Cura que brota do chão: Farmácia Viva do DF produz medicamento natural para dor de garganta
De uso milenar, as plantas medicinais seguem como aliadas poderosas na promoção da saúde. E o acesso público é garantido pelo Governo do Distrito Federal (GDF), que investe na produção e distribuição de medicamentos fitoterápicos em cultivos feitos em espaços públicos, como o Núcleo de Farmácia Viva do Riacho Fundo, a Fazenda da Papuda e a Farmácia Viva de Planaltina. Produtos são manipulados na Farmácia Viva: alguns remédios da natureza já estão cadastrados em 25 unidades básicas de saúde | Fotos: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília Com 30 anos de fundada, a Farmácia Viva já produziu em torno de 620 mil medicamentos fitoterápicos para todo o DF. Entre os fitoterápicos fabricados na rede pública de saúde, destaca-se a tintura de alecrim-pimenta, feita a partir da planta medicinal Lippia origanoides. É o único medicamento para dor de garganta dispensado pela Secretaria de Saúde (SES-DF), cadastrado em 25 unidades básicas de saúde (UBSs). Nilton Neto, chefe do Núcleo de Farmácia Viva da Secretaria de Saúde: “Estamos sempre preocupados em desenvolver novas tecnologias de cultivo de plantas medicinais O chefe do Núcleo de Farmácia Viva da SES-DF, Nilton Neto, afirma que Brasília é um dos locais pioneiros na produção de fitoterápicos para o serviço público de saúde. “Estamos sempre preocupados em desenvolver novas tecnologias de cultivo de plantas medicinais”, aponta. “O alecrim-pimenta, por exemplo, é uma planta brasileira que foi estudada, validada cientificamente e adaptada para o Cerrado. É importante porque conservamos o patrimônio genético e transformamos um recurso nacional, que é a planta medicinal, em um produto usado pela população, devolvendo o investimento”. Alta procura Em 2024, o Núcleo de Farmácia Viva colheu cerca de 105 kg de alecrim-pimenta na Fazenda Modelo da Papuda e produziu e distribuiu mais de 4 mil unidades da tintura de alecrim-pimenta à população. Desde o lançamento, em outubro de 2022, até maio deste ano, o Núcleo de Farmácia Viva entregou mais de 10 mil unidades da tintura de alecrim-pimenta à população. Segundo Nilton Neto, em 2025 a Farmácia Viva conta com a projeção de distribuir 4.800 unidades da tintura de alecrim-pimenta, a maior produção desde o lançamento, em outubro de 2022. Para Nilton, o cenário é devido ao sucesso do medicamento fitoterápico entre usuários e profissionais da saúde, capaz de demonstrar que uma planta medicinal brasileira, quando validada cientificamente e com reconhecimento - no caso do alecrim-pimenta, pela própria Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) -, é uma ferramenta muito importante na promoção à saúde. “Temos visto realmente uma significativa adesão da população nesses anos, o que nos faz aumentar a produção e investirmos mais no cultivo da planta, para aumentar a quantidade e atingir um público maior de usuários da rede”, pontua. Retorno satisfatório Dayane Rodrigues, da Farmácia Viva do Riacho Fundo, fala sobre a tintura de alecrim-pimenta: “Funciona, é muito bom para quando você está com a garganta irritada, coçando ou mesmo inflamada. O corpo costuma responder rápido” Os profissionais recomendam o antisséptico oral para infecções na garganta conforme indicação médica. A farmacêutica Dayane Leite Rodrigues atua na Farmácia Viva do Riacho Fundo e não apenas fornece o medicamento para diversos pacientes, como já chegou a utilizá-lo quando teve uma forte gripe com incômodos na garganta. O óleo essencial, relata ela, ajudou no processo inflamatório, e é bem-aceito na comunidade. “Apresenta um retorno muito bom”, afirma. “Tenho alguns pacientes que já são de uso cativo: eles conhecem, voltam e pedem para prescrever. E funciona, é muito bom para quando você está com a garganta irritada, coçando ou mesmo inflamada. O corpo costuma responder rápido. Quando eu usei, minha garganta estava com bastante secreção e melhorou bastante, senti bastante alívio dos sintomas em dois ou três dias tomando.” Curiosidades da planta Medicação pode ser diluída na água, para ser usada em gargarejo e bochecho A tintura de alecrim-pimenta é indicada como antisséptico orofaríngeo (uso na mucosa oral e faringe) no tratamento da dor de garganta, uma condição muito comum na Atenção Primária à Saúde do Distrito Federal. Para ser utilizada, a medicação é diluída em água nas formas de gargarejo e bochecho. A embalagem vem com um QR Code, que direciona o usuário a um fôlder produzido pela Secretaria de Saúde com as indicações de uso e mais informações sobre o medicamento, importantes consultas para realizar antes da utilização. Nativo do bioma Caatinga (semiárido) nordestina, o alecrim-pimenta foi adaptado para o Cerrado e introduzido no cultivo pela SES-DF em 1990 pelo professor emérito da Universidade Federal do Ceará Francisco José de Abreu Matos. Ele também foi o criador do projeto Farmácias Vivas e responsável pelos estudos de validação científica dessa planta medicinal. Atualmente, o cultivo do alecrim-pimenta é feito por detentos na Fazenda Modelo do Complexo Penitenciário da Papuda, sob a gestão da Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso (Funap). O trabalho desempenhado pelos internos com o plantio e tratos do alecrim-pimenta promove a ressocialização, uma vez que a cada dois dias dedicados à atividade há redução de um dia do cumprimento da pena. Para produzir o medicamento fitoterápico, o Núcleo de Farmácia Viva faz as colheitas e processamento das folhas, que passam por secagem em estufa com temperatura adequada e, em seguida, são pulverizadas e submetidas a extração por etanol em um aparelho denominado percolador. A tintura é extraída com álcool, que conserva mais o produto. A planta tem uma substância antisséptica que ataca bactérias e fungos causadores de doenças bucais.
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Rede pública de saúde do DF conta com mais de 960 farmacêuticos
No dia 20 de janeiro, celebra-se o Dia do Farmacêutico no Brasil. A data destaca o importante papel desses profissionais em acolher, orientar e acompanhar os pacientes durante a evolução de tratamentos. Na rede pública de saúde, os farmacêuticos ocupam diversos setores, desde a administração central, até laboratórios, farmácias, hospitais e unidades de atendimento. Mais de 960 farmacêuticos bioquímicos atendem a população por meio da rede pública de saúde do DF | Foto: Breno Esaki/Arquivo Agência Saúde -DF Ao todo, o Governo do Distrito Federal dispõe de 963 farmacêuticos bioquímicos que prestam serviços à população do DF. Um dos pontos de atuação é no Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (Ceaf), mais conhecido como farmácia de alto custo. Atualmente, são três unidades distribuídas pelo DF. Com capacidade para atender cerca de 44 mil pessoas, as farmácias de alto custo dão acesso a medicamentos de nível ambulatorial para manter a integralidade do tratamento médico. O andamento do bom serviço ofertado nas unidades de saúde está associado ao trabalho integrado com os farmacêuticos. Farmácia Viva oferece medicamentos fitoterápicos à população do DF | Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília “Esses profissionais são responsáveis por fazer a avaliação de processo, por realizar a dispensação dos medicamentos, além de fazer todo o cuidado farmacêutico, que é uma espécie de consulta com o paciente. Ainda há as obrigações administrativas, como receber medicamentos, catalogar no almoxarifado e controlar estoques”, afirmou Mariana Mantovani, gerente do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] A população do DF também pode contar com medicamentos fitoterápicos. Por meio da Farmácia Viva, plantas medicinais são utilizadas no tratamento dos pacientes da rede. No DF, existem duas unidades: uma em Planaltina e outra no Riacho Fundo. Ambas seguem os protocolos estabelecidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e da Resolução n° 886, de 20 de abril de 2010, que estipula a realização de etapas de cultivo, coleta, processamento e armazenamento de plantas medicinais. Os fitoterápicos disponíveis na rede pública de saúde são padronizados pelo Formulário Fitoterápico da Farmacopeia Brasileira, da Anvisa, e foram definidos conforme o perfil epidemiológico do DF. A população pode retirar o medicamento gratuitamente mediante apresentação de prescrição, em duas vias, e documento pessoal.
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UBS 1 da Asa Sul inaugura espaço com plantas medicinais
?Um espaço sustentável, com foco na saúde e na aproximação com a comunidade que o cerca. Entre os recém-plantados abacateiros, pitangueiras, bananeiras e pés de couve, está o novo Horto Medicinal Agroflorestal Biodinâmico (Hmab), inaugurado nesta segunda-feira (11) na Unidade Básica de Saúde (UBS) 1 da Asa Sul. Equipamento público de saúde, o local é voltado à população da Região Central e coloca na prática conceitos de educação nutricional e ambiental. A área verde acolhe plantas medicinais e alimentícias, com participação da comunidade, baseada em um trabalho biodinâmico, que enxerga a saúde como um todo. Implantação do horto da UBS 1 nesta segunda (11); rede pública conta com seis hortos medicinais | Foto: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde-DF Os Hmabs também incentivam a ocupação das UBSs com ações que as aproximem da comunidade. “Dessa forma, promovemos o sentimento de utilização do espaço público com algo que é realmente para as pessoas”, destaca a Referência Técnica Distrital (RTD) de plantas medicinais/fitoterapia, Marcos Trajano. [Olho texto=”“Vemos o potencial do lugar a partir das atividades que os profissionais já realizam com a população. No horto da Asa Sul, por exemplo, cultivamos desde plantas medicinais, boas para chás, escalda-pés, banho de assento, até os fitoterápicos das farmácias vivas. Também temos as Pancs e frutas”” assinatura=”Fabiana Mongeli Peneireiro, pesquisadora da Fiocruz” esquerda_direita_centro=”esquerda”] A inauguração faz parte de uma iniciativa da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Hoje, a rede conta com seis hortos medicinais: UBS 1 da Asa Sul; UBS 1 do Itapoã; UBS 1 do Lago Norte; Casa de Parto, em São Sebastião; Farmácia Viva do Riacho Fundo e do Centro de Referência em Práticas Integrativas (Cerpis), em Planaltina. Em quatro desses hortos é feita a entrega da planta fresca, mediante prescrição médica. Na Farmácia Viva do Riacho Fundo ocorre a produção de medicamentos fitoterápicos, que são distribuídos para 25 UBSs e para o Cerpis de Planaltina, que os repassam dentro da Região de Saúde Norte. Até dezembro, serão entregues mais nove desses espaços: UBSs 3 e 10 de Santa Maria; UBS 6 de Samambaia; UBS 8 de Ceilândia; UBS 1 de Brazlândia; Escola Classe Beija-Flor, na 316 Norte; Subsecretaria de Vigilância à Saúde, na 712 Sul; Diretoria de Vigilância Ambiental, no Noroeste; e Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Candango, no Setor Comercial Sul. Saúde que vem da terra [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] As espécies cultivadas nessas áreas são selecionadas de acordo com o perfil do local. Portanto, cada horto tem uma característica própria adequada às necessidades da comunidade a qual está inserido. “Vemos o potencial do lugar a partir das atividades que os profissionais já realizam com a população. No horto da Asa Sul, por exemplo, cultivamos desde plantas medicinais, boas para chás, escalda-pés, banho de assento, até os fitoterápicos das farmácias vivas. Também temos as plantas alimentícias não convencionais [Pancs] e frutas”, explica a pesquisadora da Fiocruz Fabiana Mongeli Peneireiro. Os interessados em participar das atividades nos Hmabs precisam morar na região da UBS de referência que abriga o espaço. Em seguida, basta entrar em contato com as equipes das unidades de saúde correspondentes. *Com informações da Secretaria de Saúde
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Novo fitoterápico produzido pela Farmácia Viva trata dor de garganta
Com eficácia atestada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a tintura de alecrim-pimenta (Lippia sidoides) é o mais novo fitoterápico produzido pelo Núcleo de Farmácia Viva da Secretaria de Saúde (SES). Destinado ao combate de dores de garganta no âmbito da Atenção Primária à Saúde e com ação antisséptica, o medicamento já está disponível em 17 Unidades Básicas de Saúde (UBSs). A produção da tintura foi iniciada em outubro passado e até maio de 2023 somava 2.049 frascos, de 30 ml cada. Todas as etapas – cultivo, preparo, embalagem e distribuição – são feitas pelo Núcleo de Farmácia Viva. Por mês, a capacidade de produção é de 300 a 400 unidades. Farmacêutico e chefe da unidade de Riacho Fundo II da Farmácia Viva, Nilton Netto desenvolveu a técnica por aqui. Ele explica os desafios de ambientação da planta medicinal, nativa da caatinga do semiárido nordestino. “Ela não se adapta a qualquer região. Somos um dos poucos projetos no Brasil que têm essa planta dentro do escopo de espécies”, afirma. O processo foi iniciado no Cerrado há 30 anos e leva, em média, três anos até a planta estar pronta para a colheita. Chefe da Farmácia Viva de Riacho Fundo II, Nilton Netto desenvolveu a técnica para produção da tintura de alecrim-pimenta no DF| Fotos: Sandro Araújo/Agência Saúde Produção Retirado por meio das folhas do alecrim-pimenta, o principal componente ativo do fitoterápico é o timol, de alto poder contra fungos e bactérias. Depois da triagem para selecionar as melhores folhas e da higienização, o material vai para uma estufa, aparelho com circulação de ar a 45ºC, para desidratação. “Em seguida, é pulverizado em um equipamento que transforma a folha em pó. No laboratório, passa, ainda, por uma máquina chamada percolador com etanol, substância que extrai os princípios ativos. Por fim, gera a tintura final com odor exatamente igual ao da planta, porque os componentes químicos são preservados”, detalha o farmacêutico. De uso tópico, o medicamento deve ser utilizado diluído em água para gargarejo e bochecho e é recomendado apenas para uso adulto, acima de 18 anos. “O fitoterápico é uma opção terapêutica. Cabe ao profissional optar para que o paciente conheça e saiba que é possível receber o produto no Sistema Único de Saúde (SUS)”, acrescenta. Entre os benefícios, na comparação com remédios sintéticos, há o custo e a tecnologia mais simples de desenvolvimento. O fitoterápico já está disponível em 17 UBSs do DF. A medicação é recomendada para uso adulto e diluída em água para gargarejo e bochecho A Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos foi criada pelo Decreto 5.813/2006. De acordo com diretrizes do Ministério da Saúde, são considerados medicamentos fitoterápicos os obtidos com emprego exclusivo de matérias-primas ativas vegetais cuja segurança e eficácia sejam baseadas em evidências clínicas e que sejam caracterizados pela constância de sua qualidade. Controle de qualidade A tintura de alecrim-pimenta produzida pela Farmácia Viva é submetida a controle de qualidade em colaboração com o Laboratório Central de Saúde Pública do Distrito Federal (Lacen-DF). No local, o fitoterápico passa pela avaliação técnica da equipe para emissão de laudos de certificação. “Em 2021, a Anvisa publicou um documento com várias formulações fitoterápicas preconizadas para uso em farmácias vivas ou privadas, entre elas a tintura de alecrim-pimenta. Esse uso oficial é preconizado por essa indicação da Anvisa”, destaca Nilton Netto. Hortos medicinais A SES possui quatro hortos medicinais em toda a rede com o objetivo de cultivar plantas medicinais que serão utilizadas em tratamentos de saúde, visando agregar fitoterápicos para complementar o tratamento de usuários da Rede Pública. Eles funcionam na Unidade Básica de Saúde 1 do Lago Norte, na Casa de Parto, em São Sebastião, na Farmácia Viva do Riacho Fundo I e na Farmácia Viva do Centro de Referência em Práticas Integrativas (Cerpis), em Planaltina. Atualmente, 14 fitoterápicos são ofertados na rede do DF. O alecrim-pimenta inclusive é preparado, há 21 anos, também como gel fitoterápico para uso tópico como antisséptico. Há ainda, entre outros, xarope, tintura e chá medicinal de guaco (Mikania laevigata); tintura de boldo nacional (Plectranthus barbatus); tintura de funcho (Foeniculum vulgare); gel de erva baleeira (Cordia verbenacea); gel de confrei (Symphytum officinale); e gel de babosa (Aloe vera). [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Os fitoterápicos podem ser retirados gratuitamente mediante apresentação de prescrição, em duas vias, e documento pessoal nas farmácias das UBSs. A distribuição da tintura de alecrim-pimenta ocorre de forma escalonada às regiões de Saúde para que as equipes locais sejam capacitadas. Recentemente, UBSs de Taguatinga, Recanto das Emas e Samambaia receberam o medicamento. Unidades na Candangolândia, no Guará, no Lúcio Costa, no Riacho Fundo, Riacho Fundo II e no Núcleo Bandeirante também já possuem o medicamento. *Com informações da Secretaria de Saúde
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UBSs disponibilizam fitoterápicos manipulados pela própria rede pública
O Distrito Federal é pioneiro no uso de fitoterápicos manipulados pela própria rede pública de saúde. Na capital federal, as duas farmácias vivas – importante programa na área de plantas medicinais, que visa resgatar o uso e o potencial das plantas medicinais –, uma localizada no Riacho Fundo e outra em Planaltina, fornecem 11 medicamentos diferentes para 25 unidades básicas de saúde (UBSs). São dois chás, quatro tinturas, um xarope e quatro géis – uma produção que atingiu a marca de 16.919 exemplares de janeiro a novembro deste ano. A fitoterapia é usada no sistema público de saúde do DF desde 1989. Durante dez anos, apenas chás medicinais eram produzidos pelas farmácias vivas. O cenário mudou em 1999 com o xarope de guaco. O broncodilatador e expectorante, indicado para tosse e afecções respiratória, é o campeão de prescrição entre os fitoterápicos. Só neste ano, foram manipulados 11.192 frascos do medicamento. As duas farmácias vivas do DF estão localizadas no Riacho Fundo e em Planaltina | Fotos: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília O criador da receita do xarope usado na rede de saúde do DF é Nilson Netto. Chefe do Núcleo de Farmácia Viva do Riacho Fundo e entusiasta da fitoterapia, o farmacêutico observa que a prática é uma exaltação à tradicionalidade. “As plantas medicinais são usadas há várias gerações. Muitos pacientes têm um vínculo forte com essa opção terapêutica”, comenta. O chefe do Núcleo de Farmácia Viva do Riacho Fundo, Nilson Netto, diz: “Muitos pacientes têm um vínculo forte com essa opção terapêutica” As farmácias vivas do DF comandam a produção dos fitoterápicos do início ao fim do processo. Nas duas unidades, as plantas medicinais são cultivadas, colhidas, preparadas, embaladas e distribuídas. Existem 14 espécies diferentes plantadas nos centros. Dessas, oito são usadas na produção dos fitoterápicos utilizados pela rede da Secretaria de Saúde (SES). “Só dá para dizer que uma planta é medicinal quando há estudos que comprovem sua eficácia e segurança”, explica Nilton. “Os fitoterápicos precisam ser encarados como os medicamentos que são. Eles têm dosagem certa e período definido para serem consumidos. E o uso inadequado é perigoso.” O mais novo medicamento disponibilizado pela SES é a tintura de alecrim-pimenta. A planta nativa do Nordeste tem ação antisséptica e é muito eficaz para dores de garganta. Foram nove meses de estudo até o seu uso ser aprovado. “O primeiro lote do medicamento, com 304 unidades, foi distribuído em outubro”, informa Nilton. “Inicialmente, oito UBSs receberam a tintura”. O mais novo medicamento fitoterápico disponibilizado pela SES é a tintura de alecrim-pimenta, que tem ação antisséptica para dores de garganta Adepta às práticas integrativas, a médica de família e comunidade Carmem De Simoni celebra a disponibilidade dos fitoterápicos na rede pública de saúde. “É mais uma garantia de acesso a recursos terapêuticos diversificados”, avalia. “Por que vou lançar mão de um xarope expectorante sintético, muitas vezes com açúcar em sua composição, se posso usar o guaco?” A médica ressalta que os fitoterápicos costumam sobrecarregar menos o organismo. “Medicamentos à base de plantas medicinais tendem a ser menos agressivos ao corpo”, afirma. “Mas é claro que o paciente precisa estar confortável em fazer uso da fitoterapia. É o que chamamos de manejo conjunto: médico e paciente tomam as decisões juntos”. Confira as unidades de saúde distribuidoras de fitoterápicos ?UBS 1 da Candangolândia ?UBS 1 da Estrutural ?UBS 1 do Guará I ?UBS 3 do Guará II ?UBS 1 do Núcleo Bandeirante ?Farmácia do Instituto de Saúde Mental do Riacho Fundo ?UBS 1 do Riacho Fundo ?UBS 1 do Riacho Fundo II ?UBS 3 do Riacho Fundo II ?UBS 1 do Lago Norte ?UBS 1 do Cruzeiro ?UBS 2 do Cruzeiro ?UBS 2 do Gama ?UBS 5 do Gama ?UBS 2 do Recanto das Emas ?UBS 4 do Recanto das Emas ?UBS 2 de Samambaia ?UBS 3 de Samambaia ?UBS 4 de Samambaia ?UBS 5 de Taguatinga ?UBS 8 de Taguatinga ?UBS 1 de Santa Maria ?UBS 1 de São Sebastião ?UBS 1 de Sobradinho II ?Centro de Práticas Integrativas de Planaltina.
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Produção de fitoterápicos cresce 159% no Riacho Fundo
[Olho texto=”“O aumento do acesso e da oferta de fitoterápicos pelo Núcleo de Farmácia Viva permite maior alcance desses produtos para as comunidades que dependem desses medicamentos ou que buscam na atenção primária”” assinatura=”Nilton Neto, chefe do Núcleo de Farmácia Viva do Riacho Fundo” esquerda_direita_centro=”direita”] A produção de medicamentos fitoterápicos na Farmácia Viva do Riacho Fundo aumentou 159%, de janeiro a novembro deste ano, em relação à produção de 2020 nesse mesmo período. No ano passado, 9.822 fitoterápicos abasteceram 22 unidades básicas de saúde (UBSs). Neste ano, outras três UBSs foram cadastradas para receber os fármacos: UBS 1 da Estrutural, UBS 4 do Lúcio Costa e UBS 1 do Cruzeiro. “O aumento do acesso e da oferta de fitoterápicos pelo Núcleo de Farmácia Viva permite maior alcance desses produtos para as comunidades que dependem desses medicamentos ou que buscam na atenção primária”, explica o chefe do Núcleo de Farmácia Viva do Riacho Fundo, Nilton Neto. Em agosto, a unidade passou a contar com horto florestal agrodinâmico com várias espécies de plantas medicinais. Entre os novos projetos desenvolvidos na unidade, está a inclusão de um novo fitoterápico: a tintura de Lippia sidoides, conhecida como alecrim pimenta. De acordo com Nilton Neto, a planta é utilizada na saúde pública do DF desde 1989. O novo horto florestal agrodinâmico reforça a produção da Farmácia Viva do Riacho Fundo | Fotos: Geovana Albuquerque/Arquivo-SES Ainda segundo o chefe da Farmácia Viva, a proposta de inclusão foi apresentada, analisada e aprovada pela Comissão Central de Farmácia Terapêutica da Secretaria de Saúde, que vai inserir esse novo fitoterápico na relação de medicamentos essenciais. A indicação será de antisséptico para o tratamento das dores de garganta. “O paciente vai diluir a tintura de alecrim-pimenta em quantidade suficiente de água e gargarejar ou fazer bochechos. Nossa expectativa é que esse medicamento seja incluído na lista já no primeiro trimestre de 2022″, espera. No local também são produzidos o xarope e a tintura de guaco, que podem ser utilizados por pacientes com diabetes por não conterem açúcar em sua formulação e servem como expectorante. Entre outros itens há a tintura de boldo, para tratar a má digestão, e a tintura de funcho, indicado como antiespasmódico, ou seja, a contração involuntária dos músculos. Na produção dos fitoterápicos, os princípios ativos são extraídos das raízes, das sementes e das folhas de plantas medicinais. Hoje, são utilizadas oito dessas plantas para a elaboração de fitoterápicos e 13 medicamentos estão cadastrados na Relação de Medicamentos (Reme). [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] A Farmácia Viva segue os protocolos estabelecidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pela Resolução n° 886, de 20 de abril de 2010. Esses documentos preconizam que as farmácias vivas devem cultivar, colher, processar e armazenar as plantas medicinais. Ao longo do ano, a Farmácia Viva produziu e distribuiu cerca de 357 mudas de plantas medicinais para a população. *Com informações da Secretaria de Saúde do DF
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