Participantes do Prêmio Jovem da Água de Estocolmo 2024 conhecem estrutura da Caesb
Um grupo de 30 jovens cientistas participantes do Prêmio Jovem da Água de Estocolmo está na capital federal para a etapa final de uma competição diferente. Nesta disputa, estão em discussão temas como sustentabilidade, meio ambiente e água. Os jovens talentos se dedicam a desenvolver projetos no prêmio organizado pelo Instituto Internacional de Água de Estocolmo [Stockholm International Water Institute], que conta com a participação de 40 países, incluindo o Brasil. Nesta edição, os participantes são encorajados a abordar questões como conservação ambiental e adaptação às mudanças climáticas além dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Estudantes conheceram a ETA Brasília, que ganhou, há quatro anos, dois novos reservatórios com capacidade para armazenar até 30 milhões de litros de água | Fotos: Cristiano Carvalho/Caesb Para conhecer de perto um dos eixos do Prêmio, os estudantes visitaram neste domingo (2) a mais importante Estação de Tratamento de Água da região central de Brasília, a ETA Brasília, responsável por abastecer o Plano Piloto, Lago Sul, Sudoeste, Octogonal, Setor Militar Urbano, Cruzeiro, Guará, SIA, Candangolândia, Núcleo Bandeirante, SMPW 01 a 05 e parte de Águas Claras. No Brasil, a organização do Prêmio Jovem da Água de Estocolmo é realizada pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES), através do seu Programa de Jovens Profissionais do Saneamento (JPS) e a Câmara Brasileira de Comércio na Suécia (Brazilcham Sweden). Ao longo dos projetos desenvolvidos, os jovens podem debater suas ideias e projetos com educadores, professores, profissionais do setor de saneamento, de meio ambiente, de sustentabilidade e de recursos hídricos. Fuad Moura, assessor de Projetos Especiais e Novos Negócios da Caesb, acompanhou a visita: “Trata-se de mais um compromisso da Caesb com a ciência e a inovação com as ações de educação ambiental para as novas gerações, em especial para atingirmos os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que nos guiam diariamente”, afirmou. Empolgado em apresentar a Estação de Tratamento de Água de Brasília a três de seus estudantes, o professor do Colégio Bom Jesus de Itajaí (SC), Rafael Giovanella, celebra a oportunidade de mudança no cenário de pesquisa e inovação: “O Prêmio Jovem da Água de Estocolmo representa uma mudança grande na nossa perspectiva de pesquisa, porque viemos vem de um estado onde a pesquisa talvez não seja tão divulgada e não tão bem elaborada.” Etapa brasileira do Prêmio Jovem da Água de Estocolmo 2024 terá cerimônia de premiação nesta segunda (3), a partir das 13h, no CCBB E completa: “Estamos tentando levar a ciência e o que se segue na faculdade e no laboratório ou até mesmo na vida deles para que eles entendam que a ciência é muito mais do apenas ficar trancado em um laboratório. É bem mais do que isso. É o Brasil inteiro, é o mundo inteiro envolvido numa perspectiva da água que é super importante”, Giovanella lembra ao citar os dois ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) temas do Prêmio deste ano ODS 4 (Educação de Qualidade) e 6 (Água Potável e Saneamento). Os estudantes também ouviram um trecho da exposição do jovem vencedor da etapa nacional da edição Prêmio Jovem da Água de Estocolmo 2021 que também foi o primeiro brasileiro a ganhar a etapa internacional daquele ano. Gabriel Fernandes explicou o motivo de ter seu projeto aprovado: “Desenvolvi um filtro para retirar microplásticos que, mesmo após diversas etapas da filtração na ETA, continuavam atuando como agentes poluidores. A partir dos inúmeros testes que apliquei na ETA Guandu e na minha cidade em Itajaí, verifiquei que a melhor solução é a instalação após a filtração, pois a água já passou por todos os processos convencionais de tratamento e agora ganha um novo processo, o de filtração de microplásticos.” A Estação de Tratamento de Água ETA Brasília entrou em operação na inauguração da capital em 1960. Há quatro anos, a Estação ganhou dois novos reservatórios com capacidade para armazenar até 30 milhões de litros de água, desativando o anterior conhecido como R1, no Plano Piloto. Os novos reservatórios são metálicos de aço carbono e ampliaram a capacidade anterior de armazenamento 20 mil m³ para 30 mil m³. O R1, pela antiguidade, operava apenas com 70% de sua capacidade nominal. O investimento para modernização da Estação foi de R$ 35 milhões. Premiação Nesta segunda-feira (3), será realizada a cerimônia de premiação da etapa brasileira do Prêmio Jovem da Água de Estocolmo 2024, das 13h às 19h, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) de Brasília. Serão realizados debates com a apresentação dos projetos inovadores desenvolvidos por estudantes e casos para troca de experiências e conhecimentos reunindo renomados professores, lideranças e especialistas ligados a temáticas de ESG. A Caesb irá levar o Expresso Ambiental, um ônibus equipado com uma maquete de seis metros onde é possível apreciar o Ciclo do Saneamento, desde a captação de água no manancial até a devolução do efluente tratado no corpo hídrico. A premiação e a visitação são gratuitas. *Com informações da Caesb
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Centro Educacional Agrourbano Ipê investe em projetos para preservação da água
Com tecnologias sustentáveis de baixo custo, como agrofloresta, captação de água da chuva, aquoponia e compostagem, o Centro Educacional Agrourbano Ipê trabalha conceitos para incentivar a preservação da água. As alunas Vitória e Victória levaram as iniciativas praticadas na instituição para um concurso em São Paulo e ficaram em segundo lugar. Escola fica no Riacho Fundo II. Foto: Tony Winston/Agência Brasília Com um projeto de iniciativas em educação ambiental, a escola ficou entre os finalistas do Prêmio Jovem da Água de Estocolmo, que reúne propostas de estudantes de todo o mundo com interesse em desafios relacionados à água e à sustentabilidade. A proposta da escola de promover práticas sustentáveis vem desde 1995, com o objetivo de apontar soluções para a conservação das nascentes e uso sustentável da água. A escola fica no Combinado Agrourbano de Brasília I (Caub), no Riacho Fundo II, local formado por vila urbana, chácaras e área de proteção ambiental. Para proteger as diversas nascentes da região, o projeto foi iniciado para servir de exemplo para a comunidade, composta em sua maioria de produtores agrícolas. A vice-diretora da unidade de ensino, Gedilene Lustosa, ressalta que, como a escola fica em uma área de produção agrícola, é necessário ter ações para diminuir o impacto da agricultura. “Dessa maneira, preservamos a nossa água e evitamos ações como o uso de agrotóxicos, a poluição dos lençóis freáticos e o desmatamento”, afirma. Entre as ações da escola estão a agrofloresta, a captação de água da chuva, a aquoponia, a sala ecológica e o tratamento de esgoto. Conheça um pouco dessas iniciativas: Agrofloresta: combinação de diferentes espécies arbóreas com cultivos agrícolas de forma simultânea. Na escola, já foram plantados: banana, ingá, mamão, jenipapo, maracujá, bata-doce, mandioca e cajuzinho-do-cerrado. A banana, por exemplo, já foi consumida na merenda como ingrediente da farofa Captação de água da chuva: ela é feita por meio de um cano ligado a uma calha no teto da escola. A água é filtrada e levada para o tanque onde são criados peixes em sistema de aquoponia Aquoponia: sistema de cultivo que une a piscicultura (cultivo de peixes) e a hidroponia (cultivos de plantas sem o uso do solo, com as raízes submersas na água). No tanque, são produzidas tilápias com a água da chuva e plantas submersas. Elas, por sua vez, são alimentadas pelos minerais das fezes dos peixes Tratamento de esgoto: como não há rede de esgoto na região, a água da fossa será tratada. A escola produziu um filtro de água cinza (para eliminar as substâncias químicas) e de carvão (para matar as bactérias). Parte do recurso filtrado será usado para regar as plantas e parte será reaproveitada na descarga nos banheiros Sala ecológica: a estrutura foi construída com a técnica superadobe, processo que utiliza sacos de polipropileno preenchidos com solo argiloso. O teto foi feito com caixas de leite recicladas. A sala é utilizada para ações extraclasse, como contação de histórias Todas essas técnicas são utilizadas pelos professores como aparato para aplicação dos conteúdos educacionais. Todos os 520 estudantes da escola participam das ações, que englobam também uma horta orgânica e experimentos de física, como o fogão solar. Todos os 520 estudantes da escola participam das ações, que englobam também uma horta orgânica. Foto: Tony Winston/Agência Brasília Ensinamento ocorre na prática O professor de biologia Leonardo Hatano, que participa dos projetos de tecnologias sustentáveis, destaca que os alunos participam de todo o processo. “Eles colocam mesmo a mão na terra”, diz. Para ele, essa forma de ensinar é mais eficiente que a tradicional, dentro de sala de aula. As alunas Victória da Silva Sousa e Vitória Lustosa, de 16 e 17 anos, ambas do 3º ano do ensino médio, foram as escolhidas para representar a escola na final do Prêmio Jovem da Água de Estocolmo, em São Paulo, em 6 de junho. Elas ficaram em segundo lugar e foram muito elogiadas pelos jurados. “Foi uma grande honra ser escolhida. Eles amaram o nosso projeto e estão mantendo contato com a gente”, conta Victória. Também participou da defesa do projeto na capital paulista o ex-aluno Lucas Henrique Cardoso, de 18 anos. Edição: Paula Oliveira
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Centro Educacional Agrourbano Ipê conquista 2º lugar em concurso internacional sobre água
Alunos do Centro Educacional Agrourbano Ipê, no Riacho Fundo II, ficaram entre os cinco finalistas nacionais do Prêmio Jovem da Água de Estocolmo e conquistaram o segundo lugar. O concurso, sob organização do Instituto Internacional de Águas de Estocolmo, reúne propostas de jovens de todo o mundo que têm interesse em desafios relacionados à água e à sustentabilidade. Para competir, os estudantes inscreveram o projeto Agrourbano Plantando Água, com iniciativas de educação ambiental no dia a dia da escola. Em 6 de junho, o grupo se uniu aos demais finalistas brasileiros e apresentou o trabalho em São Paulo (SP). Com a ajuda do professor de biologia Leonardo Hatano, eles transcreveram em um relatório todos os detalhes de cada ideia executada no centro educacional. O documento cita ainda a revista Manual do Biodetetive, com conteúdo produzido essencialmente por jovens do 9º ano. Segundo a estudante Victória da Silva Sousa, para participar do prêmio, eles explicaram como funciona cada atividade, com as funcionalidades e os resultados. “Na nossa rotina, temos projetos de captação de água da chuva, aquaponia [criação de peixes associada ao cultivo de hortaliças], sistema de agrofloresta, miniestação de saneamento básico e monitoramento das nascentes da região”, enumera Victória. Ela e Vitoria Lustosa, ambas do 3º ano do ensino médio, foram as escolhidas para representar a escola na final do prêmio em São Paulo. Convidado para integrar o time, o ex-aluno Lucas Henrique Cardoso compôs a música Senhora Natureza. A criação, que se tornou um hino da educação ambiental da escola, foi apresentada no evento na capital paulista. Centro educacional desenvolve ações ambientais desde 1995 Ações de cunho ambiental são promovidas pelo Agrourbano Ipê desde 1995. A localização do centro educacional, no Caub I, foi determinante para isso. A região mistura características urbanas e rurais e abriga muitos habitantes dependentes de produção agrícola e próximos às nascentes do Capão Preto e Ipê/Coqueiros. O que é o Prêmio Jovem da Água de Estocolmo Criado em 1997, o Prêmio Jovem da Água de Estocolmo conta com a participação de milhares de jovens que inscrevem projetos nas etapas nacionais. O objetivo é incentivar o desenvolvimento da ciência como alicerce para a resolução de problemas práticos e conflitos hídricos. Neste ano, o concurso ocorre pela primeira vez no Brasil. O projeto vencedor vai representar o País em conferência mundial, em agosto, em Estocolmo, capital da Suécia.
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