Hran inaugura unidade pioneira de cirurgia bariátrica no DF
Governo do Distrito Federal · HRAN INAUGURA UNIDADE PIONEIRA DE CIRURGIA BARIÁTRICA NO DF O Hospital Regional da Asa Norte (Hran) inaugurou, nesta quarta-feira (21), um espaço especializado no atendimento a pacientes de cirurgia bariátrica. A inauguração contou com a presença da primeira-dama Mayara Noronha Rocha, do presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) no DF, Aristotenis Cruz e do superintendente da Região de Saúde Central, Paulo Roberto da Silva, entre outras autoridades. Novas instalações apresentam estrutura para atender pacientes com obesidade | Foto: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde A Unidade de Cirurgia Bariátrica é pioneira no Sistema Único de Saúde (SUS) do Distrito Federal e vai oferecer atendimento humanizado e estrutura dedicada a pacientes com obesidade. “Estima-se que, em alguns anos, 48% da população terá sobrepeso ou obesidade”, lembrou o secretário de Saúde, Juracy Cavalcante. “Esse cenário pressiona o sistema público. Por isso, é fundamental oferecer um atendimento especializado e humanizado como esse que estamos inaugurando hoje”. Responsável técnica pelo serviço no Hran, a médica Ana Carolina Fernandes avaliou: “Com essa nova estrutura, o paciente vai chegar aqui e saber exatamente onde será acolhido. Tudo foi pensado para oferecer um atendimento mais acolhedor”. A vice-governadora Celina Leão também comemorou a novidade: “A Unidade de Cirurgia Bariátrica do Hran é uma conquista que vai nos ajudar a ampliar o atendimento desses pacientes, promovendo melhorias na saúde e na qualidade de vida, ao mesmo tempo que vai nos ajudar a desafogar a rede pública de saúde”. Nova estrutura "É fundamental oferecer um atendimento especializado e humanizado como esse que estamos inaugurando hoje", afirma o secretário de Saúde, Juracy Cavalcante A Unidade de Cirurgia Bariátrica do Hran conta com seis consultórios que serão utilizados por uma equipe multiprofissional composta por nove cirurgiões, dois psicólogos, uma endocrinologista, duas técnicas de enfermagem e três nutricionistas. O espaço foi equipado com 16 cadeiras especiais para pessoas com obesidade, além de armários e ares-condicionados, proporcionando mais conforto e acessibilidade. “Eu dependia dos outros até para tomar banho”, relatou a paciente Sandra Regina da Costa, 59 anos, que aguarda para ser submetida à cirurgia bariátrica. “Agora tenho esperança. Esse novo espaço é maravilhoso e vai ajudar muita gente que espera a cirurgia.” Cirurgias Desde 2008, o serviço bariátrico já atendeu mais de mil pessoas, promovendo qualidade de vida antes e após o procedimento. Em 2024, foram feitas cerca de 80 cirurgias bariátricas, e, neste ano, 20. Mensalmente são realizados mais de 700 atendimentos de pacientes de pré e pós-operatório. [LEIA_TAMBEM]“Hoje entregamos mais do que estrutura; entregamos acolhimento e esperança”, enfatizou o diretor do Hran, Paulo Henrique Cordeiro. “A verdadeira transformação começa de dentro, e acreditamos em cada paciente que passa por aqui.” A porta de entrada para o serviço são as 176 unidades básicas de saúde (UBSs) da Secretaria de Saúde (SES-DF), que já oferecem acompanhamento a pessoas acima do peso indicado. Constatada a necessidade, o paciente é encaminhado às unidades especializadas, como o Centro de Atenção ao Diabetes e Hipertensão Adulto (Cadh) e o Centro Especializado em Obesidade, Diabetes e Hipertensão (Cedoh). Se houver indicação para a cirurgia bariátrica, a pessoa é atendida pela equipe do Hran. *Com informações da Secretaria de Saúde
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Médica cria o primeiro banco genético da rede pública do DF e transforma diagnóstico de doenças raras
Há mais de 30 anos, quando o conhecimento sobre genética médica ainda era incipiente no Brasil, a médica Maria Teresinha Cardoso decidiu apostar em um caminho visionário. Foi ela quem criou, em Brasília, o primeiro banco genético da Secretaria de Saúde (SES-DF), revolucionando o atendimento neonatal na capital federal. A geneticista Maria Teresinha Cardoso lembra o tempo em que inaugurou o laboratório de citogenética no Hospital de Base: “A gente batia na porta de todos os deputados para modernizar o serviço” | Foto: Arquivo pessoal Pioneira na implantação e divulgação do teste do pezinho na rede pública, a geneticista foi responsável por levar a triagem neonatal a outro patamar. Hoje, o exame permite o diagnóstico precoce de até 62 doenças raras em recém-nascidos — o que representa um passo decisivo para o início imediato de tratamentos, a redução de sequelas e a prevenção de mortes evitáveis. “É um serviço muito importante para a história do Hospital de Apoio de Brasília [HAB] e para o fortalecimento das políticas públicas do país”, afirma Maria Teresinha, que se aposentou em 2024, mas segue atuando como voluntária na unidade hospitalar, considerada referência no tratamento de doenças raras. Formada pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP), a médica chegou a Brasília em 1973, quando a genética ainda não fazia parte da estrutura do sistema de saúde local. Começou sua trajetória na SES-DF como patologista clínica, mas nunca abandonou sua paixão pela genética, despertada ainda na graduação, quando foi orientada pela renomada pesquisadora Iris Ferrari, da Universidade de Brasília (UnB), referência internacional na área. Pioneirismo Cerimônia, na próxima segunda (26), vai homenagear Maria Teresinha, cuja dedicação e visão foram essenciais para a criação e consolidação da Unidade de Genética da SES-DF A dedicação ao tema levou Maria Teresinha a montar, do zero, um pequeno ambulatório de genética no Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib), que mais tarde se tornaria referência em malformações congênitas. Foi também no Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) que ela implantou um sofisticado laboratório de citogenética — técnica capaz de identificar alterações nos cromossomos e diagnosticar doenças genéticas complexas, abortamentos de repetição e casos de infertilidade. O laboratório, considerado de ponta para a época, cresceu com esforço e persistência. “A gente batia na porta de todos os deputados para modernizar o serviço”, lembra a médica. Com o tempo, vieram microscópios de alta definição, computadores acoplados e softwares que ampliam os cromossomos na tela, reduzindo o tempo e aumentando a precisão das análises. Nos últimos anos, os investimentos superaram R$ 2 milhões. [LEIA_TAMBEM]Excelência no país Desde então, mais de 10 mil exames foram realizados, ajudando famílias a obter diagnósticos antes inacessíveis. Crianças que antes viveriam sem respostas passaram a ter acesso a tratamentos adequados. Em 2007, a SES-DF promoveu o primeiro concurso para médicos geneticistas e criou a residência em genética médica, formando novos especialistas na área. Em 2013, foi criada a Coordenação de Doenças Raras da Secretaria de Saúde; em 2016, o HAB foi reconhecido como centro de referência em doenças raras no país; e em 2019, o Hmib também recebeu o mesmo reconhecimento. Homenagem Maria Teresinha celebra a evolução tecnológica que acompanhou de perto, como o projeto Genoma Humano, que identificou os genes humanos em tempo recorde: “Foi uma revolução. Houve um salto no diagnóstico e na prevenção de doenças, com agilidade e redução de custos”. Casada com médico e mãe de quatro filhos — três também médicos e um engenheiro —, ela vê com orgulho o impacto de sua trajetória na saúde pública do DF. Na próxima segunda-feira (26), Maria Teresinha será homenageada no auditório do HAB. A cerimônia reconhece a contribuição fundamental da servidora, cuja dedicação e visão foram essenciais para a criação e consolidação da Unidade de Genética da SES-DF. Seu legado segue inspirando gerações e transformando vidas. *Com informações da Secretaria de Saúde
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GDF e Neoenergia assinam acordo para instalação de posto de abastecimento com hidrogênio verde
O Governo do Distrito Federal (GDF) e a Neoenergia assinaram, nessa quarta-feira (21), um acordo para a instalação de uma usina de hidrogênio verde (H2 verde) que funcionará como posto de abastecimento para veículos movidos a hidrogênio. O projeto é pioneiro e prevê o investimento de aproximadamente R$ 30 milhões por parte da empresa de energia elétrica, sem qualquer repasse do governo. Durante a assinatura do memorando, o governador Ibaneis Rocha lembrou que o acordo é importante para a construção de um futuro sustentável | Foto: Renato Alves/Agência Brasília “Iniciativas que trabalham a redução de emissões de gases de efeito estufa são bem-vindas” Governador Ibaneis Rocha Os recursos são referentes ao Programa de Pesquisa e Desenvolvimento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O memorando foi assinado pelo governador Ibaneis Rocha e pelos gestores da Neoenergia, durante reunião no Palácio do Buriti. A previsão é que o posto de abastecimento seja inaugurado em 2025, em um terreno da Neoenergia no Pistão Norte, em Taguatinga. Segundo o governador Ibaneis Rocha, o acordo é de grande importância para o Distrito Federal no trabalho de transição energética e a construção de um futuro mais sustentável. “Iniciativas que trabalham a redução de emissões de gases de efeito estufa são bem-vindas”, afirmou. “É o caso dessa usina que vai ser instalada no Distrito Federal. Com ela, atuamos na sustentabilidade ambiental e trabalhamos a descarbonização do transporte. É um projeto grandioso e pioneiro para a cidade”. Energia renovável O ponto de abastecimento receberá energia renovável que, proveniente de uma usina fotovoltaica de 150 kWp, poderá abastecer veículos leves, industriais e comerciais, além de pesados, como ônibus e caminhões. O abastecimento diário da usina poderá atender, por exemplo, um ônibus com 100% da capacidade (400 km de autonomia) mais um empilhadeira ou oito veículos leves e uma empilhadeira. Segundo a Neoenergia, a escolha por Brasília se deu pelo fato de a capital ser um polo econômico-político relevante no cenário nacional e ter uma história forte atrelada ao transporte automotivo. Novo mercado “O Brasil já conta com a infraestrutura necessária para viabilizar novos projetos que contam com fontes de energia renovável, como o hidrogênio verde”, lembrou o CEO da Neoenergia, Eduardo Capelastegui. “O país caminha para o estabelecimento de um ambiente jurídico e regulatório seguro para que as empresas possam avançar em seus planos de investimento e desenvolver este mercado no país.” A Neoenergia explicou também que processos industriais podem ser descarbonizados pela eletrificação direta – porém, em setores como transporte pesado, siderurgia, indústria química, alimentícia e de fertilizantes, a descarbonização precisa ser intermediada pelo uso de vetores energéticos, como o hidrogênio verde e seus derivados. Além do projeto de Brasília, a Neoenergia conta com cinco acordos de cooperação com governos e empresas para projetos de hidrogênio verde no Rio Grande do Norte, Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. *Com informações da Neoenergia
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Brasília é destaque em encontro sobre cidades tombadas
[Olho texto=”Capital federal passa a integrar a diretoria da Organização das Cidades Brasileiras Patrimônio Mundial” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Brasília começou bem sua participação no 8º Encontro Nacional das Cidades Patrimônio Mundial, em São Luís (MA). Os dados iniciais apresentados pela secretária de Turismo do DF, Vanessa Mendonça, repercutiram positivamente entre prefeitos e secretários de Cultura e Turismo de todo o país presentes ao evento. Aberto na quinta-feira (9) e com atividades que vão até sábado (11), esse é o mais importante congresso sobre tombamento histórico realizado no Brasil. Secretária de Turismo, Vanessa Mendonça, apresentou o projeto de turismo virtual do DF | Foto: Divulgação/Setur Brasília estará presente em todos os painéis e debates sobre a retomada do turismo na pós-pandemia e nas discussões que vão traçar novos rumos para o segmento. A Secretaria de Turismo (Setur) conquistou lugar na diretoria da Organização das Cidades Brasileiras Patrimônio Mundial (OCBPM) e, pela primeira vez, participa da mesa diretora de uma conferência nacional. Projeto em 3D [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Durante a programação do evento, a Setur apresenta um projeto de visualização de Brasília editado em formato 3D, com realidade virtual, inédito no Brasil para o setor do turismo. Desenvolvido pela Caixote Histórias Imersivas, o recurso leva a pessoa a uma viagem por 23 cidades patrimônios mundiais culturais. Ao embarcar nessa viagem, o turista virtual conhece de perto a arquitetura, história e cultura da capital federal. “É um projeto inovador e um marco na promoção do turismo nacional”, comemora Vanessa Mendonça. No final do primeiro dia do encontro, prefeitos, secretários de Estado, dirigentes e demais representantes das unidades da Federação fizeram a Carta de Reivindicações de São Luís/MA. O documento apresenta pontos importantes para o fortalecimento e representatividade das cidades brasileiras no cenário turístico. *Com informações da Setur
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Pioneiros da agricultura relembram início na capital
Vindo de Atibaia, município de São Paulo, o produtor Fábio Harada, 59 anos, está em Brasília desde 1974. Em 1977, passou a viver com a família em definitivo na região de Brazlândia. Quando chegaram, foram logo plantando o que antes cultivavam em Atibaia: couve-flor, beterraba, acelga, bardana, berinjela. No entanto, na hora de comercializar, descobriram que em Brasília muitos desconheciam parte do que plantavam. “Quando mudamos de São Paulo para cá, a gente não se atentou a esse fato. Aqui o que mais se consumia era chuchu, mandioca. Até morango a gente só vendia no Plano Piloto. Morango era consumido somente pela classe A. As pessoas não conheciam e por isso não consumiam o que a gente produzia. Era muita falta de informação.” De acordo com ele, Brazlândia naquela época carecia de infraestrutura básica. Faltavam energia, água, escola e rodovias. “Na época, a gente só ouvia rádio AM”, afirmou. “Hoje, [para fazer] qualquer mudança de cultivo, a gente pesquisa antes. Naquela época só não quebramos porque já éramos quebrados”, ri. “Hoje, se a gente fizer isso a gente não levanta mais não.” Segundo Harada, seus pais vieram para a Brasília pensando apenas no clima e na altitude, que favorecem alguns cultivos. Na época, imaginavam que era só adubar como faziam em São Paulo. “Aqui era tudo diferente, tanto a região como o clima, os hábitos alimentares. Apanhamos muito. Uma coisa fez muita diferença, a assistência técnica que recebemos aqui, que foi muito maior do que a gente recebia lá”, conta. Produção de goiaba da família Harada: adequação | Foto: Agência Brasília/Arquivo “No início, tinha pouca informação sobre o Cerrado. Achávamos que ele não prestava. Para desbravar, perdemos algumas safras”, conta. No começo, o cultivo era de hortaliças e morango, mas hoje a família se dedica exclusivamente ao plantio de goiaba e ao processamento em sua agroindústria de polpas. “A goiaba é uma fruta perene”, justifica. Para ele, o trabalho da Emater-DF, que foi também se aperfeiçoando – a empresa completou 42 anos em abril –, foi fundamental no processo. “Com a Emater, começamos a ter mais informações científicas, como de correção de solo, uso de matéria orgânica. A gente tem assistência desde o primeiro ano que foi criada a Emater”, ressalta Harada. Do Sul para a capital Produtor no núcleo rural Córrego do Atoleiro, em Planaltina, Avaldir Denker, 69 anos, veio de Três de Maio, município do Rio Grande do Sul, em julho de 1984. A expectativa era expandir os negócios, ter mais terras para plantar e, consequentemente, melhorar de vida. Ele garante que tinha um pouco do desejo de se “aventurar”. Logo que chegou, conseguiu a terra e começou a plantar arroz de sequeiro, que é o cultivo do grão mais resistente a solos ácidos, além de soja e feijão. Para ele, a única pendência é a regularização da terra, o que permitirá fazer financiamentos para investir em maquinários para a propriedade. “Naquele tempo ainda financiava um pouco mais sem documento e foi o que me permitiu crescer um pouco, mas agora já não financia”, lamenta. “Mas sinto que valeu a pena demais a vinda para Brasília. Se eu tivesse lá, talvez eu não tinha o que tenho e nem os meus filhos. Eu não posso me queixar. Agradeço muito o povo aqui de Brasília, sempre fui muito bem recebido. Sempre recebi apoio de órgãos como a Emater, onde todo mundo me conhece”, comemora. Família Denker: aposta no cultivo de grãos | Foto: Agência Brasília/Arquivo Orgulhoso, ele conta que tem três filhos e que todos seguiram no ramo da agricultura. O mais novo, Marcelo Denker, 30 anos, é engenheiro agrônomo e em 15 estufas utiliza 3 hectares da terra do pai no cultivo de hortaliças pelo sistema hidropônico. Os outros dois filhos estão na lavoura e apostam no cultivo de grãos em 500 hectares de terra arrendadas na região de Planaltina. “Nasci aqui em Brasília e não sei das condições que eram antes. Meus irmãos já cultivam grãos há anos e têm uma estrutura boa. Eu acredito que muito se deve a essa região e essa decisão do meu pai de vir para Brasília”, diz Marcelo Denke. Avaldir Denker, apesar de deixar toda a produção sob o comando dos filhos, hoje cultiva soja e milho safrinha. A comercialização é feita por uma cooperativa do Rio Preto e outra parte entregue em armazéns de Formosa (GO). “A convivência em Brasília é muito boa. Tudo que você tem para vender, tem comércio que compra. Tem comércio para tudo. Se quiser vender uma dúzia de ovos, você sai na rua em Planaltina e vende. Disso as pessoas não podem se queixar”, aponta. Produção nipônica No Brasil desde os 5 anos de idade, o japonês Yukio Yamagata, que hoje está com 66 anos, conta ter vindo à capital por volta de 1970, junto com o pai. Na época, por meio do Incra, a família conseguiu um terreno em Brazlândia, onde ele vive até hoje. a década de 1960, produtores de origem nipônica foram convidadas pelo então presidente Juscelino Kubistchek para tornar Brasília autossustentável e formar o cinturão agrícola ao redor da capital. Já fazia parte dos planos do presidente desenvolver a agricultura na região. “No começo era difícil até para ir à escola. Caminhava 8 km de estrada de chão. A gente acordava às 5 horas da manhã e meu pai me levava até a metade do caminho, até o dia clarear. Hoje, em algumas áreas, têm muita facilidade, o ônibus passa até na porta. Mas foi bom, com sacrifícios a gente conseguiu muita coisa”, conta Yamagata. Com quatro filhos, atualmente ele cultiva abacate, goiaba e limão. No entanto, até 2000 a produção no local era de hortaliças. O produtor conta ter cultivado até morango, mas abandonou a cultura devido ao trabalho e atenção demandada pela fruta. Um dos filhos já tem sua própria terra e também virou produtor. Para ele, o cultivo das frutas tem dado certo, assim como sua vinda para a capital. Em 2019, a produção de abacate, de acordo com o Valor Bruto da Produção aferido pela Emater, fechou em pouco mais de R$ 18 milhões, goiaba em R$ 25 milhões e limão em R$ 8 milhões. O VBP é um indicador conjuntural que demonstra o desempenho das safras agrícola e pecuária e retrata a produção agropecuária no ano e estima o faturamento bruto dentro das atividades produtivas, na propriedade. Zona rural: 70% do DF Com 578 mil hectares, o Distrito Federal tem uma área rural que representa 70% do seu território, 404 mil hectares. Desse total de área rural, 347 mil são próprios para a agricultura e pecuária. No último ano, em 2019, o Valor Bruto de Produção (VBP) da capital fechou em R$ 2,907 bilhões. Os números mostram que a aposta do então presidente Juscelino Kubitschek, na construção de Brasília, deu certo. Na época, pouco antes de 1960, eke incentivou a vinda de famílias de japoneses para produzir em Brasília, terra de cerrado difícil de cultivar. Hoje o cenário é outro e a capital do país mostra que tem vocação agrícola. As maiores produções estão em Planaltina, no Paranoá e em Brazlândia. Atualmente, quase todas as regiões administrativas são produtoras de alimentos e a agricultura do DF se destaca em diversos aspectos, inclusive no manejo sustentável. De acordo com dados do VBP de 2019, a produção orgânica no DF vem crescendo e já ocupa uma área de 466.629 hectares. Foto: Emater/Divulgação Diante desse cenário, a presidente da Emater-DF, Denise Fonseca, acredita que o Distrito Federal ainda possui muito espaço a ser ocupado com produtos que vão alavancar cada vez mais os dados da agropecuária do DF. Com a ajuda de parceiros e das políticas públicas do governo, a Emater-DF presta assistência técnica e extensão rural a mais de 11 mil produtores do DF. De acordo com dados da Ceasa-DF, em março deste ano, das 30 mil toneladas de alimentos comercializados no local, 22% (6,7 mil toneladas), foram produzidas no Distrito Federal, grande parte por pequenos produtores da região. O saldo é puxado por frutas nacionais e hortaliças folhosas e raízes. * Com informações da Emater-DF
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