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Centro de Ensino Especial de Deficientes Visuais (CEEDV)

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Sessão especial de cinema promove inclusão para estudantes com deficiência no DF

Aos 14 anos, Lurdes Khamilly Quinteiro já havia ido ao cinema, porém tinha dificuldades para compreender os filmes. A estudante surda do 9º ano do Centro de Ensino Fundamental (CEF) 07 de Ceilândia reclamava de “legendas muito rápidas” e sentia falta de intérpretes de Libras. No entanto, nesta quinta-feira (4), ela assistiu a um filme com total acessibilidade durante a sessão especial de Chico Bento e a goiabeira maraviósa, promovida pela Subsecretaria de Educação Inclusiva e Integral (Subin) da Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF) em parceria com a Agência Nacional do Cinema (Ancine), no escopo do projeto Cinema Brasileiro de Todos para Todos.  A secretária de Educação, Hélvia Paranaguá, acompanhou a sessão de cinema e enfatizou a importância da acessibilidade:  “Nós temos que caminhar para isso, e a sociedade precisa ajudar” | Fotos: Mary Leal/SEEDF Em outubro, haverá quatro sessões inclusivas no Cine Brasília, com expectativa de atender 2,4 mil estudantes dos centros de ensino especial A experiência de Lurdes reflete a realidade de muitos estudantes com deficiência que, pela primeira vez, puderam assistir a um filme com total acessibilidade no CineSystem do CasaPark. “Tem muitos surdos, e estou gostando”, disse, por meio do intérprete Ramon Mota, durante a sessão especial. A sessão das 10h reuniu alunos do Centro de Ensino Especial de Deficientes Visuais (CEEDV), da Escola Bilíngue Libras e Português Escrito do Plano Piloto e do CEF 07 de Ceilândia.   Para Vera Barros, subsecretária de Educação Inclusiva e Integral, o evento representa muito mais do que uma sessão de cinema. “A importância é você poder dar visibilidade à acessibilidade; o que garante a inclusão é acessibilidade”, enfatizou. “Nós teremos uma extensão desse projeto agora em outubro no Cine Brasília, com quatro sessões para atender em torno de 2.400 estudantes dos centros de ensino especial”. A secretária de Educação, Hélvia Paranaguá, também acompanhou a sessão e lembrou que a acessibilidade não é uma concessão, mas um direito. “Nós temos que caminhar para isso, e a sociedade precisa ajudar”, declarou. Tecnologia a serviço da inclusão Em uma das salas, o filme foi exibido com descrição em Libras projetada diretamente na tela  Durante a sessão, foram testadas diferentes tecnologias assistivas. Uma sala contou com audiodescrição para pessoas com deficiência visual, enquanto outra exibiu o filme com a projeção de Libras diretamente na tela, uma novidade que não é comum nos cinemas convencionais. [LEIA_TAMBEM]Leandro de Sousa Mendes, secretário de Regulação da Ancine, explica que a agência trabalha desde 2023 para melhorar o cumprimento da lei que obriga a acessibilidade nas salas de cinema. “Hoje temos cinco aplicativos em todos os cinemas, então é possível que todo deficiente auditivo e visual consiga ver um filme com acessibilidade”, explicou. O objetivo da ação desta quinta também foi coletar a impressão dos estudantes para aprimorar as políticas de acessibilidade e estudar a viabilidade de tornar obrigatórias algumas sessões especiais para esse público. Mudança na vida dos estudantes “Sem a parceria da secretaria, não seria possível trazer essas crianças para ter essa experiência” Alex Braga Muniz, diretor-presidente da Ancine Para Lurdes, que não frequentava o cinema devido à falta de acessibilidade, a experiência abre novas possibilidades. Questionada se frequentaria mais cinemas, caso esse sistema fosse implementado em todas as salas, ela prontamente respondeu: “Claro, com certeza”. A secretária nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Ana Paula Feminella, ressaltou a importância de proporcionar essas experiências desde o ensino fundamental:  “É a vivência da cidadã e do cidadão conseguindo acessar a cultura nacional. Este é o começo de uma parceria importante do governo federal com a Secretaria de Educação”. O diretor-presidente da Ancine, Alex Braga Muniz,  reforçou que o projeto Cinema de Todos para Todos só é possível com o apoio da Secretaria de Educação. “Sem a parceria da secretaria, não seria possível trazer essas crianças para ter essa experiência”, afirmou. “É o primeiro passo de uma caminhada que leva à efetiva inclusão de pessoas com deficiência nas salas de cinema”. *Com informações da Secretaria de Educação    

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Museu Nacional da República recebe quadros táteis feitos em coautoria com deficientes visuais

O Museu Nacional de Brasília recebe, desde a última terça-feira (5), a exposição Sob os pés do mundo, uma experiência sensorial que apresenta 17 quadros táteis criados a partir das calçadas e espaços públicos do Distrito Federal. As obras são relacionadas às vivências de pessoas cegas e com baixa visão. Obras são dispostas de maneira que as pessoas conseguem entendê-las a partir do tato | Fotos: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília Desenvolvido com recursos do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec-DF), o projeto conta com o apoio institucional do Museu Nacional da República, do Centro de Ensino Especial de Deficientes Visuais (CEEDV) e da Biblioteca Braille Dorina Nowill. A mostra, que está em cartaz na Galeria 2 do museu, é resultado do projeto artístico-sociocultural “Arte no Espaço Público x Arte como Espaço Público: Arte e Inclusão Social”. A exposição faz parte também do Festival Mês da Fotografia (FMF). Para a diretora do Museu Nacional, Fran Favero, há uma fruição da obra por meio do toque, além de uma experiência da cidade. “Nessa exposição, especificamente, as pessoas vão experimentar a relação com as calçadas da cidade, com esse lugar urbano”, explica. Fran afirma que essa não é a primeira exposição com esse tipo de proposta no museu: “Notamos uma identificação imediata, um senso de pertencimento e de representação, que é muito especial”. Flavio Marzadro, idealizador do projeto, lembra que a mostra tem a meta de provocar reflexões sobre pertencimento e acessibilidade: “Trabalho por aquilo que percebo como arte pública, no sentido de promover espaço público e política pública”  O projeto, idealizado pelo artista visual e sociólogo Flavio Marzadro, adotou técnicas como os decalques táteis em base siliconada, para transformar superfícies urbanas em obras sensoriais. Além de uma forma de levar as artes visuais às pessoas com deficiência visual por meio de experiências táteis, a mostra tem o objetivo de provocar reflexões sobre acessibilidade, pertencimento e direito à cidade. Os quadros são compostos por superfícies comuns ao cotidiano urbano, como pedras portuguesas, azulejos e pisos táteis. Marzadro conta que as obras nasceram de uma dinâmica de duas partes, na qual o deficiente visual tem a possibilidade de tocar as obras para interpretá-las. “A gente faz o descarte do chão, que é um objeto urbano, uma memória histórica, mas também uma memória poética, porque faz parte da atividade da pessoa”, comenta. “Trabalho por aquilo que percebo como arte pública, no sentido de promover espaço público e política pública”. Coautoria e inclusão A iniciativa surgiu de diálogos com pessoas cegas e de baixa visão do DF que atuam como coautoras das obras ao partilhar memórias e escolher os caminhos a serem moldados. As obras retratam os lugares percorridos e sentidos durante o projeto. Os trabalhos contam com títulos em Braille, letras ampliadas, audiodescrição e paisagens sonoras de 20 minutos, com os ruídos originais de cada local. Gilfrank Nunes enfatiza a importância da iniciativa: “Esses momentos nos dão a oportunidade de mostrar para a sociedade que nós existimos, somos cidadãos, somos capazes e merecemos fazer parte do cotidiano” Com turmas de cinco a 20 pessoas, as oficinas foram promovidas em Brasília, sendo quatro no Centro de Ensino Especial de Deficientes Visuais (CEEDV) e uma na Biblioteca Braille Dorina Nowill. Todos os participantes moram no Distrito Federal e assinam, com suas escolhas, memórias, impressões e mãos, a autoria das obras. [LEIA_TAMBEM]Entre as pessoas com deficiência visual que participaram da produção das obras, está Gilfrank Pimentel Nunes. Para ele, a iniciativa trouxe a oportunidade de afirmar a cidadania. “Perante a sociedade, nós perdemos a visão, mas somos nós que nos tornamos invisíveis”, pontua. “E esses momentos nos dão a oportunidade de mostrar para a sociedade que nós existimos, somos cidadãos, somos capazes e merecemos fazer parte do cotidiano. Podemos ser produtivos, podemos colaborar com o desenvolvimento socioeconômico do nosso país, da nossa cidade. A gente só precisa de oportunidade. A gente só precisa ter os espaços”. Outra participante, Aparecida Moreira Machado, afirma que a exposição serve também para mostrar ao público as dificuldades diárias de um deficiente visual: “Gostaria de dizer às pessoas que nunca se esqueçam de nós, que a gente é capaz de muitas outras coisas. Basta ter interesse em trabalhar com nosso potencial”. Serviço Exposição Sob os pés do mundo: uma experiência sensorial em Brasília ► Data: até 7 de setembro ► Horário de visitação: de terça-feira a domingo, das 9h às 17h ► Local: Museu Nacional da República. Classificação indicativa livre. Entrada franca.  

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