Núcleo de Controle Químico e Biológico é estratégico no combate à dengue
Estratégico para o combate às zoonoses, doenças infecciosas transmitidas entre animais e seres humanos, o Núcleo de Controle Químico e Biológico da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) é o coração das operações contra o mosquito Aedes aegypti, transmissor de dengue, zika, chikungunya e febre amarela. O equipamento funciona como hub de controle vetorial, reunindo o núcleo de produção dos mosquitos com Wolbachia, inaugurado neste mês, a central de controle dos fumacês e a base de distribuição de larvicidas, inseticidas e outros insumos. “A proposta é trabalhar na promoção da saúde e na antecipação de riscos, antes que o cenário crítico de epidemia se instale" Fabiano dos Anjos, subsecretário de Vigilância à Saúde De acordo com o subsecretário de Vigilância à Saúde, Fabiano dos Anjos, o espaço concentra a inteligência logística e operacional das ações de campo, articulando diferentes métodos de combate e prevenção. “Tudo passa por aqui. É considerado um centro de armazenamento, distribuição e articulação das ações de combate ao mosquito da dengue”, resume. “A proposta é trabalhar na promoção da saúde e na antecipação de riscos, antes que o cenário crítico de epidemia se instale.” Com o Núcleo Regional de Produção Oswaldo Paulo Forattini — Método Wolbachia, estruturado com investimento de R$ 400 mil, a capital federal chega à vanguarda do controle biológico. A biofábrica reúne 22 servidores que trabalham diariamente na reprodução dos mosquitos inoculados com a bactéria Wolbachia, capaz de impedir o desenvolvimento dos vírus de dengue, zika, chikungunya e febre amarela, para liberação em áreas de vulnerabilidade. A primeira distribuição ocorreu na data de inauguração, em 9 de setembro, e mais uma foi registrada na última quarta-feira (24). “É um método 100% natural, não afeta as pessoas, não afeta os animais, não afeta o meio ambiente. A ideia é que haja uma substituição natural dos mosquitos que não tem a bactéria por aqueles que têm, diminuindo a incidência de doenças transmitidas pelo mosquito”, explica o subsecretário. A distribuição está prevista para dez regiões administrativas — Planaltina, Brazlândia, Sobradinho II, São Sebastião, Fercal, Estrutural, Varjão, Arapoanga, Paranoá e Itapoã — e dois municípios goianos — Luziânia e Valparaíso. O combate à dengue com os wolbitos é um metódo natural que não agride o meio ambiente | Fotos: Joel Rodrigues/Agência Brasília O processo de reprodução segue uma série de etapas minuciosas até que haja a soltura dos insetos. Em julho, as equipes iniciaram a organização do espaço com a higienização dos potes, a montagem das estruturas e a organização das salas que compõem o ciclo de desenvolvimento dos insetos. Após a soltura dos mosquitos, os frascos retornam para o núcleo e passam por um processo de higienização para retirar qualquer resquício de matéria orgânica. Em seguida, os recipientes são preparados para uma nova leva de wolbitos, como os insetos são apelidados. “Cada detalhe conta para garantir que os mosquitos estejam prontos para a expedição”, ressalta a agente de Vigilância Ambiental Débora Morais, 31 anos, que acompanha de perto a rotina da biofábrica. Segundo ela, o processo de criação controlada leva de 12 a 15 dias. As etapas envolvem desde a montagem dos potes com as cápsulas dos insetos e ração, passando pela fase de larva — em que o pote fica em ambiente aquecido a 30°C — até a sala do adulto, onde os insetos completam o desenvolvimento. “Pode parecer estranho produzir e soltar mosquitos, mas na prática estamos prevenindo casos de dengue e, consequentemente, evitando internações e óbitos" Débora Morais, agente de Vigilância Ambiental “Pode parecer estranho produzir e soltar mosquitos, mas na prática estamos prevenindo casos de dengue e, consequentemente, evitando internações e óbitos. O que fazemos aqui é promover saúde e garantir que a população esteja mais protegida”, enfatiza Débora, que é profissional da saúde há dez anos. A previsão é que sejam produzidos mais de 600 milhões de mosquitos com a bactéria somente em setembro. Prevenção O Núcleo de Controle Químico e Biológico coordena as estratégias integradas com os 15 núcleos locais espalhados pelo DF. No espaço, há o estoque e distribuição de larvicidas e bombas costais, além da base dos 33 veículos de Ultra Baixo Volume (UBV), conhecidos como fumacês, que promovem a aplicação de inseticida nas áreas críticas, de acordo com o cenário epidemiológico de cada região. [LEIA_TAMBEM]Segundo o chefe do Núcleo, Anderson de Morais Leocádio, a integração entre métodos tradicionais e novas tecnologias é o que garante a efetividade das ações. “As estratégias começam com a prevenção e avançam conforme a gravidade. A ideia é usar todos os recursos disponíveis de forma articulada, sempre buscando proteger a população”, reforça. Outras ferramentas complementam as operações: as ovitrampas, que já recolheram 1,5 milhão de ovos de mosquito até junho; as estações disseminadoras de larvicida, que utilizam o próprio inseto para espalhar o produto em criadouros; a borrifação residual intradomiciliar, que mantém efeito por até 60 dias em locais de grande circulação; e o uso de drones, que está em fase de contratação, para monitoramento de 18 mil hectares para identificar depósitos de água.
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Reunião com agentes de Vigilância Ambiental aborda combate a arboviroses
Organizada pela Secretaria de Saúde (SES-DF), uma reunião intersetorial nesta terça (26) teve como foco o enfrentamento das arboviroses, como dengue, febre amarela, zika e chikungunya. O objetivo foi apresentar estratégias já executadas pela pasta e discutir os próximos passos de forma integrada. Participaram militares do Corpo de Bombeiros (CBMDF), agentes de Vigilância Ambiental em Saúde (Avas), gestores das regiões administrativas, lideranças comunitárias e servidores de diversas secretarias distritais. Profissionais que atuam na linha de frente de combate às arboviroses debateram formas de intensificar o trabalho nesta temporada | Foto: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde-DF "Embora o desafio seja grande, podemos afirmar que os resultados demonstram avanços importantes, especialmente nas áreas de maior vulnerabilidade” Kenia Oliveira, diretora de Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde “Esse é um espaço fundamental para alinhar resultados, identificar pontos fortes e desafios, além de fortalecer o compromisso do monitoramento epidemiológico na preparação para a próxima sazonalidade”, avaliou a diretora de Vigilância Ambiental da SES-DF, Kenia de Oliveira. A sazonalidade das arboviroses coincide com o ciclo de reprodução do mosquito transmissor — o Aedes Aegypti —, mais prevalente no período chuvoso, entre os meses de outubro de um ano e maio do ano seguinte. A reunião também chamou a atenção para os profissionais da linha de frente no combate à dengue. “Foram essas pessoas que enfrentaram o sol do Cerrado, o tempo seco, a chuva repentina e as resistências nas casas para proteger a população”, enfatizou o subsecretário de Vigilância à Saúde da SES-DF, Fabiano Martins. Atuação constante [LEIA_TAMBEM]Os esforços da Vigilância em Saúde englobam a integração de novas tecnologias, a distribuição de insumos e a intensificação das ações de campo. “Ampliamos a cobertura das atividades de controle vetorial, investimos em capacitação das equipes e adotamos ferramentas para aumentar a eficácia da resposta” enumerou Kenia Oliveira. "Embora o desafio seja grande, podemos afirmar que os resultados demonstram avanços importantes, especialmente nas áreas de maior vulnerabilidade”. O último grande surto de casos de dengue no Brasil, entre 2023 e 2024, motivou a criação de novos mecanismos de combate ao mosquito no âmbito da rede pública. “Elaboramos o Plano de Enfrentamento da Dengue e Outras Arboviroses 2024/2025, aprovado pela SES-DF e alinhado à Organização Mundial da Saúde [OMS], à Organização Pan-Americana de Saúde [Opas] e ao Ministério da Saúde”, lembrou Fabiano Martins. O plano de enfrentamento estabelece objetivos claros: reduzir a morbimortalidade (incidência de doenças e óbitos em uma população específica durante determinado tempo), fortalecer a mobilização intersetorial, integrar vigilância, assistência e comunicação e incorporar inovações como a bactéria Wolbachia, drones, estações disseminadoras de larvicidas (EDLs), ovitrampas e novas tecnologias laboratoriais, além da vacinação contra a dengue. *Com informações da Secretaria de Saúde
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GDF leva vacinação antirrábica itinerante a sete pontos do DF neste sábado (16)
Neste sábado (16), a Secretaria de Saúde (SES-DF) promove mais uma ação itinerante de vacinação antirrábica para cães e gatos. A iniciativa integra a campanha anual realizada em setembro, período em que as ações de mobilização são intensificadas. Ao longo de todo o ano, no entanto, o imunizante está disponível nos 15 núcleos regionais de vigilância ambiental em saúde e na Diretoria de Vigilância Ambiental em Saúde. Essencial para a saúde pública, a vacina previne a doença em animais e humanos. Recomendação do Ministério da Saúde é que cães e gatos sejam vacinados anualmente contra a raiva | Foto: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde-DF Transmitida aos humanos principalmente por meio da mordida de animais infectados, a raiva pode levar à morte se não for prevenida. Segundo a veterinária Marcelle Farias, da Gerência de Vigilância Ambiental de Zoonoses da SES-DF, a estratégia de ampliar a cobertura vacinal surgiu a partir das demandas identificadas pelos núcleos nos próprios territórios. “Muitas vezes, parte da população não consegue participar da campanha anual, o que levou a Vigilância Ambiental a estabelecer postos fixos e a ampliar a vacinação por meio de ações itinerantes, voltadas para situações específicas”, explica. A vacina antirrábica deve ser aplicada anualmente nos animais, conforme recomendação do Ministério da Saúde e do fabricante do imunizante. Esse intervalo de 12 meses vale também para a primeira dose, sendo obrigatória a revacinação um ano após a aplicação inicial. Não é necessário agendamento, nem para os postos fixos nem para as ações itinerantes - basta comparecer com o animal no horário e local previstos. Já para solicitar vacinação itinerante, é preciso procurar o núcleo regional ou a gerência responsável, que avaliará a viabilidade da ação com base em critérios pré-estabelecidos. De acordo com Marcelle Farias, esse tipo de atendimento é indicado para situações em que não seja possível levar os animais até um posto fixo, especialmente em áreas rurais que ficaram descobertas durante a campanha anual, ou em casos específicos identificados pelo núcleo, sempre após avaliação de necessidade e possibilidade. Vacinação preventiva Veja, abaixo, os locais em que equipes dos núcleos de vigilância ambiental da SES-DF aplicarão o imunizante em cães e gatos. ⇒ Condomínio Total Ville - Santa Maria Endereço: Comércio Local, Loja 17 Horário: das 9h às 12h ⇒ Agro Veterinária Mundo Animal - Vicente Pires Endereço: Quadra 3 Conjunto 9 Trecho 3 Loja 1 Horário: das 8h às 14h ⇒ Feira do Produtor - Vicente Pires Endereço: Rua 4A, quiosques 3 e 4 - Agro Pet Vivendas Horário: das 8h às 14h ⇒ Agrofort Pet - Vicente Pires Endereço: Rua 5, Chácara 114, Lote 10, Loja 1 Horário: das 8h às 14h ⇒ Animal Park Clínica Veterinária - Vicente Pires Endereço: Quadra 10, Conjunto 2, Lote 1, Loja 3 - Colônia Agrícola Samambaia Horário: das 8h às 14h ⇒ Vila Pet - Sobradinho Endereço: Quadra 1 Horário: 9h às 17h ⇒ Feirinha do Condomínio RK - Sobradinho Horário: 9h às 17h. Para receber a vacina, o animal deve estar saudável e ter mais de três meses de idade. O tutor precisa ser maior de idade, apresentar documento de identidade e conduzir o pet com coleira, focinheira ou caixa de transporte, conforme o porte. Fêmeas prenhas ou em período de amamentação também podem ser imunizadas. [LEIA_TAMBEM]A veterinária explica que, como em qualquer imunização, existe risco de reação vacinal, sendo esperadas reações leves. Nesses casos, o animal pode apresentar falta de apetite, ficar prostrado ou sentir dor no local da aplicação. Há também a possibilidade de reações alérgicas, que exigem maior atenção do tutor: o pet pode apresentar coceira, inchaço no corpo e no rosto, dificuldade para respirar e, nos casos mais graves, evoluir para uma parada respiratória. Diante de sinais desse tipo, o tutor não deve esperar, e precisa procurar imediatamente o núcleo responsável pela ação ou um posto fixo de vacinação para que sejam tomadas as providências. Os postos de vacinação itinerantes terão locais e datas definidos ao longo do ano pelos próprios núcleos, que avaliam a demanda nas regiões e têm autonomia para organizar a logística. A programação é divulgada e constantemente atualizada no site da Secretaria de Saúde, na página de pontos de vacinação. Vacina antirrábica humana Em situações de risco, como ataques de animais sem imunização contra a raiva, a população deve procurar imediatamente um posto de saúde para receber a vacina antirrábica, seguindo as orientações da equipe de atendimento para prevenção da doença. Para mais informações, acesse este link.
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Raiva: população deve tomar cuidado ao lidar com animais silvestres
No mês dedicado à conscientização das zoonoses - o Julho Dourado -, a Secretaria de Saúde (SES-DF) chama a atenção da população para os cuidados necessários ao lidar com animais que possam transmitir doenças, como os morcegos. Até junho deste ano, o DF diagnosticou dois desses mamíferos com raiva. Morcegos, normalmente, se alimentam de frutos; mesmo assim, caso haja contato com humanos, é preciso acionar a Zoonoses | Imagens: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF Da espécie Artibeus lituratus, os morcegos observados são conhecidos por se adaptarem facilmente às áreas urbanas e possuírem hábitos frugívoros - ou seja, se alimentam de frutos. Nos casos identificados, os morcegos não tiveram contato direto com humanos, apenas com cachorros. “Os morcegos são animais silvestres, protegidos por lei e possuem uma importante função ecológica, porém é preciso estar atento quando se encontra um animal fora do comportamento habitual dele, como durante o dia, caído no chão ou adentrado nas residências”, orienta a gerente da Zoonoses, Camila Cibeli Soares. “Nesses casos, é preciso um pouco mais de cautela.” Cuidados essenciais Arte: Divulgação/SES-DF A raiva é uma zoonose grave, que pode ser transmitida pela mordedura, lambedura ou arranhadura de algum animal infectado. “Às vezes, no contato, o animal pode morder para se defender, mesmo sendo frugívoro”, lembra a gerente de Zoonoses. Nesses casos, a recomendação é isolar o morcego com segurança - cobrindo-o com um balde e colocando um peso em cima - até que a equipe técnica possa recolhê-lo. Caso ocorra contato com o animal, a orientação é lavar imediatamente as mãos com água e sabão. “De qualquer forma, é importante acionar a gerência de vigilância ambiental para realizar o recolhimento do morcego e o encaminhar para o diagnóstico”, reforça Camila Soares. “Também é importante avisar se o animal doméstico teve contato com os morcegos, para que seja feita a observação quanto ao risco de raiva, e iniciar o protocolo pós-exposição do animal.” Protocolo Quando animais domésticos, como cães e gatos, entram em contato com morcegos, é aplicado o protocolo de pós-exposição para raiva, em que o animal é vacinado outra vez contra a doença e segue em observação. Na rede pública, a vacina é gratuita e está disponível em diversos pontos do DF. Casos Entre 2019 e 2025, o Laboratório de Diagnóstico de Raiva recebeu 3.454 amostras, sendo 27 positivas, diagnosticadas em 22 morcegos, quatro bovinos e um equino. Já os casos de raiva humana no Distrito Federal foram apenas dois: um em 1971 e outro em 2022. Como acionar o serviço A população pode acionar a Vigilância Ambiental pelos números (61) 3449-4432 e 3449-4434 (WhatsApp) ou pelo e-mail zoonosesdf@gmail.com. O atendimento via telefone está disponível de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. É importante informar a localização, o tipo de animal e, se possível, enviar fotos para auxiliar no atendimento. *Com informações da Secretaria de Saúde
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Caramujo africano: conheça riscos e saiba como combater
Dezenas de caramujos africanos infestaram o jardim de Ana Paula da Silva, 43 anos, moradora do Sol Nascente. “Plantei uma horta com coentro e cebolinha, mas desisti. Eles comem e matam tudo. Em uma única limpeza, recolhi mais de 50 deles e piora na época da chuva”, relata, acrescentando que orienta as crianças da residência a não tocarem no molusco. A preocupação da dona de casa é justificada, pois a espécie de caramujo oferece riscos a humanos e animais. O molusco conhecido popularmente como caramujo africano, cujo nome correto é caracol africano (Achatina fulica), é considerado uma espécie exótica e invasora no Brasil. Foi introduzido ilegalmente no país no final da década de 1980 como um substituto para o escargot e já é encontrado em quase todos os estados brasileiros. Hermafroditas, os animais procriam a cada dois ou três meses com fecundação cruzada, podendo colocar em média 200 ovos por postura e se reproduzir mais de uma vez por ano. Estes ovos são parecidos com a semente de mamão, branco-amarelados e ficam parcialmente enterrados. A estimativa média de vida do caracol é de 5 a 6 anos. O caramujo africano pode provocar meningite eosinofílica e enterite eosinofílica | Fotos: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde-DF Quando infectado por vermes, o caracol africano pode transmiti-los e provocar doenças, como a meningite eosinofílica ou a enterite eosinofílica. A infecção ocorre quando há a ingestão acidental de larvas do verme presentes nas frutas e hortaliças contaminadas com o muco (gosma) que o caracol libera quando se locomove. Por isso, é importante fazer a correta higienização de verduras, legumes, hortaliças e frutas antes do consumo. Recomenda-se deixar esses alimentos mergulhados em uma mistura contendo uma colher de sopa de água sanitária para um litro de água durante 30 minutos e, em seguida, enxaguar bem. Como agir Caso perceba a presença do caracol na residência, o próprio morador pode realizar a catação do molusco, sempre com as mãos protegidas. Também pode acionar a Vigilância Ambiental (Dival) do Distrito Federal pelo telefone (61) 3449-4427 ou pelo Disque-Saúde 160. Os profissionais vão identificar se o caracol é africano ou nativo e orientará o manejo. Artes: Secretária de Saúde [LEIA_TAMBEM]Ana Paula foi orientada pela equipe da Vigilância Ambiental a realizar o descarte correto. “Com o uso de luvas de limpeza, a pessoa faz a coleta dos caracóis e dos ovos e os coloca em um balde ou lata metálica. Também é preciso esmagar a concha com martelo ou alguma peça de madeira ou similar. Adicionar ao balde um litro de cloro e três litros de água e tampar. O material deverá ficar de molho por 24 horas”, ensina o biólogo da Dival, Israel Martins. Após esse período, os caracóis e ovos esmagados devem ser drenados e colocados em saco de lixo resistente. Outra forma de descarte é enterrar, longe de lençóis freáticos, cisternas ou poços artesianos. “O material pode ser colocado em valas com profundidades de ao menos 80 cm revestidas por uma camada de cal virgem, que possui a função de impermeabilizar o solo e evitar que outros animais sejam atraídos. Esses procedimentos devem ser feitos periodicamente, enquanto durar a infestação”, acrescenta. A concha do caramujo africano deve ser quebrada para evitar o acúmulo de água e a proliferação do mosquito da dengue A quebra das conchas é necessária para que elas não acumulem água e se transformem em focos de mosquitos Aedes aegypti, vetor do vírus da dengue, febre chikungunya e zika. “É importante coletar e quebrar porque quando o caracol morre, a concha pode acumular água e é muito comum a gente encontrar larvas de mosquito da dengue. Também é preciso manter o quintal sem esconderijos, como materiais de construção armazenados e vegetação alta, por exemplo. E pensar nos ambientes úmidos onde poderão se abrigar”, explica o agente de vigilância ambiental em saúde, Rogério Alves de Andrades. Diferença entre espécie nativa e africana A concha do caracol africano é diferente da espécie nativa no Brasil. Com cor marrom escuro, o africano pode chegar a ter 15 cm de comprimento. O contorno da abertura da concha é cortante, afiada, diferente da espécie da nossa fauna (Megalobulimus), que é bem espesso. Além disso, o caracol africano apresenta traseira da casca pontuda. Caso encontre algum caramujo, entre em contato com a Vigilância Ambiental do DF: (61) 3449-4427 ou pelo Disque-Saúde 160. *Com informações da Secretaria da Saúde
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Saúde capacita servidores em vigilância da qualidade da água para consumo humano
Quase cem servidores de Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde (SES-DF) foram treinados para monitorar a qualidade da água para consumo humano. Nesta semana, por três dias (3 a 5 de junho), os profissionais responsáveis pelas atividades de campo da Diretoria de Vigilância Ambiental em Saúde (Dival) se revezaram entre atividades teóricas e práticas. A capacitação busca padronizar a captação de amostras hídricas em locais como escolas, unidades de saúde e áreas com grande aglomeração. O objetivo é possibilitar que o material coletado seja corretamente analisado e os patógenos em potencial, combatidos. Nesta semana, por três dias (3 a 5 de junho), os profissionais responsáveis pelas atividades de campo da Diretoria de Vigilância Ambiental em Saúde (Dival) se revezaram entre atividades teóricas e práticas | Foto: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde-DF “O conhecimento atualizado e nivelado garante que os profissionais estejam preparados e contribuam diretamente para a proteção da população. Além disso, o treinamento reforça o papel da Vigilância Ambiental na promoção da saúde pública e no cumprimento dos parâmetros legais e normativos estabelecidos pelo Ministério da Saúde”, informa a gerente de Vigilância Ambiental de Fatores Não Biológicos (GVAFNB) da SES-DF, Andressa Cassiano. Prevenção de doenças O currículo da qualificação abordou diversos temas relativos à vigilância, como doenças de veiculação hídrica, monitoramento ambiental da cólera, utilização do hipoclorito de sódio e equipamentos de proteção individual (EPI). [LEIA_TAMBEM]Uma das instrutoras do curso, a agente de Vigilância Ambiental em Saúde (Avas), Jéssia Silveira, explica que um dos principais meios de transmissão de doenças se dá pela contaminação da água: “Elas são conhecidas como ‘doenças de transmissão hídrica e alimentar’. Geralmente os sintomas são diarreia, náuseas e vômitos. Se não forem tratadas adequadamente, podem levar a uma desidratação severa”, alerta. Nesse sentido, a atuação dos agentes da Dival tem, segundo a instrutora, se mostrado crucial na prevenção de surtos dessas doenças, sendo a qualificação rotineira dos servidores – tanto dos novos quanto dos de maior tempo na carreira – uma das bases para a prestação dos serviços da SES-DF. “Ao assegurar o acesso à água potável, conseguimos romper essa cadeia de transmissão e manter a população saudável”, reforça. Vigiágua A capacitação desta semana se insere no Programa Nacional de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Vigiágua), de iniciativa do Ministério da Saúde. O programa consiste em um conjunto de ações adotadas continuamente pelas diversas autoridades de saúde pública do país, de forma a garantir à população o acesso à água em quantidade suficiente e qualidade compatível com os padrões de potabilidade. Um ponto-chave desse controle é o Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Siságua). Trata-se de um instrumento do programa Vigiágua que auxilia o gerenciamento de riscos à saúde, a partir dos dados gerados rotineiramente pelos profissionais de Vigilância Ambiental e responsáveis pelos serviços de abastecimento de água. Essa atuação possibilita a geração de informações em tempo hábil para planejamento e tomada de decisão. *Com informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF)
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Esforços do GDF refletem na redução de mais de 95% dos casos de dengue em Brasília
Desde janeiro de 2024, uma força-tarefa composta por 11 órgãos do Governo do Distrito Federal (GDF), instituída pela portaria nº 11, de 22 de janeiro, está ativa, coordenando iniciativas de prevenção e controle da dengue em todo o território do DF. Entre janeiro e maio deste ano, a capital federal registrou reduções significativas que chegaram a cerca de 97% nos casos prováveis da doença, em comparação com o mesmo período de 2024. O bombeiro militar Carlos Lacerda acompanha vistoria da Vigilância Ambiental em sua residência: “É muito importante que as pessoas abram as casas para que os agentes entrem e fiscalizem; pode ser que tenha um pratinho ali ou uma garrafa que precisa ser virada” | Fotos: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília A queda está registrada no Portal de Informações da Saúde do DF (InfoSaúde-DF), que aponta a diminuição nos primeiros meses de 2025 em comparação com os do ano passado. Entre janeiro e maio de 2024, foram registrados 266.346 casos prováveis de dengue, ao passo que em 2025, até o momento, foram 6.930 casos - uma redução de aproximadamente 97% do valor. Casos prováveis Entre as medidas tomadas pelo GDF por meio da Secretaria de Saúde (SES-DF), está a atualização do Plano de Contingência 2024/2025, com diretrizes para resposta a emergências em saúde pública relacionadas a dengue, zika e chikungunya. O trabalho das equipes também contempla a instalação de 2.772 ovitrampas em 22 regiões administrativas, totalizando 30.635 aplicações entre janeiro e abril de 2024, para monitoramento da infestação, além da implantação de estações disseminadoras de larvicida, interrompendo o ciclo de reprodução do mosquito. A aplicação de inseticida residual em locais com grande circulação, como escolas, rodoviárias e estações de metrô, também contribui para a alta redução dos casos registrados, além do lançamento, em janeiro deste ano, de um painel online com dados atualizados do Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (LIRAa) - um registro feito quatro vezes ao ano com o acompanhamento de todas as ações da Vigilância Ambiental nas regiões, mapeando as áreas mais propícias índices maiores de dengue. As ações de combate também incorporam o início das tratativas para adoção da tecnologia Wolbachia - que utiliza mosquitos infectados com a bactéria para reduzir a transmissão dos vírus -, além da nomeação de 400 agentes de Vigilância Ambiental, que intensificou as ações em campo, e da inspeção de 630.995 imóveis, que contribuiu para a eliminação de focos do mosquito. Monitoramento constante Roberta Ferreira, chefe do Núcleo de Vigilância Ambiental de Vicente Pires, enfatiza que as visitas estão bem-fundamentadas: “Os agentes têm um olhar mais clínico e podem identificar focos que o morador pode não perceber” Um monitoramento diário é feito pela Vigilância Ambiental junto à comunidade, não apenas para eliminar focos do mosquito nas residências, mas também para orientar os moradores e promover educação ambiental. As visitas domiciliares ocorrem a cada dois meses, período em que os agentes retornam para manter o controle e reforçar a conscientização local. Na ocasião, sempre é feito o tratamento da área com inseticidas, coleta de água contaminada e a verificação de todos os possíveis depósitos que possam gerar acúmulo de água. “É muito importante que a população aceite as visitas, porque os agentes têm um olhar mais clínico e podem identificar focos que o morador pode não perceber”, orienta a chefe do Núcleo de Vigilância Ambiental de Vicente Pires, Roberta Ferreira. “Todos os nossos profissionais estão totalmente identificados com uniforme e crachá.” Roberta lembra ainda que, atualmente, a legislação permite que as equipes entrem em qualquer local que represente risco à saúde pública, o que possibilita a presença da Vigilância Ambiental em 100% dos lotes abandonados e a monitoração desses espaços de forma contínua para eliminação de focos do mosquito vetor da dengue. Limpeza e prevenção O Serviço de Limpeza Urbana (SLU) também teve um papel fundamental nas ações de enfrentamento, atuando diretamente na limpeza urbana e no combate ao descarte irregular de resíduos, que é um dos principais agravantes da proliferação do Aedes aegypti. Desde janeiro de 2024, foram realizadas dez edições dos mutirões do SLU junto às administrações regionais, cobrindo 25 cidades do DF e resultando na coleta de mais de 19 mil toneladas de entulho e resíduos. Durante as ações, equipes de mobilização ambiental orientam moradores sobre o descarte correto, horários da coleta regular e uso adequado dos papa-lixos e papa-entulhos. Everaldo Araújo, subdiretor de Limpeza Urbana lembra que a população pode consultar o aplicativo SLU Coleta DF: “Ou seja, não tem desculpa, não tem por que lançar lixo, podas, entulhos ou inservíveis em qualquer área pública” As campanhas de conscientização também desempenham uma função primordial na saúde pública e combate ao mosquito vetor de doenças, como a campanha “Cidade limpa vence a dengue; seja consciente”, que veiculou mensagens educativas por meio de 187 caminhões de coleta, redes sociais, distribuição de panfletos e ações porta a porta, reforçando a importância do descarte adequado de resíduos para eliminar focos do mosquito. [LEIA_TAMBEM]Outros destaques na atuação da pasta englobam a remoção de mais 6.540 toneladas de entulho descartado irregularmente, a operação de 24 unidades de papa-entulho - que receberam mais de 42 mil toneladas de resíduos em 2024 -, a atuação de três equipes de mobilização ambiental com apoio de carros de som e ações educativas, palestras e apresentações teatrais em escolas e a inclusão do SLU no Grupo Executivo de Ações de Combate à Dengue, conforme o decreto nº 47.056, ampliando sua atuação estratégica. Na primeira edição deste ano, foram recolhidas 534 toneladas de descarte regular. O subdiretor de Limpeza Urbana, Everaldo Araújo, reforça que é um trabalho contínuo, e chama atenção para o perigo do descarte irregular de lixo - que pode gerar locais com pontos de vetores de doenças como dengue, chikungunya e zika -, além de ser um crime ambiental, com penalidades que incluem multas de R$ 2,9 mil a R$ 293 mil. “Nós temos o aplicativo SLU Coleta DF, onde a população pode acessar e ver os dias e horários da coleta orgânica e seletiva, assim como está no nosso site”, indica Everaldo. “Lá também tem o endereço dos papa-entulhos; são 23 espalhados por todo o Distrito Federal, onde é possível fazer o descarte de forma correta. Ou seja, não tem desculpa, não tem por que lançar lixo, podas, entulhos ou inservíveis em qualquer área pública.” Trabalho em conjunto Parte das ações de combate à proliferação do mosquito Aedes aegypti consiste em atuar diariamente em todo DF, focando uma região administrativa por semana. Recentemente, Vicente Pires foi contemplada e recebeu equipes que atuaram em um mutirão do SLU. Com o objetivo de eliminar pontos de descarte irregular de lixo, que frequentemente se tornam criadouros do vetor, este é o segundo mutirão na cidade, que recebeu a ação entre 27 de fevereiro e 1° de março. A operação feita na última semana de maio contou com 40 trabalhadores da limpeza urbana. O administrador de Vicente Pires, Anchieta Coimbra, pontua que a região apresenta um grande fluxo de pessoas pela localização estratégica, o que torna o trabalho das equipes de saúde essencial para dar mais de qualidade de vida nas famílias, deixar a cidade mais limpa e, consequentemente, com menos riscos de doenças transmitidas por mosquitos, roedores e outros vetores. “O governo tem trabalhado muito com uma comunicação mais instruída, então a população está consciente e tem interagido de forma muito proativa”, avalia. “É um momento importante, e a cidade agradece. Limpeza é, antes de mais nada, saúde. E saúde é qualidade de vida.” Após a visita dos agentes da Vigilância Sanitária, Núbia Gama aprendeu a trocar a água dos vasos de plantas aquáticas toda semana: “Foi muito importante, às vezes a gente não percebe que tem foco de dengue em algum objeto, e os agentes alertam” Na casa do bombeiro militar Carlos Lacerda, 56 anos, não houve erros. Com a piscina coberta e nenhuma água parada à vista, ele cuida semanalmente de tudo para que os casos de dengue que já acometeram a família não se repitam. “É muito importante que as pessoas abram as casas para que os agentes entrem e fiscalizem; pode ser que tenha um pratinho ali ou uma garrafa que precisa ser virada”, sinaliza. “Afinal, estamos mexendo com vidas, a dengue é realmente muito perigosa. A gente fica feliz quando vê um agente, porque às vezes ele dá uma dica de um detalhe que é importantíssimo”. A servidora pública Núbia Costa Gama, 49, também foi visitada pelos agentes de Vigilância Ambiental que atuavam em Vicente Pires e anotou uma dica valiosa: trocar a água dos vasos das plantas aquáticas semanalmente para evitar que sua casa seja um ambiente propício para o desenvolvimento do ciclo do Aedes aegypti. “Foi muito importante, às vezes a gente não percebe que tem foco de dengue em algum objeto, e os agentes alertam”, relata. “Não adianta só eu cuidar da minha parte e os outros não cuidarem, porque o risco vai estar sendo o mesmo. Tem que ser um trabalho em conjunto com todos os vizinhos para evitar focos do mosquito.”
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