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Centros de Referência da Mulher Brasileira

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GDF amplia rede de acolhimento a vítimas em situação de violência e registra já mais de 25 mil atendimentos em 2025

“Eu cheguei aqui de uma forma bem vulnerável, debilitada, sem apoio da família e sem saber para onde correr. Hoje, posso dizer que encontrei uma nova vida, uma rede de apoio que me deu forças para recomeçar.” O relato é de Joana*, mãe solo de cinco filhos, que durante cinco anos viveu um relacionamento abusivo e foi vítima de violência, sendo mantida em cárcere privado por mais de dois anos. Joana chegou ao Centro Especializado de Atendimento à Mulher (Ceam) da Secretaria da Mulher do Distrito Federal (SMDF) há seis meses. Desde então, participa do grupo psicossocial Virando a Página, que ocorre de forma remota às quartas-feiras e reúne cerca de 30 participantes — os encontros são conduzidos por um psicólogo. Além disso, Joana passou a frequentar toda quinta-feira à tarde os cursos de artesanato do Ceam, onde tem aprendido fuxico, tapeçaria, crochê e bordado. Hoje, além do acompanhamento psicológico e social, ela recebe o Bolsa Família e o auxílio aluguel social, benefício temporário de R$ 600 mensais destinado a mulheres em situação de violência doméstica que precisam deixar suas casas para viver com segurança. Joana* encontrou ajuda no Centro Especializado de Atendimento à Mulher para sair do ciclo de violência que vivia em seu relacionamento | Fotos: Joel Rodrigues/Agência Brasília Rede em expansão Histórias de superação como a de Joana refletem o fortalecimento da rede de atendimento no Distrito Federal. Em apenas dois anos, a Secretaria da Mulher ampliou de 14 para 31 o número de unidades de acolhimento espalhadas por todas as regiões administrativas. As unidades oferecem escuta qualificada, orientação jurídica, apoio psicossocial e encaminhamentos para a rede de proteção. A Casa da Mulher Brasileira e a Casa Abrigo permanecem como referências de assistência, enquanto os novos centros, núcleos especializados e unidades móveis reforçam a capilaridade dos serviços. "A missão da Secretaria da Mulher é a prevenção, a informação. Quando acontece a violência, a gente tem que enfrentar; mas a gente quer que ela não aconteça e é por isso que a gente tem feito essa política de levar campanha, de levar informação e de, cada vez mais, ampliar os nossos espaços públicos. Nós saímos de 14 unidades para 31 unidades, este ano inauguramos quatro Centros de Referência da Mulher Brasileira para ampliar essa rede. Porque nós, mulheres, temos uma tripla jornada e se a mulher não vai buscar seu apoio, buscar sua informação, a informação tem que ir até ela”, destaca a secretária da Mulher, Giselle Ferreira. Nos seis primeiros meses deste ano, foram registrados 24.983 atendimentos psicossociais em todas as unidades, com 11.226 mulheres acolhidas, conforme dados do Observatório de Violência contra a Mulher e Feminicídio. A ampliação da rede foi possível graças ao aumento do orçamento da Secretaria da Mulher, que cresceu 743% entre 2020 e 2024. Em 2020, pouco mais de R$ 10,3 milhões foram aplicados. No ano passado, o valor empenhado chegou a $86,9 milhões. “Quem cuida de uma mulher, cuida de uma família, cuida de uma geração. Se a mulher está bem, com certeza nós vamos ter um mundo melhor. Então, é um investimento. Este é um governo amigo da mulher”, acrescenta a secretária. “Com o investimento contínuo e a expansão de nossa rede de acolhimento, mostramos o compromisso de nossa gestão em proteger e garantir o desenvolvimento integral de cada mulher. Nosso objetivo é que todas tenham acesso rápido e humanizado a serviços públicos e oportunidades para alcançar sua autonomia financeira. São políticas públicas que transformam vidas, tornando o DF um lugar cada vez melhor para as mulheres”, emenda a vice-governadora Celina Leão. Em apenas dois anos, a Secretaria da Mulher ampliou de 14 para 31 o número de unidades de acolhimento espalhadas por todas as regiões administrativas Responsabilização dos agressores A rede também atua na reeducação de homens autores de violência. Por meio de encontros com grupos reflexivos, o atendimento busca romper padrões de comportamento e prevenir reincidência. João* foi um dos assistidos. “No início, cheguei acanhado, fechado; mas fui acolhido e percebi que muito do que eu achava que estava certo era errado. Mudei meu jeito de pensar e agir. Hoje, sou uma pessoa diferente, aprendi a conversar antes de reagir, a ter paciência. Hoje, consegui reconstruir o diálogo com minha família”, relata. Segundo ele, o espaço funciona como uma oportunidade de reflexão. “Quando uma mulher é agredida, o silêncio protege o agressor, mas o agressor também precisa se proteger dele mesmo, porque cada violência só o aprisiona mais. Esse programa me deu coragem para mudar”, desabafa. A rede de acolhimento também atua na reeducação de homens autores de violência. "Hoje, sou uma pessoa diferente, aprendi a conversar antes de reagir, a ter paciência. Hoje, consegui reconstruir o diálogo com minha família", relata João*, um dos assistidos Denúncia Se você está passando por uma situação de violência, denuncie por meio do 197 (Polícia Civil); 190 (Polícia Militar); 156, opção 6 (Central 156 do GDF); 180 (Central de Atendimento à Mulher) e Maria da Penha Online. Confira, abaixo, os espaços especializados em atendimento psicológico a mulher disponíveis no DF: ⇒ Núcleo Integrado de Atendimento à Mulher, da PCDF ⇒ Programa Direito Delas, da Secretaria de Justiça e Cidadania ⇒ Casa da Mulher Brasileira, em Ceilândia ⇒ Centro de Referência da Mulher Brasileira ⇒ Centro Especializado de Atendimento à Mulher ⇒ Espaços Acolher, vinculados à Secretaria da Mulher. *Todos os personagens usaram nome fictício por questões de segurança

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GDF abre chamamento público para gestão dos centros de Referência da Mulher Brasileira

Em mais um passo decisivo no enfrentamento à violência contra as mulheres, o Governo do Distrito Federal (GDF), por meio da Secretaria da Mulher (SMDF), publicou, nesta segunda-feira (14) no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF), o 2º Chamamento Público de 2025 para selecionar Organização da Sociedade Civil (OSC), sem fins lucrativos, responsável pela gestão dos centros de Referência da Mulher Brasileira no DF. O edital visa estabelecer uma parceria para que a entidade selecionada atue diretamente na administração desses equipamentos públicos, inaugurados em 2025 nas regiões administrativas do Recanto das Emas, São Sebastião, Sol Nascente e Sobradinho II. Os novos espaços oferecem acolhimento humanizado a mulheres em situação de violência, com uma equipe multidisciplinar formada por psicólogos, assistentes sociais e advogados – aproximadamente 20 profissionais por centro. Para a vice-governadora Celina Leão, a criação e a consolidação dos centros de Referência da Mulher representam um avanço histórico na política pública de enfrentamento à violência contra as mulheres no DF. “É uma iniciativa estratégica para darmos uma resposta efetiva e com qualidade às mulheres que enfrentam situações de violência, utilizando metodologias eficazes e equipes capacitadas para realizar atendimentos sensíveis e humanizados.” Os serviços não se limitam às moradoras das regiões onde os centros estão localizados, podendo atender a todas as mulheres do Distrito Federal | Foto: Vinícius de Melo/SMDF Além do atendimento direto a vítimas de violência, os centros também poderão ofertar outros serviços que venham a ser definidos pela SMDF, com foco no fortalecimento da autonomia feminina e projetos de capacitação profissional. Vale destacar que os serviços não se limitam às mulheres moradoras das regiões onde os centros estão localizados, podendo atender a todas as mulheres do Distrito Federal. Para a secretária da Mulher, Giselle Ferreira, a atuação das OSCs complementa, sem substituir, o papel do Estado, permitindo que a Subsecretaria de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres concentre seus esforços em coordenação, monitoramento e supervisão da política pública, garantindo qualidade e efetividade no atendimento às vítimas. “Com a parceria da sociedade civil, vamos garantir atendimento especializado, humanizado e com mais agilidade para quem mais precisa. A sociedade civil organizada tem papel fundamental na proteção das mulheres”, completa. Compromisso com políticas públicas efetivas A iniciativa do GDF está alinhada ao Pacto Nacional de Prevenção aos Feminicídios e a outros acordos de cooperação com o Ministério das Mulheres, reafirmando o compromisso do Distrito Federal com uma política pública intersetorial, integrada e eficiente no enfrentamento à violência contra as mulheres. O modelo de parceria com organizações da sociedade civil para gestão de equipamentos sociais é uma prática consolidada em várias unidades da federação e reforça a construção de uma cultura de paz e respeito aos direitos das mulheres. Além disso, a parceria com a sociedade civil otimiza os recursos públicos, proporcionando melhor custo-benefício na oferta de serviços especializados, além de fortalecer a participação social na formulação e execução das políticas públicas. *Com informações da Secretaria da Mulher do Distrito Federal (SMDF)

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Governadora em exercício Celina Leão entrega prêmio em homenagem a lideranças femininas

A governadora em exercício Celina Leão participou, nesta segunda-feira (12), da entrega do Prêmio Engenho Mulher 2025, organizado pela empresa Engenho Comunicação. A cerimônia ocorreu no Museu de Arte de Brasília (MAB). “Reconhecer é você falar para o restante da sociedade que a gente está no caminho certo”, ressaltou Celina Leão. “São essas mulheres que vão mudar a nossa nação. [Queremos] uma nação onde não se mate mulheres, onde não se violente mulheres, onde não se estupre mulheres. Ainda não é a nação que nós vivemos, ainda vivemos em uma nação com muita falta de direitos e com muitas missões a serem vencidas. São essas mulheres homenageadas que nos ajudarão a contar as histórias das mulheres do Distrito Federal”, acrescentou a governadora em exercício. Celina Leão: "Queremos uma nação onde não se mate mulheres, onde não se violente mulheres, onde não se estupre mulheres" | Fotos: Joel Rodrigues/Agência Brasília A premiação reconhece lideranças femininas com impacto na sociedade. Neste ano, as homenageadas foram três mulheres negras: a professora da rede pública do Distrito Federal Gina Vieira, criadora do projeto educacional Mulheres Inspiradoras; a líder comunitária Joice Marques, fundadora da Casa Akotirene, em Ceilândia Norte; e a jornalista Rosane Garcia, presidente da Ação Social Caminheiros de Antônio de Pádua (AscapBsB). O júri foi formado pelas também jornalistas Basília Rodrigues (CNN Brasil), Carmen Souza (Correio Braziliense), Claudia Meirelles (Metrópoles), Jane Godoy (influencer digital), Neila Medeiros (TV Record), Paola Lima (Agência Senado) e Raiane Sena (TV Globo).  “Ainda temos muitas barreiras para serem vencidas. O Censo aqui no Distrito Federal fala que mais da metade da população é parda ou preta. Por que essas pessoas não estão em posição de destaque, todas elas? Porque nós precisamos ainda enfrentar isso. Um momento como este é um momento de homenagem, mas nós precisamos ter esse entendimento, fazer essa discussão, de realmente trazer esse tema e fazer um país mais igualitário”, reforçou Celina Leão. As premiadas foram escolhidas por empreender, fazer trabalhos voluntários e procuram transformar a sociedade  “O reconhecimento sempre motiva quem deseja seguir adiante. E essas mulheres que ganham o Prêmio Engenho Mulher são mulheres que, de modo geral, empreendem socialmente, fazem muitos serviços voluntários e procuram trazer um impacto ao meio em que elas estão, àquela parte da sociedade em que elas atuam, e fazer essa transformação. Então, esse reconhecimento é juntar pessoas extraordinárias para aplaudir essas mulheres extraordinárias e, com o reconhecimento, dizer: ‘siga em frente, mude o mundo e inspire outras pessoas’”, emendou a jornalista Kátia Cubel, organizadora da premiação. Ações [LEIA_TAMBEM]O Distrito Federal tem se destacado no apoio e no acolhimento às mulheres. Hoje, a capital federal conta com dois Centros de Referência da Mulher Brasileira — em São Sebastião e no Recanto das Emas — e com uma Casa da Mulher Brasileira, que oferece alojamento e atendimento 24 horas em Ceilândia.  Além dos espaços, há diversas ações, como o Passe Livre: Transporte por Elas, que isenta temporariamente o pagamento de tarifas no transporte público a mulheres em situação de violência; a recém-lançada campanha Absorva o Bem, de arrecadação e doação de absorventes em locais públicos, para promover a dignidade menstrual; e iniciativas voltadas ao empreendedorismo feminino, a exemplo da articulação Rede Sou + Mulher, do programa Realize, com oficinas e workshops, e da ação Mulher no Campo. “A nossa pauta trabalha muito no apoio às mulheres. A gente enfrenta a questão da violência, mas a gente também faz a promoção, que é a divulgação das mulheres, mais espaço de poder, mulheres na empregabilidade… Então a gente faz essa ponte também, essa é nossa missão”, destacou a secretária da Mulher, Giselle Ferreira, que também participou do evento.

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