Biblioteca Pública de Brasília celebra 34 anos de incentivo à leitura
A Biblioteca Pública de Brasília (BPB) completa, nesta terça-feira (12), 34 anos da sua abertura. Desde então, ela tem figurado entre as mais frequentadas do Distrito Federal. Só no ano passado foram quase 28 mil visitantes, entre crianças, jovens, adultos e idosos, atrás apenas das bibliotecas Nacional de Brasília e Pública de Ceilândia. Em relação ao número de exemplares, o espaço tem o segundo maior acervo, um total de mais de 26 mil livros, gibis, dicionários e revistas que podem ser retirados pela população. “O mais importante é ver o espaço cheio, com pessoas lendo e estudando. A biblioteca viabiliza isso: o máximo de pessoas tendo acesso ao livro”, destaca o gerente Átila Vinicius. O local é conhecida pelo variado acervo, com obras da literatura brasileira, japonesa, egípcia e dinamarquesa, além de histórias em quadrinhos e mangás. Cada frequentador pode pegar até cinco livros por vez após a realização do cadastro. O gerente Átila Vinicius destaca que “o mais importante é ver o espaço cheio, com pessoas lendo e estudando. A biblioteca viabiliza isso: o máximo de pessoas tendo acesso ao livro” | Fotos: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília Inaugurada no Dia do Bibliotecário em homenagem à própria história de origem, a biblioteca nasceu do anseio de uma comunidade que almejava pela criação do equipamento na Asa Sul. Um terreno abandonado na entrequadra 512/513 Sul, onde antes havia um minimercado, foi escolhido para abrigar o espaço. “Na época, a Neusa Dourado (bibliotecária e coordenadora do Programa de Bibliotecas Públicas da Secretaria de Cultura do DF) estava fazendo um programa para criar novas bibliotecas públicas e pensou nesse espaço que estava fechado”, conta a aposentada Iza Antunes, 84 anos, que foi uma das colaboradoras do movimento. A aposentada Iza Antunes, que participou do movimento pela criação de bibliotecas públicas, se emociona ao visitar a BPB: “Quando olhei aquela sala cheia de gente ali no espaço dos computadores e lá fora, me deu orgulho, não só como bibliotecária, mas como ser humano, membro e parte dessa comunidade” “Foi feita uma campanha de assinaturas e o povo assinou querendo a biblioteca, porque não existia na Asa Sul. Só tinha a Biblioteca Demonstrativa, que não é do GDF, é do governo federal”, afirma. “Foi quando saímos arrecadando móveis, estantes e livros. Foi assim que a coisa toda aconteceu, do improviso”, lembra Iza Antunes. Ao retornar ao espaço, a aposentada se emociona. “Fazia um tempinho que eu não vinha à biblioteca. Quando olhei aquela sala cheia de gente ali no espaço dos computadores e lá fora, me deu orgulho, não só como bibliotecária, mas como ser humano, membro e parte dessa comunidade. Estou aqui há mais de 40 anos e fico orgulhosa de ver que aqui realmente se transformou numa biblioteca”, comenta. Espaço multidisciplinar Aberta da segunda a sexta-feira das 7h às 18h e aos sábados das 7h às 13h30, o espaço fica em uma edificação térrea de 313 metros quadrados, com área coberta para estudo e pesquisa, cabines individuais, ponto infantil, estantes com acervo de livros, telecentro com computadores, um jardim para leitura ao ar livre, sala administrativa e banheiros. A estudante Keren-Happuch Dodoo, natural da República de Gana, procura livros para aprender a nova língua: “Venho aqui para estudar a língua portuguesa. Gosto muito. Todos os funcionários são muito prestativos” Nos últimos dois anos, o GDF investiu R$ 352 mil na manutenção do espaço, com a pintura das estantes e recuperação da cobertura, do piso de cerâmica e do alambrado, além da instalação de toldo, refletores e de um novo sistema de climatização. “O nosso projeto aqui, junto com a Biblioteca Nacional, é fazer com que todas as bibliotecas sejam integradas e que a gente possa ter conjuntos comunitários para além da leitura, para que possam acolher a comunidade como espaço de lazer, leitura e cidadania”, completa. O concurseiro Samuel Medeiros, 29, é um dos frequentadores assíduos da BPB. Durante a semana, ele vai todos os dias para estudar. “É um ambiente acolhedor, não só pela questão da divisão do espaço, mas pelos funcionários. Venho todos os dias, de segunda a sexta-feira, para estudar para concurso. Esse é meu foco”, revela. Dentro da biblioteca, ele encontrou um espaço receptivo, onde fez amizades e agora busca devolver com a aprovação no concurso. Já a estudante Keren-Happuch Dodoo, 19 anos, tem ido toda semana ao local para desenvolver o conhecimento em português. Natural da República de Gana, ela está há um mês no Brasil. Na biblioteca encontra livros para aprender a nova língua. O mais recente lido por ela foi Falar, ler e escrever em português: Um curso para estrangeiros. “Venho aqui para estudar a língua portuguesa. Gosto muito. Todos os funcionários são muito prestativos”, afirma. Para celebrar a data, na terça-feira, a partir das 10h, tem bolo e parabéns para funcionários e frequentadores. Já na sexta-feira (15), às 18h30, tem roda de choro comemorativa, com entrada franca e livre para todos os públicos. Quem quiser fazer doação de livros, basta levar os exemplares até a biblioteca e preencher um formulário. As obras são analisadas. Algumas ficam na própria unidade e outras são distribuídas pelas mais de 20 bibliotecas do DF.
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Reformada, Biblioteca Pública de Brasília faz 32 anos
Nascida no Dia do Bibliotecário, 12 de março, a Biblioteca Pública de Brasília (BPB) completou 32 anos completamente reformada – pintada, com ar-condicionado e piso substituído. É um espaço pulsante de estudos e encontros. Com pátio, poeticamente batizado de Jardim da Leitura, voltado para a Entrequadra 312/313 Sul, a atividade de leitura encontra-se frequentemente com outras ações culturais, como saraus e rodas de choro. A Biblioteca Pública de Brasília foi criada a partir da demanda de moradores da capital, por meio de um abaixo-assinado com 100 mil assinaturas | Foto: Hugo Rila/Secec “Vou contar uma história/De peleja e de labuta/No lugar de um mercadinho/Que vendia leite e fruta/A Biblioteca Pública de Brasília nasceu/Com esmero e muita luta” (do cordel A Peleja da Biblioteca Pública). Os versos registram a utilidade original da construção onde está a BPB. São da servidora Sheila Gualberto, gestora em políticas públicas do Governo do Distrito Federal, bibliotecária lotada na BPB desde 2019 e gerente a partir de 2020. “Sou apaixonada por literatura”, orgulha-se, destacando que o investimento da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec) na BPB foi de R$ 332 mil. [Olho texto=”“A inauguração da BPB no Dia do Bibliotecário é muito simbólica por tudo que representa e pela maneira como surgiu. Isso deixa a gente muito feliz”, aponta Rodrigo Mendes, diretor substituto da biblioteca” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”] “A Biblioteca Pública de Brasília é um exemplo vivo da resistência e importância das bibliotecas. O Plano Piloto previa suprir as quadras residenciais com escolas, postos de saúde e comércio, mas, no projeto de Lucio Costa, faltaram bibliotecas. A BPB surge justamente da demanda dos brasilienses. É um dos mais importantes equipamentos culturais da capital”, atesta o subsecretário do Patrimônio Cultural, Aquiles Brayner. História fascinante O mercadinho que trocou leite e fruta por 21 mil livros foi antes um posto da Sociedade de Abastecimento de Brasília (SAB), espécie de armazém, vocação comercial da W3 ainda nos dias de hoje. A história da BPB registra que 100 mil assinaturas de moradores da capital forçaram a criação da biblioteca naquele espaço em 12 de março de 1990. Anota também que as bibliotecárias Neusa Dourado e Telma Bandeira comandaram o levante popular “armado” de palavras. “A inauguração da BPB no Dia do Bibliotecário é muito simbólica por tudo que representa e pela maneira como surgiu. Isso deixa a gente muito feliz”, aponta o diretor substituto da biblioteca, Rodrigo Mendes. A bibliotecária Priscilla Pimentel, integrante do grupo de seis servidoras que trabalham na BPB, está no equipamento há oito anos e enfatiza o pertencimento manifestado pelo público por meio das doações diárias de obras para o acervo. [Olho texto=”“A BPB faz parte da história da cidade, conta a história da capital. Ela reverbera o encontro de culturas do Brasil todo”, acredita o cantor Jorge Recife” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Mesmo no ápice da pandemia, quando o espaço ficou fechado, moradores das superquadras que a circundam deixavam caixas de livros no portão. Ela diz que sempre foi assim desde que ela está lá. Uma triagem nas doações separa o que é útil para a BPB, e o restante segue para o programa Mala do Livro. Amor declarado No sábado (12), Dia do Bibliotecário, o Jardim da Leitura ganhou palco improvisado. O clima era de comemoração, com livros espalhados pelas mesas. O cantor Jorge Recife dominava as atenções do público presente. Entre canções e poemas de sua autoria, deu testemunhos sobre a importância da BPB. O vocalista e guitarrista da Orquestra Popular Marafreboi fez várias declarações de amor ao espaço. “A BPB tem a maior importância porque é o mosaico de toda a cultura que se tem em Brasília, da pluralidade daqui. Ela traz essa identidade, faz parte da história da cidade, conta a história da capital. Ela reverbera o encontro de culturas do Brasil todo”. A bioquímica Graça Santos, 74, frequenta a BPB há 20 anos. Diz que o espaço a ajuda a levar a vida “com gaiatice”. Conta que os livros e a atividade cultural local tornam a vida “mais leve e alegre”. Leitora do paraibano Ariano Suassuna (1924-2014), afirma que está “tinindo das pernas à cabeça” e ensaia “aprender a mentir”, como afirmava, a seu próprio respeito, o autor de Auto da Compadecida sobre sua maior virtude. A formanda em direito Júlia Calazans, 23, buscava na BPB os livros de sua área, que considera muito atualizados no equipamento. “Faço um uso intenso daqui porque os livros de direito são muito caros”, justifica. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Os namorados Lucas Sampaio e Daniela Lucene, ambos com 27 anos, moradores da Vila Telebrasília e vindos do Maranhão, gostam de estudar na BPB. Concurseiros, com planos de entrar nos tribunais, destacam no local o “ambiente fresco, silencioso e sem as distrações de casa”. A BPB funciona de segunda a sábado, dispõe de espaço infantil e disponibiliza computadores e wi-fi, além de 24 cabines de estudo individuais. Recebe em média 80 pessoas por dia, que buscam livros no acervo que reúne obras de referência, literatura brasileira, universal e infantojuvenil, gibiteca, material para concursos, textos de escritores brasilienses e periódicos. *Com informações da Secretaria de Cultura e Economia Criativa
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