Nutricionistas indicam moderação para quem busca uma Páscoa mais saudável
Pesquisas apontam que mais da metade dos brasileiros (59%) consomem chocolates pelo menos uma vez por semana. E o índice deve aumentar no fim deste mês, com o feriado da Páscoa. Especialistas na área de nutrição, no entanto, aconselham moderação na hora de aproveitar as comidas muito açucaradas, comumente associadas ao risco aumentado para doenças cardiovasculares, diabetes e obesidade. Para um feriado mais saudável, a dica é buscar chocolates compostos com pelo menos 70% de massa de cacau | Fotos: Ualisson Noronha/ Agência Saúde-DF O problema na Páscoa é o açúcar, e não necessariamente o chocolate. “O cacau em si tem substâncias antioxidantes e anti-inflamatórias, além de triptofano que participa da formação da serotonina , fibras, vitamina C e minerais como zinco, cobre, ferro, magnésio, cálcio”, explica a nutricionista Karistenn Brandt, da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF). “A exposição ao sabor muito doce nos primeiros anos de vida estimula o consumo excessivo de alimentos e bebidas com açúcar” Karistenn Brandt, nutricionista da SES Para um feriado mais saudável, a dica é buscar chocolates compostos com pelo menos 70% de massa de cacau. Vale atentar à rotulagem nutricional, que apresenta os ingredientes na descrição da embalagem obrigatoriamente na ordem decrescente de quantidade, isto é, do maior para o menor. Lembrando que o açúcar pode estar disfarçado com outros nomes, como maltodextrina, dextrose, xarope de milho, xarope de malte, glucose e açúcar invertido. A preocupação maior é com os pequenos. O Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 anos do Ministério da Saúde não recomenda a oferta de açúcar adicionado nem de preparações que contenham açúcar para menores de 2 anos. Logo, o consumo de chocolate deve ser evitado. “A exposição ao sabor muito doce nos primeiros anos de vida estimula o consumo excessivo de alimentos e bebidas com açúcar, e pode reduzir a procura por alimentos nutricionalmente saudáveis”, lembra Brandt. Ela adiciona ainda o risco da obesidade infantil e de problemas dentários, como cáries e placas. Alimentos muito açucarados estão associados a risco de doenças cardiovasculares, diabetes e obesidade O cuidado também deve estar nas substituições nem sempre adequadas. “O adoçante funciona como se fosse um aditivo químico, e não é saudável por isso. Não recomendamos a troca do açúcar por adoçante. O que a gente indica é consumir menos alimentos doces, sejam por açúcar ou por adoçante. A alternativa saudável são as frutas – é o doce como está na natureza”, afirma a médica endocrinologista Flávia Franca Melo, também da SES-DF. Até o mel exige moderação. Em caso de exagero, a dica é retomar rapidamente a rotina de alimentação balanceada, hidratação com água e exercícios físicos. Para quem precisar de acompanhamento de saúde, ou até iniciar um plano de reeducação alimentar, a orientação é buscar a rede de 176 unidades básicas de saúde (UBSs). Elas são a porta de entrada para os serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) no DF, de ações educativas ao atendimento especializado. *Com informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal
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Vacinação, dengue e obesidade infantil serão focos do Saúde na Escola
As secretarias de Saúde (SES-DF) e de Educação (SEE-DF) já planejam as ações a serem realizadas em 505 escolas do Distrito Federal ao longo de 2024. A iniciativa deve envolver estudantes de 4 a 18 anos, da creche ao ensino médio, e abordar assuntos considerados relevantes pelas duas pastas para promover a saúde na comunidade escolar. A expectativa é alcançar cerca de 300 mil crianças e adolescentes. Um dos temas debatidos pela equipe pedagógica e por servidores de 149 unidades básicas de saúde (UBSs) incluídos no programa será a dengue. “A doença já é tratada por muitas escolas. É um tema de educação em saúde desenvolvido há muitos anos”, afirma a gerente de Saúde do Estudante da SEEDF, Larisse Cavalcante. Outro assunto a ser abordado pelo Programa Saúde na Escola (PSE) é a obesidade infantil. “A refeição fornecida nas escolas melhorou imensamente nos últimos anos, mas precisamos trabalhar a conscientização das famílias”, explica a coordenadora do PSE no âmbito da SES-DF, Dárika Ribeiro. O foco é promover bons hábitos para a vida dos estudantes. Oficinas de alimentação saudável estão no foco das ações a serem realizadas com crianças e adolescentes | Foto: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde-DF A vacinação é outra área com destaque. Neste caso, além da conscientização, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal leva as equipes para dentro das unidades escolares. Em 2023, foram 130 mil doses aplicadas no ambiente escolar, sendo 65 mil vacinas contra a gripe, 41 mil contra a covid-19 e o restante de imunizantes previstos no calendário de rotina. Saúde na Escola Ações do Programa Saúde na Escola se destacam pelo uso de ferramentas pedagógicas | Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF Em 2023, foram realizadas diversas atividades em áreas como saúde mental, odontologia, saúde sexual e reprodutiva, cultura de paz, combate à violência, saúde ocular e prevenção ao uso de álcool, tabaco e drogas, com a participação de mais de 294 mil membros da comunidade escolar. O Programa Saúde na Escola é resultado de uma parceria entre os ministérios da Saúde e da Educação. O PSE foi criado em 2007 com a finalidade de contribuir para a formação integral dos estudantes da rede pública de educação básica por meio de ações de prevenção, promoção e atenção à saúde. *Com informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF)
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Grupos de combate à obesidade ajudam na educação alimentar de crianças
Tanto na atenção primária, em unidades básicas de saúde (UBSs), quanto nos níveis mais complexos de acompanhamento, grupos de controle de obesidade e educação alimentar infantil da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) ajudam crianças e famílias. Profissionais de nutrição ensinam de forma lúdica a maneira correta de se alimentar, além de apresentar novos hábitos. Uma das iniciativas na Unidade Básica de Saúde (UBS) 3 do Guará é a Crescer Saudável. Por lá, a nutricionista Alessandra Martins ajuda os pequenos a se interessar por novos alimentos e a entender o que pode fazer mal a eles. O grupo tem três encontros fixos quinzenais com estratégias diferentes a cada palestra. São atendidas crianças de 5 a 10 anos com erro alimentar. Segundo a profissional, isso é comum e pode ser observado desde o primeiro ano de vida. A nutricionista Alessandra Martins alerta que todos estão sujeitos a erros alimentares, que podem ocorrer em qualquer fase da vida | Fotos: Agência Saúde/ Divulgação “O erro alimentar ocorre em todas as fases da vida. Mesmo tendo a melhor educação, estamos sujeitos. Mas, precisamos estar atentos, principalmente, com os pequenos. O erro está presente quando substituímos um alimento saudável por outro industrializado e de fácil acesso”, explica Alessandra. A falta de tempo e outras demandas diárias estão entre os motivos que levam os responsáveis e cuidadores a cederem na alimentação. Maria Alciene Pereira participa do projeto com o filho Saymon, de 6 anos. Aos 38 anos, a mãe tem diabetes tipo 1. “É desafiador, porque já tomo remédio e fico com medo dele ter algum problema. Me esforço muito para dar uma alimentação correta. Mas, o pai, por viajar muito a trabalho, acabava tentando compensar e agradar com guloseimas e besteiras”, relata. Com as palestras, a família fez ajustes e o menino passou a aceitar mais alimentos. Maria Alciene Pereira, com diabetes tipo 1, tem atenção redobrada com a alimentação do filho Saymon Pietro Com histórico de obesidade na família, William de Oliveira, 39 anos, participa das ações da UBS e introduziu os filhos Caio, 10 anos, e Heitor, 7, nas atividades por indicação do agente comunitário da sua região. “Eu tenho dificuldade com os meninos desde que eram bebês, principalmente, em relação à rejeição dos alimentos”, conta William. A gerente de Nutrição da SES-DF, Carolina Gama, destaca a importância do trabalho em rede em todos os níveis de assistência, principalmente, na atenção básica com um trabalho contínuo de prevenção e educação. “A SES-DF tem um Grupo Condutor Distrital da Rede de Doenças Crônicas Não Transmissíveis constituído por representantes dos três níveis de atenção à saúde, da vigilância em saúde e das regiões de saúde para estabelecer os fluxos e os protocolos de atendimento de pessoas com sobrepeso e obesidade, entre outras doenças em todas as faixas etárias”, explica. Para participar das atividades de promoção da alimentação adequada e saudável, busque a UBS em que a criança é atendida e confira os horários e dias dos eventos. Caio e Heitor participam do Crescer Saudável da UBS 3 do Guará com o pai, William de Oliveira, e enfrentam, juntos, a rejeição por alguns alimentos [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] Consumo alimentar infantil no DF O último boletim da série histórica do DF mostra aumento de peso em todas as faixas etárias. O percentual de crianças de até 5 anos com excesso de peso passou de 7,9% para 8,2% de 2020 para 2021. Nas maiores de 5 anos até 10, houve crescimento, de 27,9% para 33,4%. O documento ainda mostra que 19% das crianças entre 6 meses e 23 meses consomem bebidas adoçadas. Na mesma faixa etária, o hábito de comer alimentos ultraprocessados chega a 33% dos pequenos. De 2 anos a 4 anos, os números sobem para 69% e 95%, respectivamente. A marca dos ultraprocessados fica acima da média brasileira, que é de 91%. Em crianças de 5 anos a 9 anos, o DF também bateu a média nacional, com 76% para bebidas adoçadas e 96% para alimentos ultraprocessados. Para Carolina Gama, esses são dados preocupantes que a gestão busca melhorar, alcançado as famílias com informações que ajudem a trazer uma realidade alimentar saudável. *Com informações da SES
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Obesidade infantil precisa ser tratada com urgência
A obesidade é causada por diversos fatores e preocupa, principalmente, porque pode gerar outras doenças. Na infância, deve ser tratada o mais rápido possível, a fim de evitar que o indivíduo desenvolva problemas de saúde para o resto da vida. A obesidade e o sobrepeso atingem, aproximadamente, 20% das crianças e adolescentes. Feito a tempo, o tratamento evita que o indivíduo desenvolva problemas de saúde para o resto da vida | Fotos: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF Atualmente há cerca de 250 pacientes, entre crianças e adolescentes, tratados nos ambulatórios de endocrinologia da rede pública de saúde. Os locais que acompanham pessoas com obesidade são os ambulatórios dos hospitais regionais de Taguatinga (HRT), Sobradinho (HRS), Gama (HRG), Ceilândia (HRC), Hospital da Região Leste (HRL) e Hospital da Criança de Brasília (HCB). [Olho texto=”“Hoje, estão em acompanhamento na Secretaria de Saúde adolescentes com altos índices de massa corporal. É uma situação preocupante, pois afeta vários aspectos da saúde física e mental desse público”” assinatura=”Eliziane Leite, Referência Técnica Distrital (RTD) de Endocrinologia e Diabetes” esquerda_direita_centro=”esquerda”] “As crianças e adolescentes são identificados pelo pediatra ou médico da família para agendar consulta com o endocrinologista pediátrico”, explica a Referência Técnica Distrital (RTD) de Endocrinologia e Diabetes, Eliziane Leite. Ela ressalta que a obesidade e o sobrepeso atingem, aproximadamente, 20% das crianças e adolescentes. “Hoje, estão em acompanhamento na Secretaria de Saúde adolescentes com altos índices de massa corporal. É uma situação preocupante, pois afeta vários aspectos da saúde física e mental desse público em particular”, avalia. Além dos ambulatórios, a população conta com atendimento com as equipes de saúde da família. Nas unidades básicas de saúde é oferecido o primeiro atendimento e acompanhamento nutricional. Havendo necessidade após uma avaliação, o paciente poderá ser encaminhado para um centro especializado. Acolhimento no Cedoh O Centro Especializado em Diabetes, Obesidade e Hipertensão (Cedoh), localizado na Asa Norte, também atende crianças e adolescentes de todo o DF, pelo encaminhamento via regulação. De acordo com Alexandra Rubim, endocrinologista e gerente da unidade, desde 2019 já foram atendidas 49 famílias de crianças que fazem tratamento na unidade, além de 42 de adolescentes. [Numeralha titulo_grande=”39″ texto=”crianças começaram o tratamento em 2021, apenas 20 continuaram” esquerda_direita_centro=”direita”] Em 2021, começaram o tratamento 39 crianças, mas apenas 20 continuaram. Entre os adolescentes, dos 26 que iniciaram o acompanhamento, somente 12 seguiram nele. O cuidado contra a obesidade infantil é feito com a endocrinologista pediátrica, além da equipe multidisciplinar composta de nutricionista, psicólogo, fisioterapeuta, assistente social e profissionais da enfermagem. “As famílias dessas crianças e adolescentes recebem o nosso acolhimento e também participam do acompanhamento, pois são parte essencial para o sucesso do tratamento, já que todos em casa devem mudar os hábitos alimentares e de vida”, destaca. O Centro Especializado em Diabetes, Obesidade e Hipertensão (Cedoh), localizado na Asa Norte, também atende crianças e adolescentes de todo o DF, pelo encaminhamento via regulação O atendimento para crianças e adolescentes é semelhante ao de adultos e passa por cinco fases. São elas: consulta inicial com endocrinologista; acolhimento por aplicativo; cinco oficinas educativas on-line semanais; atendimento individual e oficinas de manutenção, além da alta para continuar o tratamento com o endocrinologista pediatra. A médica Alexandra esclarece que no tratamento contra obesidade é esperada uma média de até 50% de desistência dos pacientes e, no caso dos adolescentes, a taxa às vezes é até maior. [Olho texto=”“(A adolescência) É a fase mais difícil dos pais controlarem, pois eles têm mais liberdade para sair. (…) Além disso, muitos fogem da dieta quando estão sozinhos, é bem complicado”” assinatura=”Alexandra Rubim, endocrinologista e gerente do Cedoh” esquerda_direita_centro=”esquerda”] “É a fase mais difícil dos pais controlarem, pois eles têm mais liberdade para sair. Às vezes tem o preconceito na escola por parte dos colegas, a vergonha de falar do tratamento, a relutância em tomar os medicamentos necessários. Além disso, muitos fogem da dieta quando estão sozinhos, é bem complicado”, destaca a médica. Mãe e filho A advogada e técnica em enfermagem Meirianny Arruda Lima, 45 anos, faz tratamento contra a obesidade no Centro Especializado em Diabetes, Obesidade e Hipertensão (Cedoh). Ela iniciou seu acompanhamento no ambulatório de Endocrinologia do Hospital Regional da Asa Norte um ano após o início do tratamento do filho Davi Lima Souto, hoje com 12 anos. “Meu filho começou a engordar depois dos 8 anos. Ele estava muito acima do peso e busquei tratamento médico para ele. Como eu ia às consultas e também estava obesa, a médica que o acompanhava me incentivou a buscar atendimento para mim também. Depois de um ano fui chamada e comecei a minha saga contra a obesidade”, relata. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Meirianny está muito feliz com o tratamento, pois em março deste ano pesava 125 kg e, agora, 108 kg, uma redução de 17 kg. Segundo ela, as oficinas com psicólogos, nutricionistas e endocrinologista contribuem muito para se manter motivada e não sair da dieta. “Ter essa rede de apoio com a gente faz a diferença e me deixa mais segura, pois eles estão sempre presentes nos orientando. No meu caso, tenho que estar sempre focada, pois tenho uma lesão na coluna e minhas atividades físicas são limitadas. O tratamento aqui é muito humanizado. Eles avaliam o indivíduo em todo o seu contexto e não apenas a doença”, afirma. Hoje, o filho de Meirianny está finalizando o acompanhamento, também no Cedoh. Ele saiu da obesidade para o sobrepeso. Por ser adolescente, mesmo após a alta terá consultas de rotina com a endocrinologista pediatra. *Com informações da Secretaria de Saúde do DF
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