HTLV: conheça essa infecção sexualmente transmissível
O nome pode não ser muito popular: Human T-cell Lymphotropic Vírus. Mas o vírus HTLV, da mesma família do bem mais conhecido HIV, faz parte do trabalho diário da Secretaria de Saúde (SES-DF) para proteger a população do Distrito Federal. Hoje, 10 de novembro, Dia Mundial do HTLV, ganham destaque as ações de prevenção, diagnóstico e tratamento. No Distrito Federal, já existe até lei para proteger bebês desse vírus. Gestantes que estiverem contaminadas podem transmitir posteriormente o vírus ao bebê, durante a amamentação | Foto: Geovana Albuquerque/Arquivo Agência Saúde-DF O HTLV tem semelhanças com o HIV, vírus causador da Aids, também sendo uma das infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) que afeta o sistema imunológico. No caso das gestantes, a preocupação é maior: uma mãe pode contaminar um bebê por meio da amamentação. Por este motivo, em 2024, a Lei nº 7.619 determinou a inclusão do teste de detecção do vírus na lista de exames obrigatórios no pré-natal das gestantes do Distrito Federal. Antes mesmo da lei, a SES-DF já intensificava a prevenção. Entre 2017 e 2024, foram aplicados mais de 180 mil exames de triagem para HTLV em gestantes, ainda no primeiro trimestre. As que tiveram resultados positivos passaram por novas testagens para confirmar o diagnóstico. Mediante resultado positivo, além de iniciar o acompanhamento, a mulher não pode amamentar o bebê, tal como ocorre com as portadoras do HIV. Entre 2013 e 2023, foram diagnosticadas 260 gestantes com infecção pelo HTLV no DF. São cerca de 0,7 casos para cada grupo de mil gestantes. De acordo com a gerente de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis da SES-DF, Beatriz Maciel Luz, estima-se que existam cerca de 2 mil pessoas vivendo com HTLV no DF. “É uma infecção silenciosa e negligenciada, com baixa visibilidade social e poucas campanhas de comunicação”, enfatiza. “Além disso, ainda não existe tratamento curativo nem vacina disponível, e os casos muitas vezes permanecem subdiagnosticados. Por isso, o tema acaba sendo menos abordado em comparação a outras ISTs”. Notificações [LEIA_TAMBEM]A vigilância epidemiológica da SES-DF trabalha para identificar pacientes. Todo caso positivo é de notificação compulsória, e o Laboratório Central de Saúde Pública do Distrito Federal (Lacen-DF) participa do monitoramento. A SES-DF também firmou parcerias com instituições como Ministério da Saúde, Fiocruz e Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), tanto para ações de vigilância epidemiológica quanto educativas. Desde 2023, a SES-DF promove oficinas de capacitação para profissionais de saúde, abordando diagnóstico, vigilância, aconselhamento e manejo clínico das pessoas com HTLV. A pasta também trabalha para criar uma linha de cuidados específicos para os pacientes. A porta de entrada para o acompanhamento e testagem de HTLV em gestantes é a unidade básica de saúde (UBS). *Com informações da Secretaria de Saúde
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Saúde sexual: UBSs do Distrito Federal fizeram mais de 212 mil testes rápidos neste ano
Nesta quinta-feira (4), celebra-se o Dia Mundial da Saúde Sexual, data que chama a atenção para a importância da prevenção e do cuidado. Em 2025, as unidades básicas de saúde (UBSs) da capital realizaram — de janeiro a agosto — 212.083 testes rápidos para HIV/Aids, sífilis e hepatites B e C. Os testes rápidos são ferramentas essenciais para o diagnóstico e tratamento precoce de infecções sexualmente transmissíveis | Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF O número reflete não apenas o avanço na busca pelo diagnóstico precoce, mas também o trabalho contínuo de oferta e incentivo à prevenção feito pela rede pública de saúde. Todas as UBSs oferecem gratuitamente os testes rápidos, que permitem ao paciente iniciar tratamento imediato e interromper a cadeia de transmissão. “A prevenção começa com o teste. Quanto mais cedo a pessoa descobre uma infecção, mais rápido ela inicia o tratamento e segue a vida com saúde. Nosso papel é ampliar o acesso e também oferecer a testagem de forma ativa, não apenas quando o paciente pede. Esse trabalho salva vidas e fortalece toda a comunidade”, destaca a técnica da Gerência de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis (Gevist), Daniela Magalhães. [LEIA_TAMBEM]Prevenção combinada Além dos testes, a Secretaria de Saúde (SES-DF) reforça que a prevenção é combinada: envolve o uso de preservativos, a vacinação contra o HPV e a hepatite B, além do acesso a estratégias como PrEP (profilaxia pré-exposição) e PEP (profilaxia pós-exposição). A PrEP consiste na ingestão de comprimidos antes da relação sexual, permitindo que o organismo esteja preparado para enfrentar um possível contato com o HIV. A pessoa em PrEP realiza acompanhamento regular de saúde, com testagem para o HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). O DF é considerado referência nacional na adesão à PrEP. Segundo dados do Ministério da Saúde, em 2023 a capital federal apresentou a menor taxa de descontinuidade do Brasil: 21%, enquanto a média nacional foi de 30%. Já a PEP consiste no uso de medicamentos para reduzir o risco de adquirir infecções após uma exposição de risco. O tratamento deve ser iniciado em situações como violência sexual, relação sexual desprotegida ou acidente ocupacional com instrumentos perfurocortantes ou contato direto com material biológico. Arte: SES-DF Desfazendo mitos Ainda existem tabus que dificultam a prevenção. Muitas pessoas acreditam que apenas quem apresenta sintomas precisa se preocupar, mas grande parte das ISTs é assintomática. Outras crenças equivocadas incluem a ideia de que falar sobre sexo estimula a prática ou de que o HIV/Aids é uma sentença de morte. A realidade é que o tratamento atual permite que pessoas vivendo com HIV/Aids tenham carga viral indetectável e, portanto, intransmissível, garantindo uma vida longa e saudável. Além disso, o sexo oral e até o contato genital sem penetração podem transmitir doenças como clamídia, sífilis, gonorreia e HPV (papilomavírus humano) — reforçando a importância da informação correta. Para Daniela Magalhães, falar sobre saúde sexual é falar de autonomia, proteção e qualidade de vida. “A prevenção é o melhor caminho e pode salvar vidas”, conclui. Saiba aqui qual a sua unidade básica de saúde de referência, caso precise realizar o teste. *Com informações da Secretaria de Saúde (SES-DF)
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Farmacêuticos ampliam acesso à profilaxia pré-exposição ao HIV
Dados da Secretaria de Saúde (SES-DF) demonstram que os farmacêuticos são responsáveis pela prescrição de cerca de 10% das profilaxias pré-exposição ao HIV (PrEP) no Distrito Federal, número superior à média nacional, que é de 6%. Atualmente, na rede de saúde pública, os profissionais, junto a médicos e enfermeiros, podem fazer a prescrição da PrEP, ampliando o acesso ao medicamento e dando mais celeridade ao início do tratamento. Procedimentos profiláticos têm poder de bloquear o vírus, evitando a infecção do organismo | Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde A profilaxia é de fundamental importância para o combate ao vírus causador da Aids, funcionando como um bloqueio e impedindo que o vírus infecte o organismo. A pessoa que faz o uso da PrEP de forma correta tem uma barreira a mais para se proteger contra o vírus. No DF, diversas estratégias permitem uma maior integração do cuidado, como a dispensação da PrEP pelas unidades básicas de saúde (UBS). A farmacêutica Anna Heliza Giomo atua na UBS 1 do Cruzeiro, umas das unidades de referência da SES-DF que oferecem o medicamento. “A estatística mostra que os mais infectados são jovens entre 18 a 25 anos, porque, muitas vezes, iniciam a vida sexual sem informação adequada”, explica. “Por isso, é importante a educação sexual sobre o cuidado integrado”. Cuidado integral Qualquer pessoa interessada pode requisitar o uso da profilaxia – inclusive adolescentes, a partir de 15 anos, pesando 35 kg ou mais, sem necessidade de autorização dos pais. O medicamento será dispensado após consultas e exames para avaliar a situação da saúde do indivíduo. Os segmentos prioritários são pessoas que frequentemente deixam de usar camisinha nas relações sexuais, homens que fazem sexo com outros homens, pessoas trans, trabalhadores do sexo, pessoas que fazem uso repetido da profilaxia pós-exposição (PEP) e parcerias heterossexuais ou homossexuais nas quais uma das pessoas vive com HIV. “Apesar de ser uma profilaxia, a PrEP ainda é um medicamento e precisa de alguns cuidados”, pontua a farmacêutica. “A primeira consulta é realizada para avaliar e descartar alguns riscos. Por exemplo, pessoas com doenças renais crônicas precisam ser avaliadas quanto à indicação de uso de alternativas à PrEP.” A profissional esclarece que são necessárias consultas e exames. Após o contato inicial, o vírus se multiplica lentamente e é necessário aguardar a janela imunológica que dura cerca de 28 dias, momento em que deve ser repetido o teste para descartar a contaminação pelo HIV. [LEIA_TAMBEM] “A pessoa realiza uma primeira consulta e, se estiver elegível, já receberá a PrEP para 30 dias”, orienta Anna Heliza. “Retorna um mês depois, para mais uma rodada de exames. Assim, poderá receber a profilaxia por tempo maior, 90 a 120 dias. A estratégia de consultas regulares com o farmacêutico é uma forma de acompanhar esse paciente, melhorar a adesão ao medicamento e o cuidado geral da sua saúde sexual, incluindo a prevenção de outras infecções sexualmente transmissíveis [ISTs].” O objetivo é que o medicamento esteja nas prateleiras das farmácias públicas do DF e perto de onde a pessoa mora. “Cada vez que a pessoa retorna, realizamos os testes rápidos para IST, já que a PrEP é uma prevenção ao HIV e não a outras doenças, como sífilis e gonorreia”, detalha a farmacêutica. “Caso seja detectado algum sinal de infecção, já encaminhamos para o tratamento, porque as ISTs são porta de entrada para o HIV”. Para que a PrEP seja eficaz, é necessário que seja administrada corretamente e com orientação do profissional de saúde. Diferentes estratégias Veja abaixo outras estratégias de prevenção combinada para o HIV, além da PrEP. → Testagem para o HIV oferecida nas unidades de saúde da rede pública → Uso regular de preservativos e géis lubrificantes (distribuídos gratuitamente) → Diagnóstico oportuno e tratamento adequado de ISTs → Redução de danos e gerenciamento de vulnerabilidades → Supressão da replicação viral pelo tratamento antirretroviral → Imunizações contra hepatites virais. *Com informações da Secretaria de Saúde
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Ação na UBS 3 de Nova Colina oferece testagem e orientações sobre infecções sexualmente transmissíveis
A Unidade Básica de Saúde (UBS) 3 de Nova Colina, em Sobradinho, realizou, nesta quarta-feira (26), uma ação para aproximar a população dos cuidados essenciais em saúde. A equipe se revezou entre acompanhamento das condicionalidades do programa Bolsa Família e testagem e orientações acerca de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). O objetivo é identificar as necessidades dos moradores da região e reforçar a consciência sobre o próprio bem-estar. Ação na UBS 3 de Nova Colina, em Sobradinho, contou com orientações para a prevenção de infecções sexualmente transmissíveis e com acompanhamento em saúde das beneficiárias do Bolsa Familia | Fotos: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde-DF Principal idealizadora do evento, a enfermeira de família Louise Soares explica que o território da UBS 3 expandiu, o que fez com que as comunidades ficassem fisicamente distantes da sede da unidade. “Estamos falando de um território com vulnerabilidades, composto principalmente por jovens adultos. Portanto, esse tipo de ação é ideal e fundamental para levar atendimento, às vezes longe, a quem precisa”, afirma. “É uma ação muito importante, porque, às vezes, não temos o tempo necessário para ir à UBS. Quando a equipe vem para mais perto da gente, fica mais fácil e rápido. Deu tempo até para fazer a testagem para IST” Maria do Amparo Moura, moradora do acampamento Miguel Lobato Durante a ação, foi realizado o acompanhamento em saúde das beneficiárias do Bolsa Família. Esse rastreio é obrigatório a mulheres de 14 a 44 anos, grávidas e crianças de até 7 anos, integrantes do programa. Nele, são feitas pesagem, conferência de vacinas aplicadas e pré-natal, no caso das gestantes. A moradora do acampamento Miguel Lobato Maria do Amparo Moura, 45, foi uma das beneficiárias do programa federal a passar pelo monitoramento. “É uma ação muito importante, porque, às vezes, não temos o tempo necessário para ir à UBS. Quando a equipe vem para mais perto da gente, fica mais fácil e rápido. Deu tempo até para fazer a testagem para IST”, conta. HIV Além da testagem, a equipe da UBS 3 de Nova Colina aproveitou para orientar a respeito das profilaxias pré-exposição (PrEP) e pós-exposição (PEP) ao vírus da imunodeficiência humana (HIV, sigla em inglês). “Achei muito importante porque, ao tomar conhecimento de alguma infecção ou forma de se contaminar, podemos nos preparar melhor para nos proteger e identificar quando procurar atendimento” Ingrid Luana Nóbrega, moradora de Nova Petrópolis “Um grande benefício foi a descentralização do PEP e PrEP, que antes só era possível acessar por meio de um infectologista. Hoje, a própria UBS pode realizar a testagem e receitar o medicamento necessário”, explica o médico de comunidade e família da UBS 3 de Nova Colina, Arthur Mello. No Distrito Federal, a Secretaria de Saúde (SES-DF) adota a prevenção combinada como principal estratégia para reduzir os casos de HIV. Essa abordagem integra diversas ferramentas preventivas, incluindo profilaxias e imunizações, aplicadas em diferentes níveis. O foco é oferecer proteção personalizada, considerando tanto o indivíduo quanto os grupos sociais em que está inserido. Além da testagem, a equipe da UBS 3 de Nova Colina aproveitou para orientar a respeito das profilaxias pré-exposição (PrEP) e pós-exposição (PEP) ao HIV Para a moradora de Nova Petrópolis, Ingrid Luana Nóbrega, 25, ações que levam esse tipo de informação são importantes para incentivar a as pessoas a se cuidarem. “Achei muito importante porque, ao tomar conhecimento de alguma infecção ou forma de se contaminar, podemos nos preparar melhor para nos proteger e identificar quando procurar atendimento”, reflete. PrEP e PEP Na PrEP, o principal objetivo é prevenir a infecção pelo vírus, em casos de exposição. Isso é feito tomando diariamente uma pílula que contém dois medicamentos (tenofovir + entricitabina). A profilaxia é indicada a pessoas que: → Frequentemente deixam de usar camisinha em suas relações sexuais (anais ou vaginais); → Fazem uso repetido de PEP (profilaxia pós-exposição ao HIV); → Apresentam histórico de episódios de IST; → Se expõem a contextos de relações sexuais em troca de dinheiro, objetos de valor, drogas, moradia etc; → Praticam sexo sob a influência de drogas psicoativas (metanfetaminas, Gama-hidroxibutirato/GHB, MDMA, cocaína, poppers) com a finalidade de melhorar e facilitar as experiências. Já a PEP funciona como uma medida de prevenção de urgência à infecção pelo HIV, hepatites virais e outras ISTs, e consiste no uso de medicamentos para reduzir o risco de adquirir essas infecções. A profilaxia deve ser utilizada após qualquer situação em que exista risco de contágio, como violência sexual ou relação sexual desprotegida. Por ser uma urgência médica, deve ser iniciada o mais rápido possível – preferencialmente nas primeiras duas horas após a exposição e no máximo em até 72 horas. A duração da PEP é de 28 dias, e a pessoa deve ser acompanhada pela equipe de saúde. A lista com as unidades que dispensam os medicamentos no DF está disponível no site da SES-DF. *Com informações da SES-DF
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Saiba como se proteger do HIV após exposição de risco durante o Carnaval
O Carnaval é um período de festividade e diversão, mas também requer atenção aos cuidados com a saúde, especialmente para quem teve uma relação sexual desprotegida e quer se prevenir contra o HIV. Neste caso, a profilaxia pós-exposição (PEP) é uma alternativa segura e eficaz. Disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), o tratamento precisa ser iniciado até, no máximo, 72 horas após a exposição. Além do autoteste, há medicamentos que, combinados, podem ser utilizados até três dias após a suspeita | Foto: Tony Oliveira/Agência Brasília “Como se trata de uma urgência, a gente alerta que o uso do medicamento só funciona se iniciado até três dias após a exposição à situação de risco; não adianta a pessoa esperar o mês passar para procurar a profilaxia” Sérgio d’Ávila, psicólogo da Secretaria de Saúde Sérgio d’Ávila, psicólogo das infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) da Secretaria de Saúde (SES-DF), adverte: é imprescindível seguir o prazo para ampliar a efetividade do tratamento. “Como se trata de uma urgência, a gente alerta que o uso do medicamento só funciona se iniciado até três dias após a exposição à situação de risco; não adianta a pessoa esperar o mês passar para procurar a profilaxia”, ressalta. Combinação de medicamentos A PEP consiste em um tratamento combinado entre medicamentos antirretrovirais que devem ser tomados durante mais de três semanas seguidas. A adesão correta ao uso é essencial para reduzir significativamente as chances de infecção pelo vírus da imunodeficiência humana. “A pessoa que de alguma forma foi exposta ao risco deve procurar de imediato a unidade básica de saúde mais próxima de sua residência e iniciar o tratamento”, indica o psicólogo. “Na oportunidade, esse paciente vai tomar, durante 28 dias, um remédio que reduz quase que por completo as chances de infecção.” Os remédios utilizados no tratamento são eficazes contra diferentes cepas do HIV. Entre os fármacos utilizados estão o fumarato de tenofovir 300 mg associado à lamivudina 300 mg, além do dolutegravir 50 mg. “A combinação desses medicamentos ajuda a impedir a replicação do vírus no organismo, reduzindo significativamente o risco de infecção”, explica o infectologista Marcos Davi Gomes, do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM). Quem pode fazer Depois de se medicar, é preciso fazer exames de acompanhamento A PEP é indicada para qualquer pessoa que tenha passado por uma situação de risco para infecção pelo HIV, como relação sexual sem preservativo ou que tenha sido rompido, contato direto com sangue ou outros fluidos corporais contaminados e acidente com material perfurocortante, principalmente no caso de profissionais da saúde. A profilaxia, contudo, não se restringe a um público específico, podendo ser procurada por qualquer cidadão que se encaixe em uma dessas situações. Após o período de medicação, a pessoa deve fazer exames de acompanhamento para verificar a condição de saúde. Marcos Gomes detalha: “O paciente precisa voltar para o acompanhamento, seguindo o cronograma estabelecido. O primeiro retorno é previsto para após os 28 dias do tratamento, quando será refeito o teste rápido de HIV; [o outro retorno se dá] três meses depois, quando o procedimento será repetido pela terceira vez”. O tratamento é disponibilizado gratuitamente pelo SUS e pode ser encontrado em prontos-socorros, unidades básicas de saúde (UBSs), unidades de pronto atendimento (UPAs) e centros especializados em infecções sexualmente transmissíveis. O atendimento é prestado por um profissional de saúde, que avalia a situação e prescreve a medicação quando necessário. Confira a relação completa das unidades de referência em PEP da Secretaria de Saúde.
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Rede pública de saúde oferece testes rápidos para IST e profilaxias pré e pós-exposição ao HIV
A preocupação com a saúde sexual deve ser constante, não apenas no Carnaval. Por isso, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) oferece, durante todo o ano, testes rápidos para Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), além das profilaxias pré (PrEP) e pós (PEP) exposição ao HIV/Aids – métodos para evitar que novas pessoas se infectem pelo vírus. A SES-DF vem ampliando a oferta das profilaxias para as Unidades Básicas de Saúde (UBSs), além dos locais que já possuem os medicamentos, como o Centro Especializado em Doenças Infecciosas (Cedin) e a Unidade de Testagem, Aconselhamento e Imunização (Utai). O diagnóstico e o tratamento precoce são fundamentais na prevenção de casos da doença. Nesse contexto, os testes rápidos são ferramentas importantes, de acordo com a enfermeira do Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), Leidijany Paz. “As testagens rápidas podem ser realizadas em todas as UBSs, conforme a rotina de cada unidade, além do CTA, localizado na 508/509 Sul,”, explica. O objetivo da SES-DF é ampliar a detecção do HIV e de outras ISTs, garantindo um atendimento seguro e de qualidade. O diagnóstico e o tratamento precoce são fundamentais na prevenção de casos da doença | Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF A gerente substituta da Gerência de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis (Gevist), Daniela Magalhães, alerta para a importância do uso de preservativo. “As profilaxias são tecnologias de cuidado que acrescentam camadas à prevenção. Elas previnem o HIV/Aids mas não protegem contra as demais ISTs e por isso devem ser combinadas com outras estratégias de prevenção como preservativos e testagem rápida”, orienta. O que é a PrEP? A Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) é um método preventivo que consiste no uso – diário ou de forma programada – de comprimido antirretroviral por pessoas que não vivem com o HIV, mas que estão expostas à infecção. É indicada para qualquer pessoa em situação de vulnerabilidade para o vírus. Para ter acesso ao método, é necessário passar por uma consulta na UBS de referência do paciente. “O usuário deve procurar uma UBS, vincular-se a uma equipe de Estratégia de Saúde da Família (ESF) e agendar uma consulta com o enfermeiro ou médico. Somente após essa avaliação, a PrEP pode ser iniciada”, explica a enfermeira do CTA. “A consulta é fundamental para conhecer o histórico do paciente e prescrever a profilaxia de forma adequada, caso seja necessária”, complementa Leidijany Paz. A Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) é um método preventivo que consiste no uso – diário ou de forma programada – de comprimido antirretroviral por pessoas que não vivem com o HIV, mas que estão expostas à infecção | Foto: Geovana Albuquerque/Agência Brasília A SES-DF tem investido na ampliação do acesso à PrEP. De acordo com a gerente da Gevist, a oferta aumentou em 15% com a inclusão da dispensação nas UBSs. Pós-Exposição (PEP) A Profilaxia Pós-Exposição (PEP) consiste no uso de medicamentos para reduzir o risco de adquirir o vírus após exposição com potencial risco, como violência sexual, relação desprotegida (sem o uso de camisinha ou com seu rompimento), ou por pessoas que possuem parceiros eventuais ou desconhecem o status sorológico do companheiro, por exemplo. O tratamento deve ser iniciado em até 72 horas após a exposição ao risco. O serviço está disponível em algumas UBSs, policlínicas, unidades de Pronto Atendimento (UPAs), emergências hospitalares, além do Cedin e do CTA. “Em feriados prolongados ou finais de semana, a pessoa pode buscar atendimento nas emergências ou UPAs para iniciar a profilaxia dentro do prazo recomendado”, explica a enfermeira Leidijany Paz. Além disso, a PEP também é indicada para profissionais de saúde – tanto da rede pública quanto da privada – que sofreram acidentes ocupacionais com materiais biológicos potencialmente contaminados. A lista completa das unidades de saúde que oferecem as profilaxias pode ser conferida aqui. *Com informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF)
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Bloquinho do Acolher promove prevenção e bem-estar no Carnaval
O espírito carnavalesco tomou conta das unidades administradas pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF). O Bloquinho do Acolher estreou na sexta-feira (21) durante a ginástica laboral e seguirá ao longo de toda a semana que antecede o Carnaval. Durante as sessões de alongamento e relaxamento, os colaboradores são convidados a entrar no clima festivo enquanto recebem informações sobre saúde e prevenção, além de preservativos acompanhados de mensagens de autocuidado. A ação faz parte do Projeto Acolher – Cuidando da Saúde do Colaborador, que promove o bem-estar dos profissionais por meio de uma abordagem integral da saúde. O objetivo vai além da prevenção de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), abordando também temas como consumo consciente de álcool, alimentação saudável e segurança nas festividades. Colaboradores do IgesDF receberam preservativos e orientações sobre prevenção de ISTs durante a sessão de ginástica laboral | Fotos: Alberto Ruy/IgesDF Segundo a chefe do Núcleo de Qualidade de Vida no Trabalho (NUQVT), Paula Paiva, a campanha reforça a importância do autocuidado dentro e fora do ambiente profissional. “A gente já vem nesse movimento de pensar a saúde de forma integral, não só a saúde mental e física, mas também a sexual e a social” Paula Paiva, chefe do NUQVT “A gente já vem nesse movimento de pensar a saúde de forma integral, não só a saúde mental e física, mas também a sexual e a social. A ideia do preservativo é mostrar para o colaborador que também nos preocupamos com esse aspecto da vida dele e que a autopreservação deve ser prioridade, especialmente no Carnaval, quando as pessoas estão mais felizes, mais libertas, e há o consumo de bebida alcoólica”, explica. A estratégia de unir a distribuição de preservativos à ginástica laboral tem gerado grande adesão entre os colaboradores. “A receptividade foi maravilhosa. Mesmo quem não gosta de Carnaval acaba entrando no clima porque é um momento de relaxamento dentro da rotina cansativa. A música, a alegria da equipe e o convite para participar fazem com que todos se sintam incluídos e engajados”, conta Paula. A ação ocorre em todas as unidades do IgesDF e deve contar com a participação de cerca de 5 mil colaboradores ao longo da semana. O Projeto Acolher oferece uma série de serviços voltados para o bem-estar dos colaboradores, incluindo psicologia, psiquiatria, nutrição, acupuntura e ginástica laboral, além de promover eventos e campanhas educativas ao longo do ano. “O cuidado com a saúde vai além de um atendimento médico. É um compromisso contínuo com o bem-estar, que envolve desde pequenas atitudes no dia a dia até o acesso a serviços especializados. Queremos que nossos colaboradores entendam que se cuidar é essencial para que possam desempenhar bem suas funções e ter qualidade de vida”, finaliza Paula Paiva. *Com informações do IgesDF
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Carnaval: Fique atento para as doenças mais transmitidas durante a folia
Com a proximidade do Carnaval e vários dias de festa por todos os cantos, os foliões não podem se descuidar da saúde. Para aproveitar a folia sem dor de cabeça no futuro, é de suma importância se proteger contra diversas doenças, principalmente as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). O infectologista do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), Marcos Davi Gomes, destaca que as ISTs e algumas doenças transmitidas por contato interpessoal ou consumo de alimentos e bebidas em condições inadequadas são as mais comuns. “O Carnaval é um período de maior socialização e atividade sexual, muitas vezes sem o uso adequado de preservativos, levando ao aumento das ISTs, como sífilis, que teve um aumento alarmante nos últimos anos; gonorreia, clamídia e micoplasma; herpes genital; HPV; HIV e monkeypox ou Mpox”, informa. As ISTs lideram geralmente o ranking das doenças mais contraídas no Carnaval, pois há aumento da exposição a situações de risco | Foto: Joel Rodrigues/ Agência Brasília Segundo o especialista, as ISTs lideram geralmente o ranking das doenças mais contraídas no Carnaval, pois há aumento da exposição a situações de risco, como sexo sem preservativo, múltiplos parceiros e consumo de álcool ou outras substâncias que reduzem a percepção de perigo. Além disso, muitas destas infecções podem ser assintomáticas nos primeiros dias, levando à transmissão contínua. “Para curtir o Carnaval com segurança e minimizar o risco de infecções, é fundamental adotar algumas medidas preventivas, como usar preservativo em todas as relações sexuais. Também vale considerar o uso da profilaxia pré-exposição (PrEP), para quem tem maior risco de exposição ao HIV, e da profilaxia pós-exposição (PEP), que pode ser usada até 72h após um contato desprotegido considerado de risco. Além disso, fazer testagem de ISTs antes e depois do Carnaval e se vacinar contra HPV e hepatites A e B. Tudo isso é disponibilizado no SUS”, explica Marcos Davi. Segundo dados epidemiológicos sobre a sífilis no Distrito Federal, de 2019 a 2023 foram registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) 12.639 casos de sífilis adquirida, 4.966 casos de sífilis em gestantes e 1.604 casos de sífilis congênita, incluindo abortos e natimortos. O infectologista do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), Marcos Davi Gomes, destaca que as ISTs e algumas doenças transmitidas por contato interpessoal ou consumo de alimentos e bebidas em condições inadequadas são as mais comuns Segundo o Sinan, atualizado em 22 de agosto de 2024, a taxa de sífilis adquirida sofreu aumento de 77,5% para 123,5% em 2023. A média de casos da doença em gestantes também teve aumento discreto – a taxa que era de 31,4%, foi para 31,9%, em 2023. Já a sífilis congênita variou de 6%, em 2019, para 10,7%, em 2022. Em 2023, registrou 8,5%. “Muitas ISTs podem ser assintomáticas no início, mas, ainda assim, são transmissíveis. Por isso é tão importante o uso de preservativos”, afirma Marcos Davi. Outras doenças O infectologista destaca que com aglomerações em blocos e festas, há maior disseminação de vírus respiratórios e de contato também, incluindo covid-19; influenza; mononucleose infecciosa, causada pelo vírus Epstein Barr (conhecida como Doença do Beijo); e herpes labial. Já entre as doenças gastrointestinais e alimentares, o médico alerta para o aumento de casos de hepatite A e E (transmitidas por água e alimentos contaminados) e das intoxicações alimentares (por bactérias como Salmonella, E. coli, Staphylococcus aureus) e gastroenterites virais (norovírus). Fora isso, também é importante se proteger contra as arboviroses como dengue, chikungunya, zika e febre amarela, utilizando repelentes para combater. Segundo o médico, os sintomas das doenças mais comuns no período do Carnaval variam conforme o agente causador | Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF Marcos Davi ressalta que é importante evitar o compartilhamento de copos e garrafas, pois isso pode transmitir a mononucleose, a gripe e a herpes labial (simples). Ele alerta também para a lavagem das mãos com frequência, o uso de álcool em gel e dá a dica de evitar beijar várias pessoas em sequência, porque pode aumentar o risco de transmissão de vírus como gripe, covid-19 e herpes. Segundo o médico, os sintomas das doenças mais comuns no período do Carnaval variam conforme o agente causador. Algumas se manifestam rapidamente, enquanto outras podem levar dias ou semanas para apresentar sinais. Quando procurar atendimento médico? – Sintomas graves: febre persistente, falta de ar, dor intensa, desidratação, sinais de alarme da dengue (dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, queda de pressão, sangramentos etc). – Suspeita de IST: mesmo sem sintomas, fazer exames após exposição de risco, tendo em mente o período de incubação de cada doença. – Contato com doenças contagiosas: monitorar sintomas e buscar orientação médica se necessário. Fique atento aos sintomas Infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) 🔹 Sífilis Sintomas iniciais: ferida indolor (cancro duro) na região genital, anal ou oral. Muitas vezes, porém, esses sintomas não aparecem ou são imperceptíveis. Período de incubação: 10 a 90 dias (média de 21 dias). Ou seja, depois do contato sexual, a ferida só vai aparecer, em média, após 3 semanas. 🔹 Gonorreia e Clamídia Sintomas iniciais: corrimento uretral ou vaginal (amarelado ou esverdeado), dor ao urinar, dor pélvica. Nos homens, pode haver inflamação nos testículos e na mulher, pode evoluir com doença inflamatória pélvica (DIP) e infertilidade. Período de incubação: 2 a 14 dias. 🔹 Herpes genital Sintomas iniciais: pequenas bolhas dolorosas na região genital ou anal, que evoluem para úlceras. Pode haver febre e mal-estar. Período de incubação: 2 a 12 dias. A maioria dos adultos já entrou em contato com o herpes, mas pode haver reativação do vírus. 🔹 HPV (Verrugas genitais) Sintomas iniciais: verrugas indolores na região genital, anal ou oral. Pode demorar meses para aparecerem. Período de incubação: sem período fixo (semanas a anos). 🔹 HIV (fase aguda) Sintomas iniciais: febre, dor de garganta, manchas vermelhas no corpo, ínguas, fadiga. Muitas vezes, pode não apresentar nenhum sintoma. Período de incubação: 2 a 6 semanas. Doenças virais transmitidas pelo contato próximo 🔹 Mononucleose (Doença do Beijo) Sintomas iniciais: cansaço intenso, febre, dor de garganta, ínguas inchadas. Período de incubação: 4 a 6 semanas. 🔹 Herpes labial (HSV-1) Sintomas iniciais: bolhas dolorosas nos lábios, febre, sensação de formigamento antes das lesões aparecerem. Quem já sabe que tem o Herpes, é importante iniciar o antiviral imediatamente após surgirem os primeiros sintomas. Período de incubação: 2 a 12 dias. 🔹 Covid-19 e influenza (gripe) Sintomas iniciais: febre, dor de garganta, tosse seca, cansaço, dores no corpo. Importante realizar a testagem para fazer isolamento, caso positivo. Período de incubação: Covid-19: 2 a 14 dias (média de 5 dias). Há medicação no SUS para idosos e pessoas com comorbidades. Influenza: 1 a 4 dias. Há medicação no SUS para populações de risco. Doenças gastrointestinais e alimentares 🔹 Hepatite A e E Sintomas iniciais: febre, fadiga, náusea, dor abdominal, urina escura, icterícia (pele amarelada). Existe vacina para Hepatite A. Período de incubação: 15 a 50 dias (média de 28 dias). 🔹 Intoxicação alimentar (Salmonella, E. coli, Norovírus) Sintomas iniciais: náusea, vômito, diarreia, cólicas abdominais, febre (às vezes). Período de incubação: Salmonella: 6 a 72 horas. E. coli: 1 a 10 dias. Norovírus: 12 a 48 horas. *Com informações do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF)
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