Fuá de Seu Estrelo é declarado patrimônio cultural imaterial do Distrito Federal
Movimento genuinamente brasiliense, o grupo Fuá de Seu Estrelo alcançou o título de patrimônio cultural imaterial do Distrito Federal nesta terça-feira (12). A medida foi aprovada por unanimidade pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural do DF (Condepac-DF) em reunião aberta ao público, na Biblioteca Nacional. Agora, o título segue para sanção do governador Ibaneis Rocha. Criado em Brasília em 2004, o Fuá de Seu Estrelo tem uma história muito significativa para um movimento de Brasília, uma vez que equivale a cerca de 1/3 da idade da capital federal | Foto: Divulgação/Raissa Azeredo O Fuá de Seu Estrelo nasceu em Brasília, em 2004. Ele é a união do real e do imaginário e tem como base o mito do Calango Voador e outras histórias do Cerrado. O grupo desenvolveu o gênero musical Samba Pisado, que mistura Cerrado e tambor, além de ter criado o Centro Tradicional de Invenção de Cultura. A ideia de consolidar a importância do movimento surgiu, inclusive, nesse espaço e foi apoiada por artistas locais, mestres e mestras populares, líderes religiosos e estudiosos. Tico Magalhães, capitão e fundador do grupo, afirma que, embora pareça pouco, ter 20 anos de história é muito significativo para um movimento de Brasília, uma vez que equivale a cerca de 1/3 da idade da capital federal. “Poucas tradições tem tantos anos assim em comparação com as regiões em que foram criadas. A premiação é um reconhecimento muito importante e mostra que a tradição está ligada ao futuro, à invenção, à criação. Às vezes podemos pensar que a tradição é algo engessado, mas, ao reconhecer o Fuá de Seu Estrelo como patrimônio, Brasília dá o recado de que tradição é invenção”, avalia Magalhães. Em 15 de junho deste ano, o movimento completa duas décadas de história. “O grupo surgiu da ideia de criar uma própria brincadeira para a cidade, pois Brasília é muito conhecida pelas tradições que chegaram aqui. A partir da cidade, criamos um grupo, um ritmo e até uma forma de fazer teatro”, explica o capitão, que avalia o título como um direcionamento de esforços para a preservação do movimento pela Secec-DF. “Na prática, é mais atenção e responsabilidade da secretaria conosco e cabe a nós estarmos junto dela”, esclarece. O grupo representa a união do real e do imaginário e tem como base o mito do Calango Voador e outras histórias do Cerrado | Foto: Divulgação/Webert Da Cruz O ponto de encontro do grupo é o Terreiro do Centro Tradicional de Invenção Cultural no Setor de Embaixada, na 813 Sul. O espaço também foi sugerido como patrimônio cultural imaterial e esteve em análise nesta terça (12), mas a decisão foi adiada. “Até que isso aconteça, o Condepac vai fazer uma recomendação ao GDF para garantir que o Fuá do Seu Estrelo tenha assegurado o local para realizar a sua manifestação, que há 20 anos, engrandece a nossa cultura popular”, explica o titular de Cultura e Economia Criativa do DF, Claudio Abrantes. Identidade Conforme definição da Secec-DF, o patrimônio cultural imaterial do DF se refere aos saberes culturais importantes para a identidade de uma sociedade e que são transmitidos por gerações. Atualmente, está em andamento o processo de registro do hip-hop na Subsecretaria do Patrimônio Cultural (Supac). O movimento foi considerado patrimônio cultural e imaterial do Distrito Federal em julho de 2023. Por sua vez, o título de patrimônio material é dedicado a lugares e objetos. Atualmente, 54 itens compõem a lista material, entre eles a Ermida Dom Bosco, o Museu do Catetinho, o Palácio do Planalto, a Escola Classe 308 Sul e a Catedral Metropolitana de Brasília. Confira a lista de outros bens culturais imateriais registrados na Secec-DF – Associação Recreativa Cultural Unidos do Cruzeiro – ARUC (Decreto nº 30.132/2009) – Bumba Meu Boi do Seu Teodoro (Decreto nº 24.797/2004) – Clube do Choro de Brasília (Decreto nº 28.995/2008) – Festa do Divino Espírito Santo de Planaltina (Decreto nº 34.370/2013) – Festival de Brasília do Cinema Brasileiro (Decreto nº 27.930/2007) – Ideário Pedagógico de Anísio Teixeira (Decreto nº 28.093/2007) – Via Sacra ao vivo de Planaltina (Decreto nº 28.870/2008) – Praça dos Orixás e Festa de Iemanjá (Decreto nº 39.586/2018)
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Divulgada nova composição do Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural
O resultado final do Edital n° 27/2022 foi divulgado pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec), nesta quinta-feira (9), no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF). Com isso, ficam definidos os novos 24 representantes da sociedade civil que vão compor o Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural do DF (Condepac) no triênio 2023-2026. Foram selecionados 12 conselheiros titulares e seus respectivos suplentes. São eles: Comunidades tradicionais ? Titulares: Doralina Fernandes Barreto Regis e Joana Alves da Silva ? Suplentes: Josimar Fernandes de Oliveira e Francesly da Conceição Leite Culturas populares ? Titulares: Maria do Socorro Carneiro Sousa Madeira e Tamara Naiz da Silva ? Suplentes: Florismar Lina Gasparotto e Edilamar de Souza e Souza Correia Arte e cultura inclusiva ? Titulares: Tânia Maria Fontenele Mourão e Amanda Katiane de Araújo Andrill ? Suplentes (arte e cultura inclusiva): Isabela Ribeiro Couto e Angelina Nardelli Quaglia Berçott Especialidades ? Titulares: Ana Lúcia de Abreu Gomes, Sílvia Ficher, Letícia Miguel Teixeira, João Miguel Manzolillo Sautchuk, Rodrigo Martins Ramassote e David Capelo Carvalho ? Suplentes: Robson Eleutério da Silva, Vanessa Cristina Cavalcanti de Mendonça, Raul Brochado Maravalhas, Maria Emilia Bastos Stenzel, Paulo Henrique da Silva Santarém e Julya Primo Vieira Lima O Condepac atua na consolidação e elaboração da política de preservação do patrimônio cultural, por meio da deliberação sobre o registro e o tombamento dos bens culturais imateriais e materiais no âmbito distrital, a exemplo do Cine Brasília | Foto: Junior Aragão O edital de seleção foi publicado em novembro de 2022 e, após as inscrições dos candidatos, a Comissão Multidisciplinar de Seleção dos Representantes da Sociedade Civil avaliou as documentações enviadas, pontuando cada um deles conforme as áreas de conhecimento disponíveis: comunidades tradicionais, culturas populares, arte e cultura inclusiva e nas especialidades de antropologia, arquitetura e urbanismo, história e conservação e restauro de bens culturais. Confira aqui o resultado final completo. A cerimônia de posse dos novos membros do Condepac será realizada na próxima terça-feira (14). Defesa do Patrimônio Cultural O Condepac é um órgão colegiado deliberativo, consultivo, fiscalizador e normativo vinculado à Secec, que atua na consolidação e elaboração da política de preservação do patrimônio cultural, por meio da deliberação sobre o registro e o tombamento dos bens culturais imateriais e materiais no âmbito distrital. A participação no conselho é considerada prestação de serviço público relevante e não enseja remuneração. Sua composição é paritária entre o poder público e a sociedade civil. *Com informações da Secretaria de Cultura e Economia Criativa
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