima e frequente para que a doença se instale, por conta disso, todas as pessoas que convivem com o doente devem ser examinadas. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] O atendimento é realizado nas unidades básicas de saúde (UBSs), e é de extrema importância que o paciente dê continuidade ao tratamento até o fim para que a cura seja definitiva. O tratamento da hanseníase é feito com antibióticos e os medicamentos são fornecidos pelo SUS. “O diagnóstico é feito a partir da avaliação clínica conforme os sinais e os sintomas. O tratamento é todo disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS)”, ressalta Leidijany Paz.   *Com informações da Secretaria de Saúde

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Hospital Dia agora se chama Centro Especializado em Doenças Infecciosas

No mês da campanha pela prevenção e tratamento do HIV/Aids, o espaço de acolhimento para as pessoas com a infecção no Distrito Federal desde a década de 80 passa a se chamar Centro Especializado em Doenças Infecciosas (Cedin). O local já foi um centro de saúde (antiga nomenclatura para as atuais UBSs), unidade mista e hospital. Agora, a unidade se firma como referência no tratamento de agravos como HIV, hepatites virais crônicas e as formas graves de tuberculose e hanseníase. A mudança de nome para Centro Especializado define o local como referência no trato de doenças infecciosas | Foto: Breno Esaki/Agência Saúde [Olho texto=”“Nosso intuito é oferecer um tratamento cada vez melhor para esses agravos. É o que temos feito nas últimas décadas, o que sabemos e queremos fazer”” assinatura=”Denise Arakaki Sanchez, gerente do Cedin” esquerda_direita_centro=”direita”] Segundo Denise Arakaki Sanchez, gerente do Cedin, o novo nome reflete a expertise dos profissionais que atuam no espaço. “Quando estamos na frente de um paciente e temos uma decisão para tomar, colocamos muitas horas de estudo, de trabalho e de experiências na área para escolher a melhor prescrição”, reflete a infectologista. A mudança para Centro Especializado define o local como referência no trato de doenças infecciosas. “Nosso intuito é oferecer um tratamento cada vez melhor para esses agravos. É o que temos feito nas últimas décadas, o que sabemos e queremos fazer”, declara a gerente do Cedin. A equipe médica do estabelecimento é multidisciplinar e possui infectologista, dermatologista, pneumologista, pediatra, tisiologista, radiologista, ginecologista, psiquiatra, endocrinologista e urologista. Na carta de serviços, destacam-se a profilaxia pré-exposição ao HIV (PreP), a profilaxia pós-exposição ao HIV (Pep) e o Ambulatório de Diversidade de Gênero, mais conhecido como Ambulatório Trans, que disponibiliza tratamento e orientação para quem quer fazer a redesignação sexual. Até setembro deste ano, foram 28,5 mil procedimentos realizados na unidade. Desde 2019, o número de atendimentos ultrapassa 127 mil. [Olho texto=”A equipe é multidisciplinar e possui infectologista, dermatologista, pneumologista, pediatra, tisiologista, radiologista, ginecologista, psiquiatra, endocrinologista e urologista” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Quem fez e faz “Era como se nós não tivéssemos identidade”, opina a médica Rosiane Pereira sobre o antigo nome do local. Dermatologista, ela entrou para o quadro da Secretaria de Saúde em 1991 e, desde o início da carreira, trabalhou com hanseníase. Tanto que, de 2000 a 2010, foi coordenadora do programa distrital da doença. “Por isso eu sempre estive muito próxima do Centro, porque aqui, desde a fundação da cidade, é referência no tratamento da hanseníase”, conta Rosiane, que também foi vice-diretora da unidade de 2013 a 2017. A dedicação é tamanha que a médica, aposentada desde 2017, atua de forma voluntária prestando atendimento na assistência e auxiliando a direção do Cedin. “Eu considero esse lugar como uma extensão da minha família”, comenta, emocionada. Quem também tem história no local é a servidora Ana Maria Martins, que atua no Cedin desde 1994. “Eu vi o centro de saúde se tornar centro especializado”, reflete Ana, que hoje é uma das mais antigas do local. “Cheguei no tempo em que aqui ainda tinha médico clínico, farmácia da atenção básica, sala de vacina e até programa de tabagismo”, recorda a analista de saúde. Para Ana Maria, o que mais marca a rotina é a relação com as pessoas que se tratam na unidade. “É muito bom ouvir deles que somos casados há 19 anos, por exemplo, porque são pacientes que estão conosco desde o diagnóstico, fazendo todo o acompanhamento”, comenta. Denise Arakaki Sanchez, gerente do Cedin, lembra que o centro é o primeiro local no DF a prestar assistência, aconselhamento e todo o tratamento hormonal para quem deseja mudar de sexo | Foto: Breno Esaki/Agência Saúde Histórico Fundado em 1959 para tratar casos de tuberculose e hanseníase, principalmente entre os trabalhadores que construíam Brasília, em 1981 se tornou o “Centro de Saúde nº 1″, seguindo a política pública da época. Nesse período, atuou com programas de saúde para toda a população, incluindo vacinação. Por causa da epidemia de HIV, na década de 90, o centro atendia pacientes portadores do vírus que recebiam medicação endovenosa, principalmente por causa de infecções oportunistas. “Chegavam de manhã, tomavam várias doses ao longo do dia, se alimentavam aqui e à noite iam embora”, explica Denise. Por isso, em 1997, o local passou a se chamar Hospital Dia, em referência ao tratamento diurno oferecido aos pacientes. A designação, porém, não refletia a totalidade do atendimento prestado. De acordo com a gerente do Cedin, esse público específico atendido pelo estabelecimento de saúde enfrentava muito preconceito e, às vezes, nem a família os apoiava. O local, então, significava acolhimento para quem enfrentava a Aids. “Era um momento em que esse paciente era bem recebido pelos profissionais e encontrava outras pessoas na mesma situação”, lembra Denise. Em 2001, com o avanço do tratamento do HIV/Aids, a internação durante o dia praticamente deixa de acontecer. Assim, o local passa por uma nova mudança: virou unidade mista de saúde, ou seja, passou a oferecer serviços básicos de saúde e continuou sendo referência no atendimento às doenças infecciosas. [Olho texto=”Atualmente, o Ambulatório Trans tem 250 usuários inscritos e mais 400 na fila para atendimento” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”] O Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) foi agregado ao Hospital Dia em 2014, aumentando a carta de serviços. O CTA fica na Rodoviária do Plano Piloto e oferece testes rápidos para HIV, sífilis e hepatite e orientações para casos positivos e prevenção. Em 2017, foi criado o Ambulatório de Diversidade de Gênero, e, em 2018, inaugurado o Ambulatório PreP, onde é oferecida a profilaxia pré-exposição ao HIV. “Fomos aumentando nossa oferta de serviços, mas, nas duas últimas décadas, dá para perceber que fomos nos especializando no cuidado às pessoas com HIV”, afirma Denise. Além disso, o estabelecimento de saúde continua sendo referência no tratamento de hepatites virais crônicas (tipos B e C), de tuberculose (tuberculose de difícil diagnóstico, tuberculose extrapulmonar e as formas da doença resistentes aos medicamentos comuns) e de hanseníase (principalmente para as formas mais graves da doença). Ambulatório Trans O Ambulatório de Diversidade de Gênero fica no segundo andar do prédio, onde, antigamente, os pacientes com HIV ficavam internados recebendo medicação durante o dia. A equipe também é multidisciplinar e conta com médicos endocrinologistas, urologistas e dermatologistas, além de psicólogos e fonoaudiólogos, que atuam em todas as fases da redesignação sexual dos pacientes. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] O local é o primeiro a prestar esse tipo de assistência no Distrito Federal e oferece aconselhamento e todo o tratamento hormonal para quem deseja mudar de sexo. “O primeiro passo é garantir, para as pessoas que não se identificam com o corpo em que nasceram, um espaço para serem acolhidas, mesmo que, logo de cara, não queiram fazer a redesignação”, explica a gerente do Cedin. Atualmente, o Ambulatório Trans tem 250 usuários inscritos e mais 400 na fila para atendimento. Caso, após o trabalho de orientação pelos profissionais, o paciente opte pela mudança, todo o processo de redesignação é feito pela equipe do Ambulatório Trans. Apenas o que não está incluído nos serviços são as cirurgias, como a mamoplastia masculinizadora. *Com informações da Secretaria de Saúde

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