Celebrando a força criativa de agentes culturais negras
[Olho texto=”“Esse Prêmio da Mulher Negra destaca a força criativa dessas artistas, que enchem a cultura do DF de novos caminhos e de afetos”” assinatura=”Bartolomeu Rodrigues, secretário de Cultura e Economia Criativa” esquerda_direita_centro=”direita”] A filósofa norte-americana Angela Davis afirmou sabiamente que “quando a mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela”. É indescritível e plural a liderança dessas mulheres em seu entorno. No Distrito Federal, há trajetórias de vida e superação que emocionam e encantam pela resiliência e força de transformar e de ser cultura. Pela atuação e contribuição sociocultural às comunidades em que atuam, 30 agentes culturais negras foram agraciadas com o Prêmio Mulher Negra 2021, da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec), que será entregue no dia 24 de novembro, em cerimônia reservada às convidadas no Cine Brasília. “Esse Prêmio da Mulher Negra destaca a força criativa dessas artistas, que enchem a cultura do DF de novos caminhos e de afetos”, destacou o secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues. Sol Montes: “O resultado contemplou mulheres de diversas linguagens vindas, em sua maioria, de regiões administrativas fora do Plano Piloto” | Fotos: Divulgação/Secec Gestado pela Subsecretaria de Difusão e Diversidade Cultural (SDDC), o Prêmio aportou R$ 150 mil, com cachê individual de R$ 5 mil. “O resultado contemplou mulheres de diversas linguagens vindas, em sua maioria, de regiões administrativas fora do Plano Piloto. Muitas delas nunca receberam uma premiação das políticas públicas da Secec. Essa inclusão é emocionante”, aponta a subsecretária, Sol Montes. Martinha do Coco Mestra Martinha do Coco é uma das 30 premiadas. Moradora do Paranoá há 40 anos, nasceu em Olinda, Pernambuco, de onde migrou com sua família aos 17 anos de idade. Nessa época, começou a trabalhar como empregada doméstica, quando teve contato com uma musicista que percebeu o talento artístico e lhe ajudou a retomar o amor pela música. O samba de coco, dança de roda cujo ritmo contém traços indígenas e influências africanas, tinha ficado na memória. Em 2013, Martinha recebeu do extinto Ministério da Cultura o título de Mestra da Cultura Popular e, em 2019, foi homenageada pela Câmara Legislativa do Distrito Federal. “É uma honra ser reconhecida pela minha história e luta como mulher negra. Esse prêmio veio consagrar toda essa trajetória, especialmente em meio ao período pandêmico onde tivemos que nos reinventar”, afirma a artista. Filha de nordestinos, Suene Karim também foi apresentada às artes ainda na infância, por intermédio da mãe e de ídolos como Elis Regina, Nelson Gonçalves, Clara Nunes e Cora Coralina. A cultura permeia sua vida desde então, principalmente a popular, a arte ligada à ancestralidade, ao universo do matuto nordestino, o linguajar, o vestir e a sapiência. Suene Karim Suene tem como mote de trabalho a promoção e a defesa das linguagens de cultura popular de raiz preta, proposta concretizada, em abril de 2019, com o I “Festival Magia Negra”, idealizado e realizado por ela. O evento impulsionou a educação, o debate e a defesa das manifestações da cultura popular negra por meio de música, dança e saraus. “Venho trabalhando na produção cultural em várias frentes dessa atividade há 18 anos. Quis buscar uma proposta mais diversificada e identitária, em diálogo com a comunidade”, avalia a produtora, que viu o projeto “Festival Magia Negra” ser inserido na plataforma Google Arts & Culture, uma das mais importantes do mundo. Francys de Óya Mãe de santo, líder comunitária, conselheira cultural. Essas são algumas das ocupações e atribuições de Francys de Óya. Ela aprendeu com a religião de matriz africana a fazer obras sociais e a atender a comunidade carente, além de levar até essas pessoas conhecimentos culturais herdados dos antepassados. Moradora de Samambaia Sul há mais de 30 anos, ela realiza diversas promoções sociais na comunidade. Umas delas é a Festa das Crianças, que já teve 14 edições. Participa ainda de atividades em busca de reparação e justiça social dos que estão à margem da sociedade. “Agradeço a Deus, a meu santo e à minha religião por poder cuidar de todos. Crianças, jovens, adultos, idosos, brancos, pretos, pardos, negros, indígenas. Sou uma ‘mãe’ reconhecida por todos por meio dos meus atos e ações dentro da minha comunidade”, afirma a líder religiosa. Edineide Barros Freitas A agente literária Edineide Barros Freitas, nascida em comunidade quilombola no interior do Maranhão, veio para Brasília trabalhar como faxineira e estudar. Ela conseguiu. Fez o EJA (Educação de Jovens e Adultos) e, depois, a graduação. Em uma feira de agricultura familiar, conheceu o programa de Bibliotecas Rurais – Arca das Letras, que era desenvolvido pelo Ministério de Desenvolvimento Agrário. Voluntariou-se para ajudar a organizar os livros e, quando surgiu uma vaga, passou a integrar o programa como representante dos negros. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] “Como eu tive dificuldade de ter acesso aos livros, hoje levo livros para as pessoas”, explica Edineide. Ela também é multiplicadora dos saberes quilombolas e divulgadora da literatura de escritores negros e implantou bibliotecas em comunidades quilombolas no entorno do Distrito Federal. VENCEDORAS DO PRÊMIO MULHER NEGRA 2021 Conheça mais sobre as histórias das 30 vencedoras do Prêmio Mulher Negra 2021. Adriana Barros Ana Luiza Bellacosta Anna Cristo Bete Virgens Bety Morais Cida Assunção Cris de Souza Dandara Bárbara Daniele Neumany Edineide Barros Freitas Elvira de Oxum Francys de Oyá Ialê Garcia Jusianne Castilho Kalibre Key Amorim Larissa Umaytá Lídia Dallet Lis Martins Lua Nzinga Mãe Beth Marlene Souza Lima Martinha do Coco Maria Joana Marisol Kadiegi Onildes Conrado Santos Ray Psiu Suene Karim Tássia Aguiar Thamiris Flora *Com informações da Secretaria de Cultura e Economia Criativa
Ler mais...
Prêmio Mulher Negra seleciona 30 destaques
[Olho texto=”“As selecionadas representam com excelência a força da arte negra feminina do DF” ” assinatura=”Sol Montes, subsecretária de Difusão e Diversidade Cultural” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Trinta agentes culturais negras das mais diversas regiões administrativas (RAs) do Distrito Federal tiveram suas trajetórias artísticas reconhecidas por atuação, contribuição sociocultural às comunidades em que atuam e realização de ações afirmativas. A Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec) publicou no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) desta terça-feira (19) o resultado final de mérito do Prêmio Semana da Mulher Negra. Iniciativa da Subsecretaria de Difusão e Diversidade Cultural (SDDC), o certame vai pagar R$ 5 mil a cada uma das selecionadas. Haverá ainda uma cerimônia de premiação, com entrega de troféus e atrações musicais, prevista para novembro, mês em que se comemora o Dia da Consciência Negra (20/11). “Esse prêmio é só um símbolo do compromisso da Secec com a valorização da diversidade que existe na cultura”, disse a titular da SDDC, Sol Montes. “As 30 selecionadas, em seu conjunto, representam com excelência a força da arte negra feminina do DF.” As mais diversas linguagens artísticas estão presentes na lista final que contém as 30 mulheres negras selecionadas. O chamamento público contemplou artistas das áreas de artes plásticas e visuais, dança, teatro, música, artesanato, audiovisual, literatura, cultura popular e manifestações tradicionais. Foram ainda incluídos segmentos pouco visíveis, como capoeira, moda, grafite, tatuagem e batalha de rima, entre outros. Das 30 selecionadas, dois terços nunca haviam ganho premiações da pasta, ultrapassando a exigência de 20% estipulada em edital. Com cerca de 80% das artistas selecionadas residindo em RAs fora do Plano Piloto, os objetivos de descentralização e democratização almejados pela Secec foram atingidos. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] As candidatas premiadas devem encaminhar, no prazo de dez dias contados da publicação do resultado final, ao e-mail difusaoediversidadedf@gmail.com, os seguintes documentos enumerados no item 7.1 do edital: I – Cópia de documento de identificação com foto e data de nascimento; II – Declaração de dados da conta bancária em que deve ser depositado o valor do prêmio; III – No caso de inscrição realizada por terceiro, deve haver carta de anuência da personalidade indicada; IV – Declaração em que indica os dados da conta bancária em que deve ser depositado o valor do prêmio; V – Declaração de que não incorre nas vedações previstas no Artigo 9º da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, e no Artigo 1º do Decreto nº 39.860, de 30 de maio de 2019; VI – Declaração de que não incorre nas vedações previstas relativas ao Artigo 8º do Decreto nº 32.751, de 4 de fevereiro de 2011; VII – Declaração de não ser agente público efetivo ativo ou ocupante de cargo em comissão na Secec; VIII – Declaração de não ser membro titular ou suplente do Conselho de Administração do Fundo de Apoio à Cultura (Cafac) ou do Conselho de Cultura do Distrito Federal (CCDF); IX – Declaração de não possuir integrante(s) da família que seja(m) agente(s) público(s) efetivo(s) ativo(s) ou ocupante(s) de cargo em comissão da Secec, membro (titular ou suplente) do Conselho de Administração do FAC ou membro (titular ou suplente) do CCDF, conforme as vedações relativas a nepotismo previstas no Artigo 8º do Decreto nº 32.751, de 4 de fevereiro de 2011. Informações e esclarecimentos podem ser solicitados pelo mesmo e-mail ao qual devem ser encaminhados os documentos. Conheça aqui a lista de mulheres selecionadas. *Com informações da Secretaria de Cultura e Economia Criativa
Ler mais...