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Floresta Nacional de Brasília (Flona)

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Hospital Veterinário Público de Animais Silvestres recebe e trata primeiras vítimas de incêndios florestais de 2025

Com o avanço da estação seca no Distrito Federal, as primeiras vítimas da fauna atingidas por incêndios florestais já começaram a chegar ao Hospital Veterinário Público de Animais Silvestres (Hfaus). Entre os pacientes em tratamento estão um jabuti e uma tamanduá-mirim, ambos resgatados na Floresta Nacional de Brasília (Flona) com queimaduras graves causadas pelo fogo. De acordo com o biólogo Thiago Marques, coordenador do Hfaus, o jabuti chegou ao hospital com o casco e patas queimadas, além de desidratado. Após avaliação clínica, o animal recebeu pomadas específicas, passou por limpezas e agora se encontra em bom estado. “Ele é um animal mais rústico, já está se alimentando e tomando banho de sol. Estamos observando se haverá perda das placas ósseas, o que pode exigir reconstrução do casco com resina. Caso isso aconteça, fazemos a proteção para evitar infecções até que a carapaça se regenere naturalmente”, detalha. O jabuti chegou ao hospital com o casco e patas queimadas; depois de passar por limpeza e tratamento com pomadas, o animal se encontra em bom estado | Fotos: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília Tratamento especializado Já a situação da pequena tamanduá-mirim é mais delicada, também pelo fato de ser um animal com o metabolismo mais lento e uma temperatura naturalmente mais baixa. Ela chegou com mais de 80% do corpo queimado, com bolhas e a pele descolando. Por conta da gravidade, a equipe utilizou um tratamento inovador: aplicação de pele de tilápia, técnica conhecida por acelerar a cicatrização de queimaduras profundas. [LEIA_TAMBEM]O material foi todo preparado pela própria equipe do Hfaus, capacitada para utilizar a pele de tilápia nos procedimentos, dispensando a necessidade de comprar peças prontas. “A pele de tilápia tem sido uma aliada importante no nosso trabalho. Fizemos um investimento na capacitação da equipe, que hoje está apta a preparar e aplicar o material aqui mesmo no hospital, o que reduz custos e garante agilidade no atendimento”, ressalta o biólogo. O profissional destaca, ainda, que os veterinários monitoram a hidratação e a temperatura corporal constantemente. No caso da tamanduá, o controle térmico é essencial, já que o metabolismo dela é mais lento, o que agrava o risco de hipotermia. O animal silvestre segue em observação contínua. “Ela ainda não está fora de risco. Mas nosso trabalho é garantir o máximo de conforto e vigilância”, afirma Thiago. O atendimento no Hfaus começa com uma triagem clínica e documental. Casos mais graves são levados diretamente à cirurgia ou aos curativos e, a partir daí, recebem uma ficha individual com plano de reabilitação e alimentação. No ano passado, o Hfaus recebeu 11 animais feridos por queimadas: seis mamíferos, quatro aves e um réptil. Seis deles conseguiram ser reintroduzidos à natureza pelo Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Com 80% do corpo queimado, a tamanduá-mirim tem passado por um tratamento inovador, que usa a aplicação de pele de tilápia para acelerar a cicatrização Aumento dos casos Marques alerta para o aumento no número de ocorrências com animais durante esse período. "Mesmo com apenas um ano e meio de existência, já percebemos que, na seca, há um crescimento expressivo nos casos — não só de queimaduras, mas de atropelamentos, maus-tratos, colisões com vidraças e fugas motivadas pela perda de habitat", explica. O profissional reforça a necessidade de atenção e cuidado com esses animais, que acabam em áreas urbanas durante a fuga e a procura por alimento. A recomendação para quem encontrar um animal ferido é clara: não tente manuseá-lo e acione imediatamente os órgãos competentes, que são: → Polícia Militar: 190 → Corpo de Bombeiros: 193 → Brasília Ambiental (Ibram): 3214-5637 → Linha Verde do Ibama: 0800 61 8080 Os profissionais do Hfaus foram capacitados para preparar e aplicar a pele de tilápia nos procedimentos, dispensando a necessidade de comprar peças prontas O manejo inadequado pode agravar os ferimentos do animal e colocar em risco a segurança de quem tenta ajudar. A tenente Thays Gonçalves, do Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA), aponta que as áreas mais atingidas por incêndios no DF são a Flona e o Parque Nacional de Brasília, alvos constantes de ações criminosas ou descuidos que podem ter grande impacto. A militar ressalta que as consequências dos incêndios vão muito além das queimaduras: há um desequilíbrio ambiental enorme, desde a quebra da cadeia alimentar por atingir espécies diversas que servem de alimento para os animais maiores até prejuízos maiores à flora e ao clima. “Quando o animal não morre, muitas vezes perde a capacidade de sobreviver na natureza. E a gente já está tendo emergências climáticas por conta da ausência de florestas, lugares que antes eram preservados e agora estão devastados; então, esses incêndios geram uma descompensação de forma integral”, observa.

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Força-tarefa mobiliza 150 pessoas para conter incêndio na Floresta Nacional de Brasília

Uma força-tarefa com equipes de diferentes órgãos trabalha para conter o incêndio que atinge a Floresta Nacional de Brasília (Flona). São, ao todo, 150 pessoas, uma aeronave e 35 viaturas. Segundo o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), a alta temperatura, o clima seco e os fortes ventos dificultam o trabalho. Nesta quarta-feira (4), das cinco linhas de fogo detectadas, três foram controladas. Até o momento, 2.176 hectares foram consumidos pelas chamas — área equivalente a 38,58% da Flona. Três das cinco linhas de fogo detectadas foram controladas; 2.176 hectares foram consumidos pelas chamas | Foto: Paulo H. Carvalho/ Agência Brasília “Diante da complexidade deste incêndio, reforçamos nossas equipes e aumentamos o número de viaturas e recursos aéreos para intensificar o combate. Estamos trabalhando em conjunto com diversas instituições, e esse esforço integrado é essencial para conter as chamas e proteger as áreas críticas da Flona. Nosso compromisso é garantir a segurança da população e a preservação do meio ambiente”, apontou o comandante do CBMDF, coronel Sandro Gomes. Ainda de acordo com a corporação, o foco tem sido a proteção das matas de galeria e as nascentes da reserva. O fogo que estava próximo a áreas de chácaras foi contido e, nessa região, as equipes fazem agora um trabalho de rescaldo. Além dos bombeiros, participam da ação equipes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), do Jardim Botânico, do Brasília Ambiental, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) da Polícia Militar do DF e da Fundação Jardim Zoológico de Brasília.

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