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Rede pública de saúde do DF oferece atendimento especializado para vítimas de violência sexual, familiar e doméstica

O Distrito Federal possui uma das maiores coberturas do país para o atendimento especializado às pessoas em situação de violência sexual, familiar e doméstica. São 17 Centros de Especialidades para Atenção às Pessoas em Situação de Violência (Cepav) distribuídos pelas regiões de saúde que funcionam como espaços acolhedores e preparados para receber essas vítimas — uma iniciativa que coloca o DF como referência nacional no tratamento especializado. Criadas em 2019, essas unidades efetuaram mais de 74 mil atendimentos entre 2021 e 2024. Com uma das maiores coberturas do país nesse tipo de acolhimento, o DF se destaca na oferta de tratamento contínuo e especializado. A política pública implementada pelo Governo do Distrito Federal (GDF) garante um acolhimento para além do atendimento imediato, com a recuperação integral e a reintegração social das vítimas atendidas. O Cepav oferece assistência humanizada para mulheres, crianças, adolescentes e qualquer pessoa que tenha vivenciado situações traumáticas “Aqui no DF, além dos cuidados físicos contra alguma lesão oriunda da violência, a gente tem um acolhimento biopsicossocial para essa vítima, e isso é uma inovação. Nós temos um cuidado qualificado, humanizado com relação ao acolhimento e o segmento desse paciente. Temos uma linha de cuidado, e não tem nada dessa dimensão em outros estados”, defendeu a coordenadora da Rede de Atenção às Pessoas em Situação de Violência (RAV), Elizabeth Maulaz. Os Cepavs, que são unidades que integram a Rede Flores, da Secretaria de Saúde, funcionam como uma porta de entrada para essas vítimas. Por lá, é oferecida assistência humanizada para mulheres, crianças, adolescentes e qualquer pessoa que tenha vivenciado situações traumáticas. Atualmente, as unidades, ligadas aos Núcleos de Prevenção e Assistência a Situações de Violência (Nupav), são adequadas às diretrizes da regionalização e oferecem serviços em ambulatórios especializados, distribuídos nas sete regiões de saúde do DF, localizados nos hospitais regionais ou em Policlínicas. Cláudia Sesana: "Nosso atendimento é interdisciplinar, com enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais e técnicos capacitados para oferecer escuta qualificada e encaminhamentos adequados" | Foto: Lúcio Bernardo Jr/Agência Brasília A equipe é composta por profissionais multidisciplinares, que atuam com foco no tratamento de transtornos decorrentes da violência, como o estresse pós-traumático. “Somos um serviço dedicado exclusivamente a vítimas de violência. Nosso atendimento é interdisciplinar, com enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais e técnicos capacitados para oferecer escuta qualificada e encaminhamentos adequados”, explicou a chefe do Nupav da Região de Saúde Norte, Claudiana Jacobino Lima Sesana. Como acessar O acesso aos centros se dá por procura direta ou por encaminhamento de outros órgãos da rede, como conselhos tutelares, delegacias especializadas e secretarias do DF. Os profissionais também fazem busca ativa de casos por meio das fichas de notificação preenchidas na rede de saúde. 13,1 Média diária de casos noticiados nos Cepavs Esse monitoramento constante permite dimensionar a realidade enfrentada no DF e orientar ações de prevenção e acolhimento. Um estudo realizado pela Secretaria de Saúde revelou que, entre 2014 e 2023, foram registradas 62.127 notificações de violência. Destas, 12.169 ocorreram apenas em 2023. A média é de 5.959 notificações ao ano e 397,2 ao mês, representando 13,1 notificações ao dia. Essa taxa de notificação demonstra a importância da rede para acolher e atender as pessoas em situação de violência. Por meio dos Cepavs, são atendidos casos recentes ou traumas antigos que não foram trabalhados ao longo do tempo. O acolhimento pode ser individual ou coletivo, com grupos de psicoeducação e observação. Em média, o tratamento dura cinco encontros em grupo e, se necessário, até cinco sessões individuais. Acolhimento que faz a diferença Entre as pessoas que receberam apoio está Luciana (nome fictício), que buscou ajuda após sofrer violência doméstica. Encaminhada pelo Conselho Tutelar, ela foi acompanhada pelo Cepav por mais de um ano. "O Cepav foi fundamental para eu entender que não precisava me submeter a esse tipo de situação. Aos poucos, fui ganhando força para recomeçar" Vítima de violência doméstica “No início, eu estava muito fragilizada e sem forças para tomar decisões. No Cepav, recebi atendimentos individuais e participei de grupos coletivos, onde cada uma compartilhava um pouco da sua história. Foi fundamental para eu entender que não precisava me submeter a esse tipo de situação. Aos poucos, fui ganhando força para recomeçar”, relatou. Para ela, o acolhimento foi decisivo. “Eles foram muito eficazes na minha vida. Às vezes, as pessoas têm medo de procurar ajuda, mas eu aconselho que procurem. Não deixem de buscar atendimento. A mulher não precisa passar por isso, somos fortes o suficiente para enfrentar e vencer tantos desafios”, acrescentou a vítima. No caso da Região de Saúde Norte – que abrange 33% da população do DF –, são dois Cepavs, um em Sobradinho e outro em Planaltina. Por lá, as atividades são feitas de segunda a sexta-feira, das 7h às 12h e das 13h às 18h. A proposta é oferecer um tratamento efetivo, estimulando o fortalecimento emocional e a retomada da vida social. [LEIA_TAMBEM]Em agosto, mês que marca o enfrentamento à violência contra a mulher, a Secretaria de Saúde promove capacitações para profissionais da rede sobre a Linha de Cuidado para Atenção às Pessoas em Situação de Violência Sexual, Doméstica e Familiar. O objetivo é ampliar a prevenção, identificar sinais de risco e reforçar o combate ao feminicídio. “O Agosto Lilás vem ganhando visibilidade nos últimos anos e é uma oportunidade importante para chamar atenção para o tema. Mas é fundamental que essas campanhas ocorram o ano inteiro”, destacou Claudiana. Para conferir todos os centros distribuídos no DF, acesse o site da Secretaria de Saúde.

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Atuação médica no atendimento a autores de violência sexual é tema de debate

Com o objetivo de qualificar as equipes do Centro de Especialidades para Atenção às Pessoas em Situação de Violência Sexual, Familiar e Doméstica (Cepav), o Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) promoveu, na última quarta-feira (2), a palestra “A experiência médica no atendimento aos autores de violência sexual”. Realizado no auditório da unidade, o encontro reuniu pediatras e gestores dos prontos-socorros adulto e infantil do HRSM, além de assistentes sociais, enfermeiros, psicólogos e outros profissionais da saúde vinculados a outros Cepavs. A palestra provocou reflexões sobre a atuação dos profissionais de saúde e reforçou a importância da ética no atendimento, de forma integrada e humanizada, voltada à interrupção dos ciclos de violência. A atuação dos profissionais de saúde deve levar em conta um cuidado clínico estruturado, considerando aspectos mentais, sociais e comportamentais dos autores | Foto: Divulgação/IgesDF O evento foi conduzido pelo psiquiatra Rafael Calzada, da Secretaria de Saúde (SES-DF) e integrante do Cepav Alecrim, situado no Hospital Regional da Asa Norte (Hran). De acordo com ele, o objetivo foi estimular uma análise crítica e qualificada sobre os protocolos e desafios no cuidado a pessoas que cometeram violência sexual. “É uma abordagem que exige preparo técnico, postura ética e olhar humanizado, em consonância com os direitos humanos e a legislação vigente”, reforça. [LEIA_TAMBEM]Para o psiquiatra, a atuação dos profissionais de saúde não se limita à responsabilização penal. É necessário garantir um cuidado clínico estruturado, que leve em conta aspectos mentais, sociais e comportamentais dos autores. “Isso não exclui a responsabilidade, mas amplia nossa capacidade de prevenir novas violências”, destaca Rafael. Para o chefe do Cepav Flor do Cerrado (unidade vinculada ao HRSM), Ronaldo Lima Coutinho, a iniciativa representa um avanço na qualificação da rede de proteção. “Quando qualificamos o atendimento aos autores, também protegemos as vítimas e contribuímos para a construção de uma sociedade mais segura”, explica. *Com informações do IgesDF

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Espaço na Asa Norte acolhe e oferece cursos a mulheres e crianças vítimas de violência

Mulheres e crianças vítimas de violência no Distrito Federal têm um espaço onde são acolhidas e podem participar de aulas e de eventos culturais. É a Casa Jasmim, que funciona desde 2018 na 716 Norte. No local, há oferta de cursos e atividades, tudo de graça. Segundo a coordenadora da Casa Jasmim, o local tem se consolidado como um espaço de promoção da cultura | Fotos: Mariana Guedes/Divulgação  O projeto conta com aporte do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec-DF), para a promoção de oficinas. As crianças têm à disposição atividades de circo, musicalização, artes plásticas e yoga. Já a programação para as mulheres inclui aulas de canto. “Decidi criar um espaço que fosse acolhedor para as mulheres e crianças, e a proposta sempre foi fortalecer esse vínculo entre a comunidade e esse espaço de acolhimento”, conta a coordenadora Nambir Kaur. “A casa foi se transformando, já teve muitos formatos. Já foi e ainda é focada em yoga e no ensino de diversas modalidades, mas tem se transformado, também, cada vez mais, em um espaço de promoção da cultura, principalmente feita por mulheres.” Nambir estima ter atendido, ao longo dos sete anos de projeto, mais de 200 pessoas. A maior parte chega ao local encaminhada pelos centros de especialidades para a atenção às pessoas em situação de violência sexual, familiar e doméstica (Cepavs), da Secretaria de Saúde (SES-DF), pelas casas de passagem e por instituições parceiras. Mas há também aquelas que vão a partir de indicação de outros frequentadores do espaço. Uma das atendidas, que chegou ao local por recomendação de uma amiga, conta que sequer sabia que o espaço era voltado a vítimas de violência. “Ela falou, de forma sutil, que estava em um projeto com diversas atividades para fazer. Eu só respondi ‘eu topo’; nem sabia que abordaria essa questão”, lembra a mulher, cuja identidade está preservada. Espaço de acolhimento também tem programação para as crianças “Eles acolhem de verdade, a gente se sente em um ambiente onde todo mundo passou por alguma coisa”, prossegue a usuária do serviço. “Todas nós tínhamos uma marca dentro da gente por alguma forma de agressão. O mais fantástico é esse acolhimento: às vezes a gente nem precisa falar nada.” Ela foi vítima de violência física e psicológica e, hoje, faz aulas de canto na Casa Jasmim, junto à filha, que participa de cinco atividades, entre elas, circo e musicalidade. “Ela se esbalda”, conta. [LEIA_TAMBEM] Uma outra frequentadora do local, vítima de violência patrimonial — que também não terá a identidade revelada — foi encaminhada por um Cepav. Depois de conhecer o projeto, ela ainda passou a levar dois familiares pequenos, que viviam, segundo relata, em um ciclo de violência. “A Casa Jasmim foi muito boa para eles”, relata. “Fico pensando que, se fosse ao lado da nossa casa, a gente estaria morando lá”. A casa está de portas abertas para os interessados. Inclusive, conta com acessibilidade para pessoas com diferentes tipos de deficiência, além de áreas adaptadas para as crianças. Pelas redes sociais do projeto, é possível conferir a oferta de cursos, bem como as atividade eventuais que o local recebe.  

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Cepav Jasmin recebe cartilhas que conscientizam sobre combate ao abuso sexual contra crianças

Um Presente Especial é o título da cartilha que o Centro de Especialidade para Atenção às Pessoas em Situação de Violência Sexual, Familiar e Doméstica (Cepav) Jasmin recebeu na última quinta-feira (27/6). Os mil exemplares foram doados pela Coordenadoria de Infância e Juventude do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF) às crianças atendidas pelo centro especializado. Os exemplares distribuídos vão auxiliar no atendimento prestado pelo Cepav | Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde As cartilhas doadas fazem parte da campanha Maio Laranja, que conscientiza sobre o combate ao abuso e à exploração sexual infantil no Brasil. “Ela usa uma linguagem bem simples para que a criança possa entender o que é o abuso sexual”, afirma o coordenador da Infância e Juventude TJDFT, Carlos Vanderlinde. Para ele, o livreto ilustrativo e lúdico tem o objetivo de esclarecer e informar à criança sobre seu direito à integridade física e emocional.   Atendimentos O Cepav Jasmin atende crianças e seus familiares em situação de violência sexual, física, negligência e maus-tratos encaminhados pelas unidades básicas de saúde (UBSs), pelos conselhos tutelares das regiões, pelas escolas e instituições privadas de saúde. A instituição também oferta atendimento a adolescentes ofensores sexuais que estão em medida socioeducativa em meio aberto. Além dos casos encaminhados, o setor oferece acolhimento por livre demanda.  O serviço conta com equipe multiprofissional composta por psicólogos, assistente social e enfermeiros. O centro está localizado no setor ambulatorial do Hospital Regional da Asa Norte (Hran) e funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h. Acesse aqui a cartilha.  *Com informações da Secretaria de Saúde do DF   

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Maio Laranja: Rede pública oferece assistência a casos de abuso sexual infantojuvenil

“Isolada e muito estressada dentro de casa.” É assim que Vanessa (nome fictício) descreve o comportamento de sua filha, antes de descobrir que, aos 12 anos, a menina mantinha contato com estranhos nas redes sociais. “Descobri que ela conversava com homens mais velhos, e fiquei arrasada ao ler as mensagens no celular dela”, relembra. A mãe resolveu buscar ajuda quando descobriu que a menina chegou a se envolver com rapazes mais velhos na escola. Em muitos casos, pais e responsáveis não conseguem detectar a violência a tempo – em casa, na escola ou na internet. Isso impacta a qualidade de vida da vítima, resultando em consequências psicológicas, emocionais e físicas que podem perdurar por longos períodos. Dados da SES-DF mostram que, em 2023, a violência sexual foi responsável por 40,8% das ocorrências contra crianças registradas no Sinan | Fotos: Ualisson Noronha/ Agência Saúde-DF A violência contra o público infantojuvenil é uma questão de saúde pública. Nesse sentido, a Secretaria de Saúde (SES-DF) oferece assistência por meio da Rede de Atenção às Pessoas em Situação de Violência do Distrito Federal (RAV-DF). O trabalho engloba os serviços nos três níveis de atenção à saúde (primário, secundário e terciário) e de Vigilância à Saúde, de acordo com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS). Dados da SES-DF mostram que, em 2023, a violência sexual foi responsável por 40,8% das ocorrências contra crianças registradas no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). O estupro foi o tipo mais prevalente, em 71,4% dos casos. “Crianças e adolescentes que sofrem abuso sexual apresentam dificuldades no desenvolvimento psicomotor, na linguagem e na aprendizagem, evidenciando restrição nas interações familiares e sociais” Márcia Vieira, psicóloga e chefe do Nupav Para mobilizar os brasileiros e incentivar o engajamento na luta contra a violação dos direitos sexuais infantojuvenis, 18 de maio foi estabelecido como o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. “Chamar a atenção contribui para a desconstrução de tabus que giram em torno do tema, encorajando as vítimas a denunciarem e buscarem ajuda sem medo de serem estigmatizadas”, afirma a psicóloga Márcia Vieira,  chefe do Núcleo de Prevenção e Assistência a Situações de Violência (Nupav) da Região de Saúde Leste. Segundo a profissional, os danos psicológicos são múltiplos. “Crianças e adolescentes que sofrem abuso sexual apresentam dificuldades no desenvolvimento psicomotor, na linguagem e na aprendizagem, evidenciando restrição nas interações familiares e sociais [isolamento social], além de ansiedade e baixa autoestima”, detalha. Vieira lembra ainda que cada pessoa é única e pode reagir de maneira diferente ao trauma. Violência durante a infância ou a adolescência resulta em consequências psicológicas, emocionais e físicas que podem perdurar por longos períodos Equipe multiprofissional No DF, o cuidado com a saúde de crianças e adolescentes vítimas de violência sexual envolve acolhimento inicial, atendimento por equipe multiprofissional conectada aos serviços locais de proteção social, notificação dos casos às autoridades de saúde e encaminhamento para a rede de proteção social, articulada com outras políticas públicas e órgãos como o conselho tutelar, assistência social e educação. “O trabalho integrado é essencial para garantir os direitos e o bem-estar desses jovens”, afirma a coordenadora da RAV, Priscila Nolasco. Com 18 unidades, a capital federal possui uma das maiores coberturas do país para o atendimento especializado às pessoas em situação de violência sexual, familiar e doméstica no âmbito da saúde pública. Destacam-se a Unidade de Prevenção e Assistência a Situações de Violência (Upav) e os centros de especialidade para atenção às pessoas em situação de violência sexual, familiar e doméstica (Cepavs). O Cepav oferece atendimento biopsicossocial e interprofissional às vítimas de violência sexual, familiar e doméstica O Cepav é um serviço especializado de referência que oferece atendimento biopsicossocial e interprofissional às vítimas, proporcionando acompanhamento de saúde tanto aos indivíduos afetados quanto às famílias. “Com as crianças, por exemplo, trabalhamos aspectos como a vida em comunidade, enfatizando a importância do equipamento social para elas. Além disso, abordamos o reconhecimento dos sentimentos para que elas possam identificá-los e compreendê-los, entre outras atividades”, explica a assistente social do Cepav Girassol, Fernanda Andrade. Com uma abordagem integral, o serviço busca auxiliar no tratamento de agravos decorrentes de situações de violência sexual, familiar ou doméstica, crônicas ou agudas, bem como contribuir com o rompimento do ciclo de violência. Os cepavs e a Upav atendem tanto demandas espontâneas quanto encaminhamentos da rede de saúde. *Com informações da Secretaria de Saúde (SES-DF)

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Rede Flores acolhe mulheres em situação de violência

Em março deste ano, a Secretaria de Saúde (SES) lançou a Rede Flores, com o objetivo de fortalecer o mecanismo de amparo às pessoas em situação de violência. Nas sete regiões de Saúde do DF, cada uma das 18 unidades do Centro de Especialidade para Atenção às Pessoas em Situação de Violência Sexual, Familiar e Doméstica (Cepav) é identificada com uma flor diferente. Redes de acolhimento reforçam: é importante que a vítima conte com apoio de familiares e amigos | Fotos: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília A denominação do equipamento é uma forma de aproximar as pessoas do serviço oferecido, explica a gerente de Serviço Social da SES, Priscila Nolasco: “Antigamente era comum as pessoas estarem esperando no pronto-socorro e alguém chamar: ‘quem veio para o programa da violência?’ E isso acabava expondo a pessoa. Então veio o nome PAV [Programa de Atendimento à Vítima de Violência] Margarida, um dos primeiros programas de atendimento especializado. Quando você fala ‘quem veio para o atendimento no Margarida?’, já muda a forma de acolhimento”. Nos Cepavs, as vítimas são acolhidas com uma notificação feita pela primeira unidade de atendimento; em seguida, há o direcionamento para a rede de serviços, tanto da própria Secretaria de Saúde ou, quando há necessidade, algum segmento intersetorial – serviço social ou sistema de justiça. “É importante que se tenha esse olhar integral para esse tipo de atendimento”, reforça Priscila. Projeto Violeta No Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib) há unidades de prevenção e assistência a vítimas de violência no âmbito do Programa de Interrupção Gestacional previsto em lei e pelo Cepav Violeta, que presta cerca de 150 atendimentos ao mês, com mais de 20 acolhimentos por semana. Além dos serviços de urgência e emergência, a unidade oferece atendimento psicossocial a vítimas de violência. O principal público do Hmib é formado por mulheres adultas cis e trans, além de crianças. O atendimento é feito por demanda espontânea, de segunda a sexta-feira, no horário comercial. “Já tivemos casos de, mesmo não havendo uma adesão inicial, as mulheres procurarem o serviço meses ou anos depois, após se perceberem em situação de violência”, relata a psicóloga Marcela Medeiros, do Cepav Violeta Nos casos de violência sexual, o pronto-socorro ginecológico do Hmib oferece a profilaxia, que são as medidas tomadas após a exposição de risco, como exame médico e vacinas. “É uma rede composta por vários setores, e a saúde tem um papel importante para tratar os agravos decorrentes da situação de violência, que ocorrem na saúde mental também”, destaca a psicóloga Marcela Novais Medeiros, integrante do Cepav Violeta. Como funciona Quando o profissional de saúde, independentemente do serviço acessado pela pessoa, identifica uma possível situação de violência, ele faz uma notificação anônima, enquanto outros Cepavs operam, fazendo a busca ativa do caso – além do encaminhamento a outros serviços da rede. Por meio das notificações, é possível contatar as vítimas e oferecer o serviço especializado de ajuda. “Já tivemos casos de, mesmo não havendo uma adesão inicial, as mulheres procurarem o serviço meses ou anos depois, após se perceberem em situação de violência”, relata a psicóloga. Campanhas [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Em 2022, houve 4.644 notificações de violência contra mulheres da faixa etária de 20 a 59 anos, incluindo tentativas de suicídio.  A população conta com campanhas do GDF para romper esse ciclo de violência e tirar a vítima desse contexto. Ao longo do ano, há várias campanhas alusivas ao tema. Muitas vezes os centros passam a ser a porta de entrada para a pessoa em situação de violência que busca atendimento na própria unidade de saúde. É importante que os familiares, amigos e outros profissionais que conhecem a história da vítima ajudem com informações, indicando os locais de atendimento, além de ajudar para que a pessoa saia dessa condição.  “Quando alguém passa por uma situação de violência, é muito comum que fique anestesiada, como mecanismo de defesa para a manutenção da sua integridade”, pontua Marcela Medeiros. “As pessoas que estão de fora têm esse papel de dizer que não é normal, que aquilo é uma violência, ajudá-la a nomear. Essa sensibilização é importante para que a própria vítima aceite ajuda e uma intervenção.” A psicóloga sinaliza que esse é o primeiro passo para buscar uma ajuda profissional, tanto no sistema de saúde quanto no de justiça, importantes agentes no cuidado da vítima e na responsabilização do autor da violência. Confira aqui os locais e horários de funcionamento das unidades do Cepav e saiba onde e como buscar ajuda.

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Conheça os serviços da Saúde para pessoas em situação de violência

Um ato de violência pode acontecer em segundos ou durar anos. São consequências físicas e psicológicas que podem afetar as vítimas pelo resto da vida. A decisão de denunciar e procurar ajuda é um passo que pede, no mínimo, coragem. Por isso, a caminhada entre identificar as agressões e buscar apoio demanda acompanhamento e zelo de profissionais preparados. Atenta a essas sensibilidades, a Secretaria de Saúde (SES) oferece serviços especializados e preparados para acolher e amparar pessoas em situação de violência. Ao procurar os serviços das 17 unidades do Centro de Especialidade para Atenção às Pessoas em Situação de Violência Sexual, Familiar e Doméstica (Cepav), a pessoa é acolhida e passa por uma conversa inicial. Esse contato pode ocorrer por uma busca espontânea ou por encaminhamento de outros órgãos, como hospitais e emergências, unidades básicas de saúde (UBSs), delegacias de atendimento à mulher (Deam I e II) e conselhos tutelares. [Olho texto=”“É fundamental continuar o trabalho em rede e tratar a violência como uma questão de saúde pública, para garantir o atendimento integral e humanizado à nossa população.”” assinatura=” Sônia Inácio dos Santos Rodrigues, chefe do Nupav da Região Central de Saúde” esquerda_direita_centro=”esquerda”] A professora Rosana (nome fictício), 55, lecionou por muito tempo, mas conta que teve a carreira e a vida seriamente prejudicadas pela violência doméstica. Ao perceber que vivia uma relação abusiva, ela procurou ajuda médica e foi encaminhada à assistência no Cepav Margarida. “Quando você vive episódios de violência, o seu organismo como um todo fica debilitado de diversas formas. É um sofrimento tão intenso, que a gente não consegue nem organizar os próprios pensamentos”, desabafa Rosana. Com a ajuda do centro, a professora pôde alcançar a segurança e o apoio de que precisava. “No momento em que eu pisei aqui e tive o primeiro contato, senti como se o governo tivesse me segurado no colo e falado: ‘vamos resgatar a sua vida, nós estamos com você’”, descreve. Etapas do acolhimento No contato inicial, a equipe realiza um trabalho de escuta para entender a situação da paciente e identificar os tipos de cuidados físicos e psíquicos necessários. A partir dessa avaliação, começa o que os profissionais chamam de “primeira fase” do tratamento. Essa etapa consiste em atendimentos individuais agendados, preferencialmente em sessões quinzenais, junto à equipe do Cepav, composta por assistentes sociais, psicólogos, enfermeiros, clínicos gerais e ginecologistas. “Muitas vezes é difícil de assimilar que você é vítima de violência doméstica. A partir do momento em que você é acolhida aqui, as pessoas te ouvem e você alcança o primeiro passo: o de reconhecer a situação em que estava vivendo e ter seus sentimentos validados”, relata Rosana. Com a evolução do tratamento, os profissionais do centro começam a próxima etapa: reuniões em grupo para os pacientes em atendimento na unidade. Os bate-papos são temáticos e acompanhados de atividades criativas. O objetivo é encorajar a troca de histórias e reforçar o conhecimento sobre os tipos de violência, os canais de denúncia, os direitos da mulher e do cidadão e os locais onde procurar ajuda. Guaia Monteiro Siqueira e Sônia Inácio dos Santos Rodrigues acolhem vítimas que chegam às unidades do Cepav | Foto: Tony Winston/ Secretaria de Saúde A assistente social Guaia Monteiro Siqueira, que atende em dois centros especializados, explica que os encontros grupais são o carro-chefe do serviço. “Com discussões sobre o medo, a culpa, os limites, a autopercepção e a autoestima, por exemplo, incentivamos os pacientes a trabalhar os verdadeiros focos: a nomeação, a ressignificação, a interrupção e, por fim, a superação da violência”, reforça. Frente às dificuldades que podem afligir as vítimas e as marcas que a violência deixa como rastro, há preocupação da equipe em realizar uma busca ativa e, assim, garantir que os pacientes compareçam às consultas, participem dos encontros e não deixem o tratamento no meio do caminho. Nesse último caso, são oferecidas alternativas, como remarcação de horários e consultas virtuais. O tratamento dura, geralmente, de seis meses a um ano, a depender das especificidades de cada paciente, com possibilidade de um período maior, se os profissionais e a vítima acharem necessário. Com pouco menos de um ano de tratamento no Cepav, após passar por todo o processo, Rosana recebeu alta das sessões individuais e grupais. Atualmente, ela faz acompanhamento apenas com o médico da equipe e afirma que a passagem pelo centro foi um divisor de águas. “Hoje, eu me sinto mais fortalecida, mais segura e esperançosa, sabendo que meu futuro pertence a mim e que ele vale a pena”, comemora. O desejo dela é que as demais pessoas em situação de violência tenham conhecimento do serviço gratuito oferecido gratuitamente pela saúde pública e saibam onde buscar auxílio. “Procurar ajuda profissional é fundamental. Contar com amigos e familiares é importante, mas não é o mesmo que o acompanhamento de especialistas das áreas relacionadas, como a saúde e a segurança”, reforça. Cada flor, um amparo As unidades do Cepav do DF são coordenadas pelo Núcleo de Prevenção e Assistência a Situações de Violência (Nupav), que também se divide em unidades,e amparados pela recém-estipulada Rede de Atenção às Pessoas em Situação de Violência do DF (RAV). [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Com nomes de flores e plantas, as unidades oferecem acompanhamento a todos que buscarem ou forem encaminhados ao serviço. Alguns, inclusive, atendem a públicos específicos, como o Cepav Jasmim, que recebe crianças e adolescentes ofensores. Já o Caliandra, situado no Adolescentro, fornece apoio aos adolescentes vítimas de violência, e o Cepav Alecrim, por sua vez, recebe adultos ofensores encaminhados pelo Judiciário. O cuidado, contudo, não termina quando a vítima recebe alta do tratamento, esclarece a chefe do Nupav da Região Central de Saúde, Sônia Inácio dos Santos Rodrigues. “A equipe tem o zelo de encaminhar os pacientes para vinculação na UBS de referência ou no Caps e ambulatórios de psiquiatria, se necessário”, explica. Para ela, é preciso entender que a violência traz inúmeras consequências na vida. “Por isso, é fundamental continuar o trabalho em rede e tratar a violência como uma questão de saúde pública, para garantir o atendimento integral e humanizado à nossa população”, pontua. Confira aqui os locais e horários de funcionamento das unidades do Cepav e saiba onde e como buscar ajuda. *Com informações da Secretaria de Saúde   

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DF oferece atendimento especializado a vítimas de violência

Mulheres vítimas de violência física, doméstica e sexual podem encontrar acolhimento no Centro de Especialidade para Atenção às Pessoas em Situação de Violência Sexual, Familiar e Doméstica (Cepav) Flor do Cerrado. O serviço é oferecido em um prédio anexo ao Hospital de Santa Maria, administrado pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (Iges-DF), e atende, além de mulheres, crianças e adolescentes envolvidos nesses episódios. Para ter acesso ao atendimento, basta procurar o Cepav; serviço é totalmente sigiloso | Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília Os pacientes são auxiliados por uma equipe multidisciplinar, formada por assistentes sociais, enfermeiros, técnicos de enfermagem e psicólogos. Entre maio de 2021 e fevereiro deste ano, foram registrados 4.973 atendimentos nessa unidade do Cepav. O acesso ao acolhimento ocorre de forma espontânea, quando a vítima procura o serviço, e por encaminhamentos de outras instituições, como conselho tutelar, escolas, órgãos judiciais e unidades básicas de saúde (UBSs). No primeiro caso, é necessário apresentar documento de identificação e comprovante de residência. Não há restrição de idade para mulheres. “O próprio hospital também encaminha o paciente para o nosso atendimento, ao perceber algum sinal de que aquela pessoa passou ou está inserida em um contexto de violência, e nós entramos em contato para marcar o acolhimento”, pontua o assistente social Caio Milhomem, integrante do Flor do Cerrado. [Olho texto=”“Tentamos mostrar como a violência está presente nas relações cotidianas, que é uma questão da sociedade”” assinatura=”Caio Milhomem, assistente social ” esquerda_direita_centro=”direita”] Recebida a demanda, a equipe de enfermagem é responsável por marcar o primeiro encontro com os pacientes e, na ocasião, recolher o máximo de informações sobre o caso e a situação de saúde. Além disso, são explicados detalhes do funcionamento do programa e há direcionamentos a outros serviços de saúde, caso seja necessário. “Durante o primeiro contato, falamos sobre os tipos de violência que existem, porque, muitas vezes, as pessoas estão passando por algum tipo de situação violenta, mas não conseguem identificar”, afirma a enfermeira Márcia Lima. “Mostramos que não estamos aqui para investigar nada; é um serviço totalmente sigiloso.” Acompanhamento Orientação é para pedir ajuda e, em casos de violência, sempre denunciar | Arte: Agência Brasília A técnica de enfermagem Adriana Santos lembra ser recorrente que as vítimas ou os pais e responsáveis, no caso de crianças e adolescentes, demorem a compreender que estão inseridos em um ciclo de violência. “É um processo de entendimento, em que a pessoa só começa a identificar pelo que está passando depois de algum tempo; e, algumas vezes sabendo de todos os riscos, permanece na relação”, alerta. Após o acolhimento inicial, há atendimentos individuais com as mulheres, até que elas estejam prontas para ser inseridas em um grupo multiprofissional – denominado Grupo de Mulheres. “Tentamos mostrar como a violência está presente nas relações cotidianas, que é uma questão da sociedade. Não falamos coisas extraordinárias para essas mulheres, falamos sobre o que acontece na vida delas, na linguagem delas”, aponta Milhomem. Há ainda o Grupo de Manutenção destinado ao público feminino, para o acompanhamento dos casos, e o Grupo Multifamiliar, em que são atendidos crianças e adolescentes junto aos pais e responsáveis. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Rede de apoio Existem 18 unidades do Cepav no Distrito Federal, conhecidas como “flores em rede”. Assim como em Santa Maria, esses outros pontos também oferecem atendimento multiprofissional e biopsicossocial para crianças, adolescentes, adultos e idosos em situação de violência sexual, familiar e doméstica. Serviço Flor do Cerrado/HRSM ? Local: Prédio anexo à entrada principal do Hospital Regional de Santa Maria ? Horário de atendimento: de segunda a sexta-feira, das 7h às 18h. Telefone: 4042-7770, ramal 5525; e-mail: cepavflordocerrado@gmail.com. ? Confira contatos dos outros equipamentos de saúde.

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