Produtores recebem licenciamento ambiental do Assentamento Chapadinha, em Brazlândia
Após duas décadas de espera, produtores do Assentamento Chapadinha, em Brazlândia, receberam o licenciamento ambiental da área. A entrega oficial foi feita pelo governador Ibaneis Rocha, em cerimônia na manhã deste sábado (26). “Depois que nós assumimos o governo e colocamos pessoas capazes à frente dos órgãos ambientais, a gente tem conseguido trazer desenvolvimento com sustentabilidade", disse o governador Ibaneis Rocha, neste sábado (26) | Fotos: Renato Alves/Agência Brasília “Está aí mais um sonho realizado para a comunidade da Chapadinha”, celebrou o chefe do Executivo. “Depois que nós assumimos o governo e colocamos pessoas capazes à frente dos órgãos ambientais, a gente tem conseguido trazer desenvolvimento com sustentabilidade, garantindo, assim, um meio ambiente saudável, mas também dando às pessoas oportunidade de poder trabalhar e sustentar suas famílias. Porque nada dá mais dignidade do que você poder trabalhar e colocar sua comida dentro de casa e dar condições pros seus filhos crescerem na vida”, acrescentou. [LEIA_TAMBEM]O local começou a ser ocupado em 2005, mas a formalização do assentamento só ocorreu no ano passado. Agora, com a licença ambiental, os produtores podem ter acesso às políticas públicas do Programa de Reforma Agrária, como linhas de crédito, infraestrutura, regularização fundiária e programas habitacionais. “Os moradores estão ali há anos aguardando serem regularizados/assentados. E, hoje, com essa licença ambiental, o governo Ibaneis e Celina Leão entrega para eles a dignidade para eles poderem ir junto aos bancos oficiais e conseguir créditos, para que eles possam produzir também e virarem produtores com larga experiência, com investimento. Ou seja, traz dignidade para todas as famílias que há anos esperavam essa licença ambiental”, reforçou o presidente do Instituto Brasília Ambiental, Rôney Nemer. Segundo o Brasília Ambiental, o licenciamento também fortalece a gestão do meio ambiente no espaço. O assentamento está inserido em duas Áreas de Proteção Ambiental (Apas): do Planalto Central e do Cafuringa. O documento entregue neste sábado garante medidas de proteção das áreas de Reserva Legal e de Preservação Permanente. Marco "Agora estamos felizes e certos de que a nossa luta valeu", afirmou o produtor Francisco Miguel de Lucena Para o presidente da Associação dos Trabalhadores Rurais na Agricultura Familiar do Assentamento Chapadinha (Astraf), Anaildo Porfírio, a entrega do licenciamento foi “um marco histórico”. “São 20 anos que a gente está lá trabalhando, produzindo com sustentabilidade, produzindo agroecologicamente. Então, para nós, é um ganho não só na produtividade que a gente vai ter, mas vai ter uma garantia jurídica melhor, a gente vai conseguir pegar o nosso contrato, vai poder acessar várias políticas públicas importantes. É uma felicidade muito grande”, definiu. Para o nosso assentamento virar realidade, só estava faltando a licença ambiental. Eu cheguei, os meus cabelos eram preto, hoje está tudo branquinho”, brincou Ivone Machado “Hoje, o que passa na nossa cabeça é a questão da esperança, de acreditar. Foi uma angústia viver 20 anos esperando por uma licença e sempre acontecia algo, sempre acontecia uma coisa contrária que dificultava. Mas, graças a Deus, agora estamos felizes e certos de que a nossa luta valeu”, emendou o produtor Francisco Miguel de Lucena. Já a também produtora Ivone Machado brincou com o tempo de espera para conseguir o documento: “Para o nosso assentamento virar realidade, só estava faltando a licença ambiental. Eu cheguei, os meus cabelos eram preto, hoje está tudo branquinho”. Pavimentação Na mesma cerimônia, o governador Ibaneis Rocha inaugurou a pavimentação dos 16 km da DF-220, que liga a BR-080 à Estrada Parque Contorno (DF-001), em Brazlândia. A obra, que contou com investimento de R$ 26,6 milhões, tem como principal objetivo desafogar o tráfego de caminhões nas vias Estrada Parque Indústria e Abastecimento (Epia) e Estrada Parque Ceilândia (EPCL/DF-095), conhecida como Estrutural. A nova via passa a ser uma rota alternativa para veículos vindos de estados da região Norte do país, como o Tocantins, evitando o trânsito pelo centro de Brasília.
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Protagonismo feminino no campo: 9,4 mil mulheres cultivam alimentos e fortalecem a agricultura familiar no DF
No coração do Lago Oeste, a produtora rural Maria do Carmo Souza Pereira, 70, colhe diretamente do solo alimentos saudáveis e de qualidade que abastecem a mesa dos brasilienses. Conhecida como Irmã Carmen, ela cultiva e destina às famílias em situação de vulnerabilidade social produtos colhidos sem o uso de agrotóxicos ou fertilizantes. Maria do Carmo distribui parte de sua produção a famílias em situação de vulnerabilidade: “Mesmo com os desafios, as agricultoras seguem em frente, garantindo alimentos saudáveis para a população” | Fotos: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília “As mulheres são guerreiras. Só a gente sabe lidar com o alimento, embalar, conversar com o freguês. Temos um papel fundamental nessa produção” Maria do Carmo Souza Pereira, produtora rural Assim como ela, 9,4 mil mulheres são cadastradas na Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF), consolidando a presença feminina nas atividades rurais. Esse número representa 41,6% do total de 18 mil propriedades rurais atendidas pela empresa. A mão de obra feminina, de acordo com Maria do Carmo, tem o seu diferencial: “As mulheres são guerreiras. Só a gente sabe lidar com o alimento, embalar, conversar com o freguês. Temos um papel fundamental nessa produção”. Apoio do governo Sem o uso de produtos químicos, ela produz mais de 20 variedades em sua propriedade de dez hectares no Assentamento Chapadinha. Colhe abacate, banana, limão, mandioca e pimentão. Parte da produção é adquirida por meio de iniciativas governamentais, como os programas Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), de Aquisição de Alimentos (PAA) e de Aquisição da Produção da Agricultura (Papa), garantindo acesso a alimentos saudáveis para a população e fortalecendo a economia rural. Horta de Maria do Carmo tem produção diversificada Para a extensionista rural Clarissa Campos Ferreira, a participação feminina no campo vai além do plantio. “São mulheres que gerenciam suas produções, acessam créditos rurais e fazem parte de programas públicos”, pontua. “Elas enfrentam jornadas duplas e às vezes até triplas, mas mantêm a produção de alimentos saudáveis e sustentáveis”. 5,7 mil Número de caixas com produtos orgânicos produzidas por Maria do Carmo Pereira em 2024 O trabalho de Maria do Carmo reflete essa realidade. Cearense, ela chegou ao assentamento há quase 20 anos e enfrentou dificuldades, mas encontrou na agricultura um caminho para prosperar. “Eu fui acolhida pela comunidade, não tinha onde morar quando cheguei”, lembra. “O que me restou foi trabalhar na roça, que era o que eu sabia fazer”. No ano passado, Maria do Carmo produziu aproximadamente 5,7 mil caixas de hortifrúti. Segundo Clarissa, um dos maiores desafios da produção orgânica é a mão de obra, já que o cultivo exige mais dedicação. “O Assentamento Chapadinha é uma região propícia para essa produção porque tem um terreno plano, acesso à água e está próximo ao centro do DF, facilitando o escoamento”, aponta. “Mesmo com os desafios, as agricultoras seguem em frente, garantindo alimentos saudáveis para a população”. Impacto social Além de gerar renda para os pequenos produtores, os programas governamentais garantem alimentos saudáveis para crianças e famílias em situação de vulnerabilidade. Para Maria do Carmo, participar dessas iniciativas é motivo de orgulho. “É uma honra muito grande saber que aquelas crianças da cidade comem o que eu planto”, afirma. “Meus filhos já comeram muito na escola, e hoje eu posso contribuir com a alimentação de outras crianças, levando um alimento saudável, sem veneno.” O empenho de produtoras como Maria do Carmo fortalece o setor agrícola do DF, que movimentou aproximadamente R$ 6 bilhões em valor bruto em 2023, consolidando esse segmento como uma prática rentável e essencial para a economia e a segurança alimentar da população.
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GDF leva serviços e ações às mulheres do Assentamento Chapadinha
[Olho texto=”“O governo passou a ver a gente, então, alavancamos o nosso próprio negócio. Isso é uma conquista para todos nós”” assinatura=”Maria do Carmo de Souza, moradora do Assentamento Chapadinha” esquerda_direita_centro=”direita”] Maria do Carmo de Souza tem 65 anos e há 16 tira seu sustento da terra. Ela aprendeu a plantar mandioca, pimentão e batata. Depois, passou a fazer virar dinheiro os produtos que nascia no seu terreno. Hoje, vende banana, repolho, tomate e outros hortifrutis em feiras pela cidade. “O governo passou a ver a gente, então, alavancamos o nosso próprio negócio. Isso é uma conquista para todos nós”, comemora. A produtora rural foi uma das moradoras do Assentamento Chapadinha, localizado no Lago Oeste, em Sobradinho, que recebeu a ação de lançamento do programa Secretaria da Mulher no Campo. O evento contou com a participação das Secretarias de Turismo (Setur); Saúde (SES); Educação (SEEDF); Justiça (Sejus); Segurança Pública (SSP); Desenvolvimento Social (Sedes); Mobilidade (Semob) e do Trabalho (Setrab); além da Emater, Defesa Civil, Conselho Tutelar, Caesb, Administração de Sobradinho e Sobradinho II e parceiros não governamentais. A Emater-DF levou ao assentamento oficinas técnicas de cultivo de suculentas e outras culturas, além de promover inclusão das mulheres em projetos e ações da empresa | Fotos: Divulgação/ Secretaria da Mulher “A gente reconhece a importância de trazer as iniciativas para a área rural. Estamos aqui lançando este projeto para dar visibilidade e reunir as pastas do governo para trazer políticas, ações, serviços, oportunidades e cuidados para as comunidades rurais”, reforçou a secretária da mulher, Ericka Filippelli. “O Fórum Permanente das Mulheres do Campo e do Cerrado existe desde 2015 e foi criado, justamente, porque, se as políticas públicas, muitas vezes, não alcançam as mulheres da cidade, imagina a dificuldade que é para chegar às mulheres do campo”, acrescentou a secretária. [Olho texto=”“É muito importante que essas ações venham até nós, até a área rural. Um evento como esse, com tantas secretarias reunidas para apoiar a comunidade, pode mudar a vida dessas mulheres”” assinatura=”Janaína Romualdo, coordenadora do acampamento Marielle Franco, em São Sebastião, e diretora de reforma agrária da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar do Distrito Federal e Entorno (Fetraf-DFE) ” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Janaína Romualdo, de 38 anos, é coordenadora do acampamento Marielle Franco, localizado em São Sebastião, além de diretora de reforma agrária da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar do Distrito Federal e Entorno (Fetraf-DFE). Ela luta para que a população rural do DF alcance mais oportunidades e destaca a importância da presença governamental para auxiliar as mulheres do campo. “É muito importante que essas ações venham até nós, até a área rural. Porque são mulheres que, muitas vezes, ficam esquecidas, têm dificuldade de locomoção, pouco acesso à informação e não têm acolhimento ou auxílio para saúde tão próximo. Um evento como esse, com tantas secretarias reunidas para apoiar a comunidade, pode mudar a vida dessas mulheres”, afirma. Atendimento Ao todo, 550 pessoas foram atendidas durante a primeira ação do Secretaria da Mulher no Campo. Elas tiveram acesso a abordagem psicossocial, conversas educativas sobre direitos, legislação e formas de combate à violência de gênero; além de receber orientações sobre como participar das oficinas de capacitação, gratuitas e virtuais, voltadas à autonomia financeira e econômica da mulher, oferecidas pela SMDF. As mulheres também puderam fazer inscrições no Cadastro Único, da Sedes e no Programa Prospera, da Setrab. Os moradores do assentamento ainda participaram da oficina de pintura oferecida pela SSP. Representantes de oito secretarias do GDF, além de Emater, Defesa Civil, Conselho Tutelar, Caesb, Administração de Sobradinho e Sobradinho II e parceiros não governamentais participaram do evento A Secretaria de Saúde promoveu diversas ações voltadas à prevenção e ao cuidado com a saúde da mulher e ofereceu agendamento de exame citopatológico, vacinação contra influenza e hepatite, além da realização de testes rápidos de hepatite B e C, HIV e sífilis. Ainda teve palestra com sucesso de público: mulheres, homens e crianças foram orientados sobre como manter a saúde bucal e receberam kits de higiene dental ao final das explicações. Incentivo a talentos A Emater-DF esteve presente e levou ao assentamento oficinas técnicas, como a de cultivo de suculentas, mas também ofereceu atendimentos sobre cultivos diversos e inclusão de produtores em projetos e ações da empresa. O Assentamento Chapadinha é referência na produção de orgânicos e recebe assistência da Emater-DF. [Olho texto=”“A vitória da Secretaria da Mulher é a vitória da Emater-DF, é a vitória do governo, que se une para levar oportunidade e dignidade para o campo”” assinatura=”Denise Fonseca, presidente da Emater-DF” esquerda_direita_centro=”direita”] A presidente da empresa, Denise Fonseca, destacou a importância da união de órgãos do governo para levar serviços essenciais para as mulheres do campo e toda a comunidade. “A vitória da Secretaria da Mulher é a vitória da Emater-DF, é a vitória do governo, que se une para levar oportunidade e dignidade para o campo. Essa ação vai fortalecer a inclusão da mulher em políticas públicas. Temos muito ainda a conquistar, mas juntos ainda vamos fazer muito mais”, ressaltou. Os artistas locais também puderam aproveitar a oportunidade para solicitar a emissão da carteira de artesão. O documento oferece a esses trabalhadores a oportunidade de participar de feiras locais, regionais e nacionais e dar visibilidade a suas produções. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] A Setur colocou as ações de qualificação do artesanato à disposição das mulheres e homens do Assentamento Chapadinha. “Nossa equipe está aqui para identificar as pessoas que precisam de um olhar mais atencioso e tenham o desejo de se qualificar no ofício de artesão para receber a Carteira Nacional do Artesão. A carteira é um passaporte para a dignidade, autonomia econômica e empoderamento pela profissionalização”, afirmou a secretária Vanessa Mendonça. A iniciativa é realizada de acordo com as demandas apresentadas pelas mulheres participantes do Fórum Distrital Permanente das Mulheres do Campo e do Cerrado. Além do Secretaria da Mulher no Campo, foi lançado no mesmo evento o selo do Fórum, elaborado com a participação de suas integrantes e que será usado para identificar os produtos elaborados por elas. No dia 16 de julho, o Secretaria da Mulher no Campo estará no Assentamento Oziel Alves, em Planaltina. Em agosto, haverá ações no Núcleo Rural Fazenda Larga, Planaltina; no Assentamento 1° de Julho, em São Sebastião, e no Assentamento Renascer Palmares, em Planaltina, com datas a serem confirmadas. *Com informações da Secretaria da Mulher
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