Políticas públicas protegem mães e bebês de interferências na prática da amamentação
Já percebeu que não existem propagandas em nenhum meio de comunicação de produtos destinados a recém-nascidos? Isso não é por acaso. Há várias normas, mundialmente, que buscam proteger mães e bebês de interferências na prática de aleitamento materno. A rede pública de saúde do Distrito Federal, enquanto referência mundial em eficácia das políticas públicas de apoio à amamentação, integra-se a esses esforços. Bancos de leite humano do DF seguem a orientação da política distrital de aleitamento materno | Fotos: Sandro Araújo/Agência Saúde O uso inapropriado de fórmulas infantis, assim como quaisquer bicos artificiais, mamadeiras e chupetas, provoca interferência na amamentação. A política distrital estabelece que orientações sobre os efeitos negativos do uso de mamadeiras para a continuidade do aleitamento materno são parte de suas ações programáticas. “O uso de chupetas compromete o desenvolvimento muscular e, futuramente, vai causar prejuízos à introdução da alimentação complementar, à fala, à arcada dentária, entre outros” Mariane Curado, coordenadora de Políticas de Aleitamento Materno da Secretaria de Saúde Além disso, é proibido o uso de qualquer utensílio para administração de alimentação a lactentes que induza à perda do reflexo de sucção nos hospitais do DF, bem como a divulgação, a propaganda e o comércio desses produtos nas unidades de saúde da rede pública. A justificativa para a restrição é bastante simples, como explica a coordenadora de Políticas de Aleitamento Materno do DF, Mariane Curado: o uso de bicos artificiais suscita uma série de prejuízos ao crescimento e desenvolvimento infantil. Contato com o seio “Quando o bebê utiliza bicos artificiais, ele pode fazer 'confusão de bicos' e isso pode levar ao desmame precoce”, aponta a gestora. “Sugar o seio requer mais força da musculatura da face da criança. O uso de chupetas compromete o desenvolvimento muscular e, futuramente, vai causar prejuízos à introdução da alimentação complementar, à fala, à arcada dentária, entre outros.” Nas unidades neonatais, nos casos de bebês internados que não podem ser amamentados diretamente ao seio, o leite humano - preferencialmente o da própria mãe ou, quando necessário, proveniente de bancos de leite humano (BLHs) - é oferecido por vias seguras e adequadas. Quando o bebê não consegue sugar o seio da mãe, hospitais administram o leite materno por outras vias As formas mais comuns de administração são por sonda, com o auxílio de bomba de infusão ou, quando possível, por meio de copinho, estimulando o desenvolvimento da sucção e facilitando a futura transição para a amamentação. Ainda assim, quando há necessidade de outros artifícios para a alimentação, essas condutas são discutidas e definidas por uma equipe interdisciplinar, visando sempre à segurança e bem-estar do bebê. Alimento vivo A Rede de Bancos de Leite Humano (rBLH-BR) descreve o leite materno como um “alimento vivo”. Sua composição é dinâmica, rica em compostos nutricionais que se adaptam às necessidades do bebê, além de conter anticorpos que, transmitidos pela mãe, não podem ser reproduzidos industrialmente. Trata-se de uma prática natural, renovável e ambientalmente segura; afinal, não gera resíduos e contribui para mitigar o impacto climático causado pela produção de fórmulas infantis. [LEIA_TAMBEM]O leite materno é o melhor alimento que um bebê pode ter, conforme define o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), organização dedicada a defender e proteger os direitos de crianças e adolescentes. O Ministério da Saúde estima que o aleitamento materno poderia evitar 13% das mortes infantis - nenhuma outra estratégia isolada alcança o impacto que a amamentação tem na redução das mortes de crianças menores de 5 anos. Em aleitamento materno exclusivo não é preciso oferecer água, suco ou chá. O leite materno já contém toda a água e nutrientes que o bebê necessita até os seis meses de vida. Bebês que são amamentados ficam menos doentes e são mais bem-nutridos do que aqueles que ingerem qualquer outro tipo de alimento. Por isso, políticas públicas que promovam, protegem e incentivam o aleitamento materno são fundamentais. “Se a gente tem crianças, mulheres e famílias mais saudáveis, isso gera um impacto muito grande em toda a sociedade, além de trazer também mais economia aos serviços de saúde”, pontua Mariane Curado. Apoio ao aleitamento No trabalho, em casa e até quando estão privadas de liberdade, mães têm direito a alimentar o bebê no peito. O aleitamento materno é também um direito da criança.Ao todo, o DF conta com 21 unidades entre bancos de leite humano e postos de coleta de leite humano. Além de coletar, processar e distribuir leite materno, o serviço também oferece suporte e orientação para mães e bebês. Caso necessite de orientações sobre amamentação ou esteja com problemas no período do aleitamento, basta entrar em contato com a unidade mais próxima de casa. *Com informações da Secretaria de Saúde
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Doação de leite materno ganha visibilidade no DF com ações educativas
A Secretaria de Saúde (SES-DF) promove, até sábado (24), programação especial no Venâncio Shopping para orientar e incentivar a doação de leite materno. O objetivo é conscientizar sobre a importância da doação e valorizar as mães que fazem esse gesto de amor e solidariedade, ajudando a salvar vidas de bebês prematuros e de baixo peso. As ações marcam o Dia Mundial de Doação de Leite Humano, em 19 de maio, e o Dia Mundial de Proteção ao Aleitamento Materno, em 21 de maio. As atividades foram abertas na segunda-feira (19) com uma conversa com especialistas em um estande na praça de alimentação do shopping. Ao longo da semana, das 10h às 16h, profissionais da SES-DF vão oferecer informações e tirar dúvidas da população. O encerramento será marcado pelo tradicional Mamaço, no sábado (24), que vai reunir mães e bebês em um momento simbólico de valorização do aleitamento materno. Profissionais da SES vão oferecer informações e tirar dúvidas da população sobre amamentação | Fotos: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde-DF Leite humano padrão ouro Durante a conversa no shopping, a enfermeira Graça da Cruz, referência distrital de banco de leite humano, a pediatra Nathalie Zambrano, a fonoaudióloga Alessandra Aline Lopes e a nutricionista Mariana de Oliveira reforçaram que o leite materno é o alimento mais completo para o bebê, com propriedades imunológicas que protegem contra doenças como infecções e diabetes. Mariana destacou a importância do colostro – leite produzido nos primeiros dias após o parto –, que é especialmente rico em anticorpos, sendo essencial para bebês prematuros. “O leite materno é um alimento maravilhoso, rico em nutrientes e proteção. Como mãe, sei o quanto é transformador poder ajudar outros bebês que precisam”, afirmou a nutricionista, que atualmente é lactante. As atividades foram abertas nesta segunda-feira (19) com conversa com especialistas no Venâncio Shopping O Distrito Federal conta com uma ampla rede de bancos de leite humano, composta por 14 bancos de leite (BLHs) e sete postos de coleta (PCLHs). O mais tradicional é o banco de leite humano do Hospital Regional de Taguatinga (HRT), onde profissionais como a enfermeira Graça Rodrigues atuam há décadas no acolhimento de mães e na captação de doadoras. Além de orientar gestantes e lactantes sobre técnicas de amamentação e extração do leite, o banco de leite do HRT realiza coleta domiciliar e oferece suporte mesmo após a alta hospitalar. Graça relata que, com o apoio profissional, cerca de 50% das mães atendidas se tornam doadoras. Ela reforça que o ideal é que a educação sobre aleitamento comece ainda no pré-natal. “Trabalhar no banco de leite é trabalhar com a vida. Ver a mãe sair sorrindo e o bebê tranquilo é gratificante”, destacou. As especialistas também alertam para os desafios enfrentados frente ao marketing de fórmulas infantis, que muitas vezes desencorajam a amamentação. “Ainda existe muita desinformação sobre os benefícios do leite materno. Precisamos estar onde o povo está, levar informação qualificada e mostrar que doar leite é um ato de amor que salva vidas”, afirmou Graça. Qualquer mulher saudável que esteja amamentando e produza leite em excesso pode se tornar doadora [LEIA_TAMBEM] Como doar Qualquer mulher saudável que esteja amamentando e produza leite em excesso pode se tornar doadora. Para isso, basta entrar em contato com um banco de leite mais próximo. No Distrito Federal, há unidades com coleta domiciliar, facilitando o processo para as mães. Semana da Doação de Leite Materno no Venâncio Shopping: • Estande educativo: 19 a 24/5, das 10h às 16h • Mamaço: 24/5, às 10h30 *Com informações da Secretaria de Saúde
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Doação de leite humano no DF: como ajudar os estoques neste fim de ano
Os estoques de leite materno no Distrito Federal estão em baixa, situação que, com a proximidade do fim do ano, se agrava, pois o número de doações tende a diminuir nesta época. Entre janeiro e novembro deste ano, os bancos de leite da capital federal beneficiaram cerca de 14 mil bebês internados, com a arrecadação de 18 mil litros de leite. A média mensal de doações é de 1,7 mil litros. Corpo de Bombeiros Militar do DF é parceiro assíduo na campanha de doação de leite materno, atuando nas coletas | Foto: Divulgação/CBMDF De acordo com a enfermeira Graça Cruz, coordenadora do Centro de Referência em Banco de Leite Humano do DF, novembro foi o pior mês do ano em termos de doações. “Infelizmente, houve uma queda na arrecadação, e gostaríamos de atender a demanda externa, mas dependemos da colaboração das mães do DF”, afirma. O objetivo é reduzir a mortalidade infantil e melhorar a qualidade de vida da população. O leite materno é essencial para garantir a nutrição de milhares de bebês que dependem desse alimento primordial para um desenvolvimento saudável. Como ajudar Bebês prematuros, frequentemente, têm dificuldade para sugar o leite da mãe Toda mulher saudável que esteja em período de amamentação pode se tornar uma doadora de leite materno, independentemente da idade do bebê. No DF, o recolhimento pode ser feito em casa e direcionado a uma das 14 unidades de saúde. As doações podem ser entregues diretamente nos bancos de leite, em potes de vidro com tampas plásticas (como os de cafés solúveis), mas também é possível agendar o serviço pelo telefone 160 (opção 4) ou pelo site Amamenta Brasília. Após o cadastro, uma equipe do Corpo de Bombeiros Militar do DF entrega o kit de coleta e realiza o transporte até os bancos de leite. O leite coletado no DF é normalmente destinado a bebês internados nas unidades de saúde do Distrito Federal. Graça Cruz explica que bebês prematuros, com menos de 37 semanas de gestação, frequentemente têm dificuldades para sugar o leite da mãe, o que prejudica o aleitamento devido à falta de estímulo para o organismo produzir prolactina, o hormônio responsável pelo aumento da produção de leite. Bebês alimentados De janeiro a novembro de 2024, os bancos de leite do DF beneficiaram mais de 14 mil bebês, com uma média mensal de aproximadamente mil receptores de leite humano. Os bancos de leite do DF são reconhecidos como referência nacional pelo Ministério da Saúde, e Brasília é a única cidade autossuficiente em leite humano do mundo. Além de coletar, processar e distribuir o leite, essas unidades realizam campanhas para captar mais doadoras e prestam assistência à amamentação, o que também ajuda a identificar novas doadoras. “Esses bancos de leite são responsáveis pela seleção, classificação, processamento e controle de qualidade do leite humano pasteurizado, com o objetivo de reduzir a mortalidade infantil e melhorar a qualidade de vida da população”, ressalta Graça Cruz. Doações Bruna Cavalcante passou a doar leite desde que sua filha Maria Cecília nasceu, prematura: “Prometi que, enquanto eu tiver leite para doar, vou fazer isso” Este ano, mais de 6 mil mulheres se tornaram doadoras de leite, com uma média de 500 doadoras mensais. O DF conta com vários bancos e postos de coleta, em hospitais e centros de saúde. A lista completa pode ser acessada no site da Secretaria de Saúde (SES-DF). Entre os locais que recebem doações, estão os hospitais regionais da Asa Norte, Sobradinho, Samambaia, Brazlândia, Ceilândia, Taguatinga, Planaltina, Paranoá e Santa Maria, além do Hospital Materno Infantil de Brasília, a policlínica do Riacho Fundo e o posto de coleta de São Sebastião. A pedagoga Bruna Cavalcante, 27, passou a doar leite para outros bebês do DF este ano, após o nascimento Maria Cecília Santos, atualmente com 3 meses. “Eu vim para o banco de leite porque a Maria Cecília nasceu muito frágil, como se fosse prematura”, conta. “Então, nos primeiros dias, ela não mamava muito bem no meu peito e passou a receber a doação do banco para complementar a alimentação”. Os 10 ml adicionais na nutrição salvaram a vida da filha de Bruna. “Prometi que, enquanto eu tiver leite para doar, vou fazer isso”, revela a mãe. Bruna doa toda a semana, pelo menos, 350 ml para o banco de leite do Hospital Regional de Taguatinga (HRT), quantidade que pode alimentar até dez prematuros por dia. “Eu não sei o que seria da minha amamentação e da minha maternidade sem o banco de leite”, afirma ela. “A minha relação com a amamentação é de amor. É muito bom saber que você consegue nutrir o seu neném. Ele cresce e se fortalece porque você está ali se dedicando.”
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Semana Mundial de Aleitamento Materno incentiva amamentação e doação
Agosto começou com a campanha da Semana Mundial da Amamentação, lançada nesta quinta-feira (1º), pelo Ministério da Saúde (MS), com foco no incentivo ao ato que, isoladamente, pode reduzir em até 13% a mortalidade infantil por causas evitáveis. Com o tema “Amamentação, apoie em todas as situações”, a iniciativa está alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU voltados à garantia da sobrevivência e ao bem-estar de crianças. Bancos de leite espalhados pelo DF são fundamentais para a coleta, processamento e doação | Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde “Este ano, o tema busca realçar a necessidade de melhorar o apoio à amamentação, reduzindo as desigualdades que existem em nossa sociedade”, afirma a coordenadora das Políticas de Aleitamento Materno da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES), Mariane Curado Borges. As mães contam com o apoio e orientação de unidades da SES tanto para superarem os desafios de amamentar quanto para serem doadoras de leite. O tema é abordado ainda durante o pré-natal, exame realizado nas 176 unidades básicas de saúde (UBSs), e reforçado enquanto as mães estão nas maternidades após o parto, como em hospitais regionais e na Casa de Parto de São Sebastião. Bancos de leite Essas mulheres também recebem acolhimento e orientações gerais na rede de 14 bancos de leite em funcionamento no DF, além de tratamento para casos de dores, fissuras ou outras complicações. O atendimento é feito por equipes multiprofissionais e servidores capacitados na área de aleitamento materno. Os bancos de leite, localizados nos hospitais regionais de Sobradinho (HRS), Planaltina (HRPl), Asa Norte (Hran), Brazlândia (HRBz), Ceilândia (HRC), Taguatinga (HRT), Gama (HRG), Região Leste (HRL), localizado no Paranoá e no Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib), também são polos para doação e armazenagem do leite doado. Para doar, basta entrar em contato com número 160, opção 4, ou fazer o cadastro no site Amamenta Brasília. O Distrito Federal se destaca por ser a única unidade federativa onde 100% dos bebês internados em unidades de terapia intensiva (UTIs) neonatais da rede pública recebem leite humano. Este ano, o DF foi pioneiro em doação para o Rio Grande do Sul, quando enviou 66 litros para repor estoques dos bancos de leite no estado, após as enchentes. Graças às doadoras, não há risco de desabastecimento no DF, pois, somente em junho, foram coletados mais de 1,7 mil litros. *Com informações da Secretaria de Saúde do DF
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Coleta de leite materno em 2021 superou arrecadação de 2020
Mesmo diante do cenário de pandemia ao longo de 2021, o ano passado foi muito positivo para os estoques do Banco de Leite Humano (BLH) do Distrito Federal. Ao longo dos 12 meses, foram coletados 19.144,8 litros de leite materno, 6,5% a mais do que em 2020, quando a arrecadação somou 17.976,1 litros. O número de bebês beneficiados foi de 13.942 – aumento de 8,83% em relação a 2020, quando esse número foi de 12.811. Números sinalizam aumento na arrecadação, mas estoques ainda precisam de reforço | Arte: SES [Olho texto=”Até os seis meses, a criança deve receber exclusivamente o leite materno” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”] “Esse acréscimo em um momento de pandemia é de extrema importância, e a parceria do Corpo de Bombeiros Militar do DF foi fundamental para isso”, agradece a pediatra Miriam Santos, coordenadora das Políticas de Aleitamento Materno e Banco de Leite Humano do DF. “O leite humano é o melhor alimento para os recém-nascidos; para os bebês internados, é fundamental para o fortalecimento do sistema imunológico. Além de nutrir, possui elementos essenciais para o desenvolvimento da criança.” Segundo a gestora, a média diária de bebês que necessitam de alguma quantidade de leite humano pasteurizado nas unidades neonatais é de 250, sendo que uns consomem mais e outros menos, dependendo de como a mãe da criança esteja de saúde. “Se ela pode estar presente ao lado do filho, a prioridade é sempre o leite da própria mãe”, aponta. “Entretanto, temos algumas situações em que isso não é possível, então o leite humano pasteurizado é um alimento importante”. Já a média de consumo diário é muito variada, pois os receptores mudam. Depende muito da idade gestacional de nascimento, peso, faixa etária e estado de saúde. A coordenadora lembra que no DF o leite humano é oferecido para todos os bebês internados nas unidades neonatais. Até os seis meses, a criança deve receber exclusivamente leite materno. Além de alimentar, fortalece o vínculo entre mãe e filho, ressalta a pediatra. Bancos e postos de coleta [Olho texto=”“Um pote de leite materno pode alimentar até dez bebês” ” assinatura=”Miriam Santos, coordenadora das Políticas de Aleitamento Materno e Banco de Leite Humano do DF” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Desde o ano passado, o DF conta com banco de leite ou posto de coleta em 100% das unidades neonatais públicas e privadas. A conquista é um marco para a região e para o país. Miriam Santos avalia que isso demonstra a preocupação com a saúde dos bebês, tanto por parte do serviço público quanto pelo sistema suplementar de saúde. Apesar de o total de coletas de leite materno ter sido superior em 2021, comparado ao ano anterior, desde outubro os estoques do banco de leite humano estão em queda. Em novembro e dezembro, a arrecadação ficou abaixo de 1,5 mil litros, quantidade mínima para manter o nível de segurança estável. Miriam lembra que muitas doadoras estão viajando e outras, com síndrome gripal. Por isso, faz um apelo às lactantes que estão saudáveis para que ajudem a aumentar os estoques de leite humano, tornando-se doadoras. “Um pote de leite materno pode alimentar até dez bebês”, destaca. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] Para ser doadora, basta entrar em contato com o telefone 160, opção 4 ou acessar o site Amamenta Brasília e fazer a inscrição. As equipes do banco de leite humano entrarão em contato para agendar a visita dos bombeiros, responsáveis pela captação. *Com informações da Secretaria de Saúde
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O benefício e a orientação do Bolsa Maternidade
Ana Beatriz de Moura Nascimento (18) conheceu o Bolsa Maternidade pela internet e retirou o kit no banco de leite do Hospital Regional de Taguatinga (HRT)| Foto: Divulgação/Sedes Você sabia que as mães que recebem o Bolsa Maternidade retiram o kit nos bancos de leite públicos do DF? A ideia dessa parceria entre as secretarias de Desenvolvimento Social (Sedes) e de Saúde é viabilizar que as mães em vulnerabilidade social, ao se deslocarem para receber o enxoval do bebê, sejam também orientadas pelas enfermeiras dos bancos de leite sobre a amamentação e os cuidados para garantir o aleitamento materno, de preferência exclusivo até os seis meses, como preconiza a Organização Mundial da Saúde. “O Bolsa Maternidade foi pensado desde o início neste contexto, de incentivo à amamentação e à doação de leite materno, porque as mães, ao conhecerem a estrutura dos bancos, já sabem onde doar, em caso de excesso de leite; sabem onde procurar ajuda se tiverem dificuldade; e, mais importante, são sensibilizadas sobre a importância de ofertar sempre o aleitamento”, reitera a secretária de Desenvolvimento Social, Mayara Noronha Rocha. A amamentação previne doenças, contribui para o crescimento saudável do bebê e fortalece o vínculo entre mãe e filho. Esse é o foco do Agosto Dourado, mês do aleitamento materno. [Olho texto=”“O Bolsa Maternidade foi pensado desde o início como incentivo à amamentação e à doação de leite materno”” assinatura=”Mayara Noronha Rocha, secretária de Desenvolvimento Social” esquerda_direita_centro=”direita”] Mãe da pequena Ester, de três meses, Ana Beatriz de Moura Nascimento (18) conheceu o Bolsa Maternidade pela internet e retirou o kit no banco de leite do Hospital Regional de Taguatinga (HRT). “Eu já tinha recebido orientações sobre como amamentar na maternidade, mas é sempre bom reforçar porque quero amamentar minha filha até, pelo menos, os dois anos dela. Quero dizer às outras mães que não desistam, porque amamentar é vida para nós, como mães, e para o bebê”, recomenda Ana. A enfermeira Maria das Graças Cruz Rodrigues, coordenadora do Centro de Referência em Bancos de Leite Humano do DF, ressalta que o fortalecimento dessa rede de apoio para incentivar essas mães que já estão em risco social contribui para manter a amamentação. “No banco de leite, elas apresentam os documentos e retiram o kit do Bolsa Maternidade, que já deve estar liberado pela Sedes. No ato da entrega, nós tiramos as dúvidas, perguntamos como a mãe está se sentindo em relação à amamentação, e, se ela tiver dúvidas, damos as orientações que ela precisar. O banco de leite é, de fato, o melhor lugar”, destaca. “Vale lembrar que a mãe vai receber as primeiras orientações, mas sempre reforçamos que, se ela tiver dificuldade em casa e não conseguir resolver sozinha, deve procurar o banco de leite mais perto da casa dela a qualquer momento. Essas dificuldades podem, muitas vezes, ser sanadas com orientações simples”, explica Maria das Graças Rodrigues. Mas a coordenadora reforça: “A família também pode proteger a amamentação com apoio à essa mãe, fazendo um trabalho doméstico, ou até cuidando do filho mais velho. É dar condições para que essa mãe amamente seu filho”, acrescenta. [Olho texto=”“Eu fiz o cadastro do Bolsa Maternidade pelo site da Sedes. Fiquei feliz porque essa bolsa tem toalha, manta, pomada e roupinha. É realmente bom para quem precisa”” assinatura=”Ana Beatriz Nascimento, 18 anos, mãe” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Bolsa Maternidade Ana Beatriz Nascimento é uma das 1.647 mães que já receberam o enxoval do Bolsa Maternidade neste ano. Depois que é autorizada a concessão do benefício pela Secretaria de Desenvolvimento Social, as famílias devem retirar a bolsa até noventa dias após o nascimento do bebê em qualquer banco de leite público do DF, o mais próximo de casa. O Bolsa Maternidade é um benefício eventual, voltado para as famílias em situação de vulnerabilidade social cadastradas nos Centros Referência em Assistência Social. As mães recebem um kit com 21 itens, entre roupinhas, mantas, fraldas, lenços umedecidos, pomada, tudo que é necessário para dar conforto às famílias nos cuidados com o bebê nos primeiros dias de vida “Eu fiz o cadastro do Bolsa Maternidade pelo site da Sedes. Fiquei feliz porque essa bolsa tem toalha, manta, pomada e roupinha. É realmente bom para quem precisa”, comemora a beneficiária. Para receber o benefício, as famílias devem ter renda per capita inferior a meio salário mínimo e morar no DF há, pelo menos, seis meses. O pedido para a concessão do Bolsa Maternidade deve ser feito a partir da confirmação da gravidez, até 30 dias após nascimento do bebê. O cadastro é feito pelo site: http://www.bolsamaternidade.sedes.df.gov.br:8080/bolsamaternidade/index.html. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] O Bolsa Maternidade foi incluído em 2020 como uma das modalidades do Auxílio Natalidade, benefício que já era concedido pela Sedes. Para ter acesso, as mães devem procurar o Centros de Referência de Assistência Social (Cras) para receber a pecúnia de R$ 200. O benefício vale também para os pais adotivos. *Com informações da Sedes
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Mais de 1,7 mil mães já receberam o auxílio Bolsa Maternidade
Orientação da Sedes é que as mães façam a solicitação do benefício pela internet, por causa da pandemia| Foto: Divulgação/Sedes As mães do DF que se encontram em situação de vulnerabilidade social podem solicitar um apoio extra para ajudar nos primeiros dias com o bebê. É a Bolsa Maternidade, um kit com 21 itens – roupinhas, mantas, fraldas, toalha, lenços umedecidos e pomada – fornecido nos bancos de leite das maternidades públicas para dar esse suporte às mulheres que não têm condições financeiras de comprar o enxoval. O benefício foi incluído, em 2020, no Auxílio-Natalidade, pago pela Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) às mulheres em situação de risco social que deram à luz. Desde maio, quando o auxílio começou a ser emitido, já foram entregues 1.703 bolsas maternidade. A Bolsa Maternidade pode ser solicitada diretamente nas unidades do Centro de Referência em Assistência Social (Cras) ou pelo site da Sedes – o que é mais recomendado neste momento de pandemia da covid-19, para evitar a disseminação do vírus. O pedido para a concessão do benefício deve ser feito a partir da confirmação da gravidez, até 30 dias após nascimento do bebê. O enxoval é retirado tão logo a mulher dê à luz nas maternidades públicas do DF. Cadastro e inscrições [Olho texto=”“É uma forma que nós criamos, além da ajuda financeira, para dar a essa mulher um apoio. É o Estado presente na vida desses cidadãozinhos já nos primeiros dias de vida” ” assinatura=”Mayara Noronha Rocha, secretária de Desenvolvimento Social” esquerda_direita_centro=”direita”] Mãe da pequena Ana Laura, de 1 mês, a dona de casa Beatriz Lima Barbosa, 26 anos, seguiu o conselho de uma amiga sobre a possibilidade de receber a Bolsa Maternidade. Tão logo saiu do Hospital do Paranoá, onde a criança nasceu, ela entrou em ação. “Eu fiz o cadastro e foi muito fácil e rápido”, conta. “Agora, eu sempre aconselho que outras mães façam a inscrição para receber também essa ajuda”. Beatriz reconhece que procurar a Bolsa Maternidade foi um passo importante. “Esse benefício foi muito importante, porque nós precisamos dessas roupinhas”, diz. “Nós até compramos, mas muita coisa já se perdeu; e, com tudo isso que está acontecendo, fica difícil ter o dinheiro para comprar, já que estamos com dificuldade de trabalhar”. Seu maior sonho, relata, é que a filha viva em um mundo sem covid. “Quero que minha filha seja muito feliz e tenha uma vida totalmente diferente desse momento que gente está vivendo, que ela possa sorrir sem máscara”. A secretária de Desenvolvimento Social, Mayara Noronha Rocha, ressalta que, especialmente neste momento de crise gerada pela pandemia, o kit é uma ajuda fundamental. “São itens básicos que toda mãe precisa para poder cuidar do seu bebê”, explica. “É uma forma que nós criamos, além da ajuda financeira, para dar a essa mulher um apoio, um afago quando a criança nasce. É o Estado presente na vida desses cidadãozinhos já nos primeiros dias de vida”. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Benefício eventual Além da Bolsa Maternidade, o Auxílio-Natalidade garante às mães em situação de vulnerabilidade social uma parcela única do benefício eventual de R$ 200, quando a criança nasce, para ajudar nos primeiros cuidados. Tanto esse valor quanto a bolsa são fornecidos por criança nascida e valem também para pais adotivos. O benefício só é pago para quem reside no DF há, pelo menos, seis meses. A Bolsa Maternidade é voltada a famílias em situação de vulnerabilidade com renda per capita inferior a meio salário mínimo, inscritas no programa Criança Feliz Brasiliense. Também vale para famílias em situação de rua. Iniciativa conjunta [Olho texto=”Bolsa Maternidade pode ser retirada na unidade de saúde mais próxima à residência da mãe” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Uma parceria entre a Sedes e a Secretaria de Saúde (SES) determina que a retirada das Bolsa Maternidade seja feita nos bancos de Leite das maternidades públicas do DF. A iniciativa é uma forma de garantir que as mães, quando forem retirar a bolsa, também recebam orientações sobre a amamentação. “No ato da entrega, nós reforçamos as orientações gerais sobre os cuidados básicos com o bebê, com a saúde da mãe, e estimulamos essa mãe a amamentar o filho, o que é fundamental para a saúde do bebê e é preconizado pela Organização Mundial da Saúde”, explica coordenadora das Políticas de Aleitamento materno do Distrito Federal, Miriam Oliveira dos Santos. A gestora orienta que, após ter alta do hospital, a mãe pode retirar a Bolsa Maternidade em outra unidade. “Ela deve ir ao banco de leite mais próximo da casa dela”, indica. Não há essa vinculação à maternidade em que a criança nasceu, até para evitar que essa mulher se exponha, para preservar a saúde dela e do bebê”. Uma providência, ressalta, é fundamental: “Agora, para retirar a bolsa, é importante reforçar que a mãe já deve estar com o cadastro aprovado, e a retirada autorizada pela Secretaria de Desenvolvimento Social”. *Com informações da Sedes
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Com estoque baixo, Banco de Leite precisa de ajuda
O Novembro Roxo é o mês dedicado à conscientização da prematuridade, e os bebês prematuros são o principal público dependente dos Bancos de Leite Humano (BLH) do Distrito Federal. A campanha educativa chega justamente no período em que os bancos de leite estão com queda nas doações do alimento. A Secretaria de Saúde alerta para a necessidade de aumentar os estoques e lembra que a doação pode ser feita até mesmo em casa, via agendamento pelo telefone 160, opção 4. [Numeralha titulo_grande=”9,5 mil” texto=”bebês alimentados com leite em unidades neonatais até setembro” esquerda_direita_centro=”centro”] A coordenadora das Políticas de Aleitamento Materno e Banco de Leite Humano do DF, Miriam Santos, explica a situação: “Até setembro tivemos 9.592 bebês receptores de leite materno nas unidades neonatais, e a maioria deles é prematura e de baixo peso”. Miriam ressalta que o banco oferece leite materno para todos os bebês internados, mas que nos últimos meses foi registrada a queda nas doações. A campanha do Novembro Roxo também chama a atenção para a importância do leite materno e para o contato pele a pele entre mãe e filho, hábito que cria maior vínculo afetivo, além de mais estabilidade térmica e melhor desenvolvimento da criança. O leite materno é essencial para salvar a vida dos bebês internados, mas caso os estoques continuem abaixo da média, em último caso a preferência do leite será para prematuros e de baixo peso, segundo a coordenadora. Miriam Santos destaca ainda que todas as doações de leite materno são destinadas aos bebês internados nas unidades neonatais. Além disso, todas as mães de prematuro recebem apoio das equipes do BLH para continuar extraindo seu próprio leite. “O leite da mãe de um bebê prematuro possui características diferenciadas, pois tem mais proteína e imunoglobulina. Em uma mulher que teve o parto no período normal, o colostro dura cerca de sete dias. Já o de uma mãe de prematuro, se estende por cerca de 21 dias, já que o corpo entende a necessidade da imunidade da criança”, explica. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] O leite materno utilizado nas unidades neonatais vem das mães dos bebês internados, de doações e dos próprios estoques do BLH. Por isso, estimular e incentivar as mães a doar é tão importante. Há bebês que ficam internados por três ou quatro meses. As mães de prematuros também recebem apoio de profissionais para lidar com a questão de “vida e morte” dentro de uma unidade de terapia intensiva (UTI) neonatal. De acordo com Miriam Santos, quando as mães conseguem extrair o leite materno e veem o filho se alimentando e se desenvolvendo, é algo que as motiva para continuar a amamentação induzida, por meio de sondas, até que o bebê consiga mamar naturalmente. * Com informações da Secretaria de Saúde
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Posto de coleta de leite humano na Policlínica do Riacho Fundo
Funcionamento da unidade ajuda a desafogar o Banco de Leite do Hmib | Foto: Agência Saúde A Policlínica do Riacho Fundo oferece um novo serviço para as pacientes: o posto de coleta de leite humano e de orientação para gestantes e lactantes. Próxima à entrada da cidade, a unidade é um ponto estratégico para facilitar o acesso das mulheres ao serviço, de forma a diminuir o deslocamento para outras regiões do Distrito Federal. As interessadas no atendimento encontrarão uma equipe multidisciplinar composta por enfermeira, nutricionista, pediatra e técnico de enfermagem. As pacientes em atendimento no novo posto são de demanda espontânea, de encaminhamento das unidades básicas de saúde (UBSs) e do Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib). Aquelas que desejam ser doadoras de leite humano podem fazer o cadastro no posto de coleta e informar endereço, para que o Corpo de Bombeiros vá à residência recolher os frascos cheios congelados. O material coletado é encaminhado ao Hmib para alimentar bebês prematuros internados. [Numeralha titulo_grande=”1.917 litros” texto=”de leite foram coletados em junho ” esquerda_direita_centro=”centro”] A enfermeira Daniele Hormidas Gonçalves, que faz parte da equipe do novo posto, esclarece que antes da abertura do espaço na policlínica as mulheres precisavam ir até o Hmib para receber atendimento. “Muitas mulheres acabavam deixando de amamentar por causa da dificuldade do acesso. Pessoas que não tinham condições de pagar a passagem do ônibus e outras situações precárias”, relata. A profissional informa ainda que a unidade também é uma forma de desafogar o Banco de Leite do Hmib, que é referência distrital para este tipo de atendimento, além do atendimento prestado às pacientes internadas na unidade. Das sete regiões de saúde do DF, a Centro-Sul, onde fica o Riacho Fundo, era a única que não possuía esse serviço. A região também é composta pelas seguintes cidades: Riacho Fundo II, Guará, Estrutural, Candangolândia, Núcleo Bandeirante e Parkway. Carência nos bancos de leite A coordenadora das Políticas de Aleitamento Materno, Mirian Santos, faz o apelo às mães do Distrito Federal em amamentação para fazerem doações aos bancos de leite humano espalhados pelo DF. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] “No mês de agosto coletamos 1.494 litros; em setembro, 1.580 – quase o mesmo que em julho, quando chegamos a 1.588. O ideal seria conseguir a quantidade que conseguimos em junho, quando chegamos a 1.917 litros no DF. Precisamos que todas as mães amamentando doem para nós, para podermos ajudar bebês internados nas unidades neonatais”, pede Miriam Santos. A coordenadora esclarece que o maior volume coletado no mês de junho foi motivado pelas campanhas veiculadas durante maio. É quando se comemora o Dia Nacional de Doação de Leite Humano, dia 19 daquele mês. Para doar leite as interessadas devem ligar no número 160, opção 4. Orientações e esclarecimentos sobre amamentação e doação de leite materno são oferecidos por telefone, por mensagem de WhatsApp, por e-mail e pelo site Amamenta Brasília. * Com informações da Secretaria de Saúde
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Agosto Dourado marcará UBSs e maternidades do DF
A Secretaria de Saúde do Distrito Federal fez um chamamento para que todas as unidades da rede participem, de alguma forma, dos eventos que reforçam a necessidade de a população ficar atenta à importância do aleitamento materno. Por isso, as equipes das maternidades, bancos de leite e Unidades Básicas de Saúde se mobilizam e decoram várias unidades locais e, assim, enfatizam ainda mais a necessidade e importância deste gesto de amor e cuidado. As maternidades dos hospitais regionais de Taguatinga e Sobradinho, por exemplo, já estão decoradas. “A decoração está nos ambientes de atendimento de enfermarias. Mas usamos até mensagem via e-mail e WhatsApp”, explica Miriam Santos, coordenadora das Políticas de Aleitamento Materno e Banco de Leite Humano do Distrito Federal. Em vários locais, os Núcleos de Nutrição, como o do Hospital Regional de Taguatinga (HRT), fizeram ação junto aos servidores dos bancos de leite e maternidades para incentivar a amamentação. Devido à pandemia, este ano, todos os eventos do Agosto Dourado são via internet, já que não se recomenda reuniões e aglomerações. “Estamos impressionados com a participação nos eventos onlines deste ano”, afirma. E os eventos do Agosto Dourado estão só começando. Confira a programação * Com informações da Secretaria de Saúde/DF
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Com estoque baixos, bancos de leite precisam de doação
Os estoques de leite materno estão baixos no Banco de Leite do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), referência em atendimento de bebês prematuros. A situação é semelhante em todos os bancos de leite do DF. Mães saudáveis que estejam amamentando podem contribuir com a doação do alimento, essencial para a manutenção da vida dessas crianças. “Para fazer a doação, é simples. Basta se cadastrar no site ou aplicativo Amamenta Brasília ou ligar no telefone 160, opção 4. A doação pode ser recolhida pelo Corpo de Bombeiro na casa da doadora”, explicou a enfermeira responsável pelo Banco de Leite do HRSM, Terjane Machado. O HRSM possui 51 leitos de alojamento conjunto (mãe e bebê) na maternidade, 15 de cuidados intermediários e 20 na UTI neonatal – e o Banco de Leite realiza em torno de mil atendimentos relacionados à assistência à amamentação. “O leite humano é o melhor alimento para qualquer criança. É o padrão-ouro da alimentação infantil. Para os que estão internados, é de extrema importância para a recuperação da saúde. Portanto, precisamos melhorar nossos estoques”, acrescentou a coordenadora das Políticas de Aleitamento Materno e Banco de Leite Humano do Distrito Federal, Miriam Santos. Como doar Toda mulher que esteja amamentando é uma potencial doadora de leite materno, independentemente da idade do filho em amamentação. Algumas mães têm dúvidas sobre como é feita a doação e a coleta do leite materno, mas o procedimento é bem simples. A doação deve ser feita em pote de vidro com tampa plástica e, em seguida, conservada no congelador. São 14 bancos de leite humano, sendo um deles pertencentes ao Hospital Regional de Santa Maria, administrado pelo Iges-DF, além de cinco postos de coleta. Para facilitar as doações, equipes do Corpo de Bombeiros vão às residências buscar o leite materno. Confira os telefones * Com informações da Agência Iges-DF
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Casa do Parto promove encontros virtuais para gestantes
Foto: Divulgação Com a pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2), alguns serviços foram modificados para evitar aglomerações e possíveis contágios. Para manter o atendimento, a Casa de Parto e o Banco de Leite de São Sebastião fizeram, nesta semana, um encontro virtual de duas horas com 18 gestantes. Os encontros presenciais estão suspensos desde março. O objetivo foi esclarecer dúvidas sobre o funcionamento do local, o trabalho de parto, a amamentação e os cuidados com o recém-nascido. Os próximos eventos virtuais para as gestantes atendidas na Casa de Parto de São Sebastião estão marcados para os dias 23 deste mês, 7 julho e 21 de julho. Por mais que o pré-natal não tenha deixado de ser feito nas unidades de saúde, pois se trata de um serviço essencial, nem todas as dúvidas das gestantes são esclarecidas durante as consultas. Sobre o coronavírus, tema importante no momento, profissionais e pacientes debateram as mudanças de rotina e alguns cuidados a serem tomados durante a pandemia. As rodas de conversa com gestantes ocorriam em todas as quartas-feiras e em um sábado por mês. “Como vimos que o período de isolamento estava se postergando cada vez mais, tivemos a ideia de fazer on-line”, explica a gerente da Casa de Parto, a enfermeira obstetra Clarice Maciel. Maior participação Mesmo diante da dificuldade de acesso à internet por uma parcela da população, o número de participantes foi maior pela web do que no modo presencial. Segundo Clarice, a média de mulheres que participavam dos encontros presenciais era de dez – oito a menos do que o número registrado no evento virtual realizado na última terça-feira (9). Para ela, o retorno com o atendimento a distância foi um sucesso. “Estamos pensando em manter esse formato juntamente com o da reunião presencial, mesmo depois da pandemia”, adianta. “Não inscrevemos um número maior de gestantes, pois queríamos que elas tivessem oportunidade de participar e tirar suas dúvidas.” A diretora da Atenção Secundária da Região de Saúde Leste, Jane Sampaio Carvalho, destaca a iniciativa: “Isso é resultado do trabalho de uma equipe humana, preocupada em garantir orientação e acolhimento às nossas usuárias”. Ampliação do serviço Com a adesão das gestantes à iniciativa em São Sebastião, a Rede Cegonha, a gerência de enfermagem obstétrica e a coordenação dos bancos de leite humano da SES estudam levar a ideia para outras regiões de Saúde do DF. “Com a pandemia, tivemos que nos reinventar e criar novas soluções para que possamos dar informações corretas a essas mulheres e suas famílias”, conta a coordenadora dos Bancos de Leite Humano do Distrito Federal, Miriam Santos. “Faremos isso por meio dos nossos canais – o site da Secretaria de Saúde, o Facebook e o Instagram do Amamenta Brasília. Quanto mais informações as famílias e as próprias gestantes tiverem, melhor.” Atendimento monitorado A Casa de Parto de São Sebastião funciona, desde 2009, com uma equipe de enfermeiros obstetras e técnicos em enfermagem. Há seis anos, atende apenas pacientes da Região de Saúde Leste (São Sebastião, Paranoá, Itapoã, Jardins Mangueiral, Jardim Botânico e Lago Sul), devido à portaria de regionalização da atenção obstétrica. Os índices de qualidade e segurança são aferidos periodicamente. O protocolo institucional do serviço é rigoroso, para garantir atendimentos apenas às gestantes de risco habitual. O hospital de referência para os casos que não se enquadram no protocolo da Casa de Parto é o Hospital da Região Leste; e, para Covid-19, o Hospital Regional da Asa Norte (Hran). * Com informações da SES
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Bancos de leite do DF comemoram aumento de doações em maio
Bancos de leite também precisam de frascos para o produto, que estão em falta | Foto Vinícius de Melo / Agência Brasília As dificuldades em razão da pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2) não desestimularam a solidariedade das mães em dividir o leite materno com os pequenos que mais precisam do alimento. As doações aos bancos de leite humano (BLHs) do DF aumentaram em maio – mês alusivo à importância dessa iniciativa. A rede BLH da Secretaria de Saúde (SES) conseguiu a captação de 1,7 mil litros de leite para alimentar bebês internados na neonatologia das maternidades do DF. Foram beneficiados mais 120 bebês e capacitadas mais 178 mães lactantes para o programa. As próprias doadoras ligaram para as unidades e para a Ouvidoria da SES (telefone 160) e se cadastraram pelo site Amamenta Brasília. Os pacientes contemplados são crianças internadas nas unidades neonatais que, por algum motivo, não podem receber o leite das suas mães. Com isso, o DF conseguiu diminuir o deficit de 30% nos estoques, existente desde janeiro, quando foi registrado o pior número dos últimos quatro anos – apenas 1,1 mil litros coletados. Mobilização intensa Num ano atípico por conta da Covid-19, toda a mobilização aconteceu de forma virtual e pela mídia off-line. Foram conferências nacionais on-line, lives com as unidades e eventos promovidos pelo aplicativo WhatsApp dos grupos de cada banco de leite nas regiões. “A palavra é gratidão às mamães que atenderam ao nosso chamado”, afirma a coordenadora da Rede de Bancos de Leite do Distrito Federal, Miriam Santos. “Não posso deixar de ampliar esse agradecimento a todos os servidores envolvidos nas nossas unidades e aos parceiros, como o Corpo de Bombeiros do DF, Rotary Club e Lions Club. O nosso pedido ainda continua porque, em relação à queda em janeiro, ainda ficou um deficit de 5% e estamos correndo para zerar isso.” Mais doações Este ano, o BLH, além do aumento na oferta do alimento ideal para os bebês, comemora a doação de 14 carros exclusivos para o programa pelo Corpo de Bombeiros Militar do DF (CBMDF). Mais de mil camisetas para crianças foram distribuídas às mães que fizeram a doação. A oferta foi da Fábrica Social, da Secretaria de Educação (SEE). A Rede Brasileira de Bancos de Leite da Fiocruz/ Ministério da Saúde homenageou o programa desenvolvido pelo Distrito Federal produzindo um vídeo comemorativo com a equipe e doadoras. O DF é reconhecido como a Capital Brasileira dos Bancos de Leite Humano, sendo referência para o país e em âmbito mundial. Como ser doadora Para doar leite, basta ligar para o telefone 160, Opção 4, ou cadastrar-se diretamente pelo site Amamenta Brasília. Para que os estoques não caiam, os bancos de leite fazem atendimento agendado por WhatsApp e videochamadas, além de atender quem chega sem horário marcado, já que a principal função é acolher e incentivar as mulheres a amamentarem. Contatos podem ser feitos na página do BLH, onde também estão disponíveis todas as informações sobre o programa. Às mães é solicitado que, ao deixarem de doar, devolvam os potes ao banco. Basta ligar para a Ouvidoria, que a equipe irá buscá-los na residência da doadora. A unidade está com o estoque de frascos reduzido e aguarda a finalização da licitação para a compra do material. O setor também aceita doações do produto – a embalagem de ser de vidro e possuir a tampa de plástico. A devolução também pode ser feita diretamente em uma das unidades que dispõem do serviço. * Com informações da SES
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Brics trabalha com foco no crescimento para o futuro
Por ter 100% de cobertura de bancos de leite e postos de coleta nas unidades públicas e privadas de saúde, Brasília foi escolhida para receber o evento | Foto Vinícius de Melo / Agência Brasília Crescimento econômico para um futuro inovador é a temática da XI Reunião do Brics, que ocorre em Brasília nos dias 13 e 14 deste mês (quarta e quinta-feira), no Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores. Formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o Brics representa aproximadamente 42% da população, 23% do PIB, 30% do território e 18% do comércio mundial, números que demonstram a grandeza do bloco. Juntos, representantes desses países vêm a Brasília debater acordos e o fortalecimento de cooperações em ciência, tecnologia e economia digital. Eles também vão alinhar formas de combater ilícitos transnacionais, principalmente o crime organizado, a lavagem de dinheiro e o tráfico de entorpecentes. Essas serão as prioridades durante a rodada de encontros e debates na capital, que recebe pela segunda vez a cúpula. Brasil no comando Em 2019, o Brasil tem a missão de exercer a presidência de turno do grupo. Além desses eventos, ocorrem as cúpulas presidenciais, com a presença dos governantes à margem do G20, formação que reúne as maiores economias do mundo. Este ano, o evento do G20 ocorreu em Osaka, no Japão. O Brics chega a organizar, ao longo de um ano, cerca de 100 reuniões e eventos técnicos em áreas diversas como cultura, educação e esporte. O Distrito Federal tem aproveitado essa agenda intensa para entrar na esteira de ações conjuntas do bloco. Nesta semana, por exemplo, a Secretaria de Economia promoveu um seminário para buscar cooperação técnica com o Novo Banco de Desenvolvimento do Brics (New Development Bank (NDB). A instituição financeira está atrelada a ofertas de crédito acessíveis para projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável entre os países membros como alternativa ao Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI). Novas parcerias A vinda de empresários, investidores e representações governamentais dos países membros também abriu os olhos do GDF para parcerias nas áreas de transporte sustentável e comércio. O governo tem buscado financiamento e alternativas de projetos para a privatização da Companhia Energética de Brasília (CEB) e do Metrô, bem como novas Parcerias Público-Privadas (PPPs). Mantendo a política de integração entre as secretarias de governo, o GDF tem envolvido representantes das pastas nas rodadas de eventos do grupo. Em agosto, o Distrito Federal sediou o 1º Workshop Brics sobre Banco de Leite Humano. A capital é o único lugar no mundo com 100% de cobertura de bancos de leite e postos de coleta nas unidades públicas e privadas de saúde com UTI neonatal. Por esse motivo, foi escolhida para receber o evento.
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Bancos de leite do DF viram referência para os Brics
Representantes dos países que formam o Brics conhecem a realidade dos bancos de leite do DF. Foto: Acácio Pinheiro/Agência Brasília O Distrito Federal sedia até esta sexta-feira (30) o 1º Workshop Brics sobre Banco de Leite Humano. O evento reúne representantes dos cinco países que compõem o grupo: Brasil, Índia, China, Rússia e África do Sul. Brasília foi escolhida para sediar a troca de experiências sobre a importância do leite humano na saúde pública por um motivo especial: o Distrito Federal é o único lugar no mundo com 100% de cobertura de bancos de leite e postos de coleta nas unidades públicas e privadas de saúde com UTI neonatal. “Sermos referência mundial é algo que muito nos orgulha. Mas o melhor mesmo é termos os reflexos positivos desta política de incentivo à amamentação, que são crianças, mães e famílias mais saudáveis”, discursou a primeira-dama do DF, Mayara Noronha, durante a abertura das atividades do workshop na sede da Fiocruz, na manhã desta quarta-feira (28). O diretor da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), o embaixador Ruy Pereira, lembrou que o encontro é um marco para a construção de uma política mundial de incentivo a uma vida mais saudável desde o nascimento. “A criação dessas redes de banco de leite tem um impacto extraordinário na saúde pública e, o DF pode provar isto”, destacou. Ruy Pereira propôs que ao final dos trabalhos desta semana, os representantes do Brics elaborassem um documento unificado para “ampliar a presença de bancos de leite pelos continentes”. “O Brasil gostaria que pudéssemos adotar um primeiro acordo internacional dentro do Brics sobre os bancos de leite”, afirmou. Prevenção O desejo do diretor da ABC foi reforçado pelo secretário de Saúde, Osnei Okumoto, que destacou a importância da amamentação. “O leite materno é, acima de tudo, preventivo contra doenças. É bom para a saúde da mãe, do filho e, também, para desafogar o sistema de saúde pública”, contou. [Olho texto=”O leite materno é, acima de tudo, preventivo contra doenças. É bom para a saúde da mãe, do filho e, também, para desafogar o sistema de saúde pública” assinatura=”Osnei Okumoto, secretário de Saúde” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Durante os três dias de workshop, os países membros do Brics terão a oportunidade de conhecer o modelo brasiliense de Banco de Leite Humano. Segundo o secretário de Saúde, serão feitas visitas exploratórias a pelo menos uma das dez instalações existentes na rede pública do DF. Lá, os representantes dos países amigos poderão acompanhar as ações de estímulo e promoção da amamentação materna, o sistema de coleta domiciliar, o processamento do leite humano, seleção e a distribuição para os bebês de baixo peso. Referência Não é apenas a presença de 100% de bancos de leite e postos de coletas nas unidades de saúde com UTI neonatal que o Distrito Federal se destaca. Aqui, as mulheres amamentam mais que em outros lugares. Segundo estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS), em âmbito global, apenas 36% das crianças de zero a seis meses de vida foram amamentadas exclusivamente com leite humano entre 2007 e 2014. No DF, esse índice é quase o dobro. “A última pesquisa que fizemos mostra que 60% das crianças nessa faixa são exclusivamente alimentadas com leite materno”, explica a Coordenadora de Políticas de Aleitamento Materno do Distrito Federal, Mirian Santos. Ela ainda destaca que quando a pesquisa avança para crianças com mais de um ano de idade, os índices se mantém. “Entre 58% e 59% de crianças continuam sendo amamentadas apesar de comer comida de sal e frutas”, explica. Rede Nacional Atualmente, o Brasil comporta a maior e mais complexa Rede de Bancos de Leite Humano do mundo, com 225 unidades presentes em todos os estados, além do Distrito Federal. A título de comparação, no âmbito do Brics, até 2017, reunidos Rússia, China, Índia e África do Sul totalizaram cerca de 100 Bancos de Leite Humano, regidos sob as mais diversas formas de operação. No Brasil, dados do Ministério da Saúde apontam que apenas em 2018, a rede brasileira alimentou 184.595 recém-nascidos internados em unidades de terapia intensiva/semi-intensiva neonatais com 160.127,2 litros de leite pasteurizado, de qualidade certificada, envolvendo a participação de 181.893 mulheres doadoras.
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Miriam Santos – “A mãe que doa seu leite ensina ao filho o que é solidariedade”
Médica pediátrica Miriam Santos, da Coordenação de Políticas de Aleitamento Materno do DF. Foto: Acácio Pinheiro/Agência Brasília Médica pediátrica, Miriam Santos carrega há décadas o dever de salvar pequenas vidas, principalmente após complicações no parto. Agora, à frente da Coordenação de Políticas de Aleitamento Materno do Distrito Federal, seu foco são os recém-nascidos, que por algum motivo de saúde, estão internados na rede pública de saúde. Como as mães deles, em geral, não têm leite suficiente para amamentá-los, os pequenos precisam de doações de outras mulheres para se recuperarem e sair da internação hospitalar. “É uma luta diária deles pela sobrevivência e o leite humano é fundamental nesse processo”, explica a médica. Em entrevista à Agência Brasília, Miriam destaca a importância da amamentação com leite humano não apenas no processo de recuperação de prematuros, como para o futuro da criança. “Quanto maior for o aleitamento, maior será a saúde das nossas crianças e menor o risco delas, na idade adulta, desenvolver doenças crônicas como hipertensão, diabetes e colesterol alto”, explica. Ela conta que, no ano passado, 10 mil recém-nascidos internados na rede pública foram beneficiados com doações de leite materno. “Graças a essas doadoras, que se empenham muito, em média, conseguimos arrecadar 1,5 mil litros de leite por mês. É a quantia que necessitamos para suprir a demanda”, disse. A médica aproveita e faz um apelo às mulheres que estão amamentando. “A mãe que doa seu leite está ensinando para o seu filho o primeiro ato de solidariedade que ele pode ter. Dividir com outros o alimento dele, que sobra.” Qual é o seu trabalho à frente dos Bancos de Leite? Coordenamos as políticas de aleitamento materno do Distrito Federal. Seja na atenção primária, secundária ou terciária. Treinamos os profissionais e fazemos a sensibilização de mães doadoras com campanhas. Tudo para atingir o objetivo de melhorar o índice de aleitamento materno do DF. Quanto maior for o aleitamento, maior será a saúde das nossas crianças e menor o risco delas na idade adulta de desenvolver doenças crônicas como hipertensão, diabetes, colesterol alto. Estamos contribuindo para que no futuro nosso sistema de saúde seja menos sobrecarregado. Qual é a média de aleitamento materno no DF? Temos dois índices. Um trabalho grande e que, na realidade, vem desde a fundação do DF. Há uma preocupação com a saúde da mãe e da criança. O primeiro alojamento conjunto que a gente tem notícia no Brasil foi feito pelo doutor Ernesto Silva, que foi secretário de Saúde na época da fundação de Brasília. É o tipo de alojamento em que a criança nasce e já é colocada ao lado da mãe. Até as décadas de 1960, 1970, e, em algumas instituições privadas, isto acontecia. Existia um local chamado berçário, em que crianças em situação normal iam para lá e eram separadas das mães. E, em Brasília, existia essa preocupação de que criança normal tinha de ficar com a mãe para serem amamentadas. A última pesquisa que fizemos mostra que cerca de 60% das crianças com menos de 6 meses são exclusivamente alimentadas com leite materno. Quando olhamos crianças com mais de um ano, mantemos os índices de 58%, 59% de crianças, que continuam sendo amamentadas apesar de comer comida de sal e frutas. [Olho texto=”O leite materno deve ser exclusivo até os seis meses. A partir daí, o bebê deve receber outros alimentos, como frutas e comidas de sal, além de continuar mamando. Até o final do primeiro ano, ele é o principal alimento do bebê. No segundo ano de vida, o leite materno ainda é muito importante. A vitamina C que o bebê precisa durante o dia, pode vir do leite materno sem necessidade de suplementação.” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”] O que faz do leite materno um alimento tão completo? Quando o bebê suja a mão e leva bactérias para a boca, a saliva dele passa essa mensagem para a mama da mãe. “Tive contato com uma bactéria! Tive contato com um vírus!”. Aí, a mamãe começa a produzir fatores de defesa para proteger o bebê. É um alimento inteligente. Nessa época de seca e fria, o leite humano consegue suprir toda a quantidade de água que a criança precisa e ainda garante as defesas necessárias para o período. Como estão os índices de aleitamento materno no DF? Brasília é uma cidade com bons índices. A gente faz todas as orientações desde o pré-natal para a mãe saber dessa importância, passando pelas maternidades e chegando ao acompanhamento ambulatorial. Estimulamos a amamentação, porque quanto mais mulheres amamentarem, maior será o volume de leite que vamos coletar. Para ser doadora de leite materno, é importante a mãe estar amamentando seu bebê. A maioria das mulheres faz essa doação de 3 a 4 meses porque, depois, a produção delas se adequa à necessidade do bebê e diminui. Entretanto, há casos de mulheres que continuam doando pelo período de um ano, dois anos. Enquanto o filho se alimenta, ela é doadora. O leite é o mesmo em todo o período de amamentação? Ou perde qualidade com o passar do tempo? Na realidade, temos diferentes leites maternos. Durante o dia, uma mesma mulher vai produzir diferentes tipos de leite. Quando ela acorda e toma café da manhã, produz um tipo de leite. À tarde, depois do almoço, é outro. E assim sucessivamente. Todo o material que chega ao banco de leite passa por um rigoroso processo de seleção, classificação, pasteurização e controle de qualidade. Para cada pote, vamos saber quanto temos de calorias, de cálcio, de proteínas, teor de imunidade…isto ajuda para distribuirmos adequadamente para cada bebê, de acordo com suas necessidades. Então, cada coleta é examinada e classificada individualmente? Sim. Se uma mãe doar quatro a cinco frascos de leite, cada frasco será classificado e distribuído de acordo com as características identificadas em cada pote. O volume de doações no DF é suficiente? A gente tem uma meta de coleta de, no mínimo 1,5 mil litros de leite humano por mês, para que possamos atender à demanda dos bebês internados nas redes de saúde pública e privada. Quando a gente fala em coleta de leite materno no DF, levamos em conta todo o sistema. O peso do sistema público é muito maior até pela demanda da rede. Mas todas as crianças, estejam no sistema público ou suplementar, são cidadãos e merecem ter o melhor. No DF, temos leis que definem isto. Qualquer maternidade, pública ou privada, deve ter condições de oferecer leite humano para os bebês internados. Até agosto, vamos chegar a 100% de atendimento com banco de leite ou postos de coleta para ofertar leite humano a bebês internados. Seremos a única cidade do mundo com essa característica. [Olho texto=”No sistema privado, temos três bancos de leite. No público, são 12 bancos e dois postos de coleta. A supervisão é da Secretaria de Saúde. Treinamos os profissionais e a Vigilância Sanitária avalia as condições. Ter esse suporte é importante. Muitas mulheres, que optam por uma unidade privada, precisam de assistência para a amamentação. A amamentação é bom para elas e o filho.” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”] É importante para a mulher também? Sim. É um momento que traz prazer para a maioria. No começo é difícil. Nem sempre é um mar de rosas. Ser mãe e amamentar tem de ser prazeroso. Não pode sentir dor. Se está sentindo dor, deve procurar ajuda para verificar o que está errado. Não é para sentir dor, a natureza não fez desta forma. Às vezes, as pessoas não sabem que existem Bancos de Leites, que, na verdade, são casas de apoio à amamentação. Todas as mulheres que desejam amamentar podem procurar um Banco de Leite ou um posto de coleta e terá ajuda. Na maioria das vezes, essa questão de a mãe achar que o leite é pouco, é fraco, que não é suficiente para alimentar a criança, na realidade é um ajuste de posição, de manejo, que precisa ser feito. Na maioria das vezes, o banco de leite consegue resolver o problema de amamentação e a mãe acaba se tornando uma doadora de leite materno. Infelizmente, muita gente não conhece esse trabalho. Qualquer mulher que está amamentando pode ser doadora? Potencialmente, sim. Todas podem. E é importante desmistificar alguns equívocos. Quanto mais a mulher amamenta, mais ela produz leite. Logo depois do parto, a mama se organiza para oferecer mais. Depois, ela produz conforme for demandada. Tipo uma fábrica. Se alguém demanda, ela produz. Ou seja, quando mais ela retira, mais ela terá. Outra coisa importante é que a mãe pode encher um pote de doação, de 300 ml, por semana. “Às vezes, a angústia que elas têm é de não dar conta de encher tudo no mesmo dia. E não precisa. Pode fazer isto ao longo de sete dias, sem problema. Não compromete em nada a qualidade do leite. Sabe o que é mais bonito nesse processo? A mãe que doa seu leite está ensinando ao filho o primeiro ato de solidariedade que ele pode ter. Dividir com outros o alimento dele, que sobra. Porque um potinho desses de 300 ml pode alimentar até 10 bebês. Não importa a quantidade da doação, se alimentar um bebê, já cumpriu a missão. O que é preciso para ser doadora? Todas as mulheres precisam dos exames do pré-natal. Se o bebê dela for maior, a gente repete os exames a cada seis meses, em média. São exames para sífilis, hepatite e Aids, além de outros. É um controle sanitário que precisamos ter para dar segurança à mãe receptora. A mãe que recebe pode ter essa segurança. O leite que ela pega no Banco de Leite tem procedência e passou por um controle de qualidade rigoroso. Qual o potencial de doação de uma mãe que está amamentando? Temos doadoras que enchem 10 a 15 frascos, por semana, mas temos quem só consiga encher um. E todas têm a mesma importância. Todas elas são valorizadas por nós. É um ato voluntário e a gente reconhece que elas contribuem para que os bebês internados possam ir para casa com saúde. A solidariedade delas movimenta a vida de muitas famílias. De pessoas que nem imaginam. No ano passado foram mais de 10 mil crianças atendidas, com quase 6 mil doadoras. Isto representa 12% das mulheres que tiveram bebês no DF. Poderíamos ter mais mulheres contribuindo. A gente acredita que seja por falta de informação. Quais os cuidados que a doadora precisa ter? O leite humano é considerado pela Organização Mundial de Saúde o alimento padrão ouro para a saúde da criança. É o melhor alimento que ela pode receber. Quando a gente fala isso é aquele leite que sai direto do peito da mãe para o bebê. A partir do momento que colocamos um pote no meio, precisamos lidar com esse alimento de forma segura. É necessário cuidado na manipulação para não desperdiçá-lo. A mãe precisa colocar algo para proteger o cabelo, touca ou lenço, além de usar máscara ou fralda, para cobrir boca e nariz. O importante é evitar que uma gotícula ou um cílio caiam no pote. É preciso lavar mãos e braços até a altura do cotovelo. E passar água no peito e fazer massagem até a extração do leite. O primeiro esguicho é desprezado. Ela colhe o seguinte. Depois, é importante colocar no congelador para não perder todo o leite. Geralmente, a gente fornece os potes para coleta, basta solicitar. Qual o percentual de descarte de leite doado? Descartamos pouco. A maioria das mulheres tem compromisso com a causa. E isto é bonito. Dá trabalho, não é algo fácil. Tem de ter dedicação. Em julho, mês de férias escolares, muitas das nossas doadoras, mães de outras crianças, não têm tempo para o cuidado com a doação. Então, nossas coletas caem um pouco. A gente vê que essas doações são um ato de solidariedade, para ajudar outra mulher e uma criança, que precisa demais do leite para sobreviver. Uma mãe pode amamentar no peito o filho de outra mãe? Na realidade, a gente não orienta essa prática, que chamamos de amamentação cruzada. Existem algumas patologias em que a mãe tem doença e pode amamentar o filho dela, mas não o de outra mãe. A gente aconselha a procura pelo banco de leite. As pessoas até brincam dizendo que o banco de leite hoje é a mãe de leite do século 21. No banco de leite temos o rigoroso processo de seleção e classificação do tipo de leite para oferecer ao bebê certo, sempre com objetivo específico. Além de ir ao banco de leite e postos de coleta, onde as mães podem buscar informações sobre a doação? Temos o site www.amamentabrasilia.saude.df.gov.br com informações sobre o tema. Se as mulheres buscarem nas redes sociais, Facebook e Instagram, vai encontrar grupos de mãe doadoras. É legal trocar experiências e conhecer histórias de quem já está doando. Outra coisa importante é que as mães têm a facilidade de ligar para o número 160, opção 4, para esclarecer as dúvidas e pedir a coleta domiciliar. [Olho texto=”Quando começamos com o Banco de Leite no DF, em 1978, as mães precisavam ir ao ponto de coleta. Com o tempo, a gente viu que as coisas eram difíceis porque ela tinha um bebê para cuidar. Para ir ao hospital doar era difícil. Organizamos as rotas domiciliares para coleta. Em 1979, fizemos parceria com o Corpo de Bombeiros. Em 2010, passamos a cobrir todo o DF. Temos 20 duplas de militares, que cobrem 12 bancos de leite. Eles arrecadam 90% do volume doado.” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Qual seu objetivo no trabalho à frente da coordenação das políticas de aleitamento materno no DF? Tenho a ambição de a gente conseguir aumentar o volume coletado. Hoje, o que coletamos, cerca de 1,5 mil litros por mês, apenas supre a necessidade dos bebês internados. Mesmo assim precisamos administrar bem para não faltar. Mas gostaríamos de coletar o dobro, três mil litros de leite materno, para oferecer a qualquer família que precisa alimentar um bebê.
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