Corpo de Bombeiros oferece curso de adestramento de cães para alunos de escola pública
O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) iniciou um curso de adestramento de cães no Centro de Ensino Fundamental 1 do Lago Norte (Celan). A formação seguirá até dezembro, com 22 encontros — cada um com 3h de duração, sempre no contraturno escolar. As aulas teóricas serão na escola, que mantém gestão compartilhada desde 2022, enquanto as ações práticas serão realizadas no novo Centro de Treinamento de Cães da corporação, inaugurado neste mês. As atividades compõem o projeto Cães das Escolas Cívico-Militares do CBMDF, em parceria com a Secretaria de Educação (SEEDF). Serão treinados cinco cães resgatados por organizações não governamentais (ONGs) do DF que trabalham com o recolhimento e adoção de animais domésticos. Cada dupla de estudantes será responsável por um pet, que, no final da experiência, será disponibilizado para adoção por parte da sociedade civil. Ao fim do curso, alunos estarão aptos a atuar como tratadores e adestradores de cães | Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília De acordo com o major João Gilberto Silva Cavalcanti, responsável pela iniciativa, o objetivo é oferecer uma nova possibilidade profissional aos discentes e, ao mesmo tempo, facilitar o encontro dos pets com novos tutores. “Cães adestrados têm mais facilidade em permanecer nas casas. Os alunos estão tendo a oportunidade de aprender coisas novas que podem servir como uma opção profissional, mas também podem ajudar na vida pessoal”, afirma. Professor da turma, o subtenente Fernando Santos afirma que, após as atividades, os alunos estarão aptos a atuar como adestradores e tratadores de cães. “É enxergar um novo horizonte de trabalho. O mercado pet movimenta bilhões por ano e não para de crescer. Além de treinador e tratador, eles podem trabalhar como dog walker, que, segundo o Ministério do Trabalho, o salário está na faixa de R$ 2 mil a R$ 2,5 mil.” Aulas No curso, os alunos terão aulas de introdução ao bem-estar animal, higienização dos cães, alimentação e hidratação, noções de emergência médico-veterinária, origem e evolução dos animais, noções da comunicação e comportamento canino, comandos de obediência, socialização e correção de comportamentos indesejados, além do manejo de canis, rotina e ambientação. Os encontros ocorrem às segundas, quartas e sextas-feiras. Apaixonada por cães, Stefany Gomes, 15 anos, viu no curso a chance de lidar melhor com os oito cachorros de sua família. Destes, quatro vivem em casa e os outros, de porte grande, ficam em uma chácara, com mais espaço para brincar e correr. “Queria muito poder adestrar eles porque são bem atentados. O professor nos explicou que, com o adestramento, eles podem ficar mais tranquilos, menos ansiosos.” Stefany Gomes, de 15 anos, vê no curso a oportunidade de lidar melhor com os cachorros da família Já Thiago Batista, 15, acredita que a oportunidade será positiva para a comunicação com os pets. Ele deseja seguir carreira militar e espera conseguir atuar na área ambiental, principalmente no cuidado com animais. “Posso ajudar a mim, mas também ao próximo, principalmente pessoas com deficiência visual, por conta dos cães-guia”, conta ele, dono de um cachorro, três gatos e uma calopsita. Foram recebidas 65 inscrições para a iniciativa, das quais dez foram selecionadas com base no desempenho pedagógico, na disciplina e no perfil individual de cada estudante. Eles receberam kits com apostila, mochila e materiais de apoio. [LEIA_TAMBEM]Novo centro de treinamento Inaugurado em 22 de agosto, o novo Centro de Treinamento de Cães do CBMDF fica no Setor Policial Sul. Com capacidade para acolher cerca de 40 cães, o espaço foi totalmente revitalizado para impulsionar o projeto Cães das Escolas Cívico-Militares, que alia cuidado, educação e inclusão. São três eixos: formar cães que vão atuar na profissionalização de alunos, apoiar crianças com transtorno do espectro autista (TEA) nas instituições e retomar o treinamento de cães-guia no DF, ampliando o cuidado e a inclusão de pessoas com deficiência visual.
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Corpo de Bombeiros do DF inaugura centro de treinamento de cães para assistência social
Esta sexta-feira (22) foi marcada pela reativação de um importante programa do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF): o projeto cão-guia de cegos. Com a inauguração de um novo Centro de Treinamento de Cães, no Setor Policial Sul, o serviço ocupa um patamar de referência nacional na formação de cães de assistência, em um espaço que vai preparar os animais para auxiliar pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e deficientes visuais, além de promover a inclusão social e o bem-estar animal. Na cerimônia desta sexta, oito filhotes foram entregues a famílias socializadoras, responsáveis por acompanhar as primeiras etapas de socialização e educação dos cães. O comandante-geral do CBMDF, coronel Moisés Alves Barcelos, destacou o esforço para reativar o projeto: “Hoje conseguimos entregar o canil e contar com uma legislação de suma importância. Quem ganha é a sociedade, que terá profissionais capacitados e pessoas assistidas com qualidade”, destacou. O novo centro também terá papel importante na capacitação de mão de obra. Dez alunos de escolas cívico-militares vão iniciar um curso de adestramento, que segue até dezembro. Os estudantes receberam kits com apostila, mochila e materiais de apoio. “Acreditamos muito que segurança pública é educação e oportunidade. Quando o governo investe nisso, com certeza está mudando o curso da história". Alexandre Rabelo Patury, secretário executivo de Segurança Pública O secretário-executivo de Segurança Pública, Alexandre Rabelo Patury, reforçou o caráter social da iniciativa em unir segurança, inclusão e formação de jovens | Fotos: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília Formação de base O major João Gilberto Silva Cavalcanti coordena o projeto e explicou que os cães ficarão com as famílias socializadoras durante 10 meses para a adaptação. Segundo o militar, a equipe do CBMDF fornece todas as orientações e suporte necessários para que o filhote aprenda o momento de cada coisa, desde interações até as necessidades fisiológicas. Os cães também precisam frequentar todos os locais em que o cego pode querer acessar, seja metrô, avião, supermercado e até parque de diversões. Depois da ambientação, a corporação completa o treinamento e entrega os animais aos novos tutores. “O cão consegue ser os olhos, dar independência e mobilidade. Vai ajudar várias pessoas que precisam, além de proporcionar uma condição melhor para os alunos das escolas públicas cívico-militares com esse curso profissionalizante, que é o de adestramento. As crianças vão receber um certificado e depois, se quiserem, poderão utilizar isso de alguma forma no futuro”, reforçou o bombeiro. Entre as famílias socializadoras está a da servidora pública Roseliza Honda, 51 anos, que recebeu o cãozinho Arcos. Ela mora com o esposo e as duas filhas no Lago Norte e participou do projeto há quase 20 anos. Para a família, a experiência foi determinante para se candidatar novamente. “A maior diferença é ver o resultado lá na frente, quando o cão termina a formação, fica bem adaptado e você vê ele dando mobilidade e mudança no estilo de vida daquela pessoa que não tem visão”. A servidora pública Roseliza Honda, 51 anos, recebeu o cãozinho Arcos. Ela mora com o esposo e as duas filhas no Lago Norte Roseliza acrescenta que a família se apega ao cãozinho, claro, mas desde o início sabe que ele está ali temporariamente. “Fazemos o melhor, amamos do mesmo jeito, só que a gente sabe que uma hora ele volta para o centro de treinamento para ser formado e um dia vai encontrar uma pessoa que é a cara-metade dele. É uma oportunidade de se doar e auxiliar aquele que realmente vai precisar”, relatou. A servidora ressaltou, ainda, a importância da conscientização sobre o papel dos filhotes em treinamento: “Muitos estabelecimentos barram a entrada do cão porque não entendem que a lei também respalda os filhotes em formação. É preciso mais informação e respeito para que esse processo funcione”.[LEIA_TAMBEM] O aposentado Justino Bastos, de 53 anos, já participou do projeto no passado com dois cães de assistência e atualmente está em seu terceiro cão-guia. Com o labrador preto Forró ao lado, Justino aponta como o companheiro de quatro patas mudou sua rotina. “É maravilhoso. O cão desvia dos obstáculos, dá mais segurança e também proporciona inclusão social. As pessoas se aproximam para conversar, querem saber sobre o cão. Isso muda muito a qualidade de vida. É de grande importância a reabertura desse projeto aqui no DF, a gente fica muito feliz com a possibilidade de outras pessoas terem essa oportunidade”. Cães ficarão com as famílias socializadoras durante 10 meses para adaptação
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