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DF Alfabetizado

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Programa do GDF leva educadores a regiões remotas para erradicar o analfabetismo

Todos os dias, de segunda a sexta-feira, Janne Gomes e Vanessa Rufino saem cedo de casa e seguem por cerca de 15 km na BR-060 – juntas, para dividir os custos com combustível – até chegarem ao assentamento Nova Jerusalém. De lá, só sairão às 22h, voltarão para casa e, no outro dia cedo, começarão tudo de novo. Elas são movidas por uma missão: levar um dos direitos mais essenciais, o de ler e escrever, a quem precisa. Ambas são voluntárias do programa DF Alfabetizado, cujo intuito é erradicar o analfabetismo no Distrito Federal. O DF Alfabetizado foi retomado em maio deste ano, como parte do plano nacional Brasil Alfabetizado; desde então, houve a seleção dos voluntários, que realizam a busca ativa em áreas remotas | Fotos: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília “Eu vi a necessidade bater à porta. Necessidade de ajudar, de agregar valores, trazer o educar, o saber. Para mim, é muito gratificante. Todos os dias, quando você vê a carinha deles, em uma letrinha, desde a vogal, acaba que você cresce junto. Você dá e você recebe”, pontua Janne. “Além do esforço para poder vir para cá, a gente tem um esforço de manter os alunos, de fazer com que as aulas sejam dinâmicas, para que eles tenham interesse e não abandonem os estudos – e, com certeza, mais do que o retorno financeiro, é algo social mesmo”, emenda Vanessa. “Inclusive, um dos alunos falou para a gente que ele pediu para Deus que, quando mudasse para cá, conseguisse voltar aos estudos. E hoje ele agradece muito por ter essa oportunidade.” Esse deslocamento em busca das pessoas que precisam é o diferencial do DF Alfabetizado. Iniciado em 2012, o programa teve cinco edições até 2018, com um total de 30 mil pessoas atendidas. Foi retomado em maio deste ano, como parte do Plano Nacional Brasil Alfabetizado. Desde então, houve a seleção dos voluntários – alfabetizadores, tradutores-intérpretes de Libras e coordenadores -, que fazem a busca ativa em áreas remotas. No momento, estão abertas 51 turmas em dez regiões administrativas, em três turnos distintos, alcançando 750 estudantes. No momento, o programa tem 51 turmas espalhadas em dez regiões administrativas do Distrito Federal, alcançando 750 estudantes “O trabalho de busca ativa é ininterrupto. Diante das condições dessas pessoas – a maioria tem mais idade, tem muita dificuldade de aprendizagem -, é muito fácil desistirem. Por isso, a gente trabalha com a busca ativa constantemente”, explica a diretora de Educação de Jovens e Adultos da Secretaria de Educação (SEEDF), Lilian Sena. “O grande diferencial do programa é esse, juntamente com a oferta de EJA [Educação de Jovens e Adultos], fortalecer essa oferta no sentido de alcançar onde a escola ainda não alcança. O alfabetizador da própria comunidade também passa maior segurança. Então, a chance de permanecerem é muito maior.” Permanecer e seguir nos estudos é a meta de Joana Batista Sousa, 54. Ela até já sabia ler e escrever, mas, ainda na infância, teve que deixar a escola após concluir o 5º ano do ensino fundamental, o que até hoje a prejudica na hora de conseguir um emprego. “Para ter ensino mais avançado, tinha que sair para a cidade, e nossos pais eram muito rígidos, não deixavam sair, e aí a gente foi ficando para trás – mas agora eu tenho uma oportunidade. Nunca é tarde para começar”, afirma. Joana Batista cursou até o 5º ano do ensino fundamental, e sentia falta de avançar nos estudos: “Agora eu tenho uma oportunidade. Nunca é tarde para começar” 97,2% Percentual da população do DF que é alfabetizada; capital federal ocupa a segunda posição no país Um novo começo é também o que busca João de Jesus Santos, 42, nome que ele fez questão de mostrar escrito com a própria letra em seu caderno: “Foi uma sensação maravilhosa poder fazer meu nome, como está escrito aqui. Eu não sabia fazer meu nome e hoje, com as professoras ajudando devagarzinho, está sendo uma experiência que não tem preço”. Alfabetizado, ele pretende concluir o ensino médio na EJA e tocar sua empresa com mais autonomia. “Eu trabalho pra mim mesmo. [Quando] preciso fazer uma nota, eu tenho que estar pedindo aos outros. E eu, com esse projeto, quero alavancar isso para minha melhoria e não precisar estar indo em uma lan house, igual essa semana, [quando] fui pagar uma nota fiscal e chorei porque eu não soube emitir minha nota”, desabafa. “É uma oportunidade de ouro”. EJA Atualmente, o DF tem o segundo melhor índice de alfabetização do país, com 97,2% da população sabendo ler e escrever, atrás apenas de Santa Catarina, que tem 97,3%. Erradicar o analfabetismo é uma das prioridades da gestão educacional do governo. Para tanto, o esforço vai além do DF Alfabetizado. Quem deseja iniciar ou retomar os estudos pode contar também com a EJA, ofertada, atualmente, em 95 escolas de diferentes regiões do DF, com quase 30 mil estudantes matriculados. A inscrição na EJA pode ser feita a qualquer tempo. Não é necessário apresentar comprovante de escolaridade. Aqueles que não possuem o documento são submetidos a um diagnóstico que indica em qual segmento a pessoa entrará. São três: os dois primeiros correspondentes ao ensino fundamental, aberto a quem tem mais de 15 anos, e o terceiro equivalente ao ensino médio, exclusivo para quem tem mais de 18 anos. Não há, contudo, limite máximo de idade. João de Jesus Santos se emocionou ao escrever o próprio nome pela primeira vez: “Foi uma sensação maravilhosa poder fazer meu nome, como está escrito aqui; está sendo uma experiência que não tem preço” Alteredo de Morais, 54, é um dos vários casos de sucesso da EJA. Ele aprendeu a ler e escrever em 2010, aos 41 anos. Depois, prosseguiu com os estudos até concluir o ensino médio, em 2020. “Tudo que a gente tinha que resolver precisava pedir aos outros, na parte de matemática, de leitura, de andar, conhecer os lugares… [E isso] incomodava. Minha família veio de gente analfabeta, pai e mãe. E, quando chegou meu tempo de estudar, tive que sair de casa, vir embora para ganhar a vida”, lembra. Mas vida mesmo ele ganhou com a educação: “É uma coisa que clareou. A gente que não sabe, que aprende depois de velho, é uma claridade. Parece que estava no escuro”.

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Prorrogado prazo de entrega de documentos de inscritos no programa DF Alfabetizado

A Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF) publicou nesta quinta-feira (6), no Diário Oficial do DF (DODF), a retificação do Edital nº 20, referente ao processo seletivo simplificado para a seleção de alfabetizadores e de tradutores-intérpretes de Libras. A retificação prorroga o prazo de envio dos documentos comprobatórios dos candidatos inscritos até a próxima segunda-feira (10). As turmas do DF Alfabetizado serão distribuídas em todas as regiões administrativas e acompanhadas pelas 14 coordenações regionais de ensino | Foto: André Amendoeira/SEEDF Desse modo, os documentos poderão ser enviados para o e-mail dfalfabetizado.subeb@se.df.gov.br até o dia 10 de junho. Com a prorrogação do prazo, outras etapas foram afetadas. Confira os novos prazos: 1ª etapa → Inscrições de 29 de maio até as 18 horas do dia 5 de junho → Período para envio dos documentos comprobatórios em formato PDF: de 29 de maio até o dia 10 de junho 2ª etapa → Análise documental (comissão de avaliação): de 29 maio a 15 de junho → Divulgação dos aprovados nas 1ª e 2ª etapas: 17 de junho → Prazo para interposição de recursos: 18 de junho → Divulgação do resultado da interposição de recursos: 19 de junho 3ª etapa → Busca ativa e formação das turmas: de 29 de maio até o dia 22 de junho → Pré-cadastramento das turmas e dos alfabetizandos pelos candidatos a alfabetizadores voluntários: de 20 a 24 de junho → Divulgação dos aprovados na 3ª etapa e convocação dos candidatos a alfabetizadores voluntários e a tradutores-intérpretes de Libras para o curso de formação inicial: 27 de junho → Interposição de recursos: 27 de junho → Divulgação do resultado da interposição de recursos: 28 de junho 4ª etapa → Formação inicial dos alfabetizadores voluntários e dos tradutores-intérpretes de Libras: de 1º a 4 de julho → Divulgação dos aprovados na 4ª etapa: 4 de julho → Interposição de recursos: 5 de julho → Divulgação do resultado da interposição de recursos: 8 de julho → Resultado final e assinatura do termo de compromisso: 8 de julho O Programa DF Alfabetizado, iniciado no Distrito Federal em 2012, tornou-se uma ferramenta indispensável para alcançar comunidades em diferentes tempos e espaços. Por meio do DF Alfabetizado, que já teve cinco edições, sendo a última em 2018, foi possível alfabetizar um total de 30 mil pessoas em todo o Distrito Federal. A iniciativa traz esperança e oportunidade para pessoas jovens, adultas e idosas que ainda se encontram em situação de analfabetismo, representando o compromisso de fortalecer a Educação de Jovens e Adultos (EJA), combater o analfabetismo adulto e promover a inclusão social por meio da educação. Uma das características do DF Alfabetizado é sua capacidade de chegar a áreas remotas e desfavorecidas, onde a educação formal pode ser escassa. Além disso, o programa não apenas visa à alfabetização, mas também incentiva a continuidade dos estudos, abrindo portas para a conclusão do ensino fundamental e médio, por meio da inserção desses alfabetizandos na EJA. Veja aqui o Manual do Programa DF Alfabetizado. Alcance A expectativa é que esta edição do Programa DF Alfabetizado possibilite a alfabetização de 2.500 pessoas, a partir de 15 anos, por meio de abertura de 100 turmas de alfabetização. Essas turmas serão distribuídas em todas as regiões administrativas e acompanhadas pelas 14 coordenações regionais de ensino, garantindo que a iniciativa alcance diferentes comunidades em todo o DF, especialmente em locais onde a escola ainda não chega. As turmas poderão ser abertas nos turnos matutino, vespertino e noturno, a depender da necessidade da comunidade a ser atendida, e funcionarão por seis meses, entre os meses de julho e dezembro deste ano. *Com informações da SEEDF  

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Editais abrem inscrições para voluntários no Programa DF Alfabetizado

A Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF) publicou nesta segunda-feira (27), no Diário Oficial do DF (DODF), a nova adesão ao Programa Brasil Alfabetizado (PBA), do Ministério da Educação (MEC), instituído no Distrito Federal como DF Alfabetizado. Para executar o programa, a secretaria publicou dois editais de processo seletivo simplificado para a seleção de alfabetizadores, tradutores-intérpretes de Libras e coordenadores em caráter voluntário. O programa já alfabetizou cerca de 30 mil pessoas com cinco edições realizadas desde 2012 | Foto: André Amendoeira/SEEDF As inscrições para esses cargos podem ser realizadas pelos formulários disponíveis nos referidos editais e nos links abaixo, entre as 8h desta quarta-feira (29) até as 18h do dia 5 de junho. Se inscreva aqui: → Alfabetizadores e tradutores-intérpretes de libras voluntários → Coordenadores voluntários O Programa DF Alfabetizado, iniciado no Distrito Federal em 2012, tornou-se uma ferramenta indispensável para alcançar comunidades em diferentes tempos e espaços. Por meio do DF Alfabetizado, que já teve cinco edições, sendo a última em 2018, foi possível alfabetizar um total de 30 mil pessoas em todo o Distrito Federal. De acordo com o edital publicado no DODF, o alfabetizador e o alfabetizador tradutor-intérprete de Libras com uma turma ativa no Programa receberão uma bolsa-auxílio mensal no valor de R$ 1.200. Já os coordenadores selecionados receberão R$ 1.400 A iniciativa traz esperança e oportunidade para pessoas jovens, adultas e idosas que ainda se encontram em situação de analfabetismo, representando o compromisso desta secretaria em fortalecer a Educação de Jovens e Adultos (EJA), combater o analfabetismo adulto e promover a inclusão social por meio da educação. A diretora de Educação de Jovens e Adultos (Dieja) da SEEDF, Lilian Sena, ressaltou a importância de dar continuidade à iniciativa. “O Programa DF Alfabetizado é uma ação eficaz ao desafio de combate ao analfabetismo, alcançando lugares que as escolas ainda não alcançam. É uma oportunidade de transformação para aqueles que buscam o conhecimento, o desenvolvimento das habilidades de leitura e escrita e o exercício de sua cidadania”, afirma. Como funciona Uma das características do DF Alfabetizado é sua capacidade de chegar a áreas remotas e desfavorecidas, onde a educação formal pode ser escassa. Além disso, o programa não apenas visa à alfabetização, mas também incentiva a continuidade dos estudos, abrindo portas para a conclusão do ensino fundamental e médio, por meio da inserção desses alfabetizandos na Educação de Jovens e Adultos. Os candidatos a alfabetizadores deverão realizar a busca ativa e a captação de alfabetizandos para formar suas turmas, que serão validadas e cadastradas durante o processo seletivo. O início das aulas está previsto para o dia 15 de julho, e os espaços em que as turmas funcionarão são de responsabilidade dos alfabetizadores e devem estar de acordo com as necessidades da comunidade, conforme edições anteriores. Veja aqui o Manual do Programa DF Alfabetizado. A expectativa é que esta edição do Programa DF Alfabetizado possibilite a alfabetização de 2.500 pessoas, a partir de 15 anos, por meio de abertura de 100 turmas de alfabetização. Essas turmas serão distribuídas em todas as Regiões Administrativas e acompanhadas pelas 14 Coordenações Regionais de Ensino, garantindo que a iniciativa alcance diferentes comunidades em todo o DF, especialmente em locais onde a escola ainda não chega. As turmas poderão ser abertas nos turnos matutino, vespertino e noturno, a depender da necessidade da comunidade a ser atendida, e funcionarão por seis meses, entre os meses de julho e dezembro de 2024. Remuneração Os voluntários selecionados para atuar no DF Alfabetizado receberão bolsa-auxílio mensal para custeio das despesas realizadas no desempenho de suas atividades no Programa. Os valores das bolsas a serem repassados pela SEEDF são provenientes de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e do Tesouro do Distrito Federal. De acordo com o edital publicado no DODF, o alfabetizador e o alfabetizador tradutor-intérprete de Libras com uma turma ativa no programa receberão uma bolsa-auxílio mensal no valor de R$ 1.200. Já os coordenadores selecionados receberão R$ 1.400. *Com informações do SEEDF

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