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Distrito Federal celebra Dia Internacional do Café com 193 produtores e crescimento da cafeicultura local

Em 2021, durante a pandemia de covid-19, Marileuza de Andrade deixou o apartamento em Águas Claras e foi morar na chácara da família, na Ponte Alta Norte, no Gama. Foi nesse período que decidiu apostar no plantio de café e buscou assistência técnica da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF) para dar os primeiros passos. “A Emater me orientou sobre quais mudas comprar, que tipo de café cultivar e me colocou em contato com pessoas que fazem análise de solo. Foi como uma consulta no médico: eles indicaram o que precisava ser corrigido antes do plantio e me ensinaram a cuidar do solo, da adubação e de todo o manejo da plantação”, diz Marileuza. Marileuza de Andrade se surpreendeu com a rapidez com que começou a colher café do tipo catuaí vermelho, em sua propriedade, na Ponte Alta Norte | Fotos: Matheus H. Souza/Agência Brasília A produtora rural apostou no catuaí vermelho, variedade de café especial que vem se consolidando no Distrito Federal, e o que parecia ser um projeto de longo prazo apresentou resultados antes do esperado, o que fez o dia 1º de outubro, Dia Internacional do Café, ser uma data especial para se comemorar. “Achei que só teria colheita em cinco anos, mas no segundo ano já colhemos. E, no ano seguinte, a safra foi ainda maior”, celebra Marileuza. Assim como a produtora do Gama, outros 192 produtores investem na cafeicultura no Distrito Federal. Juntos, eles colheram 953,34 toneladas do grão em 2024. Segundo a engenheira-agrônoma e coordenadora do Grupo de Trabalho de Cafeicultura da Emater-DF, Adriana Nascimento, o número de produtores tem aumentado ano a ano. 60 Média de sacas de café produzidas no DF por hectare “Desde 2022 o número de produtores vem crescendo constantemente. O café aqui no DF tem se destacado por unir produtividade e qualidade. Hoje, a média nacional fica em torno de 26 a 30 sacas por hectare, e aqui no DF a média é de 60 sacas”, explica a engenheira. De acordo com a Emater-DF, o cultivo está espalhado por regiões como Brazlândia, Ceilândia, Gama, Paranoá, São Sebastião, Sobradinho, Planaltina e Park Way. Festa do grão O Dia Internacional do Café é comemorado neste 1º de outubro. A data foi oficializada em 2015 pela Organização Internacional do Café (OIC) com o objetivo de unificar as celebrações ao redor do mundo. No DF, a data chama atenção para questões sociais e ambientais que envolvem a cadeia do café — como o comércio justo, a valorização do pequeno produtor e as práticas sustentáveis. Os maiores produtores de café do DF conseguem vender para outras unidades da Federação e até para o exterior [LEIA_TAMBEM]“O mercado está expandindo, o número de cafeterias aumentou muito. Hoje, a comercialização ocorre principalmente internamente, aqui no DF, mas os maiores produtores conseguem exportar para outros estados e, em alguns casos, para outros países”, afirma Adriana. Segundo a engenheira, um destaque importante é a participação feminina: 68% dos plantios envolvem mulheres, tanto como proprietárias quanto como trabalhadoras rurais. “A mão de obra feminina assume grande parte do cuidado e da colheita seletiva, características importantes para a qualidade. O interesse das mulheres pela cultura tem crescido e se mostrado significativo no setor”, completa.  

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AgroBrasília 2025 recebe o 1º Encontro da Cafeicultura do DF e Ride

 A edição de 2025 da AgroBrasília, que será realizada de 20 a 24 de maio, com o tema “Agro, Oportunidade para Todos”, sediará o I Encontro da Cafeicultura do Distrito Federal e Região Integrada de Desenvolvimento (Ride-DF). A cafeicultura tem se consolidado como uma atividade promissora no DF, apresentando crescimento contínuo e grande potencial de mercado. As inscrições para participar já estão abertas e vão até o dia 21 de maio, por meio deste link. De acordo com dados da Emater-DF (2024), a cultura já ocupa uma área de 466,96 hectares, com produção anual estimada em 966,66 toneladas, envolvendo 138 produtores. O evento, promovido pela Emater-DF em parceria com a Associação de Empreendedores de Café do Lago Oeste (Elo Rural) e com o apoio da organização da AgroBrasília, será realizado no auditório anexo do Parque Tecnológico Ivaldo Cenci, no PAD-DF. A cafeicultura tem se consolidado como uma atividade promissora no DF, apresentando crescimento contínuo e grande potencial de mercado | Foto: Divulgação/Emater-DF O objetivo do encontro é valorizar os produtores já estabelecidos, apresentar oportunidades de mercado, difundir boas práticas e atrair novos agricultores para essa cadeia produtiva em expansão. A programação conta com a participação de representantes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Emater-DF e de empreendedores locais como Krilltech, Café Grão Nativo e Café Minelis. “Realizar esse encontro durante a AgroBrasília é um passo estratégico para impulsionar uma cadeia produtiva que já se destaca pela excelência, com cafés especiais premiados e reconhecidos nacionalmente. Nosso objetivo é estimular novos produtores, promover o uso de tecnologias e boas práticas, e consolidar o Distrito Federal como uma referência na cafeicultura de qualidade”, destaca Cleison Duval, presidente da Emater-DF. Segundo ele, a iniciativa é fruto da parceria com a Elo Rural, primeira associação de cafeicultores do DF, e conta com o apoio integral da AgroBrasília, que se consolida a cada edição como o principal palco de inovação, empreendedorismo e desenvolvimento do agro na região.  "O Encontro de Cafeicultura do DF e da RIDE consolida a união entre a pesquisa, a extensão e a sociedade civil organizada. Não temos dúvidas de que o Planalto Central reúne condições ideais de clima e solo para a produção de cafés de alta qualidade, capazes de posicionar o Distrito Federal no mapa mundial dos cafés especiais”, destacou Lívia Tèobalddo, presidente da Elo Rural. *Com informações da Emater-DF

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Oficina orienta produtores sobre cuidados na colheita e pós-colheita do café

A Emater-DF promoveu uma oficina sobre os cuidados na colheita e pós-colheita do café. O evento foi voltado para produtores que já trabalham ou têm interesse em iniciar a cultura — especialmente os cafés especiais, um mercado promissor no Distrito Federal. A atividade reuniu cerca de 30 participantes. O Distrito Federal tinha aproximadamente 100 produtores do grão em 2023, ano em que a produção total atingiu pouco mais de 1,7 mil toneladas. A extensionista Joseane Lima, do escritório da Emater-DF em Sobradinho, ministrou a oficina, orientando sobre questões como manejo na colheita e na pós-colheita | Foto: Divulgação/Emater-DF De acordo com o presidente da Emater-DF, Cleison Duval, a empresa tem se dedicado a apoiar os cafeicultores neste bom momento. “Estão surgindo muitas cafeterias especiais no Distrito Federal, e temos trabalhado para que a cadeia produtiva dê um salto”, afirma. O dirigente acrescenta que um dos focos da estatal é o incentivo à agroindústria. “É um incremento que aumenta a renda do produtor e sua família, desenvolve o campo e consolida a atividade rural como uma das mais fortes na economia do DF”. “Estão surgindo muitas cafeterias especiais no Distrito Federal e temos trabalhado para que a cadeia produtiva dê um salto” Cleison Duval, presidente da Emater-DF A oficina, realizada nesta quarta-feira (10), foi ministrada pela extensionista Joseane Lima, do escritório da Emater-DF em Sobradinho. “Ao começar a produção de um café especial, o agricultor deve estar atento ao manejo na colheita e na pós-colheita. Cuidados como planejamento do processo, secagem correta, torrefação, beneficiamento e armazenamento são fundamentais para o sucesso da atividade”, detalha. A presidente da Associação dos Empreendedores de Café do Lago Oeste (Elo Rural), Lívia Tèobalddo, enxerga grandes possibilidades de êxito para os produtores locais. “Nossa intenção é colocar o Distrito Federal no mapa mundial dos cafés especiais”, afirma. A associação foi fundada em janeiro deste ano e já conta com 26 membros. “Há pouco mais de um ano, queríamos produzir o grão, mas tínhamos poucas informações. Começamos a pesquisar e encontramos alguns parceiros — entre eles, a Emater-DF, que nos recebeu muito bem”, relata. Com a consolidação do grupo, Lívia diz que os associados compraram 30 mil mudas. “Queremos produzir com excelência, do plantio à xícara. A Emater é a casa do produtor, e queremos um cômodo lá”, brinca. A gerente do escritório de Sobradinho, Clarissa Campos, reforça a fala da presidente da Elo Rural: “Nós existimos por conta dos produtores, estamos sempre prontos a receber. E apoiamos especialmente a associação, pois sabemos que o produtor atuando em grupo é muito mais forte, os resultados são melhores”. Diagnóstico Cleison Duval aproveitou a ocasião para anunciar uma parceria importante com a Embrapa Café: “Estamos firmando um convênio para realizar um diagnóstico completo da cadeia produtiva cafeeira local. Esse trabalho vai identificar o perfil social e econômico dos produtores, os principais desafios do mercado consumidor. Assim, teremos condições de preparar nossos extensionistas para atender aos empreendedores da maneira mais adequada”. *Com informações da Emater-DF  

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Café especial conquista espaço no mercado brasiliense e estimula novas produções rurais

Item essencial no cotidiano do brasileiro, o café foi tema central de uma excursão a produtores rurais do Distrito Federal organizada pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), nesta quinta-feira (13). O objetivo foi apresentar aos agricultores os benefícios da produção do grão em solo brasiliense e as principais variedades de café cultivadas e consumidas em todo o país. A visita fez parte da Semana do Produtor Rural da Emater, em Sobradinho, e busca incentivar o aumento da produção local de café, que já registra números expressivos. Em 2023, foram mais de 1,7 mil toneladas de grãos produzidos, em 400 hectares de terra distribuídos nas propriedades de 92 agricultores registrados. A produção significou um valor bruto de mais de R$ 14,5 milhões. Atividades da Semana do Produtor Rural da Emater incentivam a produção de um café de qualidade no DF | Fotos: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília Uma das apostas da Emater para o crescimento da atividade cafeicultora no DF é a região do Lago Oeste. Isso porque, segundo os técnicos da empresa, a área rural de Sobradinho tem vocação natural para o plantio do fruto cafeeiro; pode se tornar uma alternativa de renda dos produtores da região. “Estamos incentivando muito a produção no Lago Oeste por ser uma região com propriedades menores, em que fica mais fácil de cuidar, adubar e colher o café especial. Sendo assim, são produções com menores proporções e com potencial para render tanto uma renda extra como para se tornar a renda principal do agricultor”, explica o engenheiro agrônomo da Emater Bruno Caetano. Bruno Caetano: “Estamos incentivando muito a produção no Lago Oeste por ser uma região com propriedades menores, em que fica mais fácil de cuidar, adubar e colher o café especial” O café especial citado pelo técnico é caracterizado pela alta qualidade dos grãos cultivados em condições ideais, colhidos de maneira seletiva e processados com cuidado para preservar suas qualidades sensoriais. Os grãos passam por rigorosos critérios de avaliação, incluindo a ausência de defeitos e uma pontuação elevada em atributos como aroma, sabor, acidez, corpo e doçura. O resultado é uma bebida complexa e rica completamente diferente do tradicional cafezinho preto. Alternativa de renda Proprietário de uma chácara em Sobradinho, o produtor rural Rubens Alves, de 69 anos, conta ter começado a plantar café de maneira despretensiosa e impulsionado pela paixão pela bebida. “O que também contribuiu foi o fato de eu ter uma área pouco utilizada e sombreada na minha propriedade, ideal para plantar café”, diz. Rubens Alves começou plantando 350 mudas de café e no final do ano pretende chegar a mais de mil Logo de início, foram 350 mudas plantadas. “Achei bonita a cultura, o verde da folhagem é muito interessante e, estudando mais sobre o café, acabei me apaixonando. Em seguida, resolvi plantar mais 450 mudas e no final deste ano devo plantar mais mil de uma nova espécie também chamada paraíso”, prossegue o agricultor. Alves relata que, desde o início do cultivo, contou com o apoio da Emater. “Eles me ajudaram na sistematização de um plano de condução da lavoura, tanto na parte de irrigação, quanto na parte de nutricional, na parte de plantio, e de conservação de solo. A Emater me trouxe uma ajuda fundamental no processo de pós-colheita do meu café especial”, detalha. Da fazenda à xícara O café especial produzido na propriedade de Rubens é comercializado em cafeterias do DF. Um dos endereços é o Mercado do Café de Brasília, na 509 no Sul. No local, os grãos de alta qualidade cultivados pelo produtor rural passam pelo processo de torra conduzido por Marcos Moulaz, um dos profissionais mais reconhecidos da área na capital. O processo de torra marca a transformação dos grãos verdes colhidos e separados manualmente por Rubens em uma bebida complexa em sabores e aromas. “Costumo dizer que sou apenas um elo da corrente. Falo isso pois o produtor me traz a matéria-prima, um café excepcional, e eu consigo extrair o que há de melhor nesse grão, avaliando os sensoriais da bebida e ajudando a aflorar as principais nuances”, explica Moulaz. Agrônomo de formação, o mestre de torra comemora a expansão do mercado de café especial no Quadradinho. “É uma atividade em constante crescimento e quem mexe com café especial é apaixonado no que faz. Eu entrei nesse ramo em 1994, quando decidi que era hora de parar de beber café ruim”, brinca o empresário.

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Região rural do DF produz café e cachaça premiados no Brasil e no mundo

É na região do Planalto Central que estão os melhores cafés e cachaças produzidos no Brasil. Pelo menos é o que apontam os resultados de dois prêmios respeitados no país: Ernesto Illy (2019) e CNA Brasil Artesanal (2022). Os títulos podem até surpreender, mas revelam uma nova característica do Distrito Federal: a força da produção rural. A altitude do quadradinho, principalmente na região Norte (composta por Fercal, Planaltina, Arapoanga, Sobradinho e Sobradinho II) que é caracterizada por ser uma área serrana, e o clima seco são dois fatores essenciais para o sucesso da cafeicultura, do terroir da cachaça e de tantas outras culturas que vêm crescendo no Distrito Federal, a exemplo do morango e da goiaba. “Aqui nós não temos chuva desde maio e isso para o café é uma maravilha. Permite que a gente faça cafés melhores”, diz Carlos Coutinho, que produz o Café Minelis | Foto: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília Em 1988 quando o paraibano Carlos Coutinho comprou um pedaço de terra no Lago Oeste, ele não imaginava que o local, que batizou de Fazenda Novo Horizonte, se tornaria num grande e importante cafezal do DF. Hoje, o espaço abriga o Café Minelis, um dos mais elogiados do país pela qualidade do grão, com os títulos de campeão nacional em 2019 e campeão regional do Centro-Oeste em 2013, 2014, 2019 e 2021 no Prêmio Ernesto Illy, além de campeão nacional do Prêmio Olam Coffee de Cafés Especiais 2021. “A minha ideia era ter isso aqui como terapia ocupacional. Como tinha ascendência rural, criei inicialmente gado de corte, depois migrei para o gado de leite. Resolvi mudar e comecei a estudar alguma coisa que pudesse ser permanente, dado que estamos ao lado do Parque Nacional de Brasília e numa região montanhosa de solos difíceis. Até imaginei o café, mas era uma cultura muito complicada e eu não tinha essa experiência”, lembra. Foi então que, em 2002, Coutinho ganhou um caminhão de mudas de café de um amigo, comprou um livro sobre o plantio e começou a plantar. A empreitada deu certo e o tornou um dos produtores de café mais famosos do Brasil. “Só depois que comecei a plantar que percebi que nós estamos em um dos melhores lugares em termos de clima, por causa do inverno seco. O café quando chega num estágio de maturação, se ele pega chuva por muitos dias, ele fermenta. Aqui nós não temos chuva desde maio e isso para o café é uma maravilha. Permite que a gente faça cafés melhores”, define. A localização da fazenda também é outro ponto positivo para a produção da espécie de café escolhida por Coutinho. “Os cafés arábicas são plantados de modo geral em altitudes maiores, acima de 80 metros, e os café especiais sempre estão acima de mil metros. Brasília está a mil metros do Lago Paranoá e nós estamos aqui [no Lago Oeste] numa altitude que varia de 1.150 a 1,2 mil metros, o que é muito bom para o café”, acrescenta. Apesar das boas características da cidade, a produção do café no DF ainda surpreende. “Quando vamos para os prêmios sempre é uma surpresa grande. Esse café é de Brasília? E Brasília produz café? As pessoas questionam. É bem verdade que ainda temos poucos produtores. Mas já temos vários produtores premiados aqui. Só na premiação da Illy a nossa região já tem três e isso é muito importante. O café é uma cultura que viabiliza a pequena propriedade. É uma excelente alternativa no ponto de vista de renda”, afirma. “Essa região tem uma topografia muito próxima de Minas, com calcário e serra, o que é absolutamente agricultável e que dá supercerto para a cana”, diz Cid Faria, produtor da cachaça Remedin Segundo dados da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF), até o ano passado o DF tinha 83 agricultores de café com 418,002 hectares de área de cultivo e uma produção de 1.204,92 toneladas. Existe uma intenção do setor em criar uma rota da cafeicultura em Brasília. O Café Minelis é um dos pioneiros no turismo do café. A propriedade promove duas vezes por mês o Minelis Coffee Experience, um evento de visitação à Fazenda Novo Horizonte em que os participantes acompanham a jornada do café especial, da semente à xícara. A visita pode ser comprada pelo site oficial. Já o café pode ser apreciado na Cafeteria Minelis, no Bosque Park Norte, no Setor Hospitalar Norte. Nova tradição Outro produto produzido no DF que é a cara do Brasil e vem ganhando cada vez mais reconhecimento na capital é a cachaça. Em 2021, quatro “marvadas” daqui foram premiadas ficando entre melhores do país, de acordo com o V Ranking Cúpula da Cachaça. Principalmente porque as condições climáticas do cerrado são favoráveis para o cultivo de cana-de-açúcar. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] “Para a cana, quanto mais seco o tempo, mais açúcar é produzido. Quando está chovendo, não produzimos cachaça”, conta o produtor da cachaça Remedin, Cid Faria, que produz a matéria-prima em uma fazenda na Fercal, onde também tem o alambique para a criação da bebida. “Essa região tem uma topografia muito próxima de Minas [Gerais], com calcário e serra, o que é absolutamente agricultável e que dá supercerto para a cana, o que a gente chama de terroir. Foi uma surpresa para mim”, completa. No ano passado, a Remedin conquistou o prêmio de melhor cachaça branca artesanal do Brasil. No ano anterior, a bebida foi medalha de prata na Expocachaça. “A Remedin devagarinho está seguindo seu caminho e acreditamos que vamos ter bons frutos pela frente. O brasiliense pode encher o peito e dizer que o DF produz a melhor cachaça branca do Brasil”, afirma Cid Faria. A família entrou para a produção de cachaça por acaso. Mineiro, ele sempre gostou de uma “cachacinha” e após tentar trabalhar com peixe e gado sem sucesso no terreno vislumbrou a possibilidade de transformar o hobby em negócio. “Começamos do zero. A gente não tinha tradição familiar, não conhecia ninguém que produzia cachaça. Mas com muita pesquisa e suor, corremos atrás de tudo para fazer a coisa absolutamente legalizada, com registro no Mapa. Foi a tradição mineira falando mais forte aqui em Brasília”, conta. Pela cultura da produção de cachaça ainda estar dando os primeiros passos no DF, os produtores ainda encontram dificuldade. “Com isso, você tem poucos produtores, mas esses poucos nos receberam de braços abertos e nos ajudaram demais. Se você tem uma marca fazendo sucesso aqui e outra ali, vai potencializar o mercado”, analisa Faria. A Remedin hoje é comercializada pelo site oficial.

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Produção de café vem crescendo no Distrito Federal

O Distrito Federal ganha cada vez mais reconhecimento pelo cultivo de café de qualidade. Nos últimos anos, a cidade tem visto crescer a cafeicultura, graças às condições geográficas e climáticas e à forma de colheita diferenciada dos agricultores que apostam na produção de variedades especiais, desenvolvidas a partir do chamado grão cereja, o mais nobre do fruto do tipo arábica. No Dia Mundial do Café, comemorado em 14 de abril, esta é uma conquista a ser comemorada.  Grãos produzidos no DF têm qualidade aprimorada | Foto: Acervo pessoal No ano passado, o DF registrou 83 agricultores especializados nesse segmento e produziu 1.204,92 toneladas do fruto, segundo os dados do Relatório de Informações Agropecuárias do DF-2022, elaborado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater). [Olho texto=”“Como a maioria das pessoas que mexem com café aqui tem pequenas áreas, é possível fazer colheitas muito diferenciadas, pegando só os grãos que estão bem maduros ” ” assinatura=”Marconi Borges, gerente do escritório da Emater no PADF” esquerda_direita_centro=”esquerda”] O gerente do escritório da Emater no PADF, Marconi Borges, avalia: “O café tem crescido no DF. O café do cerrado é de muito boa qualidade, por causa da condição climática. Na época da maturação dos grãos, estaremos na seca, o que é importante”. O inverno seco e a altitude acima de mil metros são os principais atrativos para o cultivo. As áreas em que a produção se destaca são Paranoá (PADF e Núcleo Rural Jardim), Planaltina (Núcleo Rural Tabatinga), Brazlândia e Sobradinho (Lago Oeste). Produto selecionado Borges também aponta a característica da produção local como outro diferencial. “Como a maioria das pessoas que mexem com café aqui tem pequenas áreas, é possível fazer colheitas muito diferenciadas, pegando só os grãos que estão bem maduros – sem falar que algumas propriedades trabalham com café orgânico, que tem um valor agregado muito forte”, define. [Olho texto=”“Acho que o café é mais uma dessas ousadias de um projeto que nasceu de uma decisão extremamente avançada de Juscelino Kubitschek de trazer a capital para o Planalto Central”” assinatura=”José Adorno, proprietário rural ” esquerda_direita_centro=”direita”] Esse é o caso da propriedade de José Adorno, o Café Lote 17B, no Lago Oeste. A família do médico aposentado começou a cultivar café em 2012, inicialmente com 300 pés. Hoje a chácara conta com cerca de 3 mil pés cultivados a 1.250 metros de altitude.  “É uma produção pequena, e nós nos direcionamos para uma produção de maior valor agregado, no café especial”, aponta ele. “É um café colhido à mão e só uma vez por ano. É uma colheita bem-selecionada”. Adorno lembra que, quando iniciou o cultivo, havia apenas mais dois outros produtores no DF. Mercado em construção Para o produtor rural, a expansão da cafeicultura demonstra que Brasília vai além dos paradigmas de capital da política e do rock. “A visão que as pessoas têm de Brasília é muito míope,  porque é uma cidade espetacular, ainda com muitas características a serem exploradas”, aponta. “Acho que o café é mais uma dessas ousadias de um projeto que nasceu de uma decisão extremamente avançada de Juscelino Kubitschek de trazer a capital para o Planalto Central”. Inicialmente, a família não tinha objetivo comercial, mas ao longo dos anos foi vendo a necessidade de explorar esse segmento, apesar dos desafios – já que a cidade ainda conta com poucos produtores e um mercado ainda em construção.  “O objetivo comercial está até hoje sendo construído, primeiro porque não temos uma produção grande; segundo, porque temos que atingir esse público diferenciado de cafés especiais”, define José Adorno. Atualmente, o produto pode ser encontrado no Empório Lago Oeste, que funciona sábado e domingo das 7h às 14h, e também pelo site de assinatura do Club Brasil Café. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Condições especiais Um dos aspectos que podem influenciar positivamente neste cenário seria a conquista da indicação geográfica, denominação do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) que reconhece a qualidade sensorial da produção de café de um determinado local.  “Nós temos toda a condição de conseguir a indicação geográfica para o café de Brasília”, assegura o produtor. “Já tem estudos na UnB [Universidade de Brasília] demonstrando isso, o que estimula a produção e os recursos. Entidades como Emater, Sebrae e Senai também estão dando mais apoio aos agricultores.” Marconi Borges afirma que a Emater costuma orientar todos os produtores de café da capital. “O café tem muitos segredos, desde a colheita ao processamento para que não perca a qualidade do aroma”, conta. “Também orientamos de acordo com a capacidade sobre o mercado, porque o café se mostra [capaz de gerar] uma renda bem alta e relativamente estável nesse nicho – como Brasília tem uma renda per capita muito alta, as pessoas procuram coisas diferenciadas e estão dispostas a pagar por isso. Então, é um ótimo caminho para se investir”. A pesquisa Indicadores da Indústria de Café 2022, da Associação Brasileira das Indústrias de Café (Abic), confirma essa constatação. A região Centro-Oeste registrou o maior ticket médio de valores gastos com café no Brasil.

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Café produzido no DF é um dos melhores do país

O Distrito Federal tem motivos para comemorar o Dia Nacional do Café, nesta terça-feira (24), em grande estilo. A cafeicultura é recente no DF, mas já vem ocupando uma posição de destaque. Os 106 produtores existentes na cidade estão concentrados em 12 localidades e produziram, em 2021, 18.071 sacas de 60 quilos do tipo 100% arábica. Embora nova, a cultura do café na capital federal já rendeu prêmios para os cafeicultores locais. O café Minelis, produzido nas fazendas Canaã e Novo Horizonte, recebeu em 2013 e 2014 o prêmio Ernesto Illy de Qualidade Sustentável do Café Expresso como melhor café da região Centro-Oeste. Em 2019, o produto recebeu o Ernesto Illy de campeão nacional. A marca Minelis é produzida no DF por Carlos Coutinho. Suas fazendas estão localizadas em Sobradinho e em Brazlândia e o cultivo de café começou em 2005. “No início foi um pouco de aventura e de terapia ocupacional”, afirma o cafeicultor. Atualmente, Coutinho produz 2 mil sacas de seu café premiado em 80 hectares. A produção vai quase toda para exportação. O que fica aqui é vendido em grãos para cafeterias locais. A marca Minelis, produzida nas fazendas Canaã e Novo Horizonte, recebeu o prêmio Ernesto Illy de Qualidade Sustentável como melhor café da região Centro-Oeste | Foto: Divulgação/Minelis Café Produzir café no DF requer tecnologia para os bons resultados obtidos. Toda produção deve ser irrigada, devido à existência de um período de seca que vai de maio a setembro. No entanto, essa necessidade de irrigação pode funcionar como aliado dos cafeicultores na obtenção de um melhor resultado final do produto. De acordo com o agrônomo Daniel Oliveira, da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), com a irrigação, é possível utilizar no cafezal uma técnica conhecida como stress, obtida suspendendo a água por um tempo, fazendo com que o amadurecimento dos grãos aconteça ao mesmo tempo, o que proporciona um produto uniforme. “Provocar stress no café facilita com que haja melhor qualidade do café produzido”, explica. A cafeicultura no DF se concentra em 11 regiões administrativas. A cultura se destaca nas áreas do Programa de Assentamento Dirigido (PAD-DF), que contabiliza 120,02 hectares plantados, seguido por Taguatinga, com 65 hectares, e pelo Gama, com 61,30. No entanto, o maior número de produtores está em São Sebastião, que conta com 25 cafeicultores. A cafeicultura no DF se concentra em 11 regiões administrativas | Foto: Tony Oliveira/Agência Brasília Os bons resultados da produção de café em Brasília têm atraído agricultores e pecuaristas a migrar para a cafeicultura. Esse é o caso de Guilherme França Rabelo, cuja família é proprietária de dois hectares em Sobradinho. Antes utilizados para a criação de gado, agora são destinados à produção de café. “Neste primeiro ano, a previsão é produzir 30 sacas de 60 quilos nos dois hectares. O objetivo para o futuro é aumentar para 60 sacas por hectare”, prevê Rabelo, que pretende vender sua safra para as cafeterias do DF.  

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