Após projeção mundial, ouvidora da Novacap disputa o Campeonato Brasiliense de Fisiculturismo
A atleta Maria do Socorro da Silva, conhecida como Socorrinho, sobe ao palco neste domingo (1º/6) para dar início à sua temporada de 2025 no fisiculturismo. Aos 67 anos, ela concilia a vida de atleta com o cargo de chefe da Ouvidoria da Novacap, e competirá na categoria Women’s Physique do XVII Campeonato Brasiliense, a partir das 13h, no auditório da Universidade Paulista (Unip), na 913 Sul. Socorrinho, como é conhecida, tem uma história de superação e ensina: Quando começar, seja a que tempo for, nunca olhe para os anos que ficaram para trás. Enxergue quantos anos podem ser somados à sua vida depois do esporte” | Foto: Acervo pessoal Com mais de 15 anos de trajetória, Socorrinho já conquistou oito vezes o título de Campeã Brasiliense, é Tricampeã Brasileira e levou medalha de bronze no Campeonato Sul-Americano da IFBB. No ano passado, foi a única atleta com mais de 50 anos a competir na categoria Women’s Physique Open do Campeonato Mundial de Fisiculturismo e Fitness, em Santa Susanna, na Espanha, onde conquistou o quarto lugar - seu feito correu o planeta, dando-lhe projeção internacional. No mesmo torneio, também ficou em quinto lugar na categoria Master. “Me senti valorizada”, conta a atleta. “Foi um sonho que estava totalmente fora das minhas condições de idade, financeiras e de recursos. Participo de competições desde 2007 com um currículo bacana, mas a vitória veio no tempo que Deus permitiu. Acho que foi um milagre, só vejo assim.” O começo de tudo Socorrinho iniciou a carreira de fisiculturista na modalidade após a morte do filho, em 2008. Em um momento de dor, ela enxergou no fisiculturismo uma oportunidade de ser forte. “Comecei sem orientação, sem conhecer nada desse mundo, só para servir como paliativo para a alma”, revela. Desde então, ela coleciona títulos nacionais e internacionais. Mais do que medalhas, o esporte proporciona uma forma de reconstrução pessoal: “O que mais me motiva é saber que, aos 67 anos, depois de tantas histórias, posso dizer com todas as letras: sou forte, feliz e capaz de continuar em pé. Isso tudo eu falo não para me gabar, mas para mostrar que eu dou o meu melhor para que a vida me retribua com a parte que cabe a ela. Eu posso, todo mundo pode”. Disciplina Na semana do campeonato, sua rotina é intensa: caminhada às 5h, expediente na Ouvidoria da Novacap, musculação às 18h e ensaio de coreografia às 20h. A dieta é milimetricamente calculada: “Estou fazendo a hiper-hidratação com 50g de arroz e 160g de tilápia a cada três horas”. Mesmo com os desafios da rotina profissional, Socorrinho mantém o foco: “Engraçado que parece coincidência, mas a semana que tem mais trabalho é sempre aquela em que estou finalizando o processo para o campeonato. Terrível, mas eu procuro colocar leveza para a coisa fluir”. Calendário de competições Após o Campeonato Brasiliense, a atleta já tem agenda cheia. O Campeonato Brasileiro será de 18 e 20 de julho, no Teatro Ítalo Brasileiro, em São Paulo. Caso garanta a classificação, Socorrinho terá a chance de voltar ao Mundial, previsto para novembro, na China. Com o físico em constante evolução, Socorrinho detalha os ajustes necessários para alcançar a melhor forma em cada disputa: “Estou com um volume maior porque não posso desidratar muito. Vou entrar no palco mais densa, até porque o corpo reage de forma diferente a cada competição. Ainda preciso fazer ajustes para o Brasileiro. O objetivo é manter o foco e, quem sabe, conquistar uma vaga no Mundial”. Campeonato Brasiliense A competição reunirá cerca de 80 atletas, divididos em 37 categorias - Fisiculturismo, Classic Physique, Fisiculturismo Clássico, Games Classic, Women’s Physique, Bodyfitness, Wellness, Bikini, Fit Model, Fit Pairs, Muscular Men’s Physique, Men’s Physique e Men’s Body Muscle, entre outras. Muitas dessas categorias possuem divisões por peso ou altura. A pesagem dos atletas será feita no sábado (31), no auditório da Universidade Estácio, no Pistão Sul (Taguatinga), das 11h às 15h. [LEIA_TAMBEM]O evento serve como seletiva para o Campeonato Brasileiro, que será realizado em São Paulo. Apesar disso, por se tratar de uma competição amadora, não há premiação em dinheiro. A entrada é paga, com ingressos vendidos apenas no local do evento. A programação é extensa e deve durar cerca de oito horas, com o público circulando ao longo do dia. Exemplo para todas as idades Presidente da Federação Brasiliense de Fisiculturismo e Musculação (IFBB-DF), Patrícia Helena considera Maria do Socorro uma referência no fisiculturismo e na vida: “Ela mostra que o esporte pode ser praticado com excelência em qualquer idade. A musculação promove longevidade e qualidade de vida, e a Socorrinho está aí para mostrar que isso é verdade”. A federação tem trabalhado para ampliar a presença de mulheres e pessoas acima dos 50 anos nas competições, sendo Socorrinho usada como um exemplo de motivação. “Fazemos palestras educativas em faculdades demonstrando os benefícios da prática da modalidade em todas as faixas etárias”, comenta a gestora. “A divulgação da história da Maria do Socorro já alcançou e motivou inúmeras mulheres”. Para mulheres que sonham em entrar para a modalidade, Socorrinho deixa uma mensagem de apoio: “Quando começar, seja a que tempo for, nunca olhe para os anos que ficaram para trás. Enxergue quantos anos podem ser somados à sua vida depois do esporte”. A caminho dos 70 anos, ela prova que a idade não tem limite - e que com disciplina, coragem e determinação, os limites podem ser superados. *Com informações da Novacap
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Servidora do governo representará o DF no Sul-Americano de fisiculturismo
Chefe da Ouvidoria da Novacap, Maria do Socorro Ferreira da Silva, 66, conhecida como Socorrinho, está se preparando para competir no Campeonato Sul-Americano de Fisiculturismo, que ocorre em Assunção (Paraguai) entre os dias 12 e 16 deste mês, com a participação de cerca de 30 atletas de várias categorias. Ela segue para o país vizinho na próxima semana, onde sobe ao palco para competir pela categoria Women’s Physique. Socorrinho, que venceu a categoria Fit Pairs do Campeonato Brasiliense, segue rotina rigorosa de treinos e cada vez mais ganha projeção | Foto: Divulgação/Novacap “Uma nova idade vai surgir todos os anos, mas sua mente, seu corpo e sua forma de envelhecer com saúde podem seguir um caminho diferente de tudo que a sociedade impõe” Maria do Socorro Ferreira da Silva, servidora da Novacap e fisiculturista Com uma carreira reconhecida no fisiculturismo, Socorrinho busca não apenas conquistar medalhas, mas motivar aqueles que acreditam que a idade não é um obstáculo. “Sinto-me a criadora de uma renovação física, espiritual e emocional para aqueles que impõem limites à vida”, afirma. “Uma nova idade vai surgir todos os anos, mas sua mente, seu corpo e sua forma de envelhecer com saúde podem seguir um caminho diferente de tudo que a sociedade impõe”, reforça a fisiculturista. Dedicação A vaga para a competição internacional veio após bons resultados recentes. Nos últimos meses, Socorrinho participou do Campeonato Brasiliense, onde conquistou dois troféus (segundo lugar na categoria Women’s Physique e primeiro lugar na categoria Fit Pairs). Já no Brasileiro, realizado no Pará, também se destacou, alcançando três taças (terceiro lugar na categoria Women’s Physique até 1,62 m, terceiro lugar na categoria Women’s Physique Sênior e segundo lugar na Dupla Mix Pairs). A agenda dela, no entanto, pode ter ainda mais desafios, uma vez que os títulos conquistados a credenciaram para o Campeonato Mundial de Santa Susanna (Espanha), de 31 de outubro a 4 de novembro. “Estou buscando apoio financeiro, pois os custos são bem altos”, anuncia. “Tenho fé que conseguirei. De toda forma, sigo firme na preparação”. A preparação de Socorrinho para o Sul-Americano foi intensa e planejada. Desde outubro do ano passado, ela se dedica a uma rotina rigorosa, conciliando suas demandas na Ouvidoria da Novacap com dois treinos diários antes e após o trabalho. Faz uma hora de treinos físicos a partir das 5h da manhã e musculação durante a noite, além de ensaios de coreografia e poses nos finais de semana. Além disso, ela ainda arruma tempo para preparar as refeições balanceadas para o dia seguinte e cuida do irmão, comprometido por deficiência mental. História de superação Socorrinho começou a competir por volta dos 50 anos. A atleta iniciou sua jornada no fisiculturismo após enfrentar a dolorosa perda de seu filho de 23 anos, seguida pela morte da mãe e de um irmão, no ano seguinte; e, anos depois, a perda de seu companheiro devido à covid-19. Foi no esporte que ela diz ter se reencontrado e restabelecido forças em meio a tanta dor. “Todos nós temos perdas”, ensina. “O que faz a diferença é como cada um lida com isso. Essa foi a forma que encontrei para atenuar minha dor”. *Com informações da Novacap
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