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Programa de Assentamento Dirigido do DF (PAD-DF)

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Rota das Uvas do DF é lançada em evento de abertura da Vinícola Brasília

Brasília tem um potencial turístico diverso, que cresce entre os traços cívicos e belezas naturais da região. Com objetivo de incentivar o desenvolvimento de mais uma rota de turismo na capital, o Governo do Distrito Federal (GDF) lançou, neste sábado (20), a Rota das Uvas de Brasília. O anúncio foi feito pelo governador Ibaneis Rocha, durante evento de inauguração da Vinícola Brasília, no Programa de Assentamento Dirigido do Distrito Federal (PAD-DF). Segundo o governador, a iniciativa será mais um polo de geração de emprego e renda, com o fomento da cadeia produtiva em torno da fruta. “Eu tenho certeza que isso aqui vai ser um sucesso, que vai render excelentes frutos para o Distrito Federal”, disse o governador Ibaneis Rocha, na inauguração da Vinícola Brasília neste sábado (20), onde lançou a Rota das Uvas de Brasília | Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília “Este é mais um local para a população do Distrito Federal conhecer, e conhecer com muito empenho, porque realmente está sendo feito um trabalho de grande êxito aqui nessa região como um todo”, avalia o chefe do Executivo local. “Eu tenho certeza que isso aqui vai ser um sucesso, que vai render excelentes frutos para o Distrito Federal, para a nossa economia, para o emprego e para a renda da nossa cidade.” O secretário de Governo, José Humberto Pires de Araújo, avalia que o lançamento da rota coroa o processo de incentivo e apoio do GDF desenvolvido por um grupo de trabalho criado há oito meses por decreto do governador. “A nossa cidade precisava de mais alternativas para o turista ter oportunidade de conhecer um pouquinho essa área do agronegócio, que é tão forte na nossa cidade. Agora terá, com a rota do vinho. O enoturismo está crescendo muito, temos muita gente investindo neste segmento”. O secretário de Turismo do DF, Cristiano Araújo, destaca as oportunidades criadas pelo crescimento deste mercado. “A produção de uvas e vinhos no DF vem crescendo nos últimos anos, possibilitando aos produtores oferecerem experiências diferenciadas aos visitantes, como a visita aos parreirais, gastronomia harmonizada, história e cultura do vinho no DF, além da degustação de vinhos”, disse. O GDF tem atuado de maneira contínua para impulsionar a economia e o desenvolvimento do setor. “Dessa maneira, a Secretaria de Turismo providenciou um guia com algumas vinícolas, para orientar os visitantes sobre as atividades e produtos da região, que será chamado de “A Rota das Uvas de Brasília” a proposta é informar a população e colaborar com a divulgação do Enoturismo de Brasília”, finaliza Cristiano Araújo. Pluralidade de negócios A arquitetura da vinícola remete a elementos típicos de Brasília: concreto, arcos e espelho d’água A Vinícola Brasília surgiu a partir da união de dez vinhedos de famílias que chegaram ao DF no final da década de 1970 e início de 1980. Vindos da Região Sul e com tradição agrícola, os empresários decidiram se unir em torno de algo que sempre tiveram em comum: a paixão por vinhos. O negócio é focado em processos que garantem a produção e qualidade às uvas, práticas sustentáveis que focam na reutilização da água e preservação da vegetação nativa, além de movimentar a economia do DF. De acordo com os proprietários, são cerca de 100 empregos diretos e potencial para mais outros 800 indiretos em torno da cadeia produtiva que envolve a Vinícola, que oferecerá visitas, degustações guiadas e cursos, entre outros atrativos. A Vinícola Brasília abrirá as portas ao público neste domingo (21), dia em que Brasília completa 64 anos O empreendimento abrirá as portas ao público no aniversário de Brasília, neste domingo (21), com a apresentação de rótulos que homenageiam a cidade. O Monumental Syrah, lançado em 2023, ficou entre os 16 melhores na Avaliação Nacional de Vinhos, realizada em Bento Gonçalves (RS), em novembro passado, promovido pela Associação Brasileira de Enologia. Também fazem parte da carta o Rosé Pilotis, o Sauvignon Blanc Cobogó, o Malbec Syrah Croqui, o Malbec Alvorada e o Syrah Alvorada. A estimativa é produzir cerca de 300 mil garrafas por ano. A arquitetura da vinícola também remete aos elementos típicos de Brasília, com muito concreto, arcos e um espelho d’água. Qualidade da produção Fabrício Marchese, um dos sócios, explica que a técnica de dupla poda, realizada nas parreiras duas vezes ao ano, faz o ciclo de colheita das frutas acontecer entre julho e agosto, período em que os dias quentes e as noites frias auxiliam na maturação das uvas. “Nosso sistema de produção é baseado na dupla poda, que possibilita a colheita no inverno, fora do nosso período chuvoso. No mundo todo, a uva é colhida no verão, quando também não há chuva”, explica Fabrício Marchese. O gerente comercial e de enoturismo da Vinícola Brasília, Artur Farias, acredita que o empreendimento ajuda a promover uma nova tradição no DF. “São 10 produtores agrícolas com raízes em Brasília que decidiram plantar parreiras com essa característica de produção num lugar muito atípico. Viemos para ser uma vinícola disruptiva, inovadora e mostrar que é possível produzir com altíssima qualidade no Planalto Central”, afirma Artur Farias.

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Rodas de terapia levam acolhimento para mulheres do campo

“Alecrim, alecrim dourado que nasceu no campo sem ser semeado.” A cantiga, entoada por vozes femininas, toma conta de uma fazenda no meio do PAD-DF. Na varanda de uma casa simples, mais de 30 mulheres soltam a voz de mãos dadas. É com a ajuda da música que elas se preparam para compartilhar suas angústias e conquistas, seus medos e suas alegrias. Cerca de 80 mulheres da zona rural participam do projeto Terapia Comunitária Integrativa (TCI), desenvolvido pela Emater-DF desde junho de 2022 | Fotos: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília Em um espaço seguro e amoroso, onde o julgamento não tem vez, as trabalhadoras do campo falam. Uma celebra a formatura do neto. A outra se revolta diante do seu próprio divórcio. Uma jovem chora a relação conflituosa com a mãe, dependente química. Todas ouvem, acolhem, respeitam, compartilham. O relato de experiências semelhantes traz uma nova perspectiva para quem se sente perdida diante dos seus problemas. Ao final, elas se abraçam, cantam e dançam. Respiram aliviadas como quem tira um peso das costas. E termina, assim, mais uma roda de Terapia Comunitária Integrativa (TCI). Desde junho de 2022, o projeto da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF) leva apoio psicológico a cerca de 80 mulheres da zona rural. As sessões quinzenais são feitas em São Sebastião, PAD-DF, Rio Preto, Vargem Bonita e Itaquara. “Cheguei aqui grávida, achando que era uma simples roda de conversa. Mas encontrei muito mais do que isso. Encontrei acolhimento, ajuda”, conta Fernanda Dias A TCI é uma prática genuinamente brasileira. Foi criada pelo psiquiatra Adalberto Barreto, que, trabalhando em uma comunidade carente do Ceará, incentivava as pessoas a falarem sobre suas dores como forma de encontrar a solução dos seus problemas. “É um método muito eficaz, que pode ser aplicado por qualquer profissional, sem a necessidade de ter uma formação em psicologia”, afirma Maria Bereza, assistente social da Emater-DF. [Olho texto=”“Na terapia, abro meu coração, conheço gente que já passou por coisas que eu passei. Isso me ajuda a buscar uma solução para meus problemas e, principalmente, traz um grande alívio”” assinatura=”Lázara Pereira da Rocha, produtora rural” esquerda_direita_centro=”esquerda”] As sessões organizadas pela empresa pública são comandadas por 12 terapeutas voluntárias formadas no método, que atuam como facilitadoras das conversas. “A premissa da terapia comunitária é: se tem problema na roda, tem solução também”, ensina Maria. “No momento em que a pessoa fala da sua dor, ela pode encontrar outra que tenha passado por uma dor parecida. E que fez algo para superar aquela situação difícil”. Mudança de vida ?Participar das rodas de TCI foi um divisor de águas para a futura professora Fernanda Dias, como a própria jovem de 17 anos gosta de se apresentar. A moradora do PAD-DF tem uma história de vida difícil, marcada principalmente pela ausência materna. A frustração, o sentimento de rejeição e um impressionante amadurecimento precoce estão presentes nas falas da jovem em mais de um ano de terapia comunitária. “Cheguei aqui grávida, achando que era uma simples roda de conversa. Mas encontrei muito mais do que isso”, conta Fernanda. “Encontrei acolhimento, ajuda. Aqui, eu falo, sou ouvida, conheço histórias de superação e posso contar com a experiência de mulheres mais velhas para enxergar meus problemas com outros olhos. É um empoderamento, né? Tem sido muito importante pra mim.” A terapeuta Fernanda Ramos é voluntária do projeto e ressalta os resultados das sessões: “As mulheres rurais conseguem falar de suas dores e traçar estratégias para superá-las de forma muito pragmática” A terapia abriu os olhos de Fernanda para a busca por uma carreira. A jovem começou a fazer cursos voltados para administração e pedagogia e já está matriculada para retomar os estudos no próximo ano. “Vou concluir o ensino médio e me tornar professora. Porque esse é o meu sonho. E se outras mulheres que passaram por histórias parecidas com a minha conseguiram, eu também vou conseguir”, garante a jovem. Resposta rápida A profundidade que as sessões de terapia comunitária alcançam impressiona a terapeuta Fernanda Ramos Martins. Voluntária do projeto há um ano, ela se surpreende com os resultados das rodas. “As mulheres rurais conseguem falar de suas dores e traçar estratégias para superá-las de forma muito pragmática”, avalia. “O problema existe e elas estão lá para buscar a solução. É descomplicado”. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] A terapeuta ressalta que, no campo, a vivência de outras mulheres costuma ser mais valorizada do que no meio urbano. “Para elas, basta conhecer uma história de superação para que passem a acreditar na mudança de suas histórias”, observa Fernanda. “Essas mulheres se fortalecem com as experiências umas das outras”. Para a produtora rural Lázara Pereira da Rocha, 44 anos, escutar a história de vida de outras mulheres é transformador. “Eu sofri muito na infância, saí de casa muito nova. E isso sempre refletiu na forma como tratava meus filhos, meu marido”, aponta. “Na terapia, abro meu coração, conheço gente que já passou por coisas que eu passei. Isso me ajuda a buscar uma solução para meus problemas e, principalmente, traz um grande alívio”. Lázara diz que foi nas sessões que ela aprendeu a respeitar e acolher com mais amor e carinho seus filhos. Foram as rodas que a ensinaram a ser uma mãe melhor. “Eu tive meu primeiro filho com 15 anos, era muito nova na época. Não tinha quem me ensinasse nada”, recorda. “Aprendi a ter mais paciência dentro de casa, a ser mais harmoniosa com minha família e até com meus vizinhos. Tem sido um processo bonito”.  

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