Domingo de dor, segunda-feira de choque: como descobri que tive um AVC aos 22 anos
Eu tinha 22 anos. Era um domingo quando tudo começou com uma dor de cabeça fora do normal e a visão escurecendo aos poucos, uma sensação que jamais havia experimentado. Pensei que fosse apenas uma enxaqueca. Dormi mal e, na manhã seguinte, acordei com o lado esquerdo dormente, o olho avermelhado e a fala enrolada. Tentei seguir o dia normalmente, fui para o trabalho e, ao tentar conversar, percebi que a língua não obedecia. As palavras saíam confusas. Procurei socorro imediatamente. O diagnóstico veio rápido: Acidente Vascular Cerebral (AVC) isquêmico, algo que jamais imaginaria viver tão jovem. Hoje, com o corpo reabilitado e a memória reconstruída pouco a pouco, entendo o quanto é importante reconhecer os sinais e agir rápido | Foto: Alberto Ruy/IgesDF Nos dias seguintes, o impacto real apareceu. Perdi parte da memória, lembrava quem eu era, mas não o que havia vivido naquele período. Era como se pedaços da minha história tivessem sido apagados. Também perdi a fluência em idiomas que dominava, algo que os médicos explicaram ser possível devido à região do cérebro afetada. Fiquei com paralisia no lado esquerdo do rosto e no braço por cerca de seis meses. A fisioterapia, os exercícios diários e o apoio da família foram essenciais para a recuperação. Hoje, com o corpo reabilitado e a memória reconstruída pouco a pouco, entendo o quanto é importante reconhecer os sinais e agir rápido. Casos de AVC em jovens crescem no mundo O Dia Mundial de Combate ao AVC, celebrado nesta quarta-feira (29), reforça a importância da prevenção e do diagnóstico rápido dessa condição que continua entre as principais causas de morte e incapacidade no mundo. A campanha global deste ano traz o lema “Cada minuto conta”, destacando a urgência de reconhecer os sinais precoces e agir imediatamente diante de qualquer suspeita. “Hábitos de vida pouco saudáveis e condições ambientais contribuem para esse aumento. Por isso, a prevenção e o diagnóstico rápido são fundamentais” Letícia Rebello, coordenadora do programa AVC no Quadrado Segundo a neurologista Letícia Rebello, referência nacional em AVC e coordenadora do programa AVC no Quadrado, da Secretaria de Saúde (SES-DF), o aumento de casos entre jovens está relacionado principalmente ao estilo de vida e à prevenção tardia. “O que antes representava fatores de risco típicos de idosos, como hipertensão e diabetes, está aparecendo cada vez mais cedo”, pontua a médica. “Hábitos de vida pouco saudáveis e condições ambientais contribuem para esse aumento. Por isso, a prevenção e o diagnóstico rápido são fundamentais.” Nos últimos anos, o número de AVCs entre pessoas mais jovens tem aumentado de forma preocupante. Um estudo publicado pela revista científica The Lancet Neurology, em outubro de 2024, apontou um crescimento global de 14,8% nos casos de AVC em pessoas com menos de 70 anos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e a World Stroke Organization (WSO) alertam que o AVC já está entre as principais causas de morte e incapacidade em adultos entre 15 e 49 anos, com impacto crescente em países em desenvolvimento. O alerta é global, mas também está cada vez mais próximo de nós. No Brasil, dados da Rede Brasil AVC indicam que cerca de 18% dos casos registrados ocorrem em pessoas de 18 a 45 anos, um índice alto para uma faixa etária que tradicionalmente não se via em risco. A neurologista da SES-DF ressalta que o programa AVC no Quadrado ajuda a garantir que cada vez mais pessoas tenham acesso rápido ao diagnóstico e tratamento. “Além disso, o programa vem para organizar o atendimento intra-hospitalar para tratar mais pacientes, no menor tempo possível”, aponta. “Uma vez que o tempo é um grande inimigo do AVC, quanto mais cedo for o atendimento, e mais rápido o tratamento, maiores as chances de recuperação e menores as sequelas”. Tipos de AVC “Ser jovem não protege ninguém do AVC. A rotina sedentária, o estresse e os hábitos alimentares também têm peso importante” Carlos Uribe, neurologista do IgesDF O AVC acontece quando o fluxo de sangue para o cérebro é interrompido ou comprometido, causando a morte de células nervosas na região afetada. Existem dois tipos principais: o AVC isquêmico, como o que tive, que ocorre quando um vaso sanguíneo é obstruído, e o AVC hemorrágico, causado pela ruptura de um vaso cerebral. Cada tipo apresenta riscos e sequelas diferentes, mas ambos exigem atenção imediata: quanto mais rápido o diagnóstico e o tratamento, maiores as chances de recuperação. Para o neurologista Carlos Uribe, do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF), é urgente desfazer a ideia de que o AVC é uma doença exclusiva da terceira idade. “Ser jovem não protege ninguém do AVC”, observa. A rotina sedentária, o estresse e os hábitos alimentares também têm peso importante”. [LEIA_TAMBEM]Veja abaixo os principais sintomas de AVC listados pelo médico. ⇒ Dormência ou fraqueza em um lado do corpo; ⇒ Boca torta; ⇒ Dificuldade para falar ou compreender; ⇒ Perda de visão, escurecimento ou visão dupla; ⇒ Tontura, perda de equilíbrio ou confusão mental; ⇒ Dor de cabeça súbita, intensa ou diferente do habitual. Por que meu alerta importa Eu vivi o que parecia improvável. Passei por meses de reabilitação, reaprendendo a movimentar o corpo e reorganizar a mente. Tive medo, dúvidas e, por um tempo, senti que havia perdido parte de quem eu era. Mas hoje, depois de 20 anos, ao contar minha história, quero que outros reconheçam os sinais e ajam rápido. O meu AVC foi um divisor de águas. Hoje, com saúde e gratidão, transformo aquele episódio em propósito: alertar outros jovens para que reconheçam os sinais e não hesitem em buscar ajuda. Porque o AVC não tem idade, e, às vezes, o primeiro sintoma é acreditar que ele nunca vai acontecer com você.
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Moradores do Jardins Mangueiral se reúnem com médicos uma vez por semana para prevenir hipertensão e diabetes
Ágil, acolhedor e resolutivo. Assim funciona o Encontro HiperDIA, da Unidade Básica de Saúde (UBS) 1 do Jardins Mangueiral, criado para atender pacientes com hipertensão e diabetes de forma prática, próxima e eficiente. Entre os objetivos da iniciativa, está o de facilitar o controle das doenças crônicas, garantir o uso correto das medicações e fortalecer o vínculo entre a comunidade e a equipe de saúde. “A proposta é oferecer um encontro rápido, mas que mantenha o paciente acompanhado e seguro. Ele faz aferições, renova receitas e recebe orientações na hora. É um cuidado simples, mas essencial, que não substitui a consulta médica, e sim complementa o acompanhamento regular”, afirma o médico de família e comunidade, Sérgio Leuzzi. A cada semana os profissionais da UBS 1 do Jardins Mangueiral vão a um condomínio do bairro | Foto: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde DF Encontros Os atendimentos do HiperDIA são realizados todas as terças-feiras, das 14h às 17h, em um condomínio por semana, nas quatro quadras da região: Quadra 1 (Jardins dos Muricis), Quadra 2 (Jardins dos Buritis), Quadra 3 (Jardins dos Ipês) e Quadra 4 (Jardins dos Jacarandás). As datas dos encontros podem ser consultadas na UBS 1 do Jardins Mangueiral, nos grupos de WhatsApp dos condomínios ou diretamente com os síndicos de cada quadra. A ação é conduzida por uma equipe multiprofissional composta por médico, enfermeira, duas técnicas de enfermagem e dois agentes comunitários de saúde (ACS), que, juntos, realizam cerca de 100 atendimentos mensais. "Trazer o atendimento até aqui faz toda a diferença. É um gesto de acolhimento, mostra que a UBS realmente está cuidando da gente de forma próxima e atenciosa" Thaís Araújo Moradora da Quadra 1, Thais Araújo, 51 anos, participou do encontro junto com a mãe e elogia a iniciativa. “Conheci o grupo pelo WhatsApp do condomínio e achei a ideia maravilhosa. Minha mãe tem quase 80 anos e algumas limitações físicas. Trazer o atendimento até aqui faz toda a diferença. É um gesto de acolhimento, mostra que a UBS realmente está cuidando da gente de forma próxima e atenciosa”, disse. Região Localizado na Região Administrativa do Jardim Botânico, o Jardins Mangueiral é um bairro em crescimento, com população ativa e rotina acelerada. Pensando nesse perfil, a equipe Safira da UBS 1 implantou o Encontro HiperDIA com uma proposta inovadora que une educação em saúde, monitoramento clínico e aproximação comunitária. Os resultados já são visíveis. “Temos conseguido alcançar pacientes que há tempos não procuravam o serviço de saúde, muitos com receitas vencidas ou exames atrasados. Além disso, o retorno da comunidade tem sido muito positivo, mostrando que essa estratégia realmente aproxima o cuidado da realidade dos moradores e fortalece o vínculo com a equipe”, aponta a enfermeira da equipe, Bruna Brasil. *Com informações da Secretaria de Saúde do DF
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Centro de Atenção ao Diabetes e Hipertensão Adulto e Infantil comemora sete anos de atuação
Há sete anos a população da Região Leste de Saúde do Distrito Federal (Paranoá, São Sebastião, Itapoã e Jardim Botânico) conta com os serviços do Centro de Atenção ao Diabetes e Hipertensão Adulto e Infantil (Cadh/Cadhin). Profissionais e pacientes se reuniram para uma tarde de convivência fora do ambiente assistencial, na terça-feira (10), na tenda localizada ao lado do Centro de Atenção Psicossocial II, no estacionamento do Hospital da Região Leste (HRL). A comemoração de aniversário buscou oferecer o autocuidado de forma prática a crianças e adultos | Fotos: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF Como parte da programação, os adultos puderam usufruir de atividades de alongamento e relaxamento, receberam instruções e kits de higiene fornecidos por profissionais de saúde bucal. Para o público infantil, as orientações foram transmitidas por meio de teatro de fantoches e de oficina culinária, com o preparo de panquecas de banana levando em conta a quantidade de carboidratos. Para a endocrinologista da unidade Roberta Barros, o evento promove bem-estar. “Aproveitamos a oportunidade para oferecer uma experiência de autocuidado de forma prática, juntamente com a comemoração de aniversário do centro”, celebra. Acompanhada dos pais e dos irmãos, Thayna Nascimento da Conceição, 17, é assistida pela equipe do Cadh/Cadhin desde os 11 Thayna Nascimento da Conceição, 17, ficou contente com a ação. Desde os 11 ela é assistida pela equipe multiprofissional do Cadh/Cadhin, quando recebeu o diagnóstico de diabetes mellitus tipo 1. “Para a gente, foi um divisor de águas”, assegura o pai, Jovemário da Conceição. Sua família não dispunha de recursos para pagar os exames periódicos (anuais e mensais) da filha mais velha. Hoje, os procedimentos são realizados por meio do ambulatório especializado. “Tínhamos que ir até o Plano Piloto procurar pelo serviço”, lembra a mãe, Tamires Nascimento. Atenção especializada A jovem é parte dos quase 1,3 mil usuários em atendimento ativo pela unidade. Apenas no primeiro semestre deste ano, foram inseridos 358 novos usuários. O Cadh/Cadhin é um dos três centros especializados disponíveis no DF para pacientes com diabetes mellitus (tipo 1 ou 2) e hipertensão arterial sistêmica de alto ou muito alto risco, associados ou não. As outras unidades estão localizadas no Guará, Centro Especializado em Diabetes, Hipertensão e Insuficiência Cardíaca (Cedhic); e na Asa Norte, o Centro Especializado em Diabetes, Obesidade e Hipertensão Arterial (Cedoh). A marcação da primeira consulta é feita pela rede de unidades básicas de saúde (UBSs). *Com informações da SES-DF
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UBSs investem no diagnóstico precoce de hipertensão, fator de risco para diversas doenças
Nesta sexta-feira (26), o Brasil volta sua atenção para o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão, um inimigo silencioso que atinge 50,7 milhões de pessoas, o equivalente a 45% da população brasileira, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). A data busca ressaltar a importância do diagnóstico precoce e tratamento da doença, mas também destaca sua associação com condições graves como acidente vascular cerebral (AVC), infarto do miocárdio e problemas renais. A hipertensão está associada a condições graves como acidente vascular cerebral (AVC), infarto do miocárdio e problemas renais | Foto: Breno Esaki/ Agência Saúde-DF De acordo com a cardiologista Edna Maria Marques de Oliveira, da Secretaria de Saúde do Distrito federal (SES-DF), a hipertensão é um fator de risco significativo para diversas doenças, incluindo as cerebrocardiovasculares, responsáveis pela maioria das mortes em todo o mundo. “O controle da pressão arterial é fundamental, incluindo diagnóstico precoce, adesão ao tratamento e mudanças nos hábitos alimentares”, destaca. Ainda segundo a especialista, apesar de muitos não apresentarem sintomas, a condição pode ser fatal se não controlada. As 176 unidades básicas de saúde (UBSs) do DF contam com equipes de Saúde da Família (eSF) capazes de oferecer o diagnóstico e dar início ao tratamento. A rede disponibiliza ainda o Programa de Hipertensão Arterial e Diabetes (HiperDia), que permite gerar informação para aquisição, dispensação e distribuição de medicamentos de forma regular e sistemática a todos os pacientes portadores da doença assistidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A doméstica Maria Helena Martins sofria com dores de cabeça intensas até receber o diagnóstico de hipertensão: “O tratamento logo no início trouxe resultados significativos” | Foto: Jhonatan Cantarelle/ Agência Saúde-DF Diagnóstico precoce Depois de descobrir a hipertensão durante consulta para cirurgia bariátrica, a doméstica Maria Helena Martins, 45, faz acompanhamento no Centro Especializado em Diabetes, Obesidade e Hipertensão Arterial (Cedoh). Ela ilustra a importância do diagnóstico e tratamento precoces – a paciente enfrentava quadros recorrentes de dor de cabeça intensa. “Eu estava em uma consulta rotineira, quando a médica pediu exames. Eles apontaram hipertensão”, conta. Com o diagnóstico nas mãos e recomendações, Maria adotou medidas drásticas em sua rotina, como a prática regular de exercícios físicos e a modificação dos hábitos alimentares. “O tratamento logo no início trouxe resultados significativos, como perda de peso e redução da necessidade de medicamentos para dor de cabeça.” Segundo o portal Cardiômetro, da Sociedade Brasileira de Cardiologia, até o início do mês de abril ocorreram mais de 102 mil mortes em decorrência de doenças cardiovasculares no país. Os números chamam a atenção para a prevalência dessa condição entre os brasileiros, assim como ressaltam a importância da conscientização, prevenção e tratamento adequado para combater a doença, que ameaça a saúde de milhões em todo o mundo. Ainda de acordo com dados da OMS, a doença afeta 1,3 bilhão de pessoas globalmente, muitas das quais não estão cientes de sua condição. Segundo o relatório, o diagnóstico precoce e controle da doença são pilares essenciais da Atenção Primária à Saúde *Com informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF)
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Alimentação equilibrada previne doenças crônicas como diabetes e hipertensão
Celebrado no domingo (31/3), o Dia Nacional da Saúde e Nutrição ressalta a importância de uma alimentação equilibrada para promover a saúde, contribuindo para a prevenção de doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares e câncer. Para desenvolver ações estratégicas de alimentação e de nutrição no DF, a Secretaria de Saúde (SES-DF) planeja as ações por meio dos planos distritais de Promoção da Saúde, de Segurança Alimentar e Nutricional e de Enfrentamento das Doenças Crônicas não Transmissíveis. Nas unidades básicas de saúde (UBSs), essas e outras ações são desenvolvidas por meio de grupos de hábitos de vida saudáveis. A Secretaria de Saúde recomenda consumir mais frutas, verduras e legumes para reduzir o risco de doenças cardiovasculares | Foto: Karinne Viana/Agência Saúde-DF “No contexto das UBSs, os nutricionistas ancoram suas atividades na educação alimentar e nutricional, incluindo atendimentos coletivos e individuais”, resume a gerente de Serviços de Nutrição da secretaria, Carolina Gama. “Além disso, há ações intersetoriais desenvolvidas em parceria com outras secretarias, a exemplo do Fórum Distrital de Promoção da Alimentação Adequada e Saudável nas Escolas da rede de ensino do DF.” Qualidade e quantidade são fatores que devem ser levados em consideração, atenta a nutricionista: “A nutrição é essencial para o funcionamento do corpo, e a segurança alimentar e nutricional, que envolve tanto o acesso a alimentos em quantidade suficiente quanto em qualidade adequada, é fundamental para a promoção da saúde”. “Perdi peso, me sinto mais disposta para fazer as coisas, durmo melhor e não sinto mais vontade de comer por impulso” Maysa Vieira, estudante de 15 anos, que reduziu o consumo de alimentos ultraprocessados Cuidados com a alimentação “Que teu alimento seja teu remédio e que teu remédio seja teu alimento”. Essa frase, proferida por Hipócrates, considerado o pai da medicina, reflete a importância da nutrição como um dos principais pilares da saúde. Uma alimentação equilibrada desempenha um papel fundamental na prevenção e tratamento de doenças, influenciando diretamente o bem-estar físico e mental. Contudo, pesquisas têm demonstrado que a população brasileira continua a fazer escolhas alimentares inadequadas, com um aumento no consumo de alimentos ultraprocessados, especialmente entre os adolescentes, e uma diminuição no consumo de alimentos tradicionais da cultura alimentar do país, como arroz e feijão. “A nutrição é essencial para o funcionamento do corpo, e a segurança alimentar e nutricional, que envolve tanto o acesso a alimentos em quantidade suficiente quanto em qualidade adequada, é fundamental para a promoção da saúde”, afirma a gerente de Serviços de Nutrição da Secretaria de Saúde (SES-DF), Carolina Gama. Carolina Gama: “A nutrição é essencial para o funcionamento do corpo e a segurança alimentar e nutricional é fundamental para a promoção da saúde” | Foto: Arquivo Pessoal Segundo o boletim informativo da SES-DF sobre o perfil nutricional e de consumo alimentar da população assistida pela Atenção Primária à Saúde (APS) do DF, em 2022, 83% dos adolescentes acompanhados consumiram alimentos ultraprocessados, enquanto 68% consumiram bebidas adoçadas. Além disso, 41% ingeriram macarrão instantâneo, salgadinhos de pacote ou biscoitos salgados, e 55% consumiram biscoitos recheados, doces ou guloseimas. Outra observação apurada é o percentual crescente de crianças que, a partir dos 2 anos até a adolescência, apresentaram excesso de peso. Com histórico familiar de obesidade, a estudante Maysa Vieira, 15, costumava se alimentar de frituras, doces e fast food, até que, há um ano, decidiu mudar seus hábitos. A jovem recebe acompanhamento nutricional na UBS 4 da Estrutural e, desde então, tem percebido benefícios. “Comecei a comer mais salada, arroz, feijão e legumes”, conta. “Perdi peso, me sinto mais disposta para fazer as coisas, durmo melhor e não sinto mais vontade de comer por impulso. Além disso, percebi muitas mudanças positivas no meu corpo e minha autoestima está melhor.” A nutricionista da SES-DF explica que uma alimentação é considerada saudável quando é composta por alimentos naturais ou minimamente processados. “A alimentação saudável inclui frutas, legumes, verduras, carnes, ovos, grãos e castanhas, livre de alimentos ultraprocessados e industrializados, que contêm corantes, conservantes e adoçantes, além de serem ricos em sódio, gordura e açúcar”. Veja abaixo recomendações da SES-DF e do Ministério da Saúde (MS) para ter uma alimentação equilibrada e hábitos saudáveis: • É essencial mudar o prato: menos alimentos industrializados e mais alimentos naturais; • Evitar o consumo de alimentos ricos em calorias, gordurosos e salgados; • Aumentar o consumo de frutas, verduras e legumes, cereais integrais e feijões; • Beber bastante água; • Reduzir ou evitar o consumo de bebidas alcoólicas e o uso do cigarro; • Fazer exames preventivos e consultar o médico periodicamente; • Praticar exercícios físicos regulares, diariamente ou pelo menos três vezes por semana após avaliação médica; • Dormir pelo menos 8 horas num período de 24 horas. *Com informações da SES-DF
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Dia Mundial da Obesidade terá evento especial neste sábado
Na busca por uma sociedade mais saudável, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), em parceria com outras instituições, promoverá, neste sábado (9), uma conscientização pelo Dia Mundial da Obesidade. O encontro será no Estacionamento 13 do Parque da Cidade, ao lado da administração, a partir das 8h. A porta de entrada para os pacientes são as Unidades Básicas de Saúde (UBSs). De acordo com o grau da doença, a pessoa é encaminhada para atendimento endocrinológico ou para os centros especializados em obesidade | Foto: Sandro Araújo/Agência Brasília A obesidade é uma doença que pode levar a inúmeras complicações de saúde como diabetes, doenças cardiovasculares e hipertensão. Pode também estar relacionada a alguns tipos de câncer, afetar o sono, causar problemas psicológicos, além de acarretar baixa na qualidade de vida ou, até mesmo, a morte. Relatório da Federação Mundial da Obesidade (WOF) preocupa especialistas e profissionais da saúde. A perspectiva da obesidade na população está na contramão do combate ao sedentarismo. Na atualidade, 22,4% da população brasileira adulta é obesa, mas o problema se intensifica a cada ano e a projeção é de que o Brasil terá 41% dos adultos brasileiros obesos até 2035. A perspectiva mundial é de que uma a cada 4 pessoas sofrerão com a doença, o que equivale a cerca de 2 bilhões de pessoas. “Atendemos pacientes com obesidade grau dois associado a algumas comorbidades como diabetes, hipertensão, problemas cardíacos, entre outros. Atendemos também obesidade grau três, independentemente de comorbidades” Flávia Franca, referência técnica distrital de endocrinologia da SES-DF A porta de entrada na rede pública de saúde do DF para pessoas com obesidade e sobrepeso é o sistema de Atenção Primária, iniciado nas unidades básicas de saúde (UBS). A SES-DF acolhe a população e, de acordo com o grau da doença, encaminha para os serviços de atendimento endocrinológicos ou para os centros especializados em obesidade. A referência técnica distrital (RTD) de endocrinologia da SES-DF, Flávia Franca, explica que os casos mais graves precisam de tratamento. “Atendemos pacientes com obesidade grau dois associado a algumas comorbidades como diabetes, hipertensão, problemas cardíacos, entre outros. Atendemos também obesidade grau três, independentemente de comorbidades”, explica. O Centro Especializado em Diabetes, Obesidade e Hipertensão (Cedoh) é um dos locais de atendimento médico multiprofissional da rede pública. Desde de 2017, o Cedoh atua no tratamento das comorbidades para o atendimento de pessoas que foram diagnosticadas como de risco e de alto risco. A gerente do Cedoh, Alexandra Rubim, destaca que o trabalho é feito de forma interdisciplinar. “Temos endocrinologistas adulto e pediátrico, cardiologistas, nefrologistas, equipe de enfermagem, fisioterapia, nutrição e psicologia. Os pacientes são encaminhados pelo sistema de regulação de vagas e ficam conosco por dois anos”, explica. O processo inclui acolhimento, orientação e tratamentos, com atendimentos presenciais na unidade, a cada dois meses. O sucesso terapêutico é identificado quando o paciente consegue eliminar de 5 a 15% do peso corporal. O Cedoh já atendeu cerca de 930 adultos desde sua inauguração e, a partir de 2019, recebeu 431 crianças, adolescentes e suas famílias. A obesidade pode levar a inúmeras complicações de saúde como diabetes, doenças cardiovasculares e hipertensão | Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF Superação e consistência O sobrepeso, também conhecido como pré-obesidade, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), está relacionado a índices de massa corporal (IMC) maiores ou iguais a 25 kg/m2. Na população brasileira, essa doença afeta cerca de 57% dos homens. Um dos grandes problemas é o aumento da circunferência abdominal, muito comum na comunidade masculina. Mensurado pelo índice de circunferência de cintura (CC), o indicador mostra o nível de gordura intra-abdominal ou visceral. A conhecida “barriguinha de chopp” pode esconder uma série de problemas de saúde ligados à obesidade. Foi o que descobriu o estudante de psicologia, Fábio Alves, de 43 anos. “Sempre fiz atividade física, mas sem ter uma consistência. Com o passar dos anos, comecei a ganhar peso, cheguei a pesar 115 kg.” Uma inflamação do nervo ciático e problemas de locomoção levaram o futuro psicólogo a procurar ajuda profissional. Após consultas médicas e com acompanhamento de nutricionista e educador físico, Fábio passou a ter intensidade e foco na alimentação e no treino. “Hoje estou treinando todos os dias, intercalando entre corrida, natação e academia. Já perdi quase 30 kg, sem tomar nenhum tipo de medicação. Mas tudo com o acompanhamento de profissionais de saúde”, afirma. Março de ativismo e conscientização Desde 2015, o dia 4 de março foi escolhido como o Dia Mundial da Obesidade para mobilizar a sociedade em função da prevenção e do manejo da obesidade. Este ano o tema da campanha estimula a conversa interdisciplinar. Na medida em que a maior dificuldade no controle de peso é equilibrar a balança entre o consumo e o gasto calórico, a atividade física pode ser uma solução. É o que pensa a Organização Mundial da Saúde (OMS) ao instituir também o Dia Mundial de Combate ao Sedentarismo, celebrado no próximo dia 10 de março. Saiba mais sobre a obesidade. *Com informações da SES-DF
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Rede pública do DF oferta cuidado integral para hipertensão
O cenário brasileiro em relação à hipertensão é mais crítico do que o da maioria das nações. É o que aponta o primeiro relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre os efeitos globais da doença. Enquanto, na média global, 33% dos adultos entre 30 e 79 anos são afetados pela enfermidade, estima-se que, no Brasil, o índice alcança 45%, isto é, 50,7 milhões de pessoas. Desse total, 62% foram o diagnosticados, mas apenas 33% estão com a pressão controlada. Na UBS 15 de Planaltina, pacientes hipertensos e diabéticos participam de reuniões quinzenais com a equipe multiprofissional de atendimento | Foto: Jonathan Cantarelle/Agência Saúde No Distrito Federal, todas as 175 unidades básicas de saúde (UBSs) contam com equipes de Saúde da Família (eSF) capazes de oferecer o diagnóstico e dar início ao tratamento. É o caso da UBS 15 de Planaltina, onde ocorrem as reuniões de pacientes do Hiperdia, sistema de cadastramento e acompanhamento de hipertensos e diabéticos. Atendimento multiprofissional Os encontros quinzenais com a equipe multiprofissional acolhem, em média, 20 pessoas. Além de ações diretamente relacionadas ao controle e ao tratamento individual, são também oferecidas orientações acerca dos fatores gerais que impactam no alto nível de pressão arterial. Há cinco anos, Darlan da Costa, 41 anos, recebeu o diagnóstico positivo para diabetes e hipertensão. O acompanhamento feito em consultas e atividades coletivas na UBS 15 de Planaltina é integrado à retirada dos medicamentos na farmácia da própria unidade. “Vejo que isso ajuda não só a mim, mas também aos demais participantes do grupo”, conta. “Nós, que somos diabéticos e hipertensos, precisamos mesmo ter maior atenção”. A doença [Olho texto=”“Muitas vezes, o primeiro sinal já é um infarto ou um acidente vascular cerebral” ” assinatura=”Edna Maria de Oliveira, referência técnica distrital em cardiologia da Secretaria de Saúde ” esquerda_direita_centro=”direita”] A pessoa é considerada hipertensa quando apresenta regularmente pressão arterial superior a 140 por 90 mmHg (14 por 9). Os sintomas costumam aparecer somente em estágios mais avançados ou quando a alteração ocorre abruptamente, mas sinalizam risco de várias outras doenças. Por isso, lembra a médica Edna Maria de Oliveira, referência técnica distrital (RTD) colaboradora de cardiologia da Secretaria de Saúde do DF (SES), é importante fazer a aferição regularmente, ao menos duas vezes ao ano. “Muitas vezes, o primeiro sinal já é um infarto ou um AVC [acidente vascular cerebral]”, alerta. Há cerca de um ano, as dores no peito e na cabeça e a dificuldade para dormir de Meri Cristina, 57, começaram a ser investigadas no Centro Especializado em Diabetes, Obesidade e Hipertensão (Cedoh) da SES. O local é referência a pacientes de alto e muito alto risco residentes da Região Central de Saúde do DF – Asa Norte, Asa Sul, Varjão, Lago Norte, Lago Sul, Cruzeiro, Sudoeste, Octogonal e Vila Planalto. Com os riscos identificados pela equipe da UBS 3 da Asa Norte, na Vila Planalto, Meri foi encaminhada ao médico especialista. “Mantenho confiança no atendimento; a gente não pode desistir nunca”, afirma ela. Os cuidados A pressão alta é um dos fatores de risco predominantes no desenvolvimento de doenças cardiovasculares, que, por sua vez, são as principais causas de morte em todo o mundo. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] Embora a hipertensão não tenha cura, possui tratamento e pode ser controlada. O relatório da OMS indica que, se os níveis de tratamento projetados para o país forem alcançados, serão evitadas 365 mil mortes pela doença até 2040. Além dos medicamentos disponíveis, é importante adotar um estilo de vida saudável, com alimentação adequada, atividade física regular e alteração de hábitos relacionados ao fumo e à ingestão de álcool. “É preciso também se atentar a outros fatores de risco, como o diabetes e a obesidade”, pontua a cardiologista Edna Maria de Oliveira. Para encontrar a UBS de referência, basta digitar o CEP no portal InfoSaúde. *Com informações da Secretaria de Saúde do DF
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Restaurantes comunitários fazem campanha de prevenção à pressão alta
Combate à hipertensão ou pressão alta. Esse é o tema da ação de Educação Alimentar e Nutricional (EAN) realizada a partir desta terça-feira (16) nos 14 restaurantes comunitários do DF. O objetivo é conscientizar as famílias em vulnerabilidade social que frequentam as unidades sobre a importância de prevenir a doença e os fatores de risco, como alto consumo de sal, de produtos industrializados e bebida alcoólica. [Olho texto=”“Além de fornecer refeição a um preço acessível à população, também faz parte do Restaurante Comunitário incentivar alimentação saudável e nutricionalmente adequada à população mais vulnerável. Esse é o objetivo das ações mensais de Educação Alimentar e Nutricional. Por isso, pesquisamos sempre assuntos atuais que fazem parte do cotidiano das famílias”” assinatura=”Ana Paula Marra, secretária de Desenvolvimento Social” esquerda_direita_centro=”esquerda”] “A hipertensão é uma doença crônica não transmissível que é multifatorial. Então, é importante adotar uma alimentação mais saudável, com a presença de frutas e hortaliças, associada à redução do consumo do sal, por conta do sódio, além da prática de atividades físicas. Neste mês, devido ao Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, comemorado nesta quarta-feira (17), estamos falando sobre esse tema”, explica a nutricionista do Restaurante Comunitário do Gama, Kássia Lemos. Durante toda esta semana, as 14 unidades prepararam material especial e um mural com dicas de como prevenir a doença e os fatores de risco. “Nesta terça, também entregamos uma amostra de sal de ervas que é uma alternativa muito boa para reduzir o consumo de sódio, já que ele é mais saudável, e ter uma comida bem temperada”, destaca a servidora. Em alguns restaurantes, também estava sendo aferida a pressão arterial. Frequentador do Restaurante Comunitário do Gama há cerca de dez anos, o pintor Antônio Costa, de 63 anos, considera importante trazer esse tema para o dia a dia. “Eu já infartei, fiz três pontes de safena, cirurgia, tomo diversos medicamentos, por causa da pressão alta. Hoje sou consciente. A ideia é muito bacana, porque tem muita gente que é desligada e pensa que está tudo bem, não vai ao médico, não cuida da alimentação”, avalia. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] O cardápio desta terça também é um dos preferidos dos frequentadores dos restaurantes comunitários: frango à moda caipira, com coxa, sobrecoxa cozida, tomate, cebola e quiabo, polenta, arroz, feijão, salada e, de sobremesa, uma melancia. “Além de fornecer refeição a um preço acessível à população, também faz parte do Restaurante Comunitário incentivar alimentação saudável e nutricionalmente adequada à população mais vulnerável. Esse é o objetivo das ações mensais de Educação Alimentar e Nutricional. Por isso, pesquisamos sempre assuntos atuais que fazem parte do cotidiano das famílias”, finaliza a secretária de Desenvolvimento Social, Ana Paula Marra. *Com informações da Sedes-DF
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Oito em cada dez casos de pacientes renais poderiam ser evitados
O Distrito Federal tem a quinta maior incidência de diálise do país, segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia. A capital federal registra 2.280 pessoas que se submetem anualmente a esse procedimento. “Cerca de 150 mil pacientes fazem hemodiálise, consumindo cerca de 10% do orçamento do Ministério da Saúde”, aponta o nefrologista Fábio Ferraz, do Hospital Regional da Asa Norte (Hran). Para ele, esse quadro sinaliza que há uma epidemia no Brasil. “A chave é a prevenção”, alerta. Walisson Costa passou a fazer a diálise peritoneal: “Faço o tratamento enquanto estou dormindo, em casa, com a família” | Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde No calendário de saúde, março é lembrado como o Mês do Rim. De acordo com o nefrologista, se forem controlados hipertensão e diabetes, além do uso abusivo de anti-inflamatórios, o número de pacientes renais tende a diminuir. “Oito em cada dez casos de doenças renais no DF e no país poderiam ser evitados com esses cuidados”, sinaliza. Acompanhamento [Olho texto=”“Diferentemente da hemodiálise tradicional, a versão peritoneal dá mais autonomia para o paciente”” assinatura=”Lizandra Barbosa Carvalho, referência técnica distrital em nefrologia” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Em 2022, a Secretaria de Saúde (SES) efetuou cerca de 50 mil consultas nefrológicas e 21.763 sessões de hemodiálise. Para evitar que essa lista aumente, a médica Lizandra Barbosa Carvalho, referência técnica distrital em nefrologia, lembra que os pacientes com diabetes e hipertensão devem fazer acompanhamento nas unidades básicas de saúde (UBSs), responsáveis pelo atendimento e tratamento do quadro clínico renal. “Alguns dos principais exames para a detecção precoce são a dosagem de creatinina no sangue e o exame de urina simples; de baixo custo, evitam os agravos da doença e, consequentemente, permitem melhor qualidade de vida ao paciente”, indica a nefrologista. Sintomas como náusea, vômito, baixo apetite, períodos de confusão mental e cãibras podem ser relacionados ao desequilíbrio da ureia. Além desses, a médica reforça que as pessoas devem prestar atenção à presença de espuma na urina. “Isso acontece porque o órgão, que atua como um filtro, está deixando passar proteína”, esclarece. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Diálise peritoneal Walisson Farias Costa, 20, morador de Planaltina, foi diagnosticado com infecção renal que evoluiu para a perda da função do órgão. Após oito meses de sessões de hemodiálise no Hran, ele passou para a diálise peritoneal. “Faço o tratamento enquanto estou dormindo, em casa, com a família”, conta. “É bem melhor, pois a hemodiálise deixa a gente muito enjoado e cansado”. Walisson quer continuar estudando e sonha em fazer um curso de farmácia até conseguir um transplante. Segundo a médica, o tratamento peritonial é uma opção estratégica, porém ainda subutilizada no país, mesmo estando disponível no SUS e tendo cobertura de planos de saúde. Atualmente, dos 145 mil pacientes em terapia renal substitutiva, apenas 6% fazem a diálise peritoneal. A SES possui contrato com sete clínicas de terapia renal, com 1.001 vagas para hemodiálise e 500 para diálise peritoneal – tratamento que, de acordo com Lizandra, é feito por 20% das pessoas do DF com problemas renais. “Diferentemente da hemodiálise tradicional, a versão peritoneal dá mais autonomia para o paciente”, resume. *Com informações da Secretaria de Saúde
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Atendimento em diabetes e hipertensão no DF é referência nacional
Redução de 19% de internações relacionadas ao diabetes e de 24% por conta da hipertensão. Queda de 60% no número de pacientes com complicações causadas pelas doenças crônicas e menos internações nos hospitais. Os resultados registrados pelo Centro de Atenção ao Diabetes e Hipertensão (CADH), no Paranoá, credenciaram a unidade a se tornar um centro colaborador do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). Profissionais de todo o Brasil passarão a acompanhar de perto o trabalho desenvolvido por servidores da Região Leste de Saúde do DF. Quando o paciente dá entrada no CADH, são realizadas consultas em sequência com médico, fisioterapeuta, nutricionista, assistente social, psicólogo, enfermeiro e farmacêutico, além de verificações imediatas sobre complicações, como o pé diabético | Fotos: Sandro Araújo/Agência Saúde “O reconhecimento do CADH como centro de treinamento só se deu porque o local tem um acolhimento diferenciado, completo”, afirma a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio. A gestora se refere ao atendimento que é feito em uma só visita na unidade. Quando o paciente dá entrada, são realizadas consultas em sequência com médico, fisioterapeuta, nutricionista, assistente social, psicólogo, enfermeiro e farmacêutico, além de verificações imediatas sobre complicações, como o pé diabético. “No modelo tradicional o paciente ficaria em listas diferentes de espera. Nesse modelo a gente consegue garantir o atendimento em suas diferentes necessidades”, explica a enfermeira Jane Franklin, diretora de Atenção Especializada da Região Leste de Saúde do DF. “Convivi com uma diabetes muito brava. Foi o carinho dessas pessoas daqui que me renovou”, diz Flávio Luiz de Moraes, 59 anos, um dos 1.300 pacientes do CADH Esse acompanhamento constante e diferenciado é elogiado por Flávio Luiz de Moraes, de 59 anos, um dos 1.300 pacientes do CADH. “Eu sou fruto desse trabalho. Convivi com uma diabetes muito brava. Foi o carinho dessas pessoas daqui que me renovou. Só tenho que agradecer”, diz. Desde que foi iniciado a nova metodologia de trabalho, também não foram registrados na área casos de pacientes que sofreram amputações por conta da diabetes. [Olho texto=”“Essa excelência alcançada na Região Leste vai ser propagada na rede pública de saúde do DF”” assinatura=”Lucilene Florêncio, secretária de Saúde” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Esse trabalho de gestão feito no CADH é resultado de um projeto muito maior. Na realidade, a linha de cuidados envolve desde as unidades básicas de saúde (UBSs) até o Hospital da Região Leste (HRL). Esse processo de trabalho é conhecido como planificação, e o projeto-piloto foi iniciado em 2016 na Região de Saúde Leste, uma área que compreende uma população total de 340 mil pessoas das regiões administrativas do Paranoá, Itapoã, São Sebastião, Jardins Mangueiral e Jardim Botânico. Uma das principais etapas é o matriciamento, quando servidores especializados em diabetes e hipertensão fazem treinamentos para os colegas das 28 UBSs da região de saúde. Isso permite que casos mais simples sejam acompanhados localmente, com a vantagem de ser até mais perto da residência dos usuários, e somente os mais complexos sigam para o CADH. Ao fim, o foco é reduzir a procura direta ao hospital, bem como diminuir o agravamento de casos, levando a internações hospitalares que podem ser evitadas. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] A estruturação das redes de atenção, o acolhimento dos usuários e o correto direcionamento dos serviços serão parte do treinamento a ser ofertado aos servidores dos estados que vierem conhecer o trabalho desenvolvido no DF. “Isso permite alcançar resultados positivos, não só do ponto de vista sanitário, de indicadores, mas também do ponto de vista de satisfação dos usuários e dos servidores”, acrescenta o superintendente da Região Leste de Saúde, Sidney Sotero Mendonça. O projeto de planificação começou em 2016 com treinamento das equipes tanto da Atenção Primária quanto da Atenção Secundária, com apoio do Conass e assistência técnica do Hospital Israelita Albert Einstein, do Hospital Beneficência Portuguesa e do Ministério da Saúde. “Isso é resultado de um trabalho diário de uma equipe que se reúne para atualização científica, para atualização de rede e para mapeamento e melhoria de processos”, finaliza Jane Franklin. Segundo a secretária de Saúde, a proposta, agora, é ampliar a planificação para outras regiões de saúde. “Essa excelência alcançada na Região Leste vai ser propagada na rede pública de saúde do DF”, pontuou Lucilene Florêncio. *Com informações da Secretaria de Saúde
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Novembro Azul destaca cuidado com a saúde masculina
“Eu só venho se for para tomar vacina ou se estiver doente”. A frase do contador Tiago Cerbele revela uma falta de cuidado ainda presente na vida dos homens adultos. Aos 37 anos, ele nunca fez o acompanhamento necessário após uma cirurgia bariátrica, não se submete a um exame de sangue desde 2019 e vive na tentativa de driblar as dores das pedras nos rins. “Só vou ao hospital quando ataca”, relata. O contador Tiago Cerbele admite: “Eu só venho [a uma unidade de saúde] se for para tomar vacina ou se estiver doente” | Foto: Divulgação/Agência Saúde O morador da Asa Norte faz o relato dentro de uma unidade básica de saúde (UBS), enquanto aguarda uma consulta da esposa. A fala reflete os números da Secretaria de Saúde (SES): de 1,6 milhão de consultas realizadas entre janeiro e outubro nas 174 UBSs do Distrito Federal, só 33,5% foram para atender homens. O índice cai para 27,5% quando se refere aos procedimentos de avaliação antropométrica (peso e altura) e aferição da pressão arterial. Os dados são relativos às pessoas com pelo menos 19 anos, o que reitera outra situação relatada por Tiago Cerbele: “Do meu filho, eu cuido. É de madrugada, é a hora que for preciso. Só não cuido de mim”. [Olho texto=”“Os homens procuram menos a prevenção. Geralmente só buscam os hospitais quando as doenças já se instalaram”” assinatura=”Álvaro Canuto, médico urologista, referência técnica distrital (RTD) da área na Secretaria de Saúde” esquerda_direita_centro=”direita”] É para alertar homens como Tiago que a campanha Novembro Azul foi criada. O objetivo agora vai além do cuidado com o câncer de próstata; alerta para a saúde masculina de maneira integral. “Os homens procuram menos a prevenção. Geralmente só buscam os hospitais quando as doenças já se instalaram”, afirma o médico urologista Álvaro Canuto, referência técnica distrital (RTD) da área na Secretaria de Saúde. O médico explica que a campanha Novembro Azul tem sido bem-sucedida, registrando um aumento do número de homens em busca de prevenção contra o câncer de próstata, o mais comum no Brasil e o segundo em termos de letalidade, com 15.983 óbitos registrados no país em 2019, segundo o Ministério da Saúde. O consultório do urologista, muitas vezes, acaba sendo o primeiro contato desse público com um profissional de saúde em muitos anos. “Torna possível ao urologista cuidar de toda a saúde do homem”, afirma Canuto. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] Não é necessário, contudo, ir direto a esse profissional. O subsecretário de Atenção Integral à Saúde, Maurício Fiorenza, explica que a rede de UBSs está preparada para oferecer diagnóstico, tratamento e acompanhamento dos homens em várias áreas, como saúde reprodutiva e mental. “Lá, o homem vai ser acolhido por um profissional de saúde que vai fazer uma avaliação”, acrescenta. Se necessário, o paciente é encaminhado a centros especializados de saúde, onde podem ser tratadas doenças também comuns entre o público masculino, como diabetes e hipertensão. Tanto na zona urbana quanto nas rurais, o DF é dividido em áreas de responsabilidade de cada UBS. É possível saber qual a sua unidade de referência a partir do seu CEP, no site Busca Saúde DF. Programação Ao longo do mês, unidades de saúde das regiões oeste, sul e norte estarão decoradas e realizarão ações que vão de palestras a distribuição de preservativos. Entre as atividades, destacam-se ainda bate-papo, testagem de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), oferta de exames e palestras sobre vários temas relacionados à saúde. Práticas integrativas de saúde serão oferecidas nesta quinta (9) e nos dias 16, 23 e 30, ao longo do expediente das unidades. Confira, abaixo, as demais atividades programadas para este mês. 12 de novembro Palestra sobre saúde do homem Local: Fazenda Macaxeira (equipe da UBS 15 de Planaltina) Endereço: Núcleo Rural Rio Preto Horário: 8h às 12h 16, 23 e 30 de novembro Práticas integrativas em Saúde Local: UBS 3 Ceilândia Endereço: QNM 15 – Área Especial Horário: 8h às 12h 16 de novembro Bate-papo, testagem IST e solicitação de exames Local: UBS 2 Gama Endereço: AE 11, St. Sul Quadra 11 Horário: 14h 17 de novembro Aconselhamento, testes e solicitação de exames Local: GSAP 1 Gama Endereço:Q 6, A/E, Setor Sul Horário: 9h às 11h e 15h às 17h 17 de novembro Palestras e coleta de PSA Local: Centro Eduacional Taquara – Planaltina Endereço: Caixa Postal Comunitária rodovia DF-410, km 8, Núcleo Rural Taquara (acesso pela BR-020, a 10km de Planaltina) Horário: 19h 18 de novembro Aconselhamento, testes e solicitação de exames Local:UBS 11 Gama Endereço: EQ 12/16, AE, Setor Oeste Horário: 8h às 18h 19 de novembro Bate papo, acupuntura e bingo Local: UBS 5 Sobradinho – Basevi Endereço: Área Especial 01, Lote 01, Associação de Moradores, Vila Basevi Horário: 8h às 12h 19 de novembro Palestra sobre saúde do homem Local: Fazenda Sabugi (equipe da UBS 15 de Planaltina) Endereço: Núcleo Rural Rio Preto Horário: 8h às 12h 21 de novembro Palestra sobre diabetes Local: UBS 7 Ceilândia Endereço: QNO 10 Área Especial D, E Hoário: 8h 23 de novembro Palestra sobre autocuidado Local: UBS 17 Ceilândia Endereço: EQNP 16 /20 – Área Especial E, F Horário: 9h 23 de novembro Palestras e prevenção do câncer bucal Local: UBS 1 Santa Maria Endereço: QR 207/307 Conjunto T Horário: 8h 23 de novembro Bate-papo sobre autocuidado, solicitação de exames e testes de ISTs Local: UBS 1 Ceilandia Endereço: QNP 7/11 Área Especial. Horário: 8h 24 de novembro Palestra sobre câncer de próstata Local: UBS 11 Ceilândia Endereço: QNO 17/18 Área Especial 1 Horário: 14h 25 de novembro Tai Chi Chuan, palestras, atendimento, testagem e auriculoterapia Local: UBS 7 Santa Maria Endereço: Av. Brigadeiro Pinto de Moura, S/N, Área Especial, Santos Dumont Horário: 8h às 16h30 26 de novembro Palestra sobre saúde do homem Local: Vila Coperbrás (equipe da UBS 15 de Planaltina) Endereço: Núcleo Rural Rio Preto Horário: 8h às 12h 29 de novembro Palestra sobre HIV, sífilis e hepatite Local: UBS 15 Ceilândia Endereço: QNR 2 – Área Especial 12 Horário: 9h *Com informações da Secretaria de Saúde do DF
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Distrito Federal tem a quinta maior incidência de diálise do país
[Olho texto=”“Os rins são responsáveis por manter o nosso sangue em equilíbrio, sem acúmulo de toxinas, além de auxiliar na produção de hormônios” – Lizandra Caroline Barbosa Carvalho, médica referência técnica distrital em nefrologia” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”] O Distrito Federal tem a quinta maior incidência de diálise do país, de acordo com os dados do censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia. A capital registra 737 pacientes por milhão de habitantes, o que totaliza 2.280 pessoas em tratamento. Os hospitais da rede pública daqui são procurados por pacientes de outras unidades da Federação em busca do procedimento. O relatório aponta que, dos 44.037 pacientes em diálise no Brasil, 33.040 são atendidos pelo Sistema Único de Saúde, o SUS. As principais causas de diálise no Brasil são doenças como hipertensão e diabetes, que impactam no funcionamento do rim, traz o documento. No calendário de saúde, março também é lembrado como mês do rim. A médica referência técnica distrital em nefrologia, Lizandra Caroline Barbosa Carvalho, alerta para a importância de fazer o acompanhamento da função renal em pacientes diagnosticados com as duas doenças. Os hipertensos e diabéticos, ou que tenham histórico familiar, devem fazer exames rotineiros ao menos uma vez por ano. Os leitos ambulatoriais para hemodiálise, que também são ocupados por pacientes de outros estados, registram um total de 2.280 pessoas em tratamento no Distrito Federal | Foto: Geovana Albuquerque / Arquivo – Agência Saúde DF A nefrologista explica que “os rins são responsáveis por manter o nosso sangue em equilíbrio, sem acúmulo de toxinas, além de auxiliar na produção de hormônios”. Ela alerta que a complicação renal é uma doença silenciosa, como diabetes ou hipertensão. “Quando se tem algum sintoma de alteração da função, já é significativo.” Sintomas como náusea, vômito, baixo apetite, períodos de confusão mental e cãibras podem ser relacionados ao desequilíbrio da ureia. Além desses, a médica reforça que as pessoas devem prestar atenção na presença de espuma na urina. “Isso acontece porque o órgão, que atua como um filtro, está deixando passar proteína”, esclarece a especialista. A médica ainda reforça a importância de fazer acompanhamento para quem adota uma dieta baseada no consumo excessivo de proteína ou com suplementação. “Os atletas que fazem suplementação e dieta hiperproteica precisam fazer acompanhamento e cuidar para que não tenha repercussão nos rins.” [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Ela ainda destaca que o uso de anti-inflamatório e o cigarro devem ser evitados. Lizandra lembra da importância da prática de atividade física, do controle da pressão arterial e da diabetes, de manter boa hidratação e alimentação saudável. Os exames de controle podem ser feitos pela rede pública. Para isso, é necessário marcar com um médico na Unidade Básica de Saúde (UBS) para checar pressão, glicemia e a função renal. *Com informações da Secretaria de Saúde do DF
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GDF oferece atendimento multidisciplinar no controle da hipertensão
[Numeralha titulo_grande=”” texto=”A hipertensão afeta mais de 30% da população adulta do mundo, o que corresponde a um bilhão de pessoas” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Quando procurou atendimento no Centro Especializado em Diabetes, Obesidade e Hipertensão (CEDOH), na Asa Norte, Edinalva Damásio sentiu que corria riscos. Era março de 2021 e sua pressão arterial batia nos 180×120 mmHg (ou 18×12). Apesar de já tomar remédios para controlar a alta tensão gerada do sangue bombeado na parede de suas artérias, a empregada tinha uma vida alimentar desregrada. Aos 36 anos, bebia regularmente, não seguia dieta nem se exercitava. Até que decidiu virar o jogo e investir para valer em um tratamento da hipertensão. Apesar de já tomar remédios para controlar a alta tensão gerada do sangue bombeado na parede de suas artérias, Edinalva Damásio tinha uma vida alimentar desregrada | Foto: Lúcio Bernardo Jr/ Agência Brasília Nesta segunda-feira (17), celebra-se o Dia Mundial da Hipertensão, doença para qual o Governo do Distrito Federal (GDF) oferece atendimento no tratamento e na prevenção. A hipertensão afeta mais de 30% da população adulta do mundo, o que corresponde a um bilhão de pessoas. É o principal fator de risco para doenças cardiovasculares – especialmente coronariana e acidente vascular cerebral – doença renal crônica, insuficiência cardíaca, arritmia e demência. O Centro Especializado em Diabetes, Obesidade e Hipertensão (CEDOH), na Asa Norte, é especializado no atendimento e tratamento da hipertensão | Foto: Lúcio Bernardo Jr/ Agência Brasília As orientações para evitar a pressão alta são simples, mas nem sempre fáceis de serem seguidas por exigir mudanças de hábito: reduzir o consumo de sal, ter uma dieta mais rica em frutas e verduras, praticar atividades físicas e parar de fumar. “Ainda antes de desenvolver esse problema, o importante transformar o estilo de vida e obter costumes saudáveis, impondo-se, muitas vezes, a algumas restrições”, alerta a médica responsável pelo serviço de Hipertensão Arterial do CEDOH, Máira Polshera. [Olho texto=”A partir do momento que a hipertensão é identificada, o primeiro acompanhamento é feito na Unidade Básica de Saúde (UBS) por meio da equipe de Saúde da Família” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”] Esse é o caso da Edinalva, que reduziu drasticamente o consumo de bebidas alcoólicas, cortou os churrascos constantes nos fins de semana e passou a fazer caminhadas de até 50 minutos por dia. Em um mês ela perdeu 3 kg e voltou a ser atendida na UBS, já que não requer mais as demandas necessárias ao alto risco como do CEDOH. “O atendimento médico abriu minha mente de que algo sério poderia acontecer comigo se eu não me cuidasse. Tenho duas filhas para criar, como elas ficariam sem mim?”, preocupa-se ela, que mora em Planaltina e recebe dois medicamentos de graça pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Onde buscar ajuda [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] A partir do momento que a hipertensão é identificada, o primeiro acompanhamento é feito na Unidade Básica de Saúde (UBS) por meio da equipe de Saúde da Família. Pacientes de alto risco cardíaco, com hipertensão resistente e uso de mais de três classes de medicamentos são encaminhados aos centros especializados. Gestantes hipertensas e casos suspeitos de hipertensão secundária – causada por outras doenças – também são atendidos por lá. Quinze práticas integrativas são oferecidos nos centros especializados como o da Asa Norte: acupuntura; arteterapia; automassagem; fitoterapia; homeopatia; Lian Gong; medicina e terapias antroposóficas; meditação; musicoterapia; reiki; shantala; tai chi chuan; terapia comunitária integrativa; técnica de redução de estresse; e Yoga. Com a pandemia, as aulas coletivas foram suspensas e algumas são oferecidas on-line.
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Começa a distribuição de sensores para medir glicose de diabéticos
Aparelho que faz leitura do sensor armazena dados glicêmicos dos últimos 90 dias | Foto: Breno Esaki / Agência Brasília Os primeiros pacientes com diabetes tipo 1 começaram a receber, nesta sexta-feira (11), sensores para monitorar a glicose, com expectativa de que até 300 pessoas sejam beneficiadas nos próximos meses. A inovação substitui as picadas no dedo, o que dá mais qualidade de vida e conforto aos usuários. A tecnologia pioneira no Sistema Único de Saúde (SUS) começou a ser distribuída no Centro Especializado em Diabetes, Obesidade e Hipertensão (Cedoh), em atividade que contou com a presença do secretário de Saúde, Osnei Okumoto. O gestor visitou as instalações da unidade e acompanhou a primeira paciente do Distrito Federal a receber o sensor. Foi a pequena Maria Heloísa, de quatro anos, que desde os seus sete meses precisa tomar insulina. Ela teve o dispositivo colocado no braço pela equipe de saúde do Cedoh, que no mesmo instante testou o equipamento. [Olho texto=”“Quero agradecer a toda a equipe por esse grande presente. Não só por isso, mas por me ajudarem desde os quatro anos de idade”” assinatura=”Rafael Martins, estudante de 14 anos, paciente do Cedoh” esquerda_direita_centro=”centro”] O sensor é pequeno, descartável e à prova d’água. O aparelho fica constantemente no braço do paciente por 14 dias, preso por um adesivo. Por meio de um aparelho recarregável é feita a leitura para transmitir, a distância, os dados ao médico. Já na primeira hora de uso os pacientes podem checar a sua glicose. Segundo a mãe da Maria Heloísa, Lidiane Blird, a nova tecnologia será um alento para sua filha. “Ela não gosta de medir a glicemia com a picada no dedo. Chora muito e pede até socorro. Com o sensor, vai ser muito melhor para ela. Daqui para frente, a medição da glicose vai ser muito mais fácil e tranquila”, comemora Lidiane. [Olho texto=”“Em meio a todas as dificuldades da pandemia, podemos oferecer à população diabética uma forma de melhorar seu controle glicêmico e evitar que tenham uma complicação crônica”” assinatura=”Eliziane Leite, referência técnica em Endocrinologia e Diabetes” esquerda_direita_centro=”centro”] Outro beneficiado foi o estudante Rafael Maciel, 14 anos. Desde criança ele frequenta o Cedoh para tratar a diabetes, assim como sua irmã, Ana Vitória Maciel, que também tem a doença. Ambos receberam o aparelho no dia. “Quero agradecer a toda a equipe por esse grande presente. Não só por isso, mas por me ajudarem desde os quatro anos de idade”, recorda Rafael. Presente de Natal Para a Referência Técnica Distrital (RTD) em Endocrinologia e Diabetes da Secretaria de Saúde, Eliziane Leite, a entrega dos aparelhos é uma espécie de “presente de Natal” aos pacientes e profissionais do setor, que aguardavam há três anos pela oportunidade de implementar essa tecnologia. Uma nota técnica já foi publicada pela pasta sobre o uso do aparelho. A pequena Maria Heloísa foi a primeira paciente a receber os sensores para monitorar glicemia | Foto: Breno Esaki / Agência Brasília “Em meio a todas as dificuldades da pandemia, podemos oferecer à população diabética uma forma de melhorar seu controle glicêmico e evitar que tenham uma complicação crônica. É oferecer uma forma de tratar a diabetes com muito mais segurança e garantia de resultado”, destaca Eliziane. Mais funcionalidades Além da glicemia do momento, o sistema também informa a tendência de glicose, demonstrada no leitor pelo sinal de uma seta. É capaz, ainda, de armazenar os dados glicêmicos dos últimos 90 dias. Os pacientes devem fazer, no mínimo, sete escaneamentos ao longo do dia, realizados de forma simples e prática. “Essa tecnologia traz um conforto maior nas atividades do dia a dia. Na hora que faz a leitura, ainda determina se a glicemia tende a aumentar, mostrando qual a taxa normal naquele momento. Isso que é o mais importante: a comodidade e qualidade de vida que o paciente vai ter”, explica Osnei Okumoto. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Para a gerente do Cedoh, Alexandra Rubim, o uso constante do equipamento vai impactar até mesmo na forma como o paciente confere sua glicemia. “Ele percebe quando tem mais hipoglicemia, se está mais dentro da meta, ou não. Isso faz com que se sintam mais motivados a melhorar, escanear mais, fazer um melhor autocontrole”, garante. Entregas em sequência Em um primeiro momento, os aparelhos serão entregues tanto no Cedoh quanto no ambulatório localizado no Hospital Regional de Taguatinga (HRT). A expectativa é de que, com o tempo, outros ambulatórios do DF para tratar diabéticos também possam entregar os aparelhos com a tecnologia. “Qualquer paciente com diabetes tipo 1 atendido por ambulatórios das redes pública e privada, que esteja dentro dos critérios de uso, poderá ter acesso aos sensores”, informa Eliziane Leite. Paciente do Cedoh há anos, o estudante Rafael Maciel agradeceu a equipe pela entrega dos sensores | Foto: Breno Esaki / Agência Brasília Por enquanto, a prioridade tem sido para os casos mais críticos, além de gestantes e crianças de até sete anos, por serem mais sensíveis à doença e correrem mais riscos. “Essa população é a que mais sofre com esse diagnóstico. Por isso priorizamos aqueles que precisam receber essa tecnologia primeiro”, informa a especialista. De acordo com ela, os pacientes já estão sendo selecionados para receber os primeiros sensores. No futuro, o objetivo é alcançar cerca de 750 pacientes, a depender da dinâmica e do uso adequado e responsável dos sensores. Os que possuem diabetes tipo 1 foram escolhidos para receber os sensores por apresentarem um quadro mais complexo de tratamento. Normalmente são pacientes que precisam aplicar insulina até quatro vezes por dia, além de monitorar por mais vezes as taxas de glicemia no sangue – diferentemente daqueles com diabetes do tipo 2, que começam o tratamento à base de comprimidos, que são ministrados por anos. Primeiro passo O acesso inicial da população será pela Atenção Secundária. Nas unidades, o médico endocrinologista responsável pelo paciente identifica a necessidade e se o caso está dentro dos critérios de inclusão para uso desses aparelhos. Em caso positivo, o profissional de saúde responde ao questionário eletrônico e preenche um relatório. Em seguida o paciente encaminha esses documentos para análise, por e-mail, e aguarda até que ele seja selecionado. Quando for chamado, o paciente deverá participar de reuniões educativas sobre a funcionalidade do aparelho. Nesta etapa do processo, deve assinar um termo de compromisso para só então buscar os sensores no Cedoh e no HRT, aparelhos que deverão ser trocados a cada 14 dias. * Com informações da Secretaria de Saúde
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Servidores são treinados para atender pacientes
Termina nesta sexta-feira (29) a preparação de servidores do Distrito Federal e de outros estados para colocar em operação o Modelo de Atenção às Condições Crônicas, a partir do desenvolvimento da assistência, educação, supervisão e pesquisa. O Centro de Atenção em Diabetes e Hipertensão (CADH) da Região de Saúde Leste, que atende crianças, adolescentes e adultos, é considerado modelo para o projeto de Planificação da Atenção Ambulatorial Especializada. O treinamento dos analistas da tutoria de Atenção Ambulatorial Especializada (AAE) do PlanificaSUS está ocorrendo no Espaço Saúde do CADH/CADHIn, na Policlínica do Paranoá. O objetivo é preparar os analistas de Tutoria do PlanificaSUS para capacitar os profissionais dos ambulatórios de outros estados. Participam do encontro servidores de vários estados, entre eles Sergipe, Pernambuco, Bahia, Rio Grande do Norte e Amazonas para utilizar o Modelo de Atenção às Condições Crônicas. Prática assistencial “Este é um momento projetado para instrumentalizar os tutores de vivências da prática assistencial, acompanhando o atendimento junto aos servidores e usuários do CADH e CADHin, com supervisão das equipes do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e da Sociedade Beneficente Israelita Albert Einstein”, ressalta a superintendente da Região de Saúde Leste, Raquel Beviláqua. Desenvolvida pelo Conass, a Planificação da Atenção à Saúde (PAS) é um instrumento de gestão e organização da Atenção Primária à Saúde (APS) e da Atenção Ambulatorial Especializada (AAE), que apoia o corpo técnico gerencial das secretarias estaduais e municipais de Saúde na organização de seus micros e macroprocessos. Foto: Dislley Neves/Saúde-DF
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