Estudantes de Ceilândia participam de encontro sobre violência contra a mulher
Cerca de 300 estudantes do ensino médio de 15 a 18 anos de escolas públicas de Ceilândia assistiram, nesta terça (6), a uma palestra sobre prevenção à violência contra a mulher, no auditório do Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios (MPDFT). A ação integra a programação do Agosto Lilás, campanha nacional de conscientização voltada ao enfrentamento da violência de gênero. A estudante Izadora Leão acompanhou a palestra e concluiu: “Muitas mulheres não sabem como agir diante das agressões. É preciso que elas tenham apoio e saibam que podem denunciar” | Fotos: Jotta Casttro/SEEDF Promovida pela Secretaria de Educação do DF (SEEDF) em parceria com a Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF) e com o MPDFT, a iniciativa também contou com o apoio do Grupo Sabin e de organizações da sociedade civil (OSCs) Participaram do encontro a secretária de Educação, Hélvia Paranaguá; o secretário-executivo de Segurança Pública, Alexandre Patury, e a promotora de Justiça Luciana Asper, além de representantes de organizações não governamentais (ONGs) e instituições parceiras. Conscientização “Falar de agressividade de gênero nas escolas não é ideologia; é responsabilidade, é proteção e compromisso com a vida” Hélvia Paranaguá, secretária de Educação A discussão sobre a violência contra a mulher na adolescência tem ganhado espaço nas escolas por ser nessa fase da vida que muitos jovens iniciam seus primeiros relacionamentos afetivos, nos quais comportamentos abusivos podem surgir de forma silenciosa. Com o objetivo de conscientizar os estudantes sobre os sinais de relacionamentos abusivos e a importância da prevenção desde a adolescência, a secretária de Educação enfatizou: “Falar de agressividade de gênero nas escolas não é ideologia; é responsabilidade, é proteção e compromisso com a vida”. [LEIA_TAMBEM]O secretário executivo de Segurança Pública, por sua vez, alertou para atitudes que podem ser indícios de abuso. “Muitas vezes, a pessoa está tão mergulhada numa relação abusiva que não entende que um simples ‘me dá o celular’ ou ‘Você não pode sair com essa roupa’ já é violência”, exemplificou. Patury explicou aos adolescentes que tentativas de isolamento da parceira, agressões verbais e psicológicas, e até empurrões, são sinais claros da escalada da violência — e que esses comportamentos não devem ser naturalizados como atitudes passageiras. Da mesma forma, ciúme excessivo, pontuou ele, não deve ser confundido com demonstração de afeto. Aluna do Centro Educacional (CED) 16 de Ceilândia, a estudante Izadora Leão, de 15 anos, defendeu a importância do acolhimento às vítimas: “Muitas mulheres não sabem como agir diante das agressões. É preciso que elas tenham apoio e saibam que podem denunciar”. A aluna acredita que o cuidado deve se estender às amigas, pois saber identificar sinais de relacionamentos abusivos pode ajudar outras meninas a reconhecer e romper o ciclo de violência que estejam enfrentando. Participação masculina Arthur Pereira também viu na palestra uma oportunidade para refletir: “Você aprende a respeitar e cuidar da mulher, não só no dia a dia, mas para a vida“ A promotora de Justiça Luciana Asper reforçou a importância de envolver os meninos no enfrentamento à violência de gênero. “Não é aceitável naturalizar amizades com colegas que praticam ou incentivam a violência contra mulheres”, alertou. “O silêncio e a conivência alimentam o ciclo da agressão”. O estudante Arthur Pereira, 16, aluno do Centro de Ensino Fundamental (CEF) 12 de Ceilândia, considerou a palestra uma oportunidade para amadurecer. “Você aprende a respeitar e cuidar da mulher, não só no dia a dia, mas para a vida”, concluiu. *Com informações da Secretaria de Educação
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Governadores pedem reforço de campanha nacional de combate à dengue
O combate à dengue também foi debatido no Fórum Nacional de Governadores nesta quinta-feira (28), com a presença da ministra da Saúde, Nísia Trindade. Os governadores levantaram a importância da mobilização integrada entre os governos locais e federal. Durante o Fórum Nacional de Governadores, com a participação da ministra Nísia Andrade, Ibaneis Rocha sugeriu a criação de uma campanha nacional de combate à dengue: “Temos problemas que são nacionais: a forma errada de descarte de lixo, a limpeza das casas e a questão do acesso dos agentes comunitários” | Foto: Renato Alves/Agência Brasília O governador Ibaneis Rocha lembrou que o DF se antecipou ao tema e iniciou as ações em julho deste ano. Ele também sugeriu que o governo federal crie uma comunicação em âmbito nacional para atingir de forma mais efetiva os estados e municípios. “Não há um prognóstico [de uma nova epidemia de dengue], mas não podemos descansar, porque em algumas regiões do Brasil vamos ter um número elevado de casos” Nísia Trindade, ministra da Saúde “O que pedimos é que seja criada uma comunicação nacional. Porque temos problemas que são nacionais: a forma errada de descarte de lixo, a limpeza das casas e a questão do acesso dos agentes comunitários. Acho que essa comunicação direta para a população, feita em nosso grupo, pode nos auxiliar muito”, afirmou Ibaneis Rocha, que ainda solicitou uma campanha de vacinação contra a covid-19 para quem precisa receber o retorno do imunizante e pediu o fortalecimento da aquisição de vacinas para a rede pública. O governador também sugeriu ao Ministério da Saúde um trabalho para destravar as emendas para as unidades da federação, citando a dificuldade comum a todos de liberação de recursos. A ministra Nísia Trindade apresentou o plano de ação para o controle da dengue e de outras arboviroses e sugeriu uma mobilização conjunta entre as unidades da federação com a realização de um Dia D em dezembro, marcado para o dia 14. “Não há um prognóstico [de uma nova epidemia de dengue], mas não podemos descansar, porque em algumas regiões do Brasil vamos ter um número elevado de casos”, destacou Nísia Trindade. O enfrentamento à doença é composto por seis eixos norteadores: prevenção, vigilância, controle vetorial, organização da rede assistencial, preparação e respostas de emergência, e comunicação e participação comunitária. O objetivo é reduzir o número de casos prováveis e de mortes, a partir da implementação de novas tecnologias, preparação da rede de atenção e garantia de insumos. A ministra também apresentou o Programa Mais Acesso a Especialistas, que visa reduzir tempo e fila de espera no Sistema Único de Saúde (SUS), seja com consultas e exames ou com cirurgias. Segundo a ministra, o foco é nos pacientes, na digitalização de processos e na formação de novos especialistas. A secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, revelou que o DF já aderiu ao programa. Serão 136 mil ofertas de cuidado integrado em quatro especialidades: oncologia, cardiologia, otorrinolaringologia e oftalmologia. “O DF recebeu R$ 1,2 milhão e compôs esse hall de unidades da federação que aderiram a mais uma ação, entre outras, para que façamos esse enfrentamento das filas de especialidades. Vamos atender onde nós temos demanda reprimida maior no complexo regulador”, contou. Lucilene Florêncio ainda destacou as ações do Governo do Distrito Federal em combate à dengue. “Estamos fazendo a contratação de drones para monitorar terrenos e casas onde não podemos adentrar. Também lançamos um aplicativo, o EVisitas, que faz o registro das visitas em tempo real e estamos fazendo o manejo dos resíduos sólidos e as borrifações residual”, informou.
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Blitz na Rodoviária do Plano Piloto alerta sobre violência sexual infantojuvenil
Começaram nesta quarta-feira (22) as ações previstas para o Maio Laranja, mês de combate ao abuso sexual infantojuvenil. A primeira atividade foi na Rodoviária do Plano Piloto, onde cerca de dez funcionários da Secretaria de Justiça e Cidadania do Distrito Federal (Sejus) promoveram uma blitz educativa e de conscientização sobre a temática. As ações ocorreram também dentro dos coletivos e na estação rodoviária. Uma blitz educativa organizada na Rodoviária do Plano Piloto abriu, nesta quarta (22), a programação prevista para o Maio Laranja | Fotos: Geovana Albuquerque/ Agência Brasília “A campanha Maio Laranja dá visibilidade à questão do abuso e exploração sexual contra crianças e adolescentes. Essas ações têm como objetivo conscientizar a população, distribuindo materiais informativos e promovendo discussões sobre a necessidade de proteger nossas crianças e adolescentes. É necessário que todos entendam a importância da denúncia e da ação de uma rede de proteção em favor da infância e adolescência, para que o ciclo de violência cesse e termine o sofrimento psíquico e físico”, afirmou a secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani. A programação também prevê a emissão gratuita da Carteira de Identidade Nacional (CIN), sem agendamento, para crianças e adolescentes, em frente ao Sesi Lab. O documento é uma forma de garantir que os direitos infantojuvenis não sejam violados. “A expectativa é emitir cerca de 80 CINs por dia, até sexta-feira. Essa é uma oportunidade que o cidadão tem de ser reconhecido pelo Estado, de ser visibilizado pelo governo e ter acesso a todos os serviços públicos”, defendeu o subsecretário de Políticas para Crianças e Adolescentes da Sejus, Diego Moreno. A diarista Antônia Lúcia Barbosa, 52, aguardava pelo ônibus com sua neta, de 8 anos, enquanto foram abordadas pelas equipes da pasta. Para ela, é uma importante iniciativa para evitar que crianças sejam vítimas: “A gente sabe que ainda acontece muito abuso. Quando vejo essa movimentação para conscientizar eu me sinto mais segura, porque vejo que estão explicando para os pais e responsáveis os direitos das nossas crianças, isso é o mais importante”, avaliou. O movimento nacional Maio Laranja visa mobilizar a sociedade brasileira para o engajamento contra a violação dos direitos de crianças e adolescentes Já a auxiliar administrativa Clé Valentina, 61, aproveitou o balcão de atendimento da Defensoria Pública do Distrito Federal (DPDF) para procurar informações. “Hoje um advogado é muito caro, a gente não consegue pagar. Então eu vim aqui tirar umas dúvidas, fui orientada e já saí com um encaminhamento. Essas campanhas são muito importantes porque as crianças não podem ser alvo de pessoas ruins”, disse. 18 de maio – Proteger é nosso dever! O movimento Maio Laranja tem alcance nacional e visa mobilizar a sociedade brasileira para o engajamento contra a violação dos direitos de crianças e adolescentes. O objetivo é conscientizar, orientar, sensibilizar e educar para a prevenção e o combate da violência sexual infantojuvenil. A Lei Federal nº 9.970/2000 instituiu o 18 de maio como Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes. A data é alusiva ao crime cometido contra a menina Araceli Cabrera Crespo, em 1973, em Vitória, no Espírito Santo, quando a criança foi sequestrada, estuprada e assassinada.
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GDF abraça campanha nacional Sinal Vermelho
Primeira-dama e secretária de Desenvolvimento Social, Mayara Noronha Rocha mobiliza o GDF na campanha | Foto: Divulgação Ativa como pessoa pública, a primeira-dama do DF, Mayara Noronha Rocha, sabe fazer bom uso do mundo virtual em favor de ações sociais. Foi o que avaliou a primeira-dama da República, Michelle Bolsonaro, ao chamar Mayara, que é secretária de Desenvolvimento Social, a abraçar a causa da campanha nacional Sinal Vermelho. A ação é organizada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em parceria com a Associação dos Magistrados do Brasil (AMB). Não demorou muito para Mayara Rocha aparecer na sua conta do Instagram com um “X” rubro na palma da mão. A imagem despertou curiosidade para o tema. “Foi um desafio de rede social”, comenta Mayara. “Outras primeiras-damas de estados, como Gracinha Caiado [de Goiás], também tinham feito o convite. Foi um reforço de que eu realmente teria que entrar na campanha. É uma ação de extrema relevância.” Não à violência A iniciativa tem como meta ajudar as mulheres em situação de violência doméstica a buscarem socorro nas farmácias de todo o país. Basta a vítima marcar com um batom, ou mesmo caneta vermelha, a letra “X” na palma da mão, sinalizando que está em perigo, e um balconista ou o dono do estabelecimento ligará, imediatamente, para o 190. Ao todo, 10 mil farmácias e drogarias brasileiras aderiram ao projeto. “O símbolo ‘X’ é uma proibição, quer dizer ‘não à violência doméstica’”, explica Mayara Rocha. “Não necessariamente tem que ter a marca, é só mostrar a mão ao farmacêutico ou balconista que eles já estão treinados para agir nessa situação.” No Brasil, que ocupa o quinto lugar no ranking mundial de países onde mais se matam mulheres dentro do contexto doméstico e familiar, medidas preventivas, como a da campanha Sinal Vermelho, são sempre bem-vindas. Daí a adesão não apenas da primeira-dama do DF, mas também de órgãos do GDF relacionados ao tema, como as secretarias da Mulher (SM) e de Segurança Pública (SSP). Todos podem ajudar No DF, segundo dados da SSP, em média, 43 mulheres são agredidas diariamente, ou seja, uma a cada 34 minutos. “Toda campanha que ajude no combate à violência contra a mulher é de suma importância para a segurança pública”, defende o secretário de Segurança Pública, Anderson Torres. “Estamos trabalhando para criar protocolos visando ao perfeito trâmite dessas informações, em tempo hábil, para que o socorro possa chegar e estancar esse horrendo tipo de violência”. [Olho texto=”“Toda campanha que ajude no combate à violência contra a mulher é de suma importância para a segurança pública”” assinatura=”Anderson Torres, secretário de Segurança Pública” esquerda_direita_centro=”centro”] Para a secretária da Mulher, Ericka Filippelli, o engajamento da sociedade no combate contra a violência doméstica é fundamental. Em reuniões com representantes da campanha, ela chegou a sugerir adesão de outros setores do comércio. “O que precisamos é justamente que outros setores se engajem”, destaca. “Estamos à disposição para trabalhar nessa articulação. É uma campanha que vem para somar”. Ericka Filippelli, secretária da Mulher: “O que precisamos é justamente que outros setores se engajem” | Foto: Vinicius de Melo / Agência Brasília Mayara Rocha lembra que quanto mais participantes da sociedade civil estiverem envolvidos, melhor. “Estamos seguindo o modelo do CNJ, mas nada impede de termos a nossa atuação dentro do DF, expandindo para outros estabelecimentos”, afirma. “É uma campanha que tomou uma proporção de divulgação enorme, alertando sobre o que está acontecendo. Os agressores, quando tomam conhecimento desse tipo de ação, se sentem inibidos”. Delegacia da Mulher A delegada Adriana Romana: “É uma responsabilidade de toda a sociedade” | Foto: Divulgação Ainda segundo pesquisa da SSP, 60% das vítimas do Plano Piloto e Entorno têm entre 30 e 49 anos. Uma das principais motivações para os crimes é o ciúme, sendo que 40% dos casais estavam morando juntos e outros 40%, separados. Um dado mais alarmante é que 60% dos casos aconteceram na própria residência. E pior: segundo o estudo, mais de 80% nunca chegaram a uma delegacia especializada. “O grande desafio é incentivar as próprias mulheres a denunciar”, alerta Mayara Rocha. “Acredito que o medo e o preconceito interno, a vergonha de ir até à delegacia, são os principais impedimentos.” [Olho texto=”“O grande desafio é incentivar as próprias mulheres a denunciar”” assinatura=”Mayara Noronha Rocha, secretária de Desenvolvimento Social” esquerda_direita_centro=”centro”] Titular da segunda Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) do DF, inaugurada há um mês em Ceilândia, Adriana Romana ressalta que o problema da violência doméstica não é apenas da mulher agredida e do marido agressor, mas engloba todos aqueles em torno desse casal que passa por situação similar – parentes, vizinhos e a comunidade, como um todo. Responsabilidade social “Trata-se de uma conscientização, mudança de ideia, e todos nós temos o dever de ajudar essas mulheres; é uma responsabilidade de toda a sociedade”, reforça a delegada. Ceilândia lidera os números de ocorrências por violência doméstica. De 2018 a 2019, aponta a SSP, os casos aumentaram em 13% – 330 ocorrências registradas. Isso explica a criação de uma unidade específica na região para atender essa demanda social gritante. Desde que foi inaugurada, em 16 de junho deste ano, a Deam 2 registrou quase 400 ocorrências – 390 casos, até a última-terça-feira (14), o que dá uma média de 13 atendimentos por dia. Desse montante, mais de 70% são de crimes ocorridos em Ceilândia, sendo 30%, aproximadamente, no Sol Nascente/Pôr do Sol. “Quase todas essas ocorrências vão virar um inquérito policial”, explica Adriana Romana. “Estamos conseguindo atender todas os flagrantes vinculados à Lei Maria da Penha, buscando um atendimento diferenciado, mais humano.” Diante de temática complexa, o secretário de Segurança Pública não descarta a possibilidade da criação de outras delegacias de atendimento à mulher no DF. “ “Com a futura reposição do efetivo de policiais civis, serão analisadas novas ações visando atender outras áreas com esse tipo de estrutura”, prevê. * Colaborou Rosi Araújo
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