Últimos dias para se inscrever no Aulão de Redação 60+ na Biblioteca Nacional de Brasília
A Biblioteca Nacional de Brasília (BNB) encerra nesta terça-feira (9) as inscrições para o Aulão de Redação 60+, voltado exclusivamente a pessoas com 60 anos ou mais que se preparam para o vestibular da Universidade de Brasília (UnB). O encontro ocorrerá no dia 10 de dezembro, das 14h30 às 17h30, no auditório da BNB. As inscrições devem ser feitas pelo link. As vagas serão definidas por meio de sorteio, que será filmado e publicado nas redes sociais no dia 9 de dezembro. A aula será ministrada pela professora Paula Monteiro, em parceria com o cursinho Apoio Singular, com objetivo de orientar os participantes na estrutura e na produção de textos exigidos no vestibular. A diretora da BNB, Marmenha Rosário, destaca a importância do projeto para um público que tem buscado retomar objetivos pessoais ao longo da vida. "São pessoas muito especiais, que muitas vezes deixaram o sonho de fazer a faculdade quando eram jovens para se dedicar à família e que hoje, com a família já toda encaminhada, voltam os olhos para si e fazem esse investimento" Marmenha Rosário, diretora da BNB “Nós temos um carinho especial por essa iniciativa desde a primeira edição. É sempre muito emocionante receber esses alunos aqui na Biblioteca Nacional e ministrar esse aulão para esse público. São pessoas muito especiais, que muitas vezes deixaram o sonho de fazer a faculdade quando eram jovens para se dedicar à família e que hoje, com a família já toda encaminhada, voltam os olhos para si e fazem esse investimento.” Segundo a diretora, os depoimentos recebidos ao longo das edições — que chegam tanto pelas redes sociais quanto presencialmente — reforçam o impacto e o papel social da instituição. “Temos recebido muitos feedbacks que nos deixam muito emocionados. Nos procuram, falam que o aulão na BNB fez toda a diferença. Fazer parte da história dessas pessoas que nunca desistiram do sonho de cursar uma universidade pública nos orgulha muito como equipamento público e como gestores”, completa.
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Cooperativas de catadores participam de capacitação sobre segurança no trabalho
Nesta segunda-feira (24), o Serviço de Limpeza Urbana (SLU) promoveu uma capacitação dirigida às cooperativas e associações de catadores contratadas para a coleta e triagem de materiais recicláveis. A iniciativa teve como objetivo reforçar práticas de segurança no trabalho, como o uso correto de equipamentos de proteção individual (EPIs) e orientações sobre o procedimento formal de Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT). A capacitação reuniu servidores do SLU, representantes de cooperativas e estagiários do curso de saúde coletiva da UnB | Foto: Divulgação/SLU Durante o encontro, servidores da Diretoria Técnica do SLU e estagiários de saúde coletiva da Universidade de Brasília (UnB) apresentaram rotinas de prevenção e os canais de notificação exigidos pela autarquia. Eles desenvolvem trabalho permanente junto às cooperativas para reforçar práticas seguras e a cultura de notificação. A intenção é transformar os registros em insumo para aperfeiçoar treinamentos, prever mudanças na logística operacional e ajustar exigências contratuais que aumentem a proteção dos trabalhadores. [LEIA_TAMBEM]O SLU criou um formulário específico de CAT para que as cooperativas registrem qualquer acidente, mesmo os de menor gravidade, permitindo a adoção imediata de medidas corretivas — tanto nas orientações de segurança quanto nas cláusulas dos contratos de prestação de serviço. “Essas informações têm que ser preenchidas pela cooperativa no momento em que ocorreu o acidente e imediatamente comunicadas ao SLU”, completou Mendes, lembrou o chefe da Unidade de Sustentabilidade e Mobilização Social do SLU, Francisco Mendes. O SLU mantém atualmente 22 contratos de coleta seletiva e 31 contratos de serviço de triagem no Distrito Federal. A coleta seletiva está presente em 33 regiões administrativas, e todo o material recolhido é encaminhado aos galpões de triagem, onde os catadores separam os recicláveis para comercialização, gerando trabalho e renda. A capacitação faz parte de uma agenda mais ampla da autarquia voltada à qualificação dos agentes da cadeia de reciclagem e à garantia de condições seguras de trabalho, contribuindo para a formalização do setor e a minimização de riscos ocupacionais. *Com informações do SLU
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Aulão gratuito na Biblioteca Nacional prepara candidatos para o vestibular tradicional da UnB
Estão abertas as inscrições para o aulão preparatório de redação voltado ao vestibular tradicional da Universidade de Brasília (UnB). A atividade gratuita será realizada na próxima quarta-feira (19), das 14h30 às 17h30, no auditório da Biblioteca Nacional de Brasília (BNB). As inscrições seguem até domingo (16) e podem ser feitas neste formulário online. Biblioteca Nacional de Brasília oferece vagas para aulas especiais visando ao vestibular | Foto: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília Ao todo, serão disponibilizadas 130 vagas, preenchidas por meio de sorteio filmado e divulgado no perfil da BNB no Instagram, na segunda-feira (17). O encontro será ministrado pela professora Patrícia Lisboa e terá como foco a produção textual no padrão Cebraspe, modelo adotado pela UnB. [LEIA_TAMBEM]De acordo com a coordenadora do projeto, Joana Melo, todos os cursos oferecidos pela iniciativa apresentaram alta procura, com muitas inscrições e participações da comunidade. “A proposta, por ser totalmente gratuita, visa à democratização do acesso dos jovens, principalmente da rede pública, a aulas com professores experientes e qualificados do DF”, enfatiza. Joana lembra, ainda, que muitos estudantes têm dificuldades em adaptar a escrita para o modelo cobrado pelo Cebraspe. “Como muitas pessoas se preparam para o padrão Enem, é importante ressaltar que a banca cobra, para a UnB, de uma maneira diferente”, orienta. “A aula com a professora Patrícia Lisboa vai ajudar os participantes a entenderem essa estrutura e se prepararem melhor para as provas dos dias 22 e 23”. O projeto está no terceiro ano de funcionamento. No primeiro semestre deste ano, foram ofertados aulões para o Vestibular 60+ da UnB. No segundo semestre foram iniciados os aulões para o Concurso Nacional Unificado (CNU) e, em seguida, foi a vez dos aulões para o Enem. Agora terá início a quarta e última bateria de aulões de 2025: Redação para o vestibular tradicional da UnB, Análise de obras literárias do PAS 1, 2 e 3 e Redação para o Vestibular 60+.
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Estudantes da UnB visitam a Secretaria de Turismo do DF em atividade do curso de Gestão Municipal do Turismo
A Secretaria de Turismo do Distrito Federal (Setur-DF) recebeu, na manhã desta quinta-feira (30), um grupo de estudantes do curso de especialização em Gestão Municipal do Turismo, da Universidade de Brasília (UnB), por intermédio da Associação Nacional de Secretários e Dirigentes Municipais de Turismo (Anseditur). A visita integra a programação prática do curso, que combina teoria e vivência no campo da gestão pública do turismo. O curso, oferecido na modalidade a distância, reúne 65 alunos matriculados de todas as regiões do Brasil, promovendo uma rica troca de experiências entre profissionais de diferentes contextos turísticos. Durante a visita, os estudantes conheceram as ações e projetos desenvolvidos pela Setur-DF e puderam compreender o papel da pasta na estrutura turística do Distrito Federal. O curso reúne 65 alunos de todo o país | Foto: Divulgação/Setur-DF “Esse momento é fundamental dentro do contexto do curso. Buscamos não apenas a base teórica, mas também a vivência prática, em que os alunos têm a oportunidade de vir a Brasília e ter esse contato direto com gestores públicos. A visita à Secretaria de Turismo é essencial para a formação deles”, explicou o professor João Tasso, coordenador de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação da UnB, que acompanhou a turma. Além da visita institucional, o grupo participa, na tarde desta sexta-feira (31), de um city tour por Brasília, com paradas em pontos turísticos emblemáticos e em locais que representam iniciativas diferenciadas, como o afroturismo. “Queremos proporcionar aos alunos uma visão ampla do turismo, indo além dos roteiros cívicos e tradicionais, para que conheçam também outras experiências e narrativas que enriquecem o setor”, destacou o professor. Cristiano Araújo: "Investir na formação de gestores é investir no futuro do turismo brasileiro" [LEIA_TAMBEM]O secretário de Turismo do DF, Cristiano Araújo, ressaltou a importância da parceria com instituições de ensino e da qualificação profissional para o fortalecimento do turismo: “Receber esses alunos é uma oportunidade de aproximar a academia da gestão pública, mostrando, na prática, como o turismo é pensado e desenvolvido no Distrito Federal. Investir na formação de gestores é investir no futuro do turismo brasileiro". Heilane Lopes, consultora e especialista em Gestão Estratégica de Negócios e Territórios, natural de Ilhéus (BA), é uma das alunas do curso e compartilhou um pouco da experiência ao visitar a Setur-DF. “Tive a oportunidade de participar de uma visita técnica à Setur-DF, uma experiência riquíssima e inspiradora. Fomos recebidos de forma acolhedora pelo secretário Cristiano Araújo e por toda a sua equipe, que compartilharam estratégias e práticas para alavancar o turismo. Foi uma vivência agregadora, que amplia nossa visão sobre políticas públicas, governança, acesso a mercado, eventos e inovação no turismo, fortalecendo o compromisso com o desenvolvimento do território”, finalizou. *Com informações da Setur-DF
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Pesquisa apoiada pela FAPDF abre caminho para novas terapias contra o câncer de cabeça e pescoço
A carcinogênese — processo biológico pelo qual o câncer se forma e progride — é um dos temas centrais da pesquisa médica contemporânea. Em busca de compreender os mecanismos moleculares que impulsionam esse processo e de desenvolver terapias mais eficazes e seguras, um grupo de cientistas da Universidade de Brasília (UnB) realizou o projeto Estudo da via PI3K/AKT/mTOR e avaliação dos efeitos biológicos dos inibidores de mTOR em carcinomas de cabeça e pescoço, com fomento da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF). A iniciativa foi coordenada pela professora Eliete Neves da Silva Guerra, docente titular da UnB e coordenadora do Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde. O estudo foi desenvolvido no Laboratório de Histopatologia Oral da Faculdade de Ciências da Saúde, em parceria com Hospital Universitário de Brasília (HUB), Universidade de Campinas (Unicamp) e Universidade de Michigan (EUA), envolvendo pesquisadores e estudantes de diferentes áreas da saúde. Pesquisadora prepara amostras biológicas no Laboratório de Histopatologia Oral da UnB, onde foram conduzidas as análises histológicas e moleculares do estudo | Foto: Divulgação/FAPDF “Buscamos compreender, em amostras de pacientes brasileiros, o funcionamento da via PI3K/AKT/mTOR — um conjunto de proteínas que regula o crescimento, a proliferação e a sobrevivência celular — e testar inibidores capazes de modular seu comportamento. Esse tipo de estudo pode abrir caminho para terapias mais individualizadas e menos tóxicas”, explica a professora Eliete Guerra. O apoio da FAPDF foi fundamental para viabilizar o projeto, permitindo a aquisição de equipamentos de alta precisão, reagentes especializados e capacitação de equipe técnica. O investimento possibilitou a integração entre grupos de pesquisa nacionais e internacionais e o fortalecimento das bases da pesquisa biomédica no Distrito Federal. "Quando um estudo local contribui para ampliar o conhecimento sobre o câncer e aponta caminhos para novas terapias, não estamos apenas financiando pesquisa — estamos investindo em resultados de impacto, em qualidade de vida e no futuro de quem acredita na ciência" Leonardo Reisman, diretor-presidente da FAPDF Para o diretor-presidente da FAPDF, Leonardo Reisman, o estudo exemplifica a relevância dos investimentos da Fundação em ciência aplicada. “A FAPDF tem como missão apoiar pesquisas que gerem impacto real na vida das pessoas. Quando um estudo local contribui para ampliar o conhecimento sobre o câncer e aponta caminhos para novas terapias, não estamos apenas financiando pesquisa — estamos investindo em resultados de impacto, em qualidade de vida e no futuro de quem acredita na ciência”, afirma Leonardo. Avanços científicos O projeto uniu pesquisa clínica, molecular e experimental em um modelo de investigação translacional, conceito que designa o tipo de ciência que conecta o conhecimento gerado em laboratório à aplicação prática em pacientes. Foram analisadas 26 amostras tumorais humanas provenientes do banco de tecidos do HUB, obtidas de pessoas diagnosticadas com carcinoma espinocelular de cabeça e pescoço, o tipo mais comum de câncer nessa região, que afeta áreas como boca, laringe e faringe. O composto natural reduziu a expressão de proteínas relacionadas ao crescimento tumoral Essas amostras foram submetidas à imuno-histoquímica quantitativa para investigar a expressão das proteínas da via PI3K, AKT, mTOR e PTEN. As três primeiras atuam como “aceleradores” do crescimento celular, enquanto PTEN funciona como um “freio biológico”, regulando o equilíbrio do ciclo de divisão das células. A pesquisa correlacionou os níveis dessas proteínas com fatores clínicos e patológicos, como a localização e o grau de agressividade dos tumores. Em paralelo, a equipe realizou ensaios in vitro em linhagens celulares humanas — SCC-9 (carcinoma de língua) e FaDu (carcinoma de hipofaringe) — utilizando técnicas laboratoriais avançadas: qPCR, para medir a expressão de genes; Western blot, que detecta proteínas específicas; MTT, método que avalia a viabilidade celular; e citometria de fluxo, usada para observar o ciclo celular e a ocorrência de morte celular (apoptose). O artigo internacional resultante da pesquisa identificou alta expressão de PI3K, AKT e mTOR, combinada à redução acentuada de PTEN — um padrão característico de ativação tumoral. Esses resultados reforçam o papel central dessa via na progressão dos carcinomas de cabeça e pescoço, sugerindo novos alvos para terapias direcionadas. Curcumina e novas perspectivas terapêuticas "Os resultados reforçam o potencial terapêutico da curcumina como modulador natural da via PI3K/AKT/mTOR, apontando caminhos promissores para o desenvolvimento de biofármacos de origem vegetal e para a medicina personalizada" Eliete Guerra, pesquisadora Entre os compostos testados, a curcumina — um polifenol natural extraído do açafrão-da-terra e conhecido pelas propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias — apresentou atividade antineoplásica significativa. Nos testes, a substância reduziu a viabilidade das células tumorais de forma dose-dependente, induziu morte celular programada e bloqueou o ciclo celular na fase G2/M, momento em que a célula se prepara para se dividir. Esse bloqueio impede que as células cancerígenas continuem se multiplicando. “Os resultados reforçam o potencial terapêutico da curcumina como modulador natural da via PI3K/AKT/mTOR, apontando caminhos promissores para o desenvolvimento de biofármacos de origem vegetal e para a medicina personalizada”, destaca Eliete Guerra. Além de seus achados científicos, a iniciativa resultou na formação de dois doutores, na publicação de quatro artigos científicos internacionais e em avanços relevantes na compreensão molecular dos tumores de cabeça e pescoço. “O fomento público é essencial para assegurar infraestrutura, qualificação e inovação. Ele permite transformar a ciência em soluções reais para a saúde da população”, ressalta a pesquisadora Eliete. As próximas etapas incluem testes pré-clínicos em modelos animais e ensaios clínicos randomizados em humanos, que poderão validar a segurança e a eficácia dos compostos investigados. A expectativa é que os resultados abram novas perspectivas para o desenvolvimento de terapias direcionadas e consolidem o Distrito Federal como referência em ciência translacional e biotecnologia em saúde. *Com informações da FAPDF
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Pesquisa apoiada pela FAPDF mostra o carbono como aliado da agricultura sustentável
Como aumentar a produtividade agrícola sem ampliar áreas desmatadas ou depender de insumos químicos de alto impacto ambiental? Essa é a pergunta que move o projeto Materiais Carbonáceos Nanométricos na Agricultura Sustentável, fomentado pela Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF) no âmbito do edital Demanda Induzida (2021). Realizado entre 2022 e 2023, o projeto é coordenado pelo professor Brenno Amaro da Silveira Neto, do Instituto de Química da Universidade de Brasília (IQ/UnB), e reuniu uma equipe multidisciplinar que aposta na nanotecnologia verde como caminho para uma agricultura mais produtiva, eficiente e sustentável. As imagens registradas com o uso de máscaras refletem o período da pandemia de covid-19, em que parte das atividades foi conduzida sob medidas preventivas de segurança sanitária. Brenno Amaro: “Graças ao apoio da fundação, conseguimos padronizar processos, reduzir riscos tecnológicos e alcançar reprodutibilidade em larga escala” | Fotos: Divulgação/FAPDF “O fomento da FAPDF foi decisivo para transformar uma prova de conceito em uma plataforma aplicada à nanotecnologia verde”, afirma Brenno. “Graças ao apoio da fundação, conseguimos padronizar processos, reduzir riscos tecnológicos e alcançar reprodutibilidade em larga escala", completa. Para o presidente da FAPDF, Leonardo Reisman, o apoio ao projeto demonstra como o investimento em pesquisa aplicada pode gerar soluções concretas para os grandes desafios da sociedade. “É uma satisfação ver o Distrito Federal se consolidando como referência em tecnologias limpas e produtivas, resultado direto do fomento à pesquisa e da parceria entre universidade, governo e setor produtivo”, ressalta. A chamada nanotecnologia verde busca desenvolver materiais e processos em escala nanométrica — partículas mil vezes menores que a espessura de um fio de cabelo — que conciliem eficiência tecnológica e baixo impacto ambiental. Diferença visual entre plantas de batata-inglesa cultivadas sem tratamento (à esquerda) e com o uso de nanomateriais de carbono (à direita) No caso da agricultura, ela representa uma alternativa promissora para reduzir o uso de fertilizantes e defensivos químicos, ao mesmo tempo que aumenta a produtividade e preserva os recursos naturais. Dentro dessa abordagem, os materiais carbonáceos nanométricos — compostos essencialmente por carbono, o mesmo elemento presente no grafite e no diamante, mas em estruturas minúsculas e altamente reativas — têm ganhado destaque. Por apresentarem alta estabilidade, condutividade e capacidade de transporte de nutrientes, eles podem atuar como nanofertilizantes, carregando elementos essenciais para as plantas de forma controlada, precisa e sustentável. Esses nanofertilizantes funcionam como “fertilizantes inteligentes”: liberam os nutrientes de maneira gradual e direcionada, aumentam a absorção pelas plantas e reduzem o desperdício e a contaminação do solo e da água. Com menos adubo, a planta absorve mais e o meio ambiente sofre menos. “Os materiais carbonáceos permitiram um desenvolvimento significativamente melhor das plantas mesmo em condições adversas, como escassez de água, variações de temperatura e uso reduzido de defensivos agrícolas” Brenno Amaro, professor e pesquisador da UnB “Os materiais carbonáceos permitiram um desenvolvimento significativamente melhor das plantas mesmo em condições adversas, como escassez de água, variações de temperatura e uso reduzido de defensivos agrícolas”, explica o professor Brenno. Da ideia à aplicação em campo A proposta surgiu em um encontro entre pesquisadores da UnB e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que observaram o potencial desses materiais — até então aplicados em estudos biomédicos — para uso agrícola. A partir daí, o grupo iniciou um trabalho pioneiro de síntese, caracterização e validação de nanofertilizantes de carbono, com foco em segurança e sustentabilidade. Com o apoio da FAPDF, o projeto conseguiu avançar da bancada de laboratório para o campo, implementando um reator de 50 litros capaz de produzir os materiais em escala piloto. Essa estrutura possibilitou o teste em larga escala dos nanofertilizantes em diferentes culturas agrícolas, incluindo milho, algodão, cacau, tomate e batata, em áreas experimentais de até 10 hectares. Os resultados foram expressivos: aumento do teor de clorofila nas folhas, maior biomassa vegetal, melhor aproveitamento da água e crescimento mais uniforme mesmo em períodos de seca. Comitiva de autoridades e representantes do setor produtivo visita o PADDF para conhecer os resultados da Arbolina, nanofertilizante desenvolvido a partir do projeto financiado pela FAPDF Além de elevar a produtividade, o nanofertilizante reduziu o uso de defensivos agrícolas e melhorou a absorção de nutrientes como cálcio, fósforo, potássio, ferro e zinco, diminuindo perdas por lixiviação (quando os nutrientes se perdem com a água no solo). A pesquisa contou, ainda, com a participação da Krilltech, startup criada a partir de estudos da UnB e da Embrapa, que atua na transição do conhecimento científico para o mercado. Juntas, as instituições ampliaram os testes para fazendas comerciais no Distrito Federal e na Bahia, validando o desempenho dos produtos em condições reais. A partir dessa linha de pesquisa, surgiu a Arbolina, primeiro nanofertilizante de carbono desenvolvido no Brasil, hoje comercializado pela Krilltech. O produto combina propriedades bioestimulantes e de liberação controlada de nutrientes, melhorando a eficiência da adubação e o desempenho fisiológico das plantas. Outras aplicações agrícolas e industriais estão em desenvolvimento, como o uso em sementes, defensivos e sistemas hidropônicos, o que demonstra o potencial de expansão da nanotecnologia verde no agronegócio. O material carbonáceo já possui registro no Ministério da Agricultura e Pecuária, o que garante segurança e conformidade para uso em sistemas produtivos. Segurança e sustentabilidade Comparativo de produção em tomateiros coletados em plantação comercial. À esquerda, o grupo controle; à direita, o grupo tratado com nanofertilizantes à base de carbono, evidenciando maior quantidade e tamanho dos frutos após o uso da tecnologia Um dos pilares do projeto é o compromisso com a segurança biológica e ambiental. Os nanomateriais foram submetidos a testes rigorosos de toxicidade, incluindo ensaios com embriões de peixe-zebra (Danio rerio) — metodologia padronizada internacionalmente pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) — para avaliar eventuais riscos ecotoxicológicos. Os resultados confirmaram baixa toxicidade e ausência de efeitos adversos em organismos vivos, o que permitiu a continuidade dos experimentos e a aplicação controlada em campo. A nanotecnologia desenvolvida pela UnB combina alto desempenho agronômico com responsabilidade ambiental. Ao potencializar a absorção de nutrientes e reduzir a necessidade de fertilizantes convencionais, os materiais carbonáceos contribuem para diminuir emissões de gases de efeito estufa e mitigar impactos sobre o solo e a água, promovendo um ciclo produtivo mais limpo e eficiente. Impactos econômicos e sociais Os benefícios da pesquisa ultrapassam o campo científico. Para agricultores familiares do Distrito Federal e da Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (Ride), o uso da tecnologia pode representar maior estabilidade de produção, menor custo com insumos e mais segurança diante das variações climáticas. Ao aumentar a eficiência e reduzir perdas, a tecnologia cria condições para ampliar a renda dos pequenos produtores e fortalecer cooperativas locais, favorecendo o desenvolvimento regional. Também estimula a capacitação técnica de jovens e trabalhadores rurais, gerando novas oportunidades de ocupação ligadas à aplicação, monitoramento e manejo de solo. Do ponto de vista econômico, a produção nacional de nanofertilizantes à base de carbono reduz a dependência de insumos importados e posiciona o Distrito Federal como referência nacional em inovação agroindustrial. O projeto contribui ainda para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, em especial aqueles voltados à fome zero, consumo responsável e ação climática. *Com informações da FAPDF
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Pesquisa com apoio da FAPDF analisa experiências de catadores no DF
O encerramento do Lixão da Estrutural, em 2018, marcou uma das maiores mudanças socioambientais do Distrito Federal. Mais de três mil catadores que atuavam diariamente no espaço precisaram se adaptar ao novo modelo de gestão de resíduos sólidos, previsto pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) — instituída pela Lei nº 12.305/2010, que determinou o fechamento dos lixões em todo o país, a criação de aterros sanitários e a inclusão de catadores em programas de coleta seletiva. A medida buscava promover sustentabilidade e justiça ambiental, mas também trouxe desafios de ordem social, econômica e laboral para esses trabalhadores. Foi nesse contexto que a professora Sayonara de Amorim Gonçalves Leal, do Departamento de Sociologia da Universidade de Brasília (UnB), coordenou o projeto “Experiências de catadores de materiais recicláveis confrontados a dispositivos de gestão de resíduos sólidos no DF: engajamentos ao cooperativismo e capacidade de inovação social”, apoiado pela FAPDF por meio do Edital Demanda Espontânea (2022). A fundação viabilizou a execução e possibilitou a participação de estudantes bolsistas e da Central de Cooperativas de Trabalho de Materiais Recicláveis do Distrito Federal (Centcoop-DF), que garantiu o acesso ao campo e legitimou a investigação junto às cooperativas. Catadores cooperados em atividade no galpão de triagem, onde resíduos são separados manualmente e destinados à reciclagem | Foto: Divulgação/FAAPDF “Os catadores fazem parte da infraestrutura da gestão e tratamento de resíduos. Eles são agentes ambientais, produtores de saberes valiosos, mas ainda vivem em condições de precariedade social e laboral”, destaca Sayonara. Resultados e relevância Combinando cerca de 80 entrevistas, grupos focais, dinâmicas participativas e observação de campo em 22 cooperativas do DF, a pesquisa produziu um corpo de evidências qualitativas robustas que sustentam análises aprofundadas sobre a organização coletiva dos catadores e as adversidades da cadeia de reciclagem. "As cooperativas sobrevivem a partir do material que conseguem vender. Mas, sem coleta seletiva eficiente, esse material chega em menor quantidade e muitas vezes inadequado para a comercialização" Sayonara Leal, pesquisadora A pesquisa mostrou que, mesmo quando há separação domiciliar, grande parte dos resíduos chega às unidades de triagem em quantidade insuficiente ou em condições inadequadas para comercialização. “As cooperativas sobrevivem a partir do material que conseguem vender. Mas, sem coleta seletiva eficiente, esse material chega em menor quantidade e muitas vezes inadequado para a comercialização”, alerta Sayonara. Esta é a primeira vez que se dá voz diretamente aos catadores, documentando como vivem, como se organizam coletivamente e quais os principais desafios enfrentados. O estudo também dialoga com a economia circular da reciclagem — modelo que busca reduzir o desperdício e prolongar o uso dos recursos, reinserindo materiais no ciclo produtivo por meio do reuso e da reciclagem. “Mostramos elementos do trabalho dos catadores que são inaceitáveis. Se queremos uma inclusão socioprodutiva real, é preciso melhorar a coleta seletiva, a renda e as condições de trabalho. Isso concerne diretamente ao poder público”, enfatiza. Parcerias, extensão e próximos passos Os pesquisadores ofereceram às cooperativas ferramentas para elas solucionarem problemas de organização interna e sustentabilidade econômica [LEIA_TAMBEM]Além do trabalho de campo, a equipe se envolveu em iniciativas de extensão, oferecendo às cooperativas ferramentas para enfrentar os problemas identificados — muitos deles relacionados a questões de gestão, organização interna e sustentabilidade econômica. Essas ações também buscaram fortalecer o engajamento ao modelo cooperativo, incentivando a participação ativa dos catadores na tomada de decisões e na construção coletiva das soluções. Para Sayonara, essa articulação foi um dos grandes ganhos do projeto: “À medida que coletávamos os dados, também oferecíamos instrumentos e soluções práticas. Essa junção mostrou-se justa, porque devolvemos contribuições àqueles que participaram da investigação”, afirma. O vínculo com a temática abriu ainda portas para a cooperação internacional: a coordenadora foi convidada a integrar um projeto na Bélgica voltado a catadores avulsos em situação de rua no DF. Entre os próximos passos estão a organização de um livro, a publicação de artigos científicos, a continuidade de ações de extensão e a realização do VI Seminário Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS), de 24 a 26 de setembro, no Instituto de Ciências Sociais da UnB, que debaterá os resultados da pesquisa. *Com informações da FAPDF
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Integração de políticas voltadas à infância é tema de reunião
Nesta quinta (28), representantes da Defensoria Pública do Distrito Federal (DPDF) e da Secretaria de Educação (SEEDF) participaram de uma reunião para fortalecer o programa Defensoria nas Escolas e integrar políticas voltadas à primeira infância. O evento teve como foco o alinhamento de fluxos e procedimentos relacionados à busca ativa de estudantes, um dos pilares do programa, além da apresentação dos resultados já alcançados. Durante o encontro, também foi lançado o projeto Defensoria na Primeira Infância, que prioriza o atendimento e a proteção de crianças no ambiente educacional. Programa Defensoria nas Escolas é um dos concorrentes ao Prêmio Innovare deste ano | Foto: Divulgação/DPDF Concorrente à 22ª edição do Prêmio Innovare, uma das mais prestigiadas premiações da área jurídica no país, o programa Defensoria nas Escolas vem se destacando pelo impacto positivo na cidadania e no fortalecimento dos direitos fundamentais, aproximando a DPDF da comunidade escolar. Direitos fortalecidos “Nosso compromisso é garantir que nenhuma criança seja deixada para trás, promovendo a busca ativa de estudantes e assegurando que tenham seus direitos respeitados desde os primeiros anos de vida” Rodrigo Duzsinski, coordenador do programa “O programa Defensoria nas Escolas mostra como a Justiça pode dialogar diretamente com a educação para prevenir conflitos e fortalecer direitos”, avaliou o defensor público-geral substituto, Fabrício Rodrigues. “Estar entre os finalistas do Prêmio Innovare é o reconhecimento de um trabalho que coloca a cidadania em primeiro lugar.” A secretária de Educação, Hélvia Paranaguá, reforçou que o fortalecimento da parceria com a DPDF é fundamental para integrar a educação e a Justiça em ações concretas voltadas às crianças e aos estudantes. “O alinhamento de fluxos e a busca ativa são estratégias essenciais para garantir o direito à aprendizagem e ao desenvolvimento pleno, especialmente na primeira infância”, afirmou. “Essa união de esforços representa um compromisso real com a proteção e a promoção de oportunidades para que cada criança esteja na escola, aprendendo e crescendo em um ambiente seguro e inclusivo”. [LEIA_TAMBEM]Coordenador do programa, o defensor público Rodrigo Duzsinski lembrou que o fortalecimento do Defensoria nas Escolas representa um passo importante: “Nosso compromisso é garantir que nenhuma criança seja deixada para trás, promovendo a busca ativa de estudantes e assegurando que tenham seus direitos respeitados desde os primeiros anos de vida. A integração com o projeto Defensoria na Primeira Infância reforça esse propósito e consolida a atuação da instituição como parceira estratégica na proteção e promoção dos direitos fundamentais das crianças no ambiente escolar”. Semana pela Primeira Infância Até esta sexta-feira (29), segue, na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), a Semana pela Primeira Infância. O evento conta com ações educativas, debates com especialistas e homenagens, entre outras atividades. Promovido pela Escola do Legislativo da CLDF (Elegis), o evento está previsto na Resolução nº 357/2025, e deverá ser realizado anualmente. Neste ano, a iniciativa conta com o apoio da Secretaria de Educação e da Universidade de Brasília (UnB). *Com informações da Defensoria Pública do Distrito Federal
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